Oposição surpreende e vence primárias na Argentina com larga vantagem:betsul

Alberto Fernández

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Com maior parte das urnas apuradas, chapabetsulAlberto Fernández, que tem ex-presidente Cristina Kirchner como vice, teve 47,4% dos votos contra 32,3% da do atual presidente do país, Mauricio Macri

Caso os números registrados nas primárias voltem a se repetirbetsulfato na eleição, marcada para o próximo dia 27betsuloutubro, Fernández seria eleitobetsulprimeiro turno.

Para isso, ele precisabetsulmaisbetsul45% dos votos ou maisbetsul40% e no mínimo 10 pontos percentuaisbetsulvantagem para o segundo colocado.

"Tivemos um mau resultado e isso nos obriga, a partirbetsulamanhã, a redobrar nossos esforços para que,betsuloutubro, obtenhamos o apoio necessário para continuar a mudança", disse Macri, reconhecendobetsulderrota antes da divulgação dos primeiros resultados preliminares.

Já Fernández comemorou a vitória.

"A Argentina está dando à luz a outro país e, nesse país, o único trabalho que eu e Cristina temos é que os argentinos recuperem a felicidade que perderam", afirmou Fernández.

Corrida eleitoral

Em um climabetsulpolarização eleitoral, os eleitores argentinos foram às urnas no domingo, 11betsulagosto, para votar nas Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO).

Os principais candidatos eram o atual presidente argentino, Mauricio Macri, que tenta a reeleição, e Alberto Fernández, da oposição.

As PASO são a etapa prévia ao primeiro turno da eleição presidencial.

Cercabetsul75% dos eleitores compareceram às urnas, segundo dados oficiais. O voto era obrigatório.

Fernández vinha liderando as pesquisasbetsulbocabetsulurna mais recentes.

A candidatura dele foi uma surpresa para o movimento peronista, já que a expectativa era que Kirchner, que comandou o paísbetsul2007 a 2015, tentasse voltar à presidência.

No entanto, uma sériebetsulinvestigaçõesbetsulcorrupção prejudicou os planos da ex-presidente.

A contagem final dos votos será divulgada pela Justiça Eleitoral a partir desta terça-feira, 13betsulagosto.

As dez chapasbetsulcandidatos a presidente e vice-presidente, bem como as candidaturas a cargos parlamentares nacionais -betsuloutubro, metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado serão renovadas - tinham que obter maisbetsul1,5% dos votos nas primárias para poder concorrer nas eleições gerais no dia 27betsuloutubro. O segundo turno, se necessário, ocorrerábetsul24betsulnovembro.

As primárias foram criadasbetsul2009 com o objetivobetsuldiminuir o númerobetsulcandidaturas nas eleições.

A Argentina vive um períodobetsulforte crise econômica, com inflação alta, aumento nos índicesbetsulpobreza, queda no consumo e sinais incipientesbetsulrecuperaçãobetsulalguns ramos da economia, a partir da colheita recorde do setor agrícola, definido por economistas como essencial para o país, e a retomadabetsulvendas externasbetsulprodutos símbolos como a carne bovina e a conquistabetsulnovos mercadosbetsulexportações.

O debate eleitoral vem sendo pautado pela recessão no governo Macri e a herança econômica do kirchnerismo (2003-2015), que incluiu a falsificaçãobetsulestatísticas, e as denúnciasbetsulcorrupção envolvendo Cristina Kirchner, que tem uma sériebetsulprocessos na Justiça, e seus ex-auxiliares diretos, como o ex-vice-presidente Amado Boudou e o ex-ministro do Planejamento, Julio De Vido, que estão presos.

Macri tem criticado o legado do kirchnerismo, enquanto Alberto Fernández e Cristina Kirchner, por outro lado, apontam para a escalada inflacionária e para a degradação social no atual governo.

Entenda como funcionam as eleições na Argentina

1. Votação

Os argentinos votarambetsulpré-candidatosbetsuldez chapas eleitorais à presidência. Mas, como todas elas já definiram quem são seus representantes, a eleição estava sendo vista como uma espéciebetsulprimeiro turno ou uma ampla pesquisa eleitoral, como afirmaram os analistas e consultores políticos Raúl Aragón e Analía del Franco à BBC News Brasil.

Alémbetsulvotar nos candidatos a presidente e vice, os eleitores votaram também nos candidatos a governadores das províncias onde as eleições são realizadas, como abetsulBuenos Aires, que é a maior do país e tem peso no resultado final. Também foram escolhidos os pré-candidatos a ocupar parte do Senado, deputados federais, deputados provinciais, vereadores e prefeitos, como o da cidadebetsulBuenos Aires.

2. Importância das primárias

As primárias foram questionadas nesta eleição e dividiram opiniões dos analistas.

Para a diretora do DepartamentobetsulCiência Política da UniversidadebetsulBuenos Aires, Elsa Llenderrozas, as primárias continuam sendo importantes no calendário eleitoral argentino. "Elas contribuem para que os partidos e as coalizões se organizem para o primeiro turno e permitem ao eleitor conhecer melhor cada candidato e suas propostas", disse.

Para a consultora política Analía del Franco, as primárias "movimentam o eleitorado" e "influenciam a participação e o resultado do primeiro e do segundo turno".

Aragón, no entanto, diz que "as primárias hoje não adiantam nada."

Nas pesquisasbetsulopinião que realizou, o analista e consultor político Jorge Giacobbe disse que os eleitores mostraram "cansaço"betsulrelação às primárias, já que os principais candidatos já foram definidos e o calendário eleitoral inclui uma espéciebetsultrês turnos (primárias, primeiro e segundo turno).

Cristina Kirchner e Alberto Fernández

Crédito, DANIEL GARCIA/AFP/Getty

Legenda da foto, Alberto Fernández chegou a trabalhar na gestãobetsulCristina, mas renuncioubetsul2008, pouco maisbetsulum ano depois que ela assumiu

3. Apuração

Ao contrário do Brasil, onde o resultado é conhecido pouco depois do fechamento das urnas, na Argentina a votação e a apuração se parecem com os temposbetsulque não existiam urnas eletrônicas no território brasileiro.

Os fiscais dos partidos acompanham a apuração dos votosbetsulcada uma das maisbetsul100 mil mesas espalhadas pelas escolas do país. Se estãobetsulacordo com a contagem na mesa, eles assinam uma ata concordando com a contagem. As atas são enviadas ao Correio Argentino onde são computadas para o resultado provisório que, foi anunciado na noitebetsuldomingo.

Christine Lagarde e Mauricio Macri na reunião do G20betsulnovembrobetsul2018

Crédito, Kevin Lamarque/Reuters

Legenda da foto, Macri e a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde: crise cambial empurrou Argentinabetsulvolta aos braços do fundo

4. Outros candidatos

A polarização entre as chapasbetsulMacri ebetsulCristina eclipsou outras candidaturas, como a do ex-ministro da Economia do kirchnerismo, Roberto Lavagna - que chegoubetsulterceiro e levou 8,3% dos votosbetsuldomingo.

Desde o início, ele tinha se mostrado contrário a disputar as primárias com outras pré-candidaturasbetsulsua coalizão política, como apontam agora ex-aliados. Lavagna, porbetsulvez, repudiou a "polarização forçada" e, numa clara mensagem aos opositores Cristina e Macri, criticou o estancamento da economia argentina "que já leva oito anos" - quatro anos do segundo mandato da ex-presidente e os quatro anos do mandato macrista.

raya