Covid: Por que ciência diz que ficarfull from of cbetcasa reduz transmissão, ao contráriofull from of cbettuítefull from of cbetEduardo Bolsonaro:full from of cbet

Eduardo Bolsonaro

Crédito, EPA

Legenda da foto, Eduardo Bolsonaro diz que no lockdown as 'pessoas são condenadas a ficarem confinadasfull from of cbetcasa, aumentando a proliferação do vírus'

full from of cbet O Twitter alertou para possível "publicaçãofull from of cbetinformações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à covid-19"full from of cbetum post do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre "lockdown" e distanciamento social publicado na segunda-feira (12/04).

Eduardo Bolsonaro publicoufull from of cbetseu perfil: "Lockdown é o opostofull from of cbetdistanciamento social. No lockdown as pessoas são condenadas a ficarem confinadasfull from of cbetcasa, aumentando a proliferação do vírus".

Em seguida, o Twitter colocou um aviso no post: "Este tweet violou as regras do Twitter sobre a divulgaçãofull from of cbetinformações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas ao covid-19. No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse público que o tweet permaneça acessível".

A mensagemfull from of cbetEduardo Bolsonaro ainda está no ar, mas é preciso entrar no perfil do deputado e clicar no post marcado pelo Twitter para visualizar o que o deputado escreveu.

As declarações do deputado vão contra o que diz a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre lockdowns.

Tweetfull from of cbetEduardo Bolsonaro

Crédito, Twitter

Legenda da foto, Twitter alertou para 'informações enganosas'full from of cbetpostfull from of cbetEduardo Bolsonaro

O coronavírus se espalha sobretudo atravésfull from of cbetgotículas no ar, quando existe interação próxima entre pessoas.

Ao confinar as pessoasfull from of cbetsuas casas, o lockdown reduz essas interações e aglomerações, diminuindo a disseminação do vírus. Em diversos países da Europafull from of cbetque o lockdown foi usado, houve uma drástica redução no númerofull from of cbetcasos, hospitalizações e mortes.

Três estudos publicados na revista científica The Lancet — um sobre a Itália, um sobre a França e outro sobre o Reino Unido — consideraram que os lockdowns adotados nesses três países forem eficazes para reduzir o númerofull from of cbetcasos e mortes, bem comofull from of cbethospitalizações.

"Medidasfull from of cbetbloqueio superam restrições menos rigorosas na reduçãofull from of cbetmortes cumulativas", afirma o estudo sobre o Reino Unido, publicadofull from of cbetdezembro do ano passado.

Existe a possibilidadefull from of cbetpessoas infectadas com o vírus contaminarem outrasfull from of cbetsuas próprias casas. Essa probabilidade é alta, já que dentro do âmbito familiar a proximidade é grande e por vezes a ventilação do ambiente é precária, o que facilita o contágio.

No entanto, esse tipo "caseiro"full from of cbetcontágio cai drasticamente durante um lockdown, porque as pessoas estão circulando menos pelas ruas e há menos gente trazendo o vírus para dentrofull from of cbetsuas casas. Consequentemente a medida ajuda a conter a pandemia, e não a expandi-la.

Evitar 5 mil mortes diárias

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que um lockdown semelhante ao adotadofull from of cbetoutras grandes democracias ao redor do mundo, como ocorre na Europa, é um caminho-chave para que o Brasil consiga evitar alcançar a marcafull from of cbet5.000 mortes diárias pelo coronavírus.

Em 19full from of cbetmaiofull from of cbet2020, o país atingiu pela primeira vez a marca das mil mortes diárias. Dez meses depois, o país alcançou a casafull from of cbet2.000 óbitos por dia. Em apenas três semanas, este número saltou para 3 mil, no iníciofull from of cbetabril.

Cinco dias depois,full from of cbet06/04, um novo recorde entrava para a história da pandemia: o país perdiafull from of cbet24 horas um totalfull from of cbet4.165 pessoas para a infecção pelo coronavírus.

De acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, não há formafull from of cbetsair da crise sem um lockdown nacional de, no mínimo, três semanas. Eles explicam que, com menos circulação nas ruas, o coronavírus encontra menos pessoas vulneráveis para infectar.

Pessoas que saemfull from of cbetcasa, pegam transporte público e circulam por comércios acabam tendo proximidade com centenasfull from of cbetoutras pessoas. Elas, assim, têm mais chancefull from of cbetencontrar alguém doente e contrair o vírus - esse processofull from of cbetdeslocamentos e interações é chamado por cientistasfull from of cbetcadeiafull from of cbettransmissão da doença.

O lockdown quebra as tais cadeiasfull from of cbettransmissão e impede que ela se espalhefull from of cbetprogressão geométricafull from of cbetcondomínios, ruas, bairros ou cidades inteiras.

Para derrubar as cadeiasfull from of cbettransmissão, os epidemiologistas calculam que seria necessário manter cercafull from of cbet70% dos brasileiros dentrofull from of cbetcasa durante a vigência do lockdown.

