'Nomikai', o costumeblaze investimentosbeber com os chefes que estáblaze investimentosdeclínio no Japão:blaze investimentos

Era, para muitos funcionários, uma formablaze investimentosconhecer melhor os chefes.

Em algumas empresas, entretanto, esses encontros têm se tornado menos frequentes à medida que tem crescido no país a preocupação com abusoblaze investimentospoder - expressão que, nesse caso, engloba desde bullying no ambienteblaze investimentostrabalho até isolamentoblaze investimentosum funcionário ou mesmo agressão física.

"Forçar as pessoas a saírem para beber depois do trabalho pode ser visto como uma formablaze investimentosabusoblaze investimentospoder", afirma Kumiko Nemoto, professorblaze investimentossociologia da Universidadeblaze investimentosEstudos Estrangeirosblaze investimentosKyoto.

"Isso acontecia com frequência no passado. Era parte da cultura corporativa do Japão, mas vem cada vez mais sendo visto como algo impróprio."

O governo anunciou intençãoblaze investimentosinstituir a partir do próximo ano regras concretas para tentar evitar que situações que deveriam serblaze investimentoslazer se transformemblaze investimentosum constrangimento para os funcionários.

A iniciativa é parteblaze investimentosum esforço maior para tentar acabar com comportamentos nocivos que prejudicam a qualidadeblaze investimentosvida dos trabalhadores japoneses, que normalmente cumprem longas jornadas.

Sem uma definição clara do que é ou não aceitável, muitos gerentes e supervisores têm hesitadoblaze investimentosconvidar suas equipes para beber depois do trabalho.

"Eles têm medoblaze investimentosuma eventual repercussão negativa", afirma Kitamura.

'As pessoas estão mais conscientes'

Tem sido assim com Tats Katsuki, gerenteblaze investimentosuma empresa comercial, que prefere não socializar comblaze investimentosequipe após o expediente para não correr o riscoblaze investimentosdescumprir as rígidas regras da companhia que balizam a relação entre chefes e subordinados.

"As pessoas estão preocupadas com todo e qualquer problema nesse sentido, seja abusoblaze investimentospoder, assédio moral ou sexual."

A consciênciablaze investimentosrelação a essas questões tem aumentado especialmente nos últimos cinco anos e "pessoas são demitidas o tempo todo por esse tipoblaze investimentoscoisa", ele acrescenta.

"Funcionários incomodados sempre podem mandar e-mails anônimos para o RH ou deixar cartas na caixablaze investimentosreclamações. As pessoas estão mais atentas e mais prudentes."

Essa realidade é bem distante daquela que o profissionalblaze investimentos47 anos conheceu quando começou a carreira, maisblaze investimentosduas décadas atrás.

Naquela época, diz, "a mentalidade era diferente". Ele saía para beber com colegas pelos baresblaze investimentosTóquio até quatro vezes por semana.

"O chefe chegava e dizia: 'Você está livre agora? Vamos lá'. Não tinha muito como dizer 'não'."

Os colegas também costumavam esticar depoisblaze investimentosjantares com clientes e a bebedeira muitas vezes entrava pela madrugada. Em determinado momento, Katsuki chegou a sentir que estava bebendo demais e tinha dificuldades constantes com a ressaca.

"Mas na época eu achava isso bom, porque você acaba conhecendo bem seu chefe. A gente conversava muito sobre trabalho, mas também sobre muita coisa além do escritório", ressalta.

A geraçãoblaze investimentosKatsuki entrou para a forçablaze investimentostrabalho japonesa depois que a última bolha econômica estourou no país, no início dos anos 1990.

Uma erablaze investimentosexcessos e extravagâncias teve um fim abrupto e deu lugar à chamada "década perdida" do Japão.

A ideiablaze investimentosficar no mesmo emprego até a aposentadoria começou a perder força, à medida que mais trabalhadores cumpriam jornadas reduzidas e as mulheres participavam mais do mercadoblaze investimentostrabalho.

A partir daí, elementos até então tradicionais da cultura corporativa do Japão passaram a ser questionados.

Antesblaze investimentosa bolha estourar, diz o professor Nemoto, da Universidadeblaze investimentosEstudos Estrangeirosblaze investimentosKyoto, beber depois do expediente era quase uma extensão do trabalho.

Quando o mundo do trabalho começou a se transformar, entretanto, as expectativas dos funcionários também mudaram - inclusiveblaze investimentosrelação a seus superiores.

Novas regras

Para Katsuki, hoje, o ambienteblaze investimentostrabalho no Japão é igual a qualquer outro nas grandes metrópoles globais.

Ele diz que a quantidadeblaze investimentosálcool ingeridablaze investimentoseventos sociais tem diminuído e poucos chefes dão um "tapinha no ombro" do subordinado minutos antes do fim do expediente chamando para ir ao bar.

Isso,blaze investimentosparte, seria reflexo do medoblaze investimentosque a atitude fosse percebida como abusoblaze investimentospoder, diz ele.

A experiência do gerente é exemploblaze investimentosuma mudança observada não apenas no Japão, masblaze investimentosdiversos outros paísesblaze investimentosque ainda não se tem segurança sobre o que é apropriado ou não no mundo das relações corporativas.

Katsuki diz que discute o tema com frequência com suas equipes e vem insistindo com as esferas administrativas para que sejam estabelecidos limites mais concretos do que é aceitável e do que está além dos limites.

"Muita gente não sabe, por exemplo, se é problemático falar para uma colega: 'Você mudou seu cabelo'. As pessoas conversam menos porque têm medoblaze investimentosdizer alguma coisa que possa ser interpretada como assédio."

Sentir-se 'excluído'

Enquanto diretores e gerentes tentam navegarblaze investimentoságuas ainda pouco conhecidas neste sentido, funcionáriosblaze investimentosgerações mais jovens reclamam às vezes por se sentirem excluídos.

Para alguns deles, o medo acabou provocando uma precaução exagerada.

Kitamura, que hoje trabalha como gerenteblaze investimentosprojetos na empresablaze investimentospesquisablaze investimentosmercado CarterJMRN,blaze investimentosTóquio, diz que funcionários novos já chegaram a se queixarblaze investimentosque "sentiam que não estavam sendo convidados" para os eventos sociais do trabalho.

"Eles se sentem excluídos. Beber ainda é uma ferramenta social para se conectar com seu diretor ou seu gerente."

No passado, ainda que se sentisse pressionado como recém-chegado para participar dos encontros com os colegas, ele gostavablaze investimentosbeber eblaze investimentosse sentir incluído.

Parissa Haghirian, professorablaze investimentosgestão internacional na Universidade Sophia,blaze investimentosTóquio, ressalta a importância que a bebida e a comida têm para os japoneses como elementoblaze investimentosconvívio social.

"As pessoas gostamblaze investimentosbeber no Japão", ele diz. "Beber e fumar são vistas como coisas que relaxam. Elas não precisam necessariamente ter uma conotação ruim."

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