Como a bicicleta empoderou as mulheres e os mais pobres e revolucionou o setor industrial:luva bet ajuda

Imagem mostra homens e mulheres com bicicletas

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Não é exagero afirmar que a bicicleta ajudou a transformar o mundo

Seu nome era Pierre Lallement.

Sem freios nem marchas

O jovem mecânico estava nos EUA havia alguns meses e havia levado consigo uma máquina inventada por ele: uma construçãoluva bet ajudaduas rodas com pedais chamada "velocípede".

Mais tarde, a chamaríamosluva bet ajudabicicleta.

Pierre Lallement a bordoluva bet ajudaum velocípede, modelo inventado que precedeu as bicicletas mais mordernas

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O francês Pierre Lallement patenteou seu "velocípede" nos Estados Unidosluva bet ajuda1866

Lallement patenteouluva bet ajudainvenção, que ainda não tinha marchas nem a corrente das bicicletas modernas. Tampouco freios.

Seu modelo complexo foi rapidamente ultrapassado por outro, o chamado Penny Farthing, que tinha uma roda gigantesca na frente e uma bem pequena atrás - um veículo que não era tranquiloluva bet ajudaguiar, mas que era duas vezes mais rápido que o velocípede.

Eles eram conduzidos quase exclusivamente por jovens destemidosluva bet ajudacima da roda imensa que ameaçava jogá-los para frente diante do menor obstáculo.

Ilustração mostra pessoas a bordoluva bet ajudamodelos antigosluva bet ajudabicicleta

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Bicicletas com rodasluva bet ajudatamanhos diferentes eram muito instáveis e exigiam coragem dos usuários

A versão seguinte, a "bicicleta segura", atraiu um grupo bem maior.

Ela era muito parecida com as bicicletas modernas, com correia, rodas do mesmo tamanho e um quadroluva bet ajudaformaluva bet ajudadiamante.

A velocidade era alcançada graças não a uma roda gigantesca, mas a engrenagens.

Empoderamento feminino

Era possível conduzir essas bicicletas atéluva bet ajudavestido.

Não que isso preocupasse Angeline Allen, por exemplo, que causou sensaçãoluva bet ajuda1893 pedalando nos arredoresluva bet ajudaNova York.

"Ela usava calças!", dizia a mancheteluva bet ajudauma popular revista masculina, acrescentando que ela era jovem, bonita e divorciada.

Susan B Anthony

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Para a ativista Susan B. Anthony, a bicicleta fez "mais pela emancipação das mulheres do que qualquer outra coisa no mundo".

A bicicleta foi uma força libertadora para as mulheres. Elas precisavam se livrarluva bet ajudaespartilhos eluva bet ajudasaias armadas com aros - e usar roupas mais confortáveis para pedalar com mais facilidade.

Pedalar também significava se deslocar sem acompanhantes.

Os mais conservadores ficaram alarmados, temendo que o que viam como "pedaladas obscenas", pudesse levar à masturbação e até à prostituição. Temores que logo se mostraram ridículos.

Segundo a historiadora Margaret Guroff, no casoluva bet ajudaAngeline Allen, ninguém parecia preocupado com o fatoluva bet ajudaela estar andandoluva bet ajudabicicleta - apenas com as roupas que ela usava enquanto fazia isso.

Uma mulher vista sozinhaluva bet ajudabicicleta,luva bet ajudapúblico, não parecia um escândalo.

Três anos depois, Susan B. Anthony, ativista dos direitos das mulheres no século 19, declarou que a bicicleta havia feito "mais pela emancipação das mulheres do que qualquer outra coisa no mundo".

Meninas andandoluva bet ajudabicicletaluva bet ajudaBihar, na Índia

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O governo do Estadoluva bet ajudaBihar, na Índia, subsidia a compraluva bet ajudabicicletas para meninas, um incentivo para que possam ir à escola

Hoje, a bicicleta continua empoderando as mulheres.

Em 2006, o governo do Estadoluva bet ajudaBihar, na Índia, começou a subsidiar fortemente a compraluva bet ajudabicicletas para meninas adolescentes que estavam começando o ensino médio - a ideia era que elas pudessem percorrer os vários quilômetros que precisam enfrentar para assistir aula.

O programa parece ter funcionado, aumentando significativamente as chancesluva bet ajudaas meninas continuarem na escola.

Nos Estados Unidos, o astro do basquete LeBron James fundou uma escola emluva bet ajudacidade natalluva bet ajudaOhio que fornece uma bicicleta para cada estudante.

James relata como se sentia livre que quando ele e os amigos andavamluva bet ajudabicicleta. "