O que é petróleo sintético, arma contra aquecimento global:1xbet 1 apk

O interesse pelos combustíveis sintéticos aumenta1xbet 1 apkmomentos como este,1xbet 1 apkque a busca por alternativas para os combustíveis tradicionais é mais urgente do que nunca.

Para que o aquecimento do planeta não supere 1,5°C sobre as temperaturas da era pré-industrial, é preciso que as emissões1xbet 1 apkdióxido1xbet 1 apkcarbono (CO2) liberadas pela queima1xbet 1 apkcombustíveis fósseis sejam reduzidas1xbet 1 apk45% até o ano 2030, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC, na sigla1xbet 1 apkinglês).

O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, advertiu este ano1xbet 1 apkdiversas mensagens que "estamos caminhando rapidamente para um desastre climático".

Mas Guterres também destacou que a transição para energias renováveis "oferecerá esperança para milhões1xbet 1 apkpessoas" prejudicadas pelas mudanças climáticas.

Os combustíveis sintéticos podem ser parte da solução? A BBC News Mundo — o serviço1xbet 1 apkespanhol da BBC — pesquisou o que são os combustíveis sintéticos, até que ponto eles são realmente verdes e se representam uma resposta viável para o aquecimento global.

O que são os combustíveis sintéticos?

Quimicamente, os combustíveis sintéticos e os1xbet 1 apkorigem fóssil são iguais. Ambos são hidrocarbonetos.

"Os hidrocarbonetos são moléculas formadas por hidrogênio e carbono", segundo Carlos Calvo Ambel, especialista1xbet 1 apktransporte e energia da ONG Transport and Environment, com sede1xbet 1 apkBruxelas, na Bélgica.

"Normalmente, o que se faz é extrair o petróleo da terra, refiná-lo e gerar produtos diferentes, como a gasolina, o diesel e o querosene", segundo Calvo Ambel. Mas, no caso do combustível sintético, o hidrogênio e o carbono necessários provêm1xbet 1 apkoutras fontes.

O hidrogênio, por exemplo, é obtido separando-se os componentes da molécula1xbet 1 apkágua — hidrogênio e oxigênio —1xbet 1 apkum processo que utiliza eletricidade, chamado eletrólise. "Você separa essa molécula1xbet 1 apkágua1xbet 1 apkhidrogênio e oxigênio e fica com o hidrogênio", explica Calvo Ambel.

Já o carbono necessário pode ser obtido1xbet 1 apkdiversas fontes. "Você pode recolher da chaminé1xbet 1 apkuma fábrica que está descartando CO2 ou capturá-lo diretamente do ar", acrescenta ele. "E você também divide esse CO21xbet 1 apkcarbono e oxigênio e fica com o carbono."

Posteriormente,1xbet 1 apkoutro processo industrial, é possível unir o hidrogênio e o carbono, sintetizando-os uma cadeia1xbet 1 apkhidrocarboneto. "Desta forma, você gera artificialmente uma molécula que é exatamente igual à do diesel, da gasolina ou do querosene tradicional", ensina o especialista.

Os combustíveis sintéticos são verdes?

Para que os combustíveis sintéticos sejam sustentáveis, "é fundamental que todo o processo seja feito com eletricidade renovável", segundo Calvo Ambel. "Se não se utilizar eletricidade renovável, o processo não é limpo."

Da mesma forma que no caso dos combustíveis tradicionais, quando os combustíveis sintéticos são queimados, eles liberam CO2 na atmosfera — um dos principais gases do efeito estufa, que causa as mudanças climáticas.

Por isso, para poder realmente falar1xbet 1 apkum processo sustentável, o carbono deve ser proveniente1xbet 1 apkCO2 capturado do ar, segundo Calvo Ambel.

"Se você capturar o CO2 da atmosfera e, ao queimar o combustível sintético, volta a descarregá-lo na atmosfera, o valor é neutro - não há contaminação adicional", explica ele.

No caso do pequeno avião que estabeleceu um recorde para o livro Guinness, o combustível foi produzido usando apenas energia renovável, segundo Nilay Shah, professor1xbet 1 apkEngenharia do Imperial College1xbet 1 apkLondres e um dos fundadores da Zero Petroleum.

Qual a extensão da produção atual?

A quantidade1xbet 1 apkcombustíveis sintéticos produzida atualmente "é reduzida", segundo Calvo Ambel, mas esse processo pode ser acelerado.

Além da Zero Petroleum, a lista1xbet 1 apkempresas que trabalham no desenvolvimento1xbet 1 apkcombustíveis sintéticos inclui, por exemplo, a Fulcrum BioEnergy, uma empresa americana que está construindo uma refinaria no Estado1xbet 1 apkNevada.

Neste caso, o carbono não virá da captura1xbet 1 apkCO2 do ar, mas do metano produzido pela decomposição1xbet 1 apkresíduos municipais.

