Mais Médicos: Cubanos que ficaram no Brasil após fim do programa relatam dificuldades:jogo do foguete bet
A médica Surizaday Fernández também não quis retornar a Cuba. "Já vinha pensando há muito tempojogo do foguete betromper com Cuba. Não sou uma desertora, porque nunca me interesseijogo do foguete betser militar e nunca fui", conta ela à BBC News Mundo, serviçojogo do foguete betespanhol da BBC.
"Você se cansajogo do foguete betser explorada: você perde anosjogo do foguete betvida, perde tempo com a família, perde muitas coisas."
Apesar disso, Fernandez,jogo do foguete bet31 anos, ficou estupefata ao saber que Cuba estava se retirando do Mais Médicos. "Quando Bolsonaro venceu, eu sabia que Cuba ia nos levarjogo do foguete betvolta, mas não imaginei que seria assim."
Fernández vivia entãojogo do foguete betCunha Porã, um pequeno municípiojogo do foguete betSanta Catarina. Ela já se mudoujogo do foguete betbuscajogo do foguete betum novo emprego. Era o começojogo do foguete betuma odisseia, semelhante àjogo do foguete betmuitos dos seus colegas.
'Todas as portas se fecham para nós', diz médica cubana
Após o anúncio da retiradajogo do foguete betCuba do programa, Bolsonaro disse que os médicos cubanos que desejassem permanecer no país receberiam asilo e poderiam trabalhar se revalidassem seus diplomas. No entanto, a realidade está sendo muito mais complicada, como relata o médico Joan Rodríguez.
"Cheguei ao Brasiljogo do foguete betjunhojogo do foguete bet2017 e estava trabalhando normalmente até o cancelamento da parceria. Aguentei dois meses com o que tinha economizado."
No finaljogo do foguete betdezembro, o governo brasileiro criou um edital para cobrir as 8,5 mil vagas que o governo cubano havia deixadojogo do foguete betaberto.
"Nós, cubanos, pudemos nos inscrever. Mas, na véspera, nosso direitojogo do foguete betcandidatura foi eliminado e nos disseram para ir à Polícia Federaljogo do foguete betcada Estado para pedir refúgio", diz o médico.
Ele conta ter seguido as instruções e, uma vez com o pedidojogo do foguete betrefúgiojogo do foguete betmãos, procurado o Ministério do Trabalho para pedir uma carteirajogo do foguete bettrabalho. Mas o documento não teve muita serventia até agora.
"Quando percebem que somos cubanos e que fomos do Mais Médicos, todas as portas se fecham para nós", lamenta.
"Muitas pessoas, quando descobrem nossa profissão, nos dizem que não podem nos contratar, porque os empregos não estariam à alturajogo do foguete betum médico. Éramos médicos, sim, mas hoje não somos nada. Somos como qualquer um que precisajogo do foguete betum trabalho para sobreviver."
A BBC News Mundo entroujogo do foguete betcontato com o Ministério da Saúde para pedir esclarecimentos, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve resposta.
Yulia Molina,jogo do foguete bet34 anos, esbarrou nos mesmos obstáculos. Ela saiu do Mais Médicos dois anos antesjogo do foguete betCuba se retirar do programa, porque estava grávida e corria o riscojogo do foguete betdar à luz prematuramente. Cuba exigiu que ela voltasse mesmo neste estado delicado.
"Como não queria voltar para não arriscar minha vida ou ajogo do foguete betmeu filho, eles me classificaram como desertora. Eles me deram um ultimato: 'Ou sai ou fica'. Eu fiquei", lembra.
A médica mora no Nordeste e diz que, na região, as coisas são muito mais caras. "Algo que você compra no sul do país por um preço, aqui, eles vendem pelo dobro."
Ela conta estar há dois anos desempregada. "Só quero trabalhar", lamenta. "Criam obstáculos, sem qualquer justificativa. Há uma xenofobia como com qualquer estrangeiro, não só com os cubanos. Antigamente, nos viam como deuses, hoje nos veem como um nada."
Ainda assim, Molina diz ter sorte, já que pelo menos o marido tem um emprego. Ela conhece pessoasjogo do foguete betsituação mais complicada.
"Seijogo do foguete betgente que vivejogo do foguete betuma casa com outras 15 pessoas para conseguir pagar o aluguel, alimentando-se da forma menos saudável possível. São colegas que estão desesperados. Muitos pensamjogo do foguete betsairjogo do foguete betcaravanas."
Sem oportunidades no Brasil, cubanos querem ir para os EUA
Os médicos cubanos com quem a BBC News Mundo conversou dizem que a opçãojogo do foguete betrevalidar o diploma é praticamente inatingível. O principal problema, dizem, é que o governo cubano retém a documentação e, sem isso, o trâmite não anda.
Retornar a Cuba está forajogo do foguete betcogitação para eles. Considerados desertores, estes médicos não podem voltar à ilha por oito anos. Mesmo se o governo cubano abrisse exceções e permitisse seu regresso, os médicos dizem temer o tratamento que receberiam.
Assim, Yulia Molina, Joan Rodríguez, Surizaday Fernández e a maioriajogo do foguete betseus colegas no Brasil estãojogo do foguete betolho nos Estados Unidos.
"Nosso futuro é muito incerto. Percebemos que não podemos ficar aqui. No iníciojogo do foguete betjaneiro, o senador republicano Marco Rubio apresentou a propostajogo do foguete betreabrir um programa nos Estados Unidos que Obama havia fechadojogo do foguete betjaneirojogo do foguete bet2017", conta Rodríguez.
O programa a que ele se refere é o Autorizações para Profissionais Médicos Cubanos (CMPP, na siglajogo do foguete betinglês). Lançadojogo do foguete bet2006, permitia que médicos cubanosjogo do foguete betoutros países (ou seja, que não estavamjogo do foguete betCuba ou nos Estados Unidos) solicitassemjogo do foguete betuma embaixada ou consulado americano permissão para entrar no país.
Em 12jogo do foguete betjaneirojogo do foguete bet2017, Estados Unidos e Cuba assinaram um acordo para normalizar suas políticasjogo do foguete betimigração e, com isso, o CMPP foi encerrado.
Molina tem a mesma esperançajogo do foguete betRodriguez. "A única alternativa real seria a reabertura deste programa. Estamos lutando por isso hoje", diz.
Porjogo do foguete betvez, Fernandez deixa claro que não vai ficarjogo do foguete betbraços cruzados. "Quando optei por não voltar a Cuba, presumi que talvez não praticaria medicina por muito tempo, talvez nunca mais", afirma.
"Espero que o CMPP reabra e eu tenha a oportunidade de, mais tarde, ter uma outra formação. Nos Estados Unidos, eles têm programasjogo do foguete betestudos, mais oportunidadesjogo do foguete betemprego,jogo do foguete betuma vida normal e digna."
"Estudei por seis anos, o que exigiu muito sacrifício e esforçojogo do foguete betmim e da minha família ejogo do foguete betninguém mais. Por isso, não admito que uma pessoa venha me tratar como se fosse lixo. Trabalho com qualquer coisa, seja o que for, desde que seja respeitado."
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