A herdeiracasas praia do cassino8 anos que abandonou fortuna para se tornar monja:casas praia do cassino
Estudiosos das religiões afirmam que o númerocasas praia do cassinojainistas que renunciam ao mundo material vem aumentando rapidamente ao longo dos anos, mas os casos que envolvem crianças jovens como Sanghvi não são comuns.
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A cerimôniacasas praia do cassinoquarta-feira (18/01) ocorreu na cidadecasas praia do cassinoSurat, no Estadocasas praia do cassinoGujarat (oeste da Índia).
Nela, Devanshi Sanghvi fez os votoscasas praia do cassinorenúncia - diksha - na presençacasas praia do cassinoimportantes monges jainistas. Estavam presentes dezenascasas praia do cassinomilharescasas praia do cassinopessoas.
Acompanhada pelos pais, ela chegou ao local da cerimônia na áreacasas praia do cassinoVesu,casas praia do cassinoSurat, usando joias, roupascasas praia do cassinofina seda e uma coroa cravejadacasas praia do cassinodiamantes sobre a cabeça.
Após a cerimônia, ela se reuniu com as outras monjas, já vestida com um sári branco que também cobriacasas praia do cassinocabeça raspada.
Nas fotografias, ela é vista segurando uma vassoura que agora irá usar para afastar insetos do seu caminho e evitar que pise neles por acidente.
Desde então, Sanghvi moracasas praia do cassinoUpashraya, um monastério onde vivem monges jainistas.
"Ela não pode mais ficarcasas praia do cassinocasa, seus pais não são mais seus pais, ela agora é Sadhvi [monja]", afirma Kirti Shah, comerciantecasas praia do cassinodiamantescasas praia do cassinoSurat, amigo da família e também um político local do Partido do Povo Indiano, um dos principais do país.
"A vidacasas praia do cassinouma monja jainista realmente é austera", segundo ele.
"Agora, ela precisará andar para ir a todos os lugares, nunca poderá tomar nenhum tipocasas praia do cassinotransporte, irá dormir sobre um lençol branco no chão e não poderá comer depois do pôr-do-sol."
A família Sanghvi pertence à única das quatro seitas jainistas que aceita crianças como monges. As demais admitem apenas adultos.
Os paiscasas praia do cassinoDevanshi Sanghvi são conhecidos por serem "extremamente religiosos" e a imprensa indiana citou amigos da família contando que a menina tinha "inclinação para a vida espiritual desde que era bebê".
"Devanshi nunca assistiu à televisão, ao cinema, nem frequentou shoppings e restaurantes", segundo o jornal Times of India. "Desde muito jovem, Devanshi reza três vezes por dia e chegou a jejuar com dois anoscasas praia do cassinoidade."
Um dia antes da cerimôniacasas praia do cassinorenúncia, a família organizou uma enorme procissãocasas praia do cassinoSurat para celebrar a ocasião. Milharescasas praia do cassinopessoas assistiram ao espetáculo, enquanto camelos, cavalos, carroscasas praia do cassinoboi, bateristas e homens com turbantes carregando dosséis andavam pelas ruas, com dançarinos e outros artistas apresentando-se sobre pernascasas praia do cassinopau.
Devanshi Sanghvi ecasas praia do cassinofamília sentaram-secasas praia do cassinouma carruagem puxada por um elefante, sob uma chuvacasas praia do cassinopétalascasas praia do cassinorosas jogadas pela multidão.
Foram também organizadas procissõescasas praia do cassinoMumbai, na Índia, ecasas praia do cassinoAntuérpia, na Bélgica, onde os Sanghvis mantêm negócios.
Embora a comunidade jainista apoie a prática, a renúnciacasas praia do cassinoSanghvi gerou um debate no país. Muitas pessoas perguntaram por que a família não pôde esperar até que ela atingisse a idade adulta para tomar decisões tão importantescasas praia do cassinoseu nome.
Shah foi convidado para a cerimôniacasas praia do cassinodiksha, mas não compareceu. A ideiacasas praia do cassinouma criança renunciar ao mundo o deixa desconfortável. Ele insistiu que "nenhuma religião deveria permitir que crianças se tornassem monges".
"Ela é uma criança, o que ela entende sobre tudo isso?", questiona ele. "As crianças não podem decidir nem mesmo o currículo que irão estudar na escola antes dos 16 anoscasas praia do cassinoidade. Como elas podem tomar uma decisão sobre algo que trará impactos sobre toda acasas praia do cassinovida?"
