Como funciona a milionária indústria da adoção privada nos Estados Unidos:brusque e sport palpite

Uma criança pequena segura a mãobrusque e sport palpiteum adulto

Crédito, Getty Images

"Ela (a agente) disse que os pais adotivos haviam investido tanto dinheiro nisso que simplesmente me processariam para receber o dinheirobrusque e sport palpitevolta", conta Shyanne.

"De repente, você deve levar issobrusque e sport palpiteconsideração antesbrusque e sport palpitecontar a mais alguém", teria dito a agente.

Adoção privada

Uma menina com algumas figurasbrusque e sport palpitepapelãobrusque e sport palpiteadultos nas mãos

Crédito, Ge#

Legenda da foto, Sem regulamentação adequada, segundo açguns, setorbrusque e sport palpiteadoção privada movimenta milhõesbrusque e sport palpitedólares nos EUA

Estima-se que atualmente cercabrusque e sport palpiteum milhãobrusque e sport palpitefamílias estãobrusque e sport palpitebuscabrusque e sport palpiteadoção nos Estados Unidos. E a maioria prefere adotar bebês.

Mas como o númerobrusque e sport palpitebebês no sistema públicobrusque e sport palpiteadoção não atende à demanda, muitos americanos pagam dezenasbrusque e sport palpitemilharesbrusque e sport palpitedólares para realizar o sonhobrusque e sport palpiteserem pais.

Em muitos casos, esse tipobrusque e sport palpitetransação ocorre por meiobrusque e sport palpiteagênciasbrusque e sport palpiteadoção privadas.

"A adoção privada se dá quando uma grávida que não pode ou não quer ser mãe do seu filho toma a decisãobrusque e sport palpitetrabalhar com uma agência ou um terceiro para colocar a criançabrusque e sport palpiteoutra família, masbrusque e sport palpiteforma absolutamente voluntária", explica à BBC Maureen Flatley, especialistabrusque e sport palpitesupervisão e reforma do sistemabrusque e sport palpiteadoção e bem-estar familiar.

E, diferentemente do que acontece no sistema público,brusque e sport palpiteque agências federais supervisionam os processosbrusque e sport palpiteadoção, Flatley diz que o setor privado sofrebrusque e sport palpiteuma séria faltabrusque e sport palpiteregulamentação.

"Se você for comprar um carro, você vai ter mais informações sobre seus direitos legais e quanto custa, do que quando quiser trazer um novo ser humano parabrusque e sport palpitefamília", explica a especialista.

Flatley afirma que o que existe no país é "um cenário cada vez mais preocupante, no qual os pais são pressionados a entregar os filhos".

"Vemos muitas vezes que tudo acaba sendo uma decisão econômica", afirma.

Faltabrusque e sport palpiteinformação

Um coelhinhobrusque e sport palpitepelúcia

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Muitos agentesbrusque e sport palpiteadoção são acusadosbrusque e sport palpitepressionar algumas mães para entregar seus filhos

Shyanne conta que quando a agente do serviço privadobrusque e sport palpiteadoção recomendou que ela entregasse seu bebê para evitar um processo, ela ficou pasma.

"Fiquei tão chocada que só fiquei olhando para a cara dela. Na época, não sabia que poderia conseguir algum tipobrusque e sport palpiteajuda do governo. Sinto que a agência deliberadamente ocultou essa informaçãobrusque e sport palpitemim", diz ela.

E é algo que ela ouviubrusque e sport palpiteoutras mulheresbrusque e sport palpitesituações semelhantes à dela. Mulheres que frequentam gruposbrusque e sport palpiteapoio para compartilhar suas experiências com agências privadasbrusque e sport palpiteadoção.

"São muito poucas as mulheres com quem conversei que não se arrependembrusque e sport palpiteter dado seus filhos para adoção, porque [muitas] percebem quebrusque e sport palpitesituação era apenas transitória e que precisavam apenasbrusque e sport palpiteum pequeno subsídio, ajuda ou algo assim", avalia.

"Em vez disso, é como se essas agências se aproveitassembrusque e sport palpitemulheres vulneráveis".

'Nunca mais vi meu filho'

Um berço vazio

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Muitas mães acabam se arrependendobrusque e sport palpiteterem doado seus filhos

Shyanne lembra que a primeira vez que viu seu filho foi também a última.

Depoisbrusque e sport palpitequase perder a vida durante o trabalhobrusque e sport palpitepartobrusque e sport palpitetrês dias e uma cesariana, a primeira coisa que ela fez ao acordar da anestesia foi pedir para ver o filho.

"Trouxeram uma assistente social e os pais adotivos para meu encontro com ele [o bebê], e os pais adotivos trouxeram os papéis que eu tive que assinar, porque não os deixavam sair [do hospital]".

Menosbrusque e sport palpite24 horas após dar à luz, Shayenne enfrentou uma decisão que mudaria o restobrusque e sport palpitesua vida.

"Eu ainda estava extremamente confusa e tomando muitos medicamentos do hospital. Mas assinei (...), nunca mais vi meu filho."

