Covid: por que imunidade coletiva pode ser 'utopia' com variantes, segundo especialistas:vaidebet paga mesmo

Mulher segura máscara com mapa mundivaidebet paga mesmofrente ao rosto

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Para alguns especialistas, alcançar imunidadevaidebet paga mesmorebanho contra a doença pode ser 'utopia':

A covid-19 tem se mostrado um desses casos mais complexos. Mesmo com programasvaidebet paga mesmovacinaçãovaidebet paga mesmocurso, o vírus Sars-CoV-2 segue circulandovaidebet paga mesmoalgumas regiões.

Não se pode dizer que a chamada "imunidadevaidebet paga mesmorebanho" tenha sido alcançada e, segundo especialistas consultados pela BBC News Mundo, serviçovaidebet paga mesmolíngua espanhola da BBC, vários são os fatores que tornam improvável que ela o seja.

Independentemente do cenário futuro, contudo, especialistas ressaltam que a vacinação e as medidasvaidebet paga mesmocontrole continuam sendo ferramentas poderosas para se avançar na luta contra a covid-19.

Conheça, a seguir, algumas das razões citadas pelos especialistas que avaliam que a imunidade coletiva contra covid-19 pode ser uma "utopia".

Personas

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Legenda da foto, 'Não devemos entrarvaidebet paga mesmopânico, temos que aprender a conviver com o vírus'

A evolução do vírus

Nos dois anosvaidebet paga mesmopandemia, o Sars-CoV-2 evoluiu para variantes que,vaidebet paga mesmoalguns casos, permitiram que o vírus se tornasse mais contagioso e um pouco mais resistente às vacinas.

O exemplo mais claro é a variante delta, que demonstrou ser pelo menos duas vezes mais transmissível do que o vírus original.

Quanto à ômicron, os primeiros estudos apontam que ela pode ter maior capacidadevaidebet paga mesmoescapar à imunidade.

Até o momento, as vacinas têm se mostrado eficazes na redução significativa do riscovaidebet paga mesmodesenvolver uma forma grave da doença e do riscovaidebet paga mesmomorte.

Pessoas vacinadas, contudo, podem contrair o vírus e transmiti-lo a outras pessoas, ainda quevaidebet paga mesmomenor grau do que as pessoas não vacinadas.

Esse é o primeiro fator complicador.

"Com as vacinas que temos, mesmo que reduzam a transmissão, o conceitovaidebet paga mesmoimunidadevaidebet paga mesmorebanho não faz sentido", diz Salvador Peiró, médico especialistavaidebet paga mesmosaúde pública e pesquisadorvaidebet paga mesmofarmacoepidemiologia da FISABIO, organização espanholavaidebet paga mesmofomento à pesquisa.

Com as taxasvaidebet paga mesmotransmissão observadas com a ômicron, ele acrescenta, a ideia faz ainda menos sentido. Assim, embora as vacinas salvem vidas, elas não conseguem impedir que o vírus continue circulando, mesmo quevaidebet paga mesmomenor escala.

E o fatovaidebet paga mesmoo vírus continuar circulando gera uma segunda complicação: como segue sendo transmitindo, existe a possibilidadevaidebet paga mesmosurgirem novas variantes mais contagiosas, que produzam sintomas mais graves ou driblem o efeito das vacinas.

"Qualquer lugar com grande númerovaidebet paga mesmoinfecções, sejamvaidebet paga mesmovacinados ou não, é uma fonte potencialvaidebet paga mesmonovas variantes", pontua Caroline Colijn, pesquisadoravaidebet paga mesmoepidemiologia e evoluçãovaidebet paga mesmopatógenos da Universidade Simon Fraservaidebet paga mesmoVancouver, no Canadá.

Colijn recorda que o Sars-CoV-2 também infecta animais - assim, outras espécies podem atuar como uma "reserva" do vírus até que,vaidebet paga mesmoalgum momento, ele seja reintroduzidovaidebet paga mesmohumanos.

Pessoa aplica vacinavaidebet paga mesmoidoso

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Legenda da foto, Distribuição desigual das vacinas dificulta controle da pandemia

Proteção decrescente

Outro fator relevante é o fatovaidebet paga mesmoque a imunidade adquirida com a vacina ou após o contato com o vírus diminui com o tempo, conforme indicado pelo Centrovaidebet paga mesmoControlevaidebet paga mesmoDoenças dos Estados Unidos, o CDC.

De acordo com Shabir A. Madhi, reitor da Faculdadevaidebet paga mesmoCiências da Saúde da Universidadevaidebet paga mesmoWitwatersrand, na África do Sul, a resposta imunológica após uma infecção ou a vacinação dura entre seis e nove meses.

Mas esse período pode mudar diante do surgimentovaidebet paga mesmonovas variantes - por isso estão sendo aplicadas dosesvaidebet paga mesmoreforçovaidebet paga mesmodiversos países.

Virus Sars-CoV-2

Crédito, Radoslav Zilinsky

Legenda da foto, Imunidade coletiva se mostrou difícilvaidebet paga mesmoalcançar no caso do Sars-CoV-2

Vacinação desigual

E há a questão da distribuição desigual das vacinas.

