O que é a 'síndrome do jaleco branco' e como ela atrapalha os diagnósticos médicos:confronto da libertadores 2024
"Seria muito importante identificarmos os pacientes que sofrem disso", ressalta a médica Jordana B. Cohen, uma das pesquisadoras. "Fobias médicas, incluindo medoconfronto da libertadores 2024hospitais, médicos, injeções ou doenças, representam mais da metade das fobias dos pacientes que me procuram", diz à BBC News Brasil o psicólogo britânico Adam Michael Cox, clínico especializadoconfronto da libertadores 2024tratamentoconfronto da libertadores 2024fobias, medos e ansiedades.
"Trata-seconfronto da libertadores 2024uma fobia situacional, que envolve uma avaliação constanteconfronto da libertadores 2024não apenas quem são [os médicos], mas o que eles representam", explica Cox. "Muitas pessoas se sentem insignificantes ou desamparadas quando lidam com figurasconfronto da libertadores 2024autoridade. Há um sentimentoconfronto da libertadores 2024que os médicos têm o poder da vida e da morte."
Para o psicólogo brasileiro Renato Belin Castellucci, especializadoconfronto da libertadores 2024experiênciasconfronto da libertadores 2024transcendência, há várias situações que podem fazer com que uma pessoa sinta essa fobia - e é comum que o quadro, mesmo manifestado na vida adulta, tenha ligação com algum experiência da infância.
"A psicologia nos ajuda a entender que a jornadaconfronto da libertadores 2024cada ser humano é muito única e muito individualiza", pondera ele, à BBC News Brasil. "Isso, na prática, significa que quando analisamos sintomasconfronto da libertadores 2024pessoas diferentes, eles podem ter uma base emocional original muito diversaconfronto da libertadores 2024cada uma delas."
Segundo ele, um fator que pode desencadear a síndrome do jaleco branco é a pessoa ter sofrido algum traumaconfronto da libertadores 2024um atendimento médico. "Pode ser algo simples, como tomar injeção quando criança. E associar a experiência com dor e medo.
Essa reposta inconsciente, segundo o especialista, acaba sendo carregada pela pessoa emconfronto da libertadores 2024memória. E associada a elementos que compõem esse ambiente: as figuras do médico e do enfermeiro, o mobiliárioconfronto da libertadores 2024um postoconfronto da libertadores 2024saúde, os corredoresconfronto da libertadores 2024um hospital, a maca do consultório. "Trata-seconfronto da libertadores 2024uma associaçãoconfronto da libertadores 2024estímulos. A pessoa acaba se condicionando e tendo uma resposta emocional automática,confronto da libertadores 2024formaconfronto da libertadores 2024taquicardia por exemplo", complementa.
Castellucci ressalta que há outras possibilidades, contudo. "A mente humana tem mecanismos muito complexos. Muitas vezes a questão não é exatamente com relação a um trauma médico, mas pode ser o queconfronto da libertadores 2024figura representa no imaginário daquele contexto. Em nossa cultura, por exemplo, é comum associar o médico a um status social hierarquicamente superior na sociedade", exemplifica. "Algumas pessoas criam uma espécieconfronto da libertadores 2024resistência a esse tipoconfronto da libertadores 2024hierarquia. Nesse caso, paciente transfere ao médico essa sensação, aconfronto da libertadores 2024que algo que ela quer evitar."
Há ainda o fatoconfronto da libertadores 2024que muitas pessoas têm aversão a mudanças. E, cientesconfronto da libertadores 2024que um processoconfronto da libertadores 2024cura econfronto da libertadores 2024tratamento configura orientações médicas para mudançasconfronto da libertadores 2024hábitos, inconscientemente pode ser criada uma resistência. "Por isso essa síndrome aparece com frequênciaconfronto da libertadores 2024dependentes químicos. É consequência, nesses casos,confronto da libertadores 2024um temorconfronto da libertadores 2024que haja uma orientação a largar o tipoconfronto da libertadores 2024conduta", afirma.
Por fim, o psicólogo lembra que o meio culturalconfronto da libertadores 2024cada um pode ser um fator desencadeador da síndrome. Seria, por exemplo, o casoconfronto da libertadores 2024uma criança que, ainda sem compreender muito bem, vem a avó sendo tratadaconfronto da libertadores 2024uma doença grave e, depois, morrendoconfronto da libertadores 2024um ambiente hospitalar. "Essa experiência, profundamente negativa, acaba inconscientemente associando o 'ir ao médico' como algo negativo. Como se ir ao médico significasse riscoconfronto da libertadores 2024morrer", diz.
