Chapablaze evolutionCristina Kirchner ou Macri? Por que as eleições primárias são essenciais para decidir o futuro da Argentina:blaze evolution

Foi o caso das principais chapas, como ablaze evolutionMauricio Macri e seu vice, o senador peronista Miguel Ángel Pichetto,blaze evolution'Juntos por el Cambio' (Juntos pela Mudança), e a do ex-chefeblaze evolutionGabinete da Presidência durante o kirchnerismo (2003-2015), Alberto Fernández, que também é peronista, e a ex-presidente e senadora Cristina Kirchner, 'Frenteblaze evolutionTodos'.

"As duas coalizões, ablaze evolutionMacri e a dos Fernández (Alberto Fernández e Cristina Fernándezblaze evolutionKirchner), reúnem maisblaze evolution70% das intençõesblaze evolutionvoto. E tanto Macri como Cristina têm altos índicesblaze evolutionrejeição. Tem gente que vai votarblaze evolutionMacri porque não quer o retorno do kirchnerismo e tem gente que vai votarblaze evolutionCristina porque não quer a continuidadeblaze evolutionMacri", disse à BBC News Brasil a diretora do Departamentoblaze evolutionCiência Política da Universidadeblaze evolutionBuenos Aires (UBA), Elsa Llenderrozas.

A votação será realizadablaze evolutionmeio a uma forte crise econômica, com inflação alta, aumento nos índicesblaze evolutionpobreza, queda no consumo e sinais incipientesblaze evolutionrecuperaçãoblaze evolutionalguns ramos da economia, a partir da colheita recorde do setor agrícola, definido por economistas como essencial para o país, e a retomadablaze evolutionvendas externasblaze evolutionprodutos símbolos como a carne bovina e a conquistablaze evolutionnovos mercadosblaze evolutionexportações.

O debate eleitoral tem sido pautado pela recessão no governo Macri e a herança econômica do kirchnerismo (2003-2015), que incluiu a falsificaçãoblaze evolutionestatísticas, e as denúnciasblaze evolutioncorrupção envolvendo Cristina Kirchner, que tem uma sérieblaze evolutionprocessos na Justiça, e seus ex-auxiliares diretos, como o ex-vice-presidente Amado Boudou e o ex-ministro do Planejamento, Julio De Vido, que estão presos.

Macri tem criticado o legado do kirchnerismo, enquanto Alberto Fernández e Cristina Kirchner, por outro lado, apontam para a escalada inflacionária e para a degradação social no atual governo.

Para Llenderrozas, "o curioso" é que, apesar da crise econômica, Macri esteja entre os preferidos. "Acho que isto significa que um setor da sociedade está dando prioridade a outras questões", disse.

Na visão do analista político Jorge Giacobbe, da consultoria Giacobbe e Associados, neste ambiente político polarizado, o índiceblaze evolutionabstenção terá um papel fundamental na eleição deste domingo.

"Se a abstenção for mais alta que o esperado, prejudicará a candidaturablaze evolutionMacri, porque os eleitores da chapablaze evolutionCristina irão votar chova ou faça sol, influenciando o climablaze evolutioncampanha para o primeiro turno", disse.

A BBC News Brasil ouviu especialistas sobre a importância das PASO e sobre o cenário eleitoral neste paísblaze evolutionpouco maisblaze evolution40 milhõesblaze evolutionhabitantes, com cercablaze evolution33 milhõesblaze evolutioneleitores, onde o voto éblaze evolutionpapel e a apuração tem duas etapas - uma provisória na noiteblaze evolutiondomingo e outra definitiva que,blaze evolutioneleições anteriores, levou cercablaze evolutionquinze dias.

Confira os principais pontos sobre as primárias na Argentina e o ambiente eleitoral:

1. O que se vota

Os argentinos votarãoblaze evolutionpré-candidatosblaze evolutiondez chapas eleitorais à presidência. Mas, como todas elas já definiram quem são seus representantes, a eleição está sendo vista como uma espécieblaze evolutionprimeiro turno ou uma ampla pesquisa eleitoral, como afirmaram os analistas e consultores políticos Raúl Aragón e Analía del Franco.

Alémblaze evolutionvotar nos candidatos a presidente e vice, os eleitores votam também nos candidatos a governadores das províncias onde as eleições são realizadas, como ablaze evolutionBuenos Aires, que é a maior do país e tem peso no resultado final. São votados ainda os pré-candidatos a ocupar parte do Senado, deputados federais, deputados provinciais, vereadores e prefeitos, como o da cidadeblaze evolutionBuenos Aires.

2. O papel das primárias

As primárias foram questionadas nesta eleição e dividiram opiniões dos analistas.

Para a diretora do Departamentoblaze evolutionCiência Política da Universidadeblaze evolutionBuenos Aires, Elsa Llenderrozas, as primárias continuam sendo importantes no calendário eleitoral argentino. "Elas contribuem para que os partidos e as coalizões se organizem para o primeiro turno e permitem ao eleitor conhecer melhor cada candidato e suas propostas", disse.

Para a consultora política Analía del Franco, as primárias "movimentam o eleitorado" e "influenciam a participação e o resultado do primeiro e do segundo turno".

Aragón, no entanto, diz que "as primárias hoje não adiantam nada."

Nas pesquisasblaze evolutionopinião que realizou, o analista e consultor político Jorge Giacobbe disse que os eleitores mostraram "cansaço"blaze evolutionrelação às primárias, já que os principais candidatos já foram definidos e o calendário eleitoral inclui uma espécieblaze evolutiontrês turnos (primárias, primeiro e segundo turno).

3. A apuração

Ao contrário do Brasil, onde o resultado é conhecido pouco depois do fechamento das urnas, na Argentina a votação e a apuração se parecem com os temposblaze evolutionque não existiam urnas eletrônicas no território brasileiro.

