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Varíola dos macacos: 10 razões para otimismo:
Sem dúvida, a situação indica que estamos no iníciouma possível epidemia e que é importante conscientizar a sociedade, fornecer orientação técnica, fortalecer e apoiar os sistemasvigilância e diagnóstico, alémprevenir o desenvolvimento do surto, proteger os agentessaúde e informar sobre as características da doença.
É necessário estaralerta e ser cauteloso. Mas, felizmente, nem tudo são más notícias. A seguir, veja alguns motivos para ter otimismorelação à doença.
1. É um vírus conhecido
Não estamos lidando com um novo e desconhecido agente patogênico. O vírus foi descoberto1958, quando dois surtosuma doença semelhante à varíola ocorreramcolôniasmacacos mantidas para finspesquisa.
O primeiro caso humanovaríola dos macacos foi relatadoagosto1970, na República Democrática do Congo. Desde então, o vírus foi estudado e os casos e surtos que ele causou foram monitorados.
2. É um vírus relativamente estável
A varíola dos macacos é um vírusDNA relativamente grande, que sofre mutações a uma taxa mais lenta do que os vírusRNA, como coronavírus ou vírus influenza. Os vírusDNA têm sistemas melhores para detectar e reparar mutações do que os vírusRNA, o que significa que é improvável que o vírus da varíola dos macacos tenha sofrido mutações repentinas oualta taxa para alcançar uma relevante transmissão humana ou manifestar alta variabilidade.
Isso significa que, uma vez superada a doença, o indivíduo adquire imunidadelongo prazo contra o vírus. Dois grupos genéticos do vírus da varíola dos macacos foram identificados até o momento: o clado da África Ocidental e o clado da África Central.
Ambos estão geograficamente separados e têm diferenças epidemiológicas e clínicas definidas. A sequênciaDNA mostra que o vírus que causa o surto atual é um tipo leve que circula na África Ocidental e está intimamente relacionado aos vírus da varíola dos macacos, detectados no Reino Unido, Cingapura e Israel2018 e 2019.
3. Parte da população mundial já possui algum grauimunidade
O vírus da varíola dos macacos, o da varíola humana e o vírus vaccinia são orthopoxvirus intimamente relacionados. O sucesso da campanhavacinação contra a varíola fez com que a doença fosse declarada erradicada1980.
Dados históricos sugerem que a vacina contra varíola tem uma eficácia85%. Então, as pessoas que foram vacinadas contra varíola, que são grande parte daquelas com mais45 anosidade, são menos vulneráveis ao vírus.
4. Sabemos como a doença é transmitida
A transmissão zoonóticaanimal para humano pode ocorrer através do contato direto com sangue, fluídos corporais, membranas mucosas ou lesões cutâneasanimais infectados. Comer carne crua ou mal cozidaanimais infectados é um fatorrisco. A transmissãoanimal para humano também pode ocorrer atravésuma mordida ou arranhão.
O vírus também entra no corpo atravésrupturas na pele (mesmo que sejam insignificantes), no trato respiratório ou nas membranas mucosas.
A transmissãopessoa para pessoa pode ocorrer por meio do contato próximo, por meiopartículasgotículas e secreções respiratórias, alémlesões na peleuma pessoa infectada ou objetos recentemente contaminados. A transmissão também pode ocorrer através da placenta da mãe para o feto ou durante o contato próximo durante e após o nascimento.
Conhecer as viastransmissão permite estabelecer medidasprevenção eficazes.
5. A transmissãohumano para humano é considerada moderada e pouco eficiente
Esta é a primeira vez que cadeiastransmissão da doença foram relatadas na Europa, sem ligações epidemiológicas conhecidas com a África Ocidental ou Central. Os meiostransmissão mais prováveis da doença são por meiogotículas e/ou contato com lesões infectadas.
A maioria dos casos relatados na Europa ocorreuhomens jovens. Muitos deles dizem fazer sexo com homens. A transmissão entre parceiros sexuais é aumentada devido ao contato íntimo durante a relação sexual com lesões cutâneas infecciosas. A probabilidadetransmissão entre indivíduos sem contato próximo é considerada baixa.
6. A manifestação clínica da varíola dos macacos é geralmente leve
A varíola dos macacos é geralmente uma doença autolimitada, com sintomas que duram entre duas a quatro semanas. Historicamente, a taxamortalidadecasosvaríola no contexto africano variouzero a 11% na populaçãogeral.
A mortalidade é maiorcrianças, adultos jovens e pessoas imunossuprimidas.