Estudos
Em um estudo conduzido pelo médico Stanley S. Franklin, especialistaconfronto da libertadores 2024doenças cardiovasculares e professor da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, constatou-se que a síndrome, quando não tratada, aumentaconfronto da libertadores 2024forma mais contundenteconfronto da libertadores 2024pacientes mais velhos. A pesquisa constatou que a diferença entre as leiturasconfronto da libertadores 2024pressãoconfronto da libertadores 2024um ambiente hospitalar e fora dele vai se tornando maior quanto mais alta for a idade do paciente.
No trabalho, cujos resultados foram publicadosconfronto da libertadores 20242016, foram analisados 653 pacientes, todos eles com quadroconfronto da libertadores 2024pressão alta. Eles foram acompanhados por 10 anos. Na conclusão do estudo, uma recomendação: que pacientes com quadroconfronto da libertadores 2024hipertensão, sobretudo os idosos e com maior riscoconfronto da libertadores 2024acidentes cardiovasculares, sejam examinados com maior frequência econfronto da libertadores 2024diferentes ambientes - para que o diagnóstico seja resultadoconfronto da libertadores 2024múltiplas aferições.
O alerta é corroborado por um estudo mais recente, desenvolvido pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e publicado no último dia 10 no periódicoconfronto da libertadores 2024pesquisas médicas Annals of Internal Medicine.
Na pesquisa, os cientistas concluíram que aqueles que não tratam a síndrome tem duas vezes mais chancesconfronto da libertadores 2024morrerconfronto da libertadores 2024doença cardíaca do que as pessoas com pressão arterial normal. Em números, a pesquisa indicou 36% mais chancesconfronto da libertadores 2024doença cardíaca, 33% a maisconfronto da libertadores 2024riscoconfronto da libertadores 2024morte e 109% no riscoconfronto da libertadores 2024morte por doença cardíacaconfronto da libertadores 2024pessoas com esse quadro - quando comparados a pacientes sem a síndrome.
Ao mesmo tempo, os pesquisadores concluíram o que já era esperado: que os pacientes com hipertensão por causa da síndrome do jaleco branco costumam ser medicados com anti-hipertensivos desnecessariamente, justamente pelo diagnóstico equivocado. "Advertimos para que não sejam tratados excessivamente indivíduos assim. Pois [a medicação] poderia levar a pressões sanguíneas perigosamente baixas fora do consultório e causar efeitos colaterais desnecessários", pontua a médica Jordana B. Cohen, principal autora da pesquisa.
"Acreditamos que os indivíduos com hipertensão apenas no consultório precisam ser monitoradosconfronto da libertadores 2024perto, para acompanhar se há uma transição entre o quadroconfronto da libertadores 2024hipertensãoconfronto da libertadores 2024casa e do consultório", afirma ela.
Há alternativas que podem ajudar no diagnóstico. Os médicos da Universidade da Pensilvânia, por exemplo, sugerem equipamentosconfronto da libertadores 2024monitoração domiciliar e mesmo dispositivos portáteis que registram leituras automáticas ao longoconfronto da libertadores 202424 horas - podendo, assim, comparar as variaçõesconfronto da libertadores 2024função do ambiente.
No estudo, Cohen aponta que uma das causas para a dificuldadeconfronto da libertadores 2024tais protocolos é que há ainda um ceticismo sobre a importância da síndrome do jaleco branco. A médica analisou 27 estudos anteriores, compilando dadosconfronto da libertadores 202460 mil pacientes, para chegar a suas conclusões. "Está clara a necessidade prementeconfronto da libertadores 2024aumentar o monitoramento da pressão arterial fora dos consultórios. Isso é fundamental para o diagnóstico da hipertensão", conclui a médica.
Em casa
Uma outra pesquisa, realizada pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e publicadaconfronto da libertadores 2024novembro, enfatizou que as mediçõesconfronto da libertadores 2024pressão feitasconfronto da libertadores 2024casas costumam ser mais confiáveis do que as realizadasconfronto da libertadores 2024consultórios ou outros ambientes hospitalares. "Diante das evidências que se acumulamconfronto da libertadores 2024favor do monitoramento da pressão arterialconfronto da libertadores 2024casa, é horaconfronto da libertadores 2024atualizar como o tratamento da hipertensão costuma ser acompanhado", defende.
"Como as evidênciasconfronto da libertadores 2024favor da HBPM (monitoramento da pressão arterialconfronto da libertadores 2024casa) continuam a se acumular, é horaconfronto da libertadores 2024atualizar como a qualidade do tratamento da hipertensão é avaliada e relatada", defendem os pesquisadores Kevin Hwang e Eric Thomas, autores do estudo.
Eles constataram queconfronto da libertadores 202410% a 50% dos pacientes diagnosticados como hipertensos pelo hospital da universidade tinham leiturasconfronto da libertadores 2024pressão dentro do normal, quandoconfronto da libertadores 2024ambiente mais confortável. Hwang e Thomas acreditam que dispositivos domésticos poderiam medir as pressões - e os dados seriam transmitidos pela internet para o médicoconfronto da libertadores 2024cada um.
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