O que aconteceria com o corpo se a morte ocorresse no espaço:

Legenda do áudio, Em áudio: O que aconteceria com o corpo se a morte ocorresse no espaço

Ao mesmo tempo, as bactériasnosso intestino escapam e se espalham por todo o corpo. Devoram os tecidos moles - a putrefação - e os gases que liberam fazem o corpo inchar. Durante o rigor mortis, os músculos e os tecidos moles são destruídos, emitindo fortes cheiros.

A primeira fotocores da superfícieMarte

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Condições desérticasMarte podem fazer com que tecidos moles do corpo sequem, e talvez o sedimento levado pelo vento corroa e danifique o esqueletoforma semelhante à que vemos na Terra

Esses processosdecomposição são os fatores intrínsecos, mas também existem fatores externos que influenciam o processodecomposição, incluindo a temperatura, a atividadeinsetos, a forma como o corpo foi tratado, enterrado ou processado - assim como a presençafogo ou água.

Sob condições secas, quentes ou frias, pode haver uma dessecação ou mumificação.

Em ambientes úmidos sem oxigênio, pode ocorrer a formaçãoadipocere (uma substância semelhante à cera orgânica), já que a água pode causar a quebra das gorduras por meio do processohidrólise. Este revestimento ceroso pode atuar como uma barreira na parte superior da pele para protegê-la e preservá-la.

Mas, na maioria dos casos, os tecidos moles acabam desaparecendo para revelar o esqueleto. O tecido ósseo é muito mais resistente e pode sobreviver por milharesanos.

Interrompendo a decomposição

Então, o que dizer da morte fora da Terra?

A gravidade diferenteoutros planetas certamente afetaria o estágio de livor mortis. E a faltagravidade no espaço impediria o sanguese acumular e formar as manchas típicas do estágio.

Dentroum traje espacial, o rigor mortis ainda ocorreria, pois é o resultado da cessação das funções corporais. E as bactérias do intestino ainda devorariam os tecidos moles. Mas essas bactérias precisamoxigênio para funcionar adequadamente e, portanto, o fornecimento limitadoar retardaria significativamente o processo.

A primeira pegada na Lua, missão Apollo 11, julho1969.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Na Lua, os corpos podem mostrar sinaisalterações induzidas pelo calor ou pelo congelamento

Micróbios do solo também ajudam na decomposição e, portanto, qualquer ambiente planetário que iniba a ação microbiana, como a secura extrema, aumenta as chancespreservação dos tecidos moles.

A decomposiçãocondições tão diferentes do ambiente da Terra levaria fatores externos a influenciar estruturas como o esqueletoformas bem mais complexas. Quando estamos vivos, o osso é um material vivo que contém tanto materiais orgânicos, como vasos sanguíneos e colágeno, quanto materiais inorgânicosuma estrutura cristalina.

Normalmente, o componente orgânico se decompõe e, portanto, os esqueletos que vemos nos museus são, emmaioria, remanescentes inorgânicos. Massolos muito ácidos, que podemos encontraroutros planetas, pode ocorrer o inverso: o componente inorgânico desaparece, deixando apenas os tecidos moles.

Na Terra, a decomposiçãorestos mortais faz parteum ecossistema equilibradoque os nutrientes são reciclados por organismos vivos, como insetos, micróbios e até plantas. Ambientesplanetas diferentes não terão evoluído para fazer usonossos corpos da mesma maneira eficiente. Insetos e animais necrófagos não estão presentesoutros planetas do nosso sistema.

Mas as condições desérticas e secasMarte podem causar o ressecamento dos tecidos moles, e os sedimentos soprados pelo vento podem corroer e danificar o esqueleto do jeito que ocorreria na Terra.

A temperatura também é um fator chave na decomposição. Na Lua, por exemplo, as temperaturas podem variar120°C a -170°C. Os corpos podem, portanto, mostrar sinaisalteração induzidos pelo calor ou pelo congelamento.

Mas eu acho ser provável que os restos mortais ainda pareçam humanos, já que não ocorreria o processo completodecomposição que vemos aqui na Terra. Nossos corpos seriam "alienígenas" no espaço e talvez devêssemos encontrar uma nova formaprática funerária, que não envolvesse o alto consumoenergiauma cremação nem a escavaçãosepulturasum ambiente inóspito hostil.

*Tim Thompson é reitorCiências da Saúde e da Vida e ProfessorAntropologia Biológica Aplicada na Teesside University.

O texto foi publicado originalmente no The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).

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