Já a empresa chilena HIF Global (abreviação1xbet 1 apkHighly Innovative Fuels, ou Combustíveis Altamente Inovadores) tem projetos no Chile, nos Estados Unidos e na Austrália. Em 2021, a HIF começou a construir uma fábrica1xbet 1 apkdemonstração chamada Haru Oni a cerca1xbet 1 apk15 km ao norte do Cabo Negro, na região do Estreito1xbet 1 apkMagalhães e da Antártida.

"Haru Oni é a fábrica1xbet 1 apkdemonstração da HIF que produzirá combustíveis neutros1xbet 1 apkcarbono (eCombustíveis), graças aos fortes ventos da Patagônia, com tecnologia1xbet 1 apkponta. No momento, 70% da fábrica estão construídos, e espera-se iniciar a produção1xbet 1 apkeCombustíveis no final deste ano", segundo informou a HIF Global.

O hidrogênio será obtido por meio1xbet 1 apkeletrólise da água e o CO2, por meio1xbet 1 apkcaptura do ar, segundo acrescentou a empresa. A meta é sintetizar metanol e, a partir dele, obter "uma gasolina que poderá ser empregada nos veículos atuais, sem nenhuma modificação".

Por outro lado, a multinacional espanhola1xbet 1 apkenergia e petroquímica Repsol "começou,1xbet 1 apkmaio deste ano, a construir no porto1xbet 1 apkBilbao [na Espanha] uma das maiores fábricas1xbet 1 apkcombustíveis sintéticos do mundo", informou a Repsol por escrito à BBC News Mundo.

Segundo a Repsol, a fábrica "contará com um eletrolisador1xbet 1 apk10 MW para produzir 2,1 mil toneladas1xbet 1 apkcombustível por ano, principalmente para aviões, navios e caminhões. O plano da Repsol é inaugurar essa fábrica1xbet 1 apkcombustíveis sintéticos1xbet 1 apk2024."

Os combustíveis sintéticos são uma solução viável para os automóveis?

O especialista1xbet 1 apkmudanças climáticas da Universidade1xbet 1 apkExeter, no Reino Unido, James Dyke acredita que não é justificável recorrer aos combustíveis sintéticos no caso dos automóveis.

"Estamos vendo atualmente um crescimento exponencial dos carros elétricos e um forte aumento1xbet 1 apktoda a infraestrutura1xbet 1 apkrecarga associada. Existe também um possível papel para o hidrogênio como combustível no transporte por rodovia", destaca ele.

Para Calvo Ambel, desenvolver combustíveis sintéticos para automóveis "não faz nenhum sentido".

"Essa quantidade1xbet 1 apkeletricidade pode ser empregada para movimentar um carro elétrico diretamente, sem perdas1xbet 1 apknenhuma parte", segundo ele.

"Ou você pode usar essa eletricidade para capturar o CO2, produzir hidrogênio, fazer a síntese e depois queimá-lo1xbet 1 apkum motor totalmente ineficiente, já que,1xbet 1 apkum motor a diesel ou gasolina, quase toda a energia é perdida na forma1xbet 1 apkcalor."

O Parlamento europeu aprovou1xbet 1 apkjunho a proibição da venda1xbet 1 apknovos carros com motor a combustão (ou seja, a gasolina e diesel tradicional) a partir1xbet 1 apk2035.

Alguns críticos acusam as empresas petrolíferas1xbet 1 apkprometer e incentivar o uso1xbet 1 apkcombustíveis sintéticos1xbet 1 apkautomóveis para retardar a transição para os veículos elétricos e assim manter, pelo maior tempo possível, a venda1xbet 1 apkcarros tradicionais e o consumo dos seus produtos.

A BBC News Mundo apresentou essa crítica à Repsol, que respondeu: "O objetivo é descarbonizar o setor1xbet 1 apktransporte e devemos manter todas as opções disponíveis para reduzir as emissões1xbet 1 apkforma mais rápida e eficaz. Devemos evitar o determinismo e deixar que todas as tecnologias concorram e se complementem entre si".

A Repsol destacou ainda que uma das vantagens do desenvolvimento1xbet 1 apkcombustíveis sintéticos para automóveis é o fato1xbet 1 apkque "esses combustíveis renováveis podem ser consumidos pelos veículos atuais, sem necessidade1xbet 1 apkmodificação dos motores, nem das infraestruturas1xbet 1 apkdistribuição e reabastecimento já existentes, o que permite acelerar a redução das emissões dos carros que já circulam nas estradas, sem precisar esperar a renovação da frota para empregar outras fontes1xbet 1 apkenergia, como a eletricidade ou o hidrogênio".

Com relação às críticas específicas sobre ineficiência, a Repsol salientou que, "quando se fala que o uso1xbet 1 apkeletricidade diretamente para movimentar os veículos é mais eficiente, algumas considerações1xbet 1 apkenorme relevância são deixadas1xbet 1 apkfora".