Os fiscais dos partidos acompanham a apuração dos votosblaze evolutioncada uma das maisblaze evolutioncem mil mesas espalhadas pelas escolas do país. Se estãoblaze evolutionacordo com a contagem na mesa, eles assinam uma ata concordando com a contagem. As atas são enviadas ao Correio Argentino onde são computadas para o resultado provisório que deve ser divulgado na noiteblaze evolutiondomingo.

Neste ano, a realização do escrutínio provisório gerou críticas da oposição e Alberto Fernández chegou a sugerir que poderia haver fraude no resultado. A empresa vencedora da licitação para fazer a contagem rápida foi questionada e os primeiros testesblaze evolutionapuração apresentaram falhas, como informou a imprensa local.

Para autoridades do governo Macri, as acusações são "irresponsáveis". Para alguns analistas, como o processo eleitoral "não se modernizou", as "suspeitas" costumam estar presentes nos dias anteriores a votação. O resultado definitivo só deverá ser divulgado dias mais tarde.

4. Pesquisas

Segundo levantamentosblaze evolutionintençãoblaze evolutionvotos, Alberto Fernández e Cristina Kirchner, da coalizão Frenteblaze evolutionTodos, estariam pelo menos 1,5% à frente da chapa formada por Macri e pelo senador peronista Miguel Ángel Pichetto, que já foi aliadoblaze evolutionCristina.

Algumas pesquisas indicam diferençablaze evolutionaté 6% a favor da frente kirchnerista. Outras sugerem empate entre as duas chapas, mostrando que esta eleição poderia ser voto a voto.

"Nas pesquisas que realizamos, a chapa Alberto Fernández e Cristina está na frente da coalizãoblaze evolutionMacri e Pichetto. Masblaze evolutionmaio para cá, Macri recuperou apoio e o governo tem alimentado este climablaze evolutionempate, enquanto o lado peronismo-kirchnerismo diz que ganhará", afirmou o analista Ricardo Rouvier, que há anos realiza pesquisasblaze evolutionintençãoblaze evolutionvotos.

Pesquisa realizada pela Giacobbe e Associados, quinze dias antes da votação deste domingo, indicou que a diferença entre as duas chapas seriablaze evolutiontornoblaze evolution1,5% a favorblaze evolutionFernández eblaze evolutionCristina.

Outros levantamentos, como o da empresa Synopsis, indicaram votação apertadablaze evolution40% para a chapa opositora e 38% para a governista. Aragón, porém, estima cercablaze evolution5%blaze evolutionvantagem para a coalizão da ex-presidente.

As regras eleitorais proíbem a divulgaçãoblaze evolutionpesquisas seis dias antes da votação, o que contribui para o suspense.

Para Elsa Llenderrozas, se a chapablaze evolutionCristina receber maisblaze evolution45% dos votos válidos, será "complicado" para Macri e Pichetto recuperarem terreno no primeiro turno, o que poderia sugerir a vitória da frente opositora kirchnerista.

Na Argentina, para ser eleito presidente, é preciso receber 45% da votação ou 40% e uma vantagemblaze evolutionpelo menos 10% para o segundo colocado, recordou. Para ela, a polarização entre as frentesblaze evolutionMacri eblaze evolutionCristina acabou reduzindo, nos últimos dias, o totalblaze evolutionindecisos. Mas eles também são uma incógnita que pode influenciar no resultado. Pesquisas apontam que os indecisos estariam entre 7% e 10%.

5. Outros candidatos

A polarização entre as chapasblaze evolutionMacri eblaze evolutionCristina eclipsou outras candidaturas, como a do ex-ministro da Economia do kirchnerismo, Roberto Lavagna.

Desde o início ele tinha se mostrado contrário a disputar as primárias com outras pré-candidaturasblaze evolutionsua coalizão política, como apontam agora ex-aliados. Lavagna, porblaze evolutionvez, repudiou a "polarização forçada" e, numa clara mensagem aos opositores Cristina e Macri, criticou o estancamento da economia argentina "que já leva oito anos" - quatro anos do segundo mandato da ex-presidente e os quatro anos do mandato macrista.

Para analistas ouvidos pela BBC News Brasil, a disputa está "centrada" entre Macri,blaze evolutioncentro-direita, e a chapablaze evolutionCristina,blaze evolutioncentro-esquerda, e que acabou gerando "desinteresse" pelos candidatosblaze evolutioncentro, como o ex-ministro da Economia.

"Lavagna não conseguiu formar uma coalizãoblaze evolutioncentro e nossas estimativas apontam que ele deverá ter somente cercablaze evolution8% dos votos", disse Aragón.

6. Como foram as primárias anteriores

Em 2015, a abstenção caiu entre o resultado das primárias e a participação eleitoral no primeiro e no segundo turno, à medida que a polarização entre o então candidato Macri e o candidato da ex-presidente Cristina Kirchner, Daniel Scioli, cresceu.

Em termosblaze evolutiontotalblaze evolutionvotos, Macri perdeu para Scioli nas primárias, mas acabou vencendo a eleição no segundo turno, por margem apertada para Scioli. Entre assessores do governo Macri, existe expectativablaze evolutionque o cenário possa voltar a se repetir neste ano.

Por isso, Macri fez campanha pedindo que os argentinos compareçam às urnas neste domingo. Para eles, a maior presençablaze evolutioneleitores favoreceria Macri, diminuiria a distância para Fernández e aumentaria suas chancesblaze evolutionreeleição.

Na chapablaze evolutionCristina, a expectativa éblaze evolutionvitória na votação deste domingo e nas próximas etapas da eleição.

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