Regulamentações para o setor privado

Um bebê pegando o dedo indicadorbrusque e sport palpiteum adulto

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O grande númerobrusque e sport palpitecasaisbrusque e sport palpitebuscabrusque e sport palpiteadoção no país tem provocado uma elevação nos custos do processo

Maureen Flatley explica que trabalhou por 25 anos na elaboraçãobrusque e sport palpiteregulamentações que, hoje, regem o sistemabrusque e sport palpiteadoção pública nos Estados Unidos.

No entanto, ela diz que, quando se tratabrusque e sport palpitetrazer essas regulamentações para o sistema privado, tem encontrado resistênciabrusque e sport palpitevários setores.

"Tem havido uma espéciebrusque e sport palpitecampanha cuidadosa da indústriabrusque e sport palpiteadoção... para convencer os legisladoresbrusque e sport palpiteque ter regulamentações federais para adoção seria horrível para a indústria", revela a especialista.

Ela acrescenta que as regulamentações que existem, geralmente a nível estadual, raramente são implementadas ou controladas na questão da adoção.

"Se há boas agências por aí? Claro que há. Mas no fim das contas, tem o dinheiro, e as tarifas que aumentam, e são totalmente desregulamentadas", argumenta Flatley.

Preços astronômicos

Pésbrusque e sport palpitebebê

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Em alguns casos, casais afirmam terem gastado o equivalente a cercabrusque e sport palpiteR$ 400 mil no processobrusque e sport palpiteadoção pelo sistema privado

Mary e o marido John* moram no Estado americanobrusque e sport palpiteOhio. Eles adotaram a filhabrusque e sport palpite2013 por meiobrusque e sport palpiteuma empresa privada — e dizem que querem voltar a adotar.

No entanto, apesarbrusque e sport palpiteterem ficado satisfeitos com o atendimento da agência que os ajudou a adotar a filha, eles afirmam que desta vez vão fazerbrusque e sport palpiteuma forma diferente.

Sobretudo porque o custo total da primeira adoção chegou a US$ 70 mil (aproximadamente R$ 395 mil), quando a média nacional para um processo destes ébrusque e sport palpiteUS$ 25 mil (cercabrusque e sport palpiteR$ 140 mil).

"É o fator custo", diz Mary. "É um pouco demais, por isso tentamos colocar nosso perfil online. Tínhamos uma conta no Instagram. Também estamos experimentando algumas agênciasbrusque e sport palpitepublicidade online. Este é o pontobrusque e sport palpiteque estamos, e tudo começou há pouco maisbrusque e sport palpiteum ano."

Adoção 'online'

Gruposbrusque e sport palpiteredes sociais, como Facebook e Instagram, se tornaram uma nova opção para pessoas interessadasbrusque e sport palpiteadotar ou colocar uma criança para adoção se conectarem. Às vezes, essas conexões são feitas diretamente.

"Há grupos que permitem que você poste uma breve descriçãobrusque e sport palpiteuma vez por mês, para qualquer pessoa que esteja interessadabrusque e sport palpiteencontrar uma família adotiva, e você pode verificar se há famílias que querem falar com você mais profundamente", conta Mary sobrebrusque e sport palpiteexperiência com as redes.

Mas a faltabrusque e sport palpiteregulamentação se estende —brusque e sport palpitemaior grau, inclusive — ao espaço virtual.

"Na verdade, recebemos muitos e-mailsbrusque e sport palpiteadultosbrusque e sport palpitediferentes países do mundo perguntando se podemos adotá-los", acrescenta Mary.

Casal brinca com uma criança pequena ao pôr do sol

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Adoções online têm estimulado esse tipobrusque e sport palpiteatividade

Maureen Flatly diz que esse tipobrusque e sport palpiteinteração direta entre pessoas interessadasbrusque e sport palpiteadotar e pessoas interessadasbrusque e sport palpitecolocar uma criança para adoção por meio da rede social é "uma séria preocupação".

"Estas crianças não são carros, não são aviões, são seres humanos. E a maneira como estão quase sendo negociadas é uma loucura."

Voltar a encontrar

Apósbrusque e sport palpiteexperiência com agências privadasbrusque e sport palpiteadoção, Shyanne Klupp se tornou uma ativistabrusque e sport palpitedefesa da reforma do sistemabrusque e sport palpiteadoção.

Hoje ela tem três filhos e também é mãe adotiva provisória no Estado da Califórnia.

Ela diz que muitas vezes pensa no filho primogênito e se pergunta se um dia terá a oportunidadebrusque e sport palpiteconhecê-lo.

"Tentarei entrarbrusque e sport palpitecontato com ele assim que for possível, mas gostaria que ele tomasse a iniciativa porque no fim das contas, apesarbrusque e sport palpiteestar pressionada, tomei uma decisão errada, e não é culpa dele como tudo acabou", conta Shyanne.

"Só quero que ele saiba que eu o amo, e que amaria tê-lobrusque e sport palpitevoltabrusque e sport palpiteminha vida."

*Os nomes foram alterados para protegerbrusque e sport palpiteidentidade.

Esta história faz parte do programa Business Daily, da BBC World Service. Você pode escutar aqui (em inglês).

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