"Em primeiro lugar, para fornecer eletricidade renovável a um veículo, a produção e o fornecimento da eletricidade devem ser realizados no mesmo instante temporal, e nem sempre é possível garantir que o veículo esteja conectado à rede no momento adequado", segundo a empresa.

A Repsol prossegue: "Em segundo lugar, se for necessário que os veículos a bateria tenham grande autonomia para realizar viagens longas, é preciso fabricar baterias1xbet 1 apkgrande capacidade, que aumentam muito a massa do veículo. Essa massa maior repercute1xbet 1 apkmaior consumo1xbet 1 apkeletricidade para os deslocamentos, prejudicando a eficiência".

"No caso dos combustíveis sintéticos, a maior massa1xbet 1 apkcombustível para percorrer mais quilômetros é insignificante e não prejudica a eficiência do veículo", conclui a empresa.

Os combustíveis sintéticos são uma solução para a aviação?

"O único caso1xbet 1 apkque vemos potencial nos combustíveis sintéticos é o dos aviões. Se quisermos realmente descarbonizar, não existe nenhuma alternativa viável à queima1xbet 1 apkquerosene", diz Calvo Ambel.

Em vez1xbet 1 apkcombustíveis sintéticos, seria possível aumentar a produção1xbet 1 apkbiocombustíveis para descarbonizar a aviação?

Os biocombustíveis, produzidos com a biomassa das plantas, não oferecem solução viável e apresentam grandes riscos, segundo o especialista da ONG Transport and Environment.

"Na Europa, os automóveis queimam todos os dias o equivalente a 15 milhões1xbet 1 apkpães, ao mesmo tempo1xbet 1 apkque temos uma crise alimentar mundial."

"Se você produzir biocombustíveis1xbet 1 apksoja, óleo1xbet 1 apkpalma ou óleo1xbet 1 apkgirassol, tudo isso exige uma quantidade1xbet 1 apkterra bastante considerável", acrescenta Calvo Ambel. "E, como sabemos, isso causa o desmatamento da Amazônia ou do sudeste asiático para produzir óleo1xbet 1 apkpalma. Ou seja, o remédio é pior que a doença."

Com relação ao óleo1xbet 1 apkcozinha utilizado como combustível para aviões, Calvo Ambel acredita que também não seja uma opção viável: "todo o óleo1xbet 1 apkcozinha consumido nos Estados Unidos não atenderia a 1% da demanda1xbet 1 apkquerosene daquele país".

A Transport and Environment defende que,1xbet 1 apk2030, as empresas aéreas "sejam obrigadas a utilizar um percentual — mesmo que pequeno,1xbet 1 apkcerca1xbet 1 apk1% —1xbet 1 apkcombustível sintético, para começar a evoluir pouco a pouco até onde precisamos chegar. Porque o que não podemos é continuar usando querosene por toda a vida", afirma Calvo Ambel.

A produção1xbet 1 apkcombustíveis sintéticos poderia ser escalonada?

Os especialistas ouvidos pela BBC News Mundo concordam ao destacar que tecnicamente é possível aumentar a produção1xbet 1 apkcombustíveis sintéticos. Mas a principal dificuldade é que o aumento dessa produção exigirá grandes quantidades1xbet 1 apkeletricidade1xbet 1 apkorigens renováveis.

"A Europa sabe que, se quiséssemos, por exemplo, movimentar todos os aviões com esse combustível — só os que saem da Europa — seria preciso importar o combustível porque são necessários muitos painéis solares e muitas turbinas eólicas", afirma Calvo Ambel.

"O governo alemão, por exemplo, fez recentemente um acordo1xbet 1 apkcooperação com o Chile neste setor, mas tudo está1xbet 1 apkfase preliminar."

Nilay Shah destaca que aumentar a produção1xbet 1 apkcombustíveis sintéticos para satisfazer às exigências da aviação mundial apresenta diversos desafios. Entre eles, o professor menciona os seguintes:

Shah também relembra que o custo atual do combustível sintético é mais alto que o dos combustíveis fósseis, mas espera-se que ele seja reduzido com o tempo.

O especialista do Imperial College1xbet 1 apkLondres destaca que "precisamos reduzir as emissões1xbet 1 apktodos os setores".

"Alguns setores seguem com mais dificuldade, como a aviação e a propulsão marítima, devido à necessidade1xbet 1 apkcombustíveis com maior quantidade1xbet 1 apkenergia", afirma Shah. "Por isso, é provável que os combustíveis sintéticos sejam fundamentais para satisfazer à demanda1xbet 1 apkenergia desse setor no futuro próximo."

- Texto originalmente publicado1xbet 1 apkhttp://vesser.net/internacional-62073615

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