Por dentro da 'prisãoodd apostasluxo' da Noruega, que divide opiniões por tratamento a detentos:odd apostas
“Nós não temos grades. Temos janelas”. É assim que Linn Andreassen, que atua como guarda na prisãoodd apostasHalden, na Noruega, descreve o lugar – conhecido como "a cadeia mais humanizada do mundo".
“Você se sente uma pessoa, não um bicho. Acho isso muito importante”, diz ela.
Halden é considerada “de luxo” por muitos e menina dos olhos do programa norueguêsodd apostasencarceramento, que se diz focado na "reabilitação" dos presos, e não emodd apostas"punição".
Ela está inseridaodd apostasum sistema prisional que passa longe da realidade da superlotação vistaodd apostasoutros países, e que tem, entre outras características, estímulos ao trabalho e à educação dos detentos e instalações carcerárias adequadas.
Neste sentido, os presos do país levam uma vida o mais perto possível do normal: cozinham, estudam e trabalham, por exemplo.
“Para alguns deles, é a primeira oportunidadeodd apostasacesso à educação”, diz Andreassen. “Não é só uma reabilitação, mas também uma habilitação”, acrescenta.
“Nossas medidas e propostas aqui são baseadasodd apostasuma nova vida lá fora, fazendo alguma coisa. Neste sentido, eu acho que Halden é bem-sucedida”.
Baixa reincidência
O sistema prisional do país tem sido alvoodd apostascríticas, pois muitos o consideram demasiadamente brando. Mas é difícil argumentar que não funcione.
Quando os presos deixam a cadeia, a maioria se mantém fora das grades.
A taxaodd apostasreincidência criminal na Noruega era,odd apostas2016,odd apostas20%, a mais baixa do mundo.Em outros países, como o Reino Unido, chegava a 46%, e nos EUA 76% das pessoas que deixavam a prisão voltavam nos cinco anos seguintes.
A baixa taxaodd apostasreincidência é vista como resultado, por exemplo,odd apostaso sistemaodd apostasJustiça enxergar que retirar a liberdadeodd apostasseus cidadãos já é castigo suficiente.
Nesse contexto, os presos têm acesso à educaçãoodd apostasalta qualidade – assim como a oportunidades para trabalhar, receber apoioodd apostassaúde mental e permanecer autossuficientes ao cozinhar suas próprias refeições.
Esse apoio é ainda reforçado pelos guardas da prisão, que estão entre os mais bem treinados do mundo e são encorajados a passar tempo com os detentos.
Outra medida adotada no país foi a contratação arquitetos para redesenhar as prisões a partir do zero – concentrando-seodd apostasdiminuir qualquer tensão ou conflito entre os presos.
Após a libertação, eles recebem, ainda, ajuda para se reintegrar na sociedade – uma vez que lhes é dado suporte para encontrar habitação e emprego.
“É claro que alguém que fez outras pessoas sofrerem deveria sofrer. Mas nós temos que focar na pessoa e no porquêodd apostasisso ter ocorrido. Como podemos fazer dar certo lá fora, para que não aconteçaodd apostasnovo?”, diz Andreassen.
“Eles serão os meus vizinhos, serão os seus vizinhos. E nós queremos que eles ajam da melhor forma possível”.
Comparações com hotel são comuns
Na prisãoodd apostasque ela atua, os detentos ficamodd apostasquartos individuais – equipados com televisor, frigobar, escrivaninha e banheiro privado.
Nas janelas não há grades, mas sim uma vista para um bosque próximo ao complexo.
O local abriga criminosos considerados perigosos – condenados por crimes como homicídio, tráficoodd apostasdrogas e violência sexual.
A unidade foi projetada para abrigar cercaodd apostas250 detentos (dificilmente atinge essa marca) e tem quase 350 funcionários para cuidar deles.
A comparação com um hotel é comum, mas irrita boa parte dos presos.
Semelhante ao que ocorre nas unidades da Apac (Associaçãoodd apostasProteção e Assistência ao Condenado) no Brasil, apenas sentenciados que já estiveramodd apostasoutras prisões dizem sentir-se felizardos por estar lá.
O sistema penitenciário da Noruega já foi descrito por visitantes e analistas como "a utopia das prisões".
E a prisãoodd apostasHalden não é o único exemplo disso.
Na ilhaodd apostasBastoey, ao sulodd apostasOslo, por exemplo, os detentos podem caminhar ao redorodd apostasuma prisão que mais parece um povoado cercado por sítios.
Lá praticam esqui, cozinham, jogam tênis e cartas. Possuem uma praia particular e cuidam da balsa que faz a ligação com a ilha.
Mas nem todos os presos têm acesso a esse tipoodd apostasunidade.
A maioria deles vive, ao menos no começoodd apostassuas condenações,odd apostasinstalações mais próximas do modelo tradicionalodd apostascadeia: espaços com grades nas janelasodd apostasque os prisioneiros passam a maior parte do dia fechadosodd apostascelas.
A maioria dos presos começa a cumprir suas penasodd apostasprisõesodd apostasalta segurança. A transferência a uma prisãoodd apostasmenor segurança é considerada depois com a ideiaodd apostascriar uma transição gradual da prisão à liberdade.
E até o final da sentença os presos também podem ser transferidos a casasodd apostasadaptação, que permitem uma existência mais parecida com a vida normal.
Nesta fase, podem obter algumas "concessões", como viagens para casa.