Volta às aulas: como escola virou um dos maiores focostiger bet7kcoronavírustiger bet7kIsrael:tiger bet7k

tiger bet7k Salastiger bet7kaula pequenas e abarrotadastiger bet7kalunos, ondatiger bet7kcalor extrema e ar-condicionado ao máximo com as janelas fechadas.

Some-se a essa conta um grupo estudantes sem poder usar máscaras por conta do calor, aulas seis vezes por semana, com professores e alunos passando até 40 horas por semana juntos e atividades físicastiger bet7kpleno funcionamento.

Foi assim que uma das escolas mais tradicionaistiger bet7kIsrael funcionoutiger bet7kmaio, quando o país pensava que estava vendo uma queda na curvatiger bet7kcontágio do coronavírus.

Nas semanas seguintes, a escola Gymnasia Ha'ivrit,tiger bet7kJerusalém, foi confirmada como o focotiger bet7kum dos piores surtostiger bet7kcoronavírustiger bet7kIsrael.

Ao todo, 153 estudantes e 25 trabalhadorestiger bet7kensino tiveram covid-19,tiger bet7kum universotiger bet7k1.190 alunos e 162 profissionais. Contando parentes e amigos dessas pessoas fora da escola, o númerotiger bet7kcasos chegou a 260.

O episódio na escola foi considerado um pontotiger bet7kvirada nas políticastiger bet7ksaúdetiger bet7kIsrael para lidar com a covid-19 — e alvotiger bet7kintensa cobertura da imprensa etiger bet7kestudos científicos posteriores que tentam extrair lições sobre o caso, na medidatiger bet7kque muitos países se preparam para reabrir suas escolas.

Uma autoridadetiger bet7ksaúde disse que a reabertura das escolas foi um "fracasso" e desde então o país mudoutiger bet7kestratégia para manter os alunos nas salastiger bet7kaula.

De dois casos para 178

Entre março e maio, Israel conseguiu diminuirtiger bet7kforma significativa o númerotiger bet7kcasos na pandemia. Foram tomadas medidas rígidas, como o fechamentotiger bet7kfronteiras etiger bet7kestabelecimentostiger bet7kensino. O númerotiger bet7kcasos diáriostiger bet7kcoronavírus caiutiger bet7kuma médiatiger bet7kmaistiger bet7k700 por dia para poucas dezenas.

Foi quando as autoridades resolveram reabrir gradualmente as escolas, começando com pré-escolas e os alunostiger bet7kfasetiger bet7kconclusãotiger bet7kcurso.

No dia 17tiger bet7kmaio, todas as escolastiger bet7kIsrael voltaram às aulas, enquanto restaurantes, bares, hotéis e locaistiger bet7kculto religioso também reabriam.

A Gymnasia Ha'ivrit, que tem alunos com idades entre 12 e 18 anos, reabriu no dia seguinte. Os alunos receberam instruçõestiger bet7ktentarem manter o distanciamento social onde possível etiger bet7khigienizarem suas mãos com frequência.

Mas, três dias após a reabertura, Israel passou por uma ondatiger bet7kcalor extrema, com temperaturas acimatiger bet7k40 graus, e as autoridades liberaram os alunos para não usarem máscaras por três dias.

A contaminação

No dia 26tiger bet7kmaio, oito dias depois que a escola reabriu, o primeiro caso foi registrado, com um dos alunos testando positivo para covid-19. Imediatamente, familiares, professores e colegas deste aluno receberam a instrução para se isolar.

No dia seguinte, outro aluno — que eratiger bet7koutra turma e não teve contato com o primeiro estudante — também testou positivo para a doença.

Uma das lições desse episódio é que as autoridades não tiveram tempo para reagir e conter o surto.

Já no segundo exame positivo, a escola foi fechada e as autoridades declararam "statustiger bet7ksurto". No fimtiger bet7ksemana, foi feito um mutirão para testar todos os alunos e profissionais do colégio, mesmo os assintomáticos. Só foram excluídos aqueles que não tinham voltado às aulas desde a reabertura.

Os dados do mutirão surpreenderam a todos: a escola saltoutiger bet7kdois para 178 casos confirmados — 153 deles entre alunos e 25 entre profissionais. Mesmo tendo fechado já no segundo diatiger bet7kque um caso foi confirmado, o vírus já havia se espalhado pelo colégio.