Quando uma criança que renuncia ao mundo é divinizada e celebrada pela comunidade, tudo pode parecer uma grande festa para ela. Mas a professora Nilima Mehta, consultoracasas praia do cassinoproteção infantilcasas praia do cassinoMumbai, afirma que "as dificuldades e as privações que a criança irá enfrentar são imensas. A vida como monja jainista é muito, muito difícil."
Muitos outros membros da comunidade também expressaram preocupação com a separaçãocasas praia do cassinouma criança dacasas praia do cassinofamília com tão pouca idade. E, desde que surgiu a notícia, muitas pessoas foram às redes sociais para criticar a família, acusando os Sanghviscasas praia do cassinoviolar os direitoscasas praia do cassinosua filha.
Shah afirma que o governo precisa se envolver e proibir essa práticacasas praia do cassinorenúncia ao mundo por crianças. Mas não é muito provável que isso aconteça.
Consultei o escritóriocasas praia do cassinoPriyank Kanungo, chefe da Comissão Nacionalcasas praia do cassinoProteção dos Direitos da Criança (NCPCR, na siglacasas praia do cassinoinglês), para saber se o governo iria tomar alguma medida sobre o casocasas praia do cassinoDevanshi Sanghvi. O escritório respondeu que Kanungo não queria comentar o assunto por se tratarcasas praia do cassinoum "tema sensível".
Mas os ativistas afirmam que os direitoscasas praia do cassinoDevanshi Sanghvi foram violados.
Para os que afirmam que acriança se tornou devota "porcasas praia do cassinolivre vontade", Mehta indica que "o consentimentocasas praia do cassinouma criança não é consentimento legal".
"Legalmente, 18 anos é a idadecasas praia do cassinoque alguém toma uma decisão independente", afirma ela. "Até lá, as decisõescasas praia do cassinoseu nome são tomadas pelos adultos, como seus pais, que precisam levarcasas praia do cassinoconta se é o melhor para os interesses da criança."
"E, se essa decisão privar a criançacasas praia do cassinoter educação e recreação, é uma violação dos seus direitos", conclui Mehta.
Já Bipin Doshi, professorcasas praia do cassinofilosofia jainista da Universidadecasas praia do cassinoMumbai, afirma que "você não pode aplicar princípios legais no mundo espiritual".
"Alguns estão dizendo que uma criança não é suficientemente madura para tomar essas decisões, mas existem crianças com melhores capacidades intelectuais que, ainda jovens, podem chegar muito mais longe do que os adultos. Da mesma forma, existem crianças com inclinação espiritual e, neste caso, o que hácasas praia do cassinoerrado se eles se tornarem monges?", questiona ele.
Doshi também insiste que Devanshi Sanghvi não está sendo sofrendo nenhum prejuízo.
"Ela pode ser privada do entretenimento tradicional, mas isso é realmente necessário para todos? E não concordo que ela será privadacasas praia do cassinoamor ou educação", afirma ele. "Ela irá receber amor do seu guru e aprenderá a honestidade e o desapego. Não é melhor?"
Doshi também destaca que, caso Devanshi Sanghvi mudecasas praia do cassinoideia mais tarde e ache que "tomou uma decisão errada sob os efeitos hipnotizadores do seu guru", ela sempre poderá voltar para o mundo.
Neste caso, Mehta pergunta por que não deixar que ela decida quando for adulta.
"As mentes jovens são impressionáveis e,casas praia do cassinoalguns anos, ela pode achar que não é a vida que ela quer", afirma Mehta. Ela acrescenta que tem havido casoscasas praia do cassinomulheres que mudaramcasas praia do cassinoideia depois que cresceram.
Mehta conta que, alguns anos atrás, ela lidou com o casocasas praia do cassinouma jovem monja jainista que havia fugido do seu monastério porque estava muito traumatizada. Outra menina que se tornou devota com nove anoscasas praia do cassinoidade causou um certo escândalocasas praia do cassino2009, quando fez 21 anoscasas praia do cassinoidade, fugiu e se casou com o namorado.
No passado, também foram apresentadas petições à justiça, mas Mehta afirma que qualquer reforma social é um desafio, devido à sensibilidade envolvida.
"Não é só entre os jainistas", segundo ela. "Meninas hindus casam-se com divindades e se tornam devadasis [servascasas praia do cassinodeuses - embora esta prática tenha sido proibidacasas praia do cassino1947] e meninos entram para akhadas [centros religiosos]. No Budismo, crianças são enviadas para vivercasas praia do cassinomonastérios como monges."
"As crianças sofremcasas praia do cassinotodas as religiões, mas questionar a situação é blasfêmia", afirma Mehta. Para ela, as famílias e as sociedades precisam aprender que "uma criança não écasas praia do cassinopropriedade".