O clado da África Ocidental, o tipo identificado até agora na Europa, tem uma taxamortalidadecerca3,6% (estimada a partirestudospaíses africanos).
Casos graves podem ocorrer, mas a maioria das pessoas se recupera da doençaalgumas semanas.
7. Os sintomas da doença são característicos e evidentes
O vírus é fácilrastrear porque, ao contrário do SARS-CoV-2, que pode se espalharforma assintomática, a varíola dos macacos não costuma passar despercebida. Em grande parte, devido às lesões na pele que a doença provoca.
Além disso, os sintomas da varíola dos macacos (febre, dorcabeça intensa, inflamação dos gânglios linfáticos, dores nas costas, dores musculares e fraqueza) facilita o diagnóstico da doença e a detecçãopessoas infectadas.
Do primeiro ao terceiro dia após o aparecimento da febre, aparece uma erupção cutânea característica. Ela atinge o rosto (em 95% dos casos), as palmas das mãos e as solas dos pés (em 75% dos casos). A mucosa oral, genitália e conjuntiva, assim como a córnea, também são afetadas.
A erupção progride sequencialmentemáculas (lesões com base plana) para pápulas (levemente elevadas), vesículas (preenchidas com líquido claro), pústulas (preenchidas com líquido amarelado) e crostas que secam e caem. O númerolesões pode variaralgumas a vários milhares.
8. Existem métodosdetecção rápidos e eficazes
A detecção do DNA do vírus da varíola dos macacos é feita por uma reaçãocadeia da polimerasetempo real, a partirlesões cutâneas suspeitas. Esse processo está bem estabelecidomuitos laboratórios na Europa, América e África. Os especialistas preferem retirar amostrasferidas, secreções nasais e fluidos aspirados a partir da lesão para detectar a doença com mais precisão.
Protocolos recentesPCRtempo real podem diferenciar não apenas o vírus da varíola dos macacosoutros ortopoxvírus, mas também entre os dois clados diferentes.
9. Temos vacinas eficazes
As vacinas originais (primeira geração) contra a varíola não estão mais disponíveis no mundo. Mas foram desenvolvidas novas vacinassegunda e terceira geração, baseadas no vírus vaccinia.
Esses imunizantes demonstram atividade tanto contra a varíola humana como a varíola dos macacos.
As vacinas Acam2000 e Aventis Pasteur Smallpox Vaccine (APSV) são baseadas no vírus vacciniareplicação atenuada. A vacina Jynneos, chamadaImvanex na União Europeia e Imvamune no Canadá, é uma vacinaterceira geração que contém um vírus Ankara vaccinia modificado (MVA-BN), que não se replica no corpo humano, mas é capazprovocar uma poderosa resposta imune contra varíola humana e a varíola dos macacos.
A Jynneos é a única vacina não replicante contra a varíola dos macacos e a varíola aprovada pelo FDA para uso não militar.
10. Existem tratamentos antivirais eficazes
Os medicamentos Cidofovir e o Brincidofovir demonstraram atividade contra o poxvírus,estudos in vitro eanimais. O brincidofovir demonstrou ser um potente inibidor do DNA polimeraseuma ampla variedadevírusDNAfita dupla, como o da varíola dos macacos.
O Tecovirimat (ST-246) também é eficaz no tratamentodoenças induzidas por ortopoxvírus e ensaios clínicoshumanos indicam que a droga é segura e tolerável com apenas pequenos efeitos colaterais. O medicamento é indicado para o tratamento da varíola bovina, varíola dos macacos e varíola humanaadultos e crianças com peso corporal a partir13 kg.
Apesar das boas notíciasrelação à varíola dos macacos, devemos ser cautelosos e permanecer vigilantes porque ainda há perguntas sem resposta. Algumas estão relacionadas com a possibilidadeque o aumento repentinocasos se deva a uma mutação que permite que este vírus seja transmitido mais facilmente do que os do passado,que ele conseguiu se espalhar silenciosamente e que cada um dos focos pode ser rastreado até uma única origem ou a várias simultâneas.
Ainda assim, espera-se que o surto atual não exija estratégiascontenção além daquelas que envolvem da vacinaçãoanel, que rastreia e imuniza todas as pessoas que tiveram contato direto com um infectado.
Raúl Rivas González é ProfessorMicrobiologia na UniversidadeSalamanca, na Espanha.
Este artigo foi publicado no The Conversation. Clique aqui para ler o texto original,espanhol
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