Autoridades passaram a estudar com atenção a escola, monitorando dados por meiotiger bet7kquestionários.

Foi descoberto que a maioria dos alunos doentes (57%) não apresentou sintomas. Entre os trabalhadorestiger bet7kensino, foi o contrário — 76% apresentaram sintomas, como tosse, dortiger bet7kcabeça, febre e dortiger bet7kgarganta.

Também não foi registrada nenhuma morte ou sequer um caso grave na escola. Apenas uma pessoa foi levada à emergênciatiger bet7kum hospital e ninguém precisou ser internado.

Outra revelação interessante é que a doença não foi mais severa entre os alunos mais velhos — contrariando o senso comumtiger bet7kque os mais jovens são menos suscetíveis ao coronavírus.

Entre as crianças com 13 anos, 20% delas tiveram covid-19. Já entre os alunostiger bet7k18 anos, apenas 1,6% deles ficaram doentes. Alunos com 17 anos ou mais não apresentaram sintomas.

O surto foi mais forte entre os alunostiger bet7k15 anos — com 32% deles sendo infectados, dos quais apenas dois não apresentaram sintomas. Os assintomáticos se recuperaram mais rápido que os sintomáticos.

Entre os professores, quatro davam aulas nas quatro salastiger bet7kaula que registraram os maiores surtos.

Lições

O caso provocou indignaçãotiger bet7kmuitos pais. Alguns relataram à imprensa local que professores haviam tossido na salatiger bet7kaula e ainda feito brincadeiras menosprezando a doença.

Dias depois foram diagnosticados com covid-19, bem como os alunos na salatiger bet7kaula.

As autoridadestiger bet7kIsrael decretaram que fechariam todas as escolas que tivessem casostiger bet7kcoronavírus — mesmo que fosse apenas um caso.

Maistiger bet7k240 acabaram fechando, com maistiger bet7k22 mil alunos e professorestiger bet7kquarentena. Muitas só puderam reabrir no finaltiger bet7kjunho.

Israel voltou a registrar casostiger bet7kcoronavírus, com maistiger bet7k2 mil por dia, uma média superior ao do começo da pandemia. A reabertura das escolas foi tida como um dos vilões dessa nova ondatiger bet7kcasos, apesartiger bet7knão ser o único fator.

As autoridadestiger bet7kIsrael acreditam hoje que a reabertura das escolas foi totalmente equivocada.

"Os outros países definitivamente não devem fazer o que nós fizemos. Foi um grande fracasso", disse Eli Waxman o diretor da equipe que aconselha o Conselho Nacionaltiger bet7kSegurançatiger bet7kIsrael sobre a pandemia,tiger bet7kentrevista ao jornal New York Times.

Um estudo publicado por cientistas israelenses na Eurosurveillance, revista científica da agência da União Europeia para prevenção e controletiger bet7kdoenças (ECDC), se debruçou sobre os dados e extraiu lições sobre o surto.

"A prevençãotiger bet7kcovid-19 envolve evitar-se os três 'Cs': espaços fechados com pouca ventilação ("closed spaces",tiger bet7kinglês), lugares lotadostiger bet7kgente ("crowded") e ambientestiger bet7kcontato próximo ("close-contact settings")", escrevem os autores da pesquisa.

Um problema grave neste surto foi a lotação das salastiger bet7kaula. A maior parte das salastiger bet7kaula nessa escola tinha maistiger bet7k30 alunos, quando a médiatiger bet7kpaíses da OCDE étiger bet7k23.

"A prevençãotiger bet7kcovid-19tiger bet7kescolas envolve o ensinotiger bet7kgrupos pequenos e diminuindo a participaçãotiger bet7kestudantestiger bet7katividades que envolvem eles se misturarem entre si", escrevem os autores do estudo.

Outro ponto importante é a resposta rápida. Mesmo que o númerotiger bet7kcasos já estivesse muito alto no momento do fechamento da escola, o tempotiger bet7kreação foi considerado importante para que mais pessoas não fossem contaminadas.

O usotiger bet7kar-condicionado não foi recomendado, com escolas recebendo a recomendaçãotiger bet7kreciclar o ar ao máximo, inclusive com a possibilidadetiger bet7kmanter aulas ao ar livre.

Israel agora adotou várias dessas recomendações e as escolas já estão abertas novamente.

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