Em países como Estados Unidos e Reino Unido, cercavaidebet paga mesmo70% da população já está vacinada com duas doses. Globalmente, contudo, pouco mais da metade da população recebeu pelo menos uma dose.

Nos paísesvaidebet paga mesmorenda mais baixa, apenas 6,3% receberam uma dose,vaidebet paga mesmoacordo com as informações da plataforma Our World in Data.

Isso aumenta o riscovaidebet paga mesmoque o vírus continue a se espalhar e que novas variantes potencialmente perigosas surjam.

"Não vamos superar isso vacinando os países ricos a cada 6 meses", diz Colijn.

"É extremamente importante ter uma visão global e garantir que as vacinas estejam disponíveis e sejam usadasvaidebet paga mesmotodas as partes do mundo."

Em essência, é inútil que um país esteja totalmente protegido enquanto outras regiões do mundo permanecem vulneráveis, porque o vírus não respeita fronteiras.

Pessoasvaidebet paga mesmoum escritóriovaidebet paga mesmomáscara

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Legenda da foto, 'Temos que pensarvaidebet paga mesmoquais medidas estamos dispostos a manter, talvez o usovaidebet paga mesmomáscaras ou testes rápidos'

Utopia

"A imunidadevaidebet paga mesmorebanho para covid-19 é uma utopia", afirma o Mauricio Rodríguez, professor da Faculdadevaidebet paga mesmoMedicina da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).

Segundo ele, a imunidade coletiva se aplica a grupos pequenos ou delimitados.

"O problema da covid é que ela está presentevaidebet paga mesmotodas as faixas etárias,vaidebet paga mesmotodas as populações,vaidebet paga mesmotodos os lugares, o tempo todo", completa.

Qual é a saída?

Segundo os especialistas consultados pela reportagem,vaidebet paga mesmovezvaidebet paga mesmose aspirar à supressão total do vírus, os esforços deveriam ser voltados para que o mundo se habitue a conviver com o vírus, sem que ele represente uma ameaça grave para a humanidade.

O objetivo é que se torne um vírus endêmico, ou seja, continue circulando na população, masvaidebet paga mesmoum nível considerado administrável.

Chegar a esse ponto é o que Peiró chamavaidebet paga mesmo"ter um controle funcional da pandemia".

"Não se tratavaidebet paga mesmoeliminar todos os casos, o que esperamos é ter um quadro com pouquíssimos casos graves", afirma o especialista.

"Não é que as pessoas não sejam infectadas, é que os hospitais não se enchamvaidebet paga mesmocasos graves."

Peiró diz que a ideia é que a covid se pareça cada vez mais com um resfriado.

"O sucesso da pandemia é ver os hospitais vaziosvaidebet paga mesmocasosvaidebet paga mesmocovid."

Mulher empurra seu carrinhovaidebet paga mesmocorredor do supermercado

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Legenda da foto, 'Vacinas nos permitiram combater a pandemia quase sem restrições'

Imunidade na prática

Colijn, porvaidebet paga mesmovez, concorda que é improvável se atingir uma imunidade coletiva, mas afirma que é possível obter uma "imunidade coletiva na prática".

Isso significa que, se as vacinas forem aplicadasvaidebet paga mesmoforma massiva e equitativa, níveis quase normaisvaidebet paga mesmoatividade podem ser alcançados, sem a necessidadevaidebet paga mesmomedidas mais radicais, como os lockdowns.

"Temos que pensarvaidebet paga mesmoquais medidas estamos dispostos a manter para sempre, talvez algumas dessas medidas sejam o usovaidebet paga mesmomáscaras ou testes rápidos."

"Pararvaidebet paga mesmover nossos amigos ou familiares provavelmente não é uma dessas medidas, não podemos fazer isso para sempre."

Para se alcançar essa "imunidadevaidebet paga mesmorebanho na prática" e o "controle funcional da pandemia", os especialistas concordam que é importante priorizar os grupos mais vulneráveis ​​nas campanhasvaidebet paga mesmovacinação.

A ideia é garantir que o maior número possívelvaidebet paga mesmopessoas fique protegida contra doenças graves.

"As vacinas nos permitiram combater a pandemia quase sem restrições", diz Peiró. "Em outras circunstâncias, estaríamos todos trancados, com mais mortes e mais internados. Mas estamos enfrentando a Delta com tudo aberto, isso graças às vacinas."

Esse cenáriovaidebet paga mesmocombinação da vacinação massiva e igualitária manutenção dos cuidados se aproxima da fasevaidebet paga mesmoque a pandemia parece estar entrando.

"Estamosvaidebet paga mesmouma fasevaidebet paga mesmotransição, passandovaidebet paga mesmoum estágiovaidebet paga mesmoemergência para um estágio endêmico, que é quando o vírus estará circulando com mais regularidade", diz Rodríguez.

"Não devemos entrarvaidebet paga mesmopânico, temos que aprender a conviver com o vírus."

Línea

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