Por que Israel e o Estado Islâmico não se atacam?:panda poker
Em outras palavras, embora a distância ideológica pareça torná-los "inimigos naturais", Israel e o Estado Islâmico não se atacaram.
O que explica isso?
Distância geográfica
Shlomo Brom, autorpanda pokerum relatório sobre a relação entre Israel e o Estado islâmico e pesquisador do Institutopanda pokerEstudospanda pokerSegurança Nacional ─ centropanda pokerpesquisapanda pokerdefesa sediadopanda pokerTel Aviv ─ diz que parte da resposta está na geografia.
"A maior parte do território sob controle do Estado Islâmico está longepanda pokerIsrael. O único lugar relevante é uma pequena área adjacente à fronteira com a Síria, nas chamadas Colinaspanda pokerGolã. Essa região é controlada por uma organizaçãopanda pokerrebeldes sírios que jurou lealdade ao EI", diz Brom à BBC Mundo, o serviçopanda pokerespanhol da BBC.
"Portanto, não há como o EI causar danospanda pokerIsrael sem uma fronteira comum", acrescenta.
Outros especialistas ouvidos pela reportagem concordam que o fator geográfico é importante para explicar a faltapanda pokerconfrontos diretos.
"A parcela do território controlada pelo EI na fronteira é muito pequena se comparada a outras áreas na Síria e no Iraque", diz Ofer Zalzberg, analista da ONG International Crisis Grouppanda pokerJerusalém.
"O grupo tem recursos limitados e está muito mais focadopanda pokercombater tanto as forças leais ao governo síriopanda pokerBashar al-Assad quanto outros grupos que atuam naquele país, como a Frente al-Nusra (grupo associado à al-Qaeda na Síria e no Líbano)."
"Neste sentido, Israel não é uma prioridade (para o EI). Na verdade, eles (EI) se aproximaram da fronteirapanda pokerIsrael para se proteger dos ataques do governo sírio. Isso porque Assad age com cautela com medopanda pokerque uma ofensiva malsucedida possa respingarpanda pokerIsrael e desestabilizar a região", ele diz a BBC.
E os ataques?
Mas se a distância geográfica explicapanda pokerparte a ausênciapanda pokerum conflito direto, por que Israel não foi alvopanda pokerataques nos moldes dos ocorridospanda pokerParis oupanda pokerNice, ataques organizados pelo EI que deixaram centenaspanda pokermortos?
Entre as razões citadas pelos especialistas está o maior controle da inteligência israelense sobre seu território.
Mas não é só isso.
"Em Israel, estamospanda pokerum ambiente diferente do da Europa", diz Mouin Rabbani, coeditor da revista eletrônica Jadaliyya, publicada pelo Institutopanda pokerEstudos Árabes. "A base social que poderia recrutar militantes do EI é muito menor e aqui é composta quase que exclusivamente por palestinos",
"É diferente da França, por exemplo, onde há uma misturapanda pokernacionalidades", acrescenta.
"Além disso, se você olhar para os palestinos, incluindo os palestinos residentespanda pokerIsrael, eles já têm uma causa identificável e um projeto nacional. Sendo assim, é menos provável que se envolvampanda pokercausas transnacionais, como atentados na Europa ou nos Estados Unidos", explica ele.
Uma exceção à regra tenha sido talvez o ataquepanda pokerjunho deste anopanda pokerTel Aviv, no qual quatro israelenses foram mortos.
Dois dos agressores eram palestinos. Durante o julgamento, eles disseram que haviam "se inspirado na propaganda do EI".
Além disso, há divergências políticas e religiosas entre o grupo palestino Hamas, que controla a Faixapanda pokerGaza, e o Estado Islâmico e essas também limitaram o alcance da influência do grupo extremista sobre os territórios palestinos.
"Eles são adversários. Teologicamente, não só o Hamas, mas também a Irmandade Muçulmana (no Egito), criticam o EI ao dizer que o grupo defende uma interpretação errada do Islã", explica Zalzberg.
"Por outro lado, há uma questão política: o EI está tentando acabar com os Estados árabes e as facções que já existem. Trata-sepanda pokerum projeto político diferente do da Irmandade Muçulmana ou do Hamas, por exemplo", acrescenta o especialista.
Os analistas também apontam para razões estratégicaspanda pokercaráter geopolítico para explicar a faltapanda pokerconfrontos diretos entre Israel e o EI.
A guerra na Síria, por exemplo, é, atualmente, o principal fatorpanda pokerdesestabilização na região. E Israel não está interessadopanda pokerse envolver nesse conflito.
"Os adversários neste conflito são ambos indesejáveis para Israel. Seria como escolher entre 'o ruim e o horrendo'", diz Zalzberg.
"Dessa forma, Israel escolheu não tomar nenhum dos lados, até ser atacadopanda pokerseu território. Isso sim geraria uma retaliação imediata", acrescenta o especialista.
O papel e os interesses israelenses na guerra da Síria não se limitam ao EI.
Diferentementepanda pokerpaíses árabes vizinhos, como o Egito ou a Jordânia, Israel e a Síria nunca firmaram um acordopanda pokerpaz. As colinaspanda pokerGolã, por exemplo, um enclave estratégico reivindicado por Damasco, permanecem sob controle militar israelense e são consideradas um "território ocupado" pela ONU.
Além disso, o governopanda pokerBashar al-Assad está ligado a dois dos principais inimigospanda pokerIsrael na região: o Irã eo grupo xiita libanês Hezbollah, que o próprio Exército israelense já atacoupanda pokerterritório sírio.
"Pode-se dizer que a prioridadepanda pokerIsrael no conflito sírio é ver o regimepanda pokerAssad enfraquecido, mas também que a Síria ─ enquanto sociedade, Estado e capacidade militar ─ também saia enfraquecida", afirma Rabbani.
Estratégia do EI
Por outro lado, a decisão do EIpanda pokernão atacar diretamente Israel, que identifica entre seus inimigos, se devepanda pokerparte à "faltapanda pokercapacidade operacional".
Além disso, uma ofensiva contra o Estado judeu não é "prioridade" na agenda do grupo, explicam os especialistas.
"O EI tem uma frente principal, que é a Síria e Iraque. Uma segunda frente é colocar-sepanda pokerpépanda pokerpaíses altamente instáveis, como a Líbia, ou realizar e promover ataques terroristas com apanda pokermarca", afirma à BBC Mundo Mariano Aguirre, diretor do Centro Norueguês para a Construção da Paz (NOREF), com sedepanda pokerOslo.
"Assim, não faz sentido para eles, militarmente falando, enfrentar um inimigo muito poderoso na região, como Israel", acrescenta.
Rabbani concorda que, para o EI, a prioridade neste momento se concentrapanda pokerseus inimigos mais próximos.
"Pode-se dizer que a Al-Qaeda está mais preocupada com o inimigopanda pokerfora, especialmente os EUA e seus aliados, enquanto que o EI é muito mais preocupado com o inimigopanda pokerdentro, que são os regimes da região", explica o analista.
"Para este grupo extremista, a prioridade não é atacar Israel e "palestinos moderados". Nem mesmo derrubar o regimepanda pokerDamasco. Sua prioridade é a consolidação e a expansão do território sob seu controle", conclui.