"Nesse sentido, a circulação só estaria liberada para trabalhadores essenciaisfull from of cbetverdade, como aqueles que integram os serviçosfull from of cbetsaúde e a cadeia produtivafull from of cbetalimentação", explica a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo.

Custos e benefícios

A OMS diz o contrário do que fala Eduardo Bolsonaro: a entidade afirma que o lockdown pode ser eficientefull from of cbetretardar a transmissão do coronavírus.

O objetivo do lockdown é reduzir o ritmofull from of cbetreprodução do coronavírus, conhecido como "R". Quando o índice "R" está acimafull from of cbet1, a pandemia está se expandindo; quando ele fica abaixofull from of cbet1, ela está diminuindo. O lockdown foi utilizado por diversos paísesfull from of cbetmomentosfull from of cbetque o "R" estava muito acimafull from of cbet1.

Mas a OMS recomenda cautela aos governos que optarem por adotá-la, devido ao impacto que as restrições podem ter na saúde mental das pessoas.

Mulher confinadafull from of cbetcasa

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Reino Unido teve um longo lockdown que começou a ser levantado nesta semana

"Medidasfull from of cbetdistanciamento físicofull from of cbetgrande escala e restriçõesfull from of cbetmovimento, muitas vezes referidas como lockdowns, podem retardar a transmissão da covid-19, limitando o contato entre as pessoas", afirmou a OMSfull from of cbetuma sessãofull from of cbetperguntas e respostas publicada no seu sitefull from of cbet31full from of cbetdezembrofull from of cbet2020.

A entidade recomenda que cada autoridadefull from of cbetsaúde pese os benefícios e custos do lockdownfull from of cbetacordo comfull from of cbetsituação particular.

"No entanto, essas medidas podem ter um impacto negativo profundo sobre os indivíduos, comunidades e sociedades, ao trazer a vida social e econômica quase a uma paralisação. Essas medidas afetam desproporcionalmente os grupos desfavorecidos, incluindo pessoasfull from of cbetsituaçãofull from of cbetpobreza, migrantes, pessoas deslocadas internamente e refugiados, que na maioria das vezes vivemfull from of cbetlocais superlotados e com poucos recursos, e dependem do trabalho diário parafull from of cbetsubsistência", diz a entidade.

"A OMS reconhece que,full from of cbetcertos pontos, alguns países não tiveram escolha a não ser emitir pedidosfull from of cbetpermanênciafull from of cbetcasa e outras medidas para ganhar tempo."

"Os governos devem aproveitar ao máximo o tempo extra concedido pelas medidasfull from of cbetlockdown, fazendo tudo o que puderem para desenvolver suas capacidadesfull from of cbetdetectar, isolar, testar e cuidarfull from of cbettodos os casos; rastrear e colocarfull from of cbetquarentena todos os contatos; engajar, capacitar e permitir que as populações impulsionem a resposta da sociedade e muito mais."

"A OMS espera que os países usem intervenções direcionadas onde e quando necessário, com base na situação local."

A OMS também não usa o termo "distanciamento social", publicado por Eduardo Bolsonaro. A entidade prefere adotar o termo "distanciamento físico", já que a entidade ressalta que é importante que as pessoas continuem socialmente conectadas, ainda que fisicamente distantes, para evitar a disseminação do vírus.

A polêmicafull from of cbettorno do lockdown girafull from of cbettorno dafull from of cbeteficácia e dos seus custos para a população.

Em outubro, milharesfull from of cbetpesquisadores e profissionaisfull from of cbetsaúde assinaram uma carta conhecida como Declaraçãofull from of cbetGreat Barrington.

O grupo pede que as políticasfull from of cbetlockdown se concentrem nos mais vulneráveis, permitindo que pessoas saudáveis sigam suas vidas com mais normalidade.

Eles defendem que manter políticasfull from of cbetrestrição rigorosas até que uma vacina esteja disponível causaria "danos irreparáveis, com os menos privilegiados sendo desproporcionalmente prejudicados".

Mas muitos cientistas e autoridadesfull from of cbetsaúde acreditam que o lockdown é essencial para conter a pandemia. Um estudo do governo britânico indicou que o número "R" caiu para 0,6 após o primeiro lockdownfull from of cbetabril do ano passado.

Ou seja, ao final do lockdown, cada mil pessoas infectadas estavam transmitindo o vírus para outras 600, que o transmitiam para outras 360 e assim por diante — diminuindo o tamanho da pandemia.

No Brasil, restrições vem sendo adotadas por governadores e prefeitos para conter a disseminação do vírus. Diversos Estados adotaram um sistemafull from of cbetsemáforo, com restrições maioresfull from of cbetlugares mais gravemente atingidos pela pandemia.

Mas o governo federal é contra qualquer tipofull from of cbetlockdown. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se manifestou contra a medida neste mês.

"Eu pergunto a você: 'Quem quer lockdown?'. Ninguém quer lockdown. O que nós temos do pontofull from of cbetvista prático é adotar medidas sanitárias eficientes que evitem lockdown, até porque a população não adere a lockdown."

Línea

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