Executivas 'neofeministas' dos EUA pregam ascensão agressiva:double blaze app
double blaze app Quando a diretora operacional do Facebook, Sheryl Sandberg, exortou as mulheres ''a fazer acontecer'' no mercadodouble blaze apptrabalho para retomar uma ''revolução'' feminista que, segundo ela, ''empacou'', sabia que estava levantando uma discussão espinhosa.
Intuição semelhante deve ter tido a CEO do Yahoo!, Marissa Mayer, quando proibiu seus empregadosdouble blaze apptrabalharemdouble blaze appcasa, poucos meses depoisdouble blaze appse autoimpor uma licença-maternidadedouble blaze appapenas ''algumas semanas'', ao longo da qual ela continuou exercendodouble blaze appfunção à distância.
Coincidência ou apenas a ponta do mesmo iceberg, as duas executivas entraram no centro do debate sobre o avanço da mulher no mercadodouble blaze apptrabalho e a busca do santo graal do emprego moderno, o equilíbrio entre o dever e o lazer.
A problemática foi colocada por Sandbergdouble blaze appum livro publicado nesta semana nos EUA, que chega ao Brasil no iníciodouble blaze appabril – <i>Faça Acontecer: Mulheres, Trabalho e a Vontadedouble blaze appLiderar </i> (Editora Companhia das Letras).
Há três décadas, as mulheres são metade dos graduados nas universidades, escreve. Mas apesar do avanço, elas ainda ocupam apenas 4% dos cargosdouble blaze appdiretores executivos das 500 empresasdouble blaze appmaior faturamento nos EUA, segundo a lista da revista Forbes.
O cenário é semelhante na política: apenas 17 países são governados por mulheres, e elas ocupam apenas 20% das cadeirasdouble blaze appparlamentares.
Sandberg não deixadouble blaze appreconhecer as ''barreiras externas'' – o preconceito, a discriminação, o assédio sexual – que travam o avanço das mulheres no mercadodouble blaze apptrabalho.
A polêmica está no que ela considera ''barreiras internas'': uma suposta ''internalização das mensagens negativas'' recebidasdouble blaze appum mundo machista, uma ''redução das expectativas''double blaze appcarreiradouble blaze appprol da dos maridos, enfim, uma espéciedouble blaze appderrotismo feminismo diante dos desafios do mercado.
''Meu argumento é que livrar-se destas barreiras internas é crucial para ganhar poder'', escreve Sandberg. ''Outras pessoas argumentam que as mulheres só conseguem chegar ao topo quando as barreiras institucionais são removidas. É a situação típica do ovo e da galinha.''
''Estou incentivando as mulheres a tratar da galinha, mas apoio totalmente aquelas que estão focadas no ovo'', escreve.
Feminismo ou mais pressão?
A executiva da rede social quis que seu livro chegasse às suas leitoras como um novo manifesto feminista. Junto com a obra, Sandberg está impulsionando a criação dos chamados ''círculos para fazer acontecer'', espéciesdouble blaze appgruposdouble blaze appdiscussão para discutir como renovar o avanço da mulher no mercadodouble blaze apptrabalho.
Mas, mal chegou às livrarias, a obra já foi acusadadouble blaze appcolocar ainda mais pressão sobre as mulheres, ao criar expectativas irrealistas sobre o que cada uma pode fazer, individualmente, para avançar na profissão diante da dupla jornadadouble blaze appcasa e principalmente da maternidade, um ''obstáculo'' que os colegas masculinosdouble blaze appprofissão não precisam vencer.
O livro descreve o problema, mas não aponta as soluções, e assim as respostas vão nascendo por tentativa e erro no próprio mercadodouble blaze apptrabalho.
Um exemplo veiodouble blaze appmeados do ano passado, quando a CEO do site Yahoo!, Marissa Mayer, anunciou que tiraria apenas algumas semanasdouble blaze applicença-maternidade, que nesse periodo continuaria trabalhandodouble blaze appcasa e que voltaria o mais rápido possível para o escritório.
A decisão deixara os especialistas debatendo se se tratavadouble blaze appprogresso do feminismo ou um péssimo exemplo emanadodouble blaze appuma jovem mãe viciadadouble blaze apptrabalho.
No mês passado, Mayer voltou a criar polêmica ao proibir os funcionáriosdouble blaze appsua companhiadouble blaze apptrabalhardouble blaze appcasa – uma prática comum na indústriadouble blaze apptecnologia, que muitos consideram um avanço, principalmente naquela busca do equilíbrio entre trabalho e lazer na qual as mais prejudicadas são frequentemente as mulheres.
A CEO alegou que, por razõesdouble blaze appprodutividade e integração, todos precisariam estar ''fisicamente juntos'' no ambientedouble blaze apptrabalho.
Representatividade
Mayer e Sandberg não são as mulheres médias afetadas pelas suas decisões ou por suas visões do lugar da mulher no mercadodouble blaze apptrabalho.
Mayer,double blaze appparticular, está sob fogo cruzado pelo fatodouble blaze appter mandado construir, pagandodouble blaze appseu próprio bolso, um berçário ao ladodouble blaze appseu escritório para poder passar mais tempo com seu filho.
A bilionária Sandberg, que pode cercar-sedouble blaze appquantas babás e enfermeiras julgar necessárias para cumprir por ela adouble blaze appfunção, também não foi poupada.
Àdouble blaze appmaneira, as duas poderosas executivas puseram mais lenhadouble blaze appuma fogueira onde já queimam as opiniões da especialistadouble blaze apppolítica da Universidadedouble blaze appPrinceton, e mãedouble blaze appdois adolescentes, Anne-Marie Slaughter.
Em meados do ano passado, Slaughter, recém-saída da direçãodouble blaze appPlanejamentodouble blaze appPolíticas do Departamentodouble blaze appEstado no governo Obama, escreveu um artigo argumentando que ''as mulheres ainda não podem ter tudo''.
Nadouble blaze appexperiência, argumentou, os interessesdouble blaze appuma mãedouble blaze appdois adolescentes edouble blaze appuma alta autoridade do governo americano simplesmente não são compatíveis.
Especialistas estão chamando este debate polarizadodouble blaze appum ''cabo-de-guerra'', cujo resultado, se é que haverá um resultado claro, ainda está longedouble blaze appser indicado.
No ínterim, Sandberg, do Facebook, saiudouble blaze appdefesadouble blaze appMayer, afirmando que a executiva do Yahoo! não estaria sendo tão criticada pordouble blaze appdecisão – que zela pela saúde financeira da empresa que ela preside – se ela fosse homem.
Uma capa da revista <i>Time</i> sobre Sandberg e seu livro estampa os dizeres: ''Não a deteste por ela ser bem-sucedida'', titula o semanário.
Como a executiva, os editores da revista sabiam onde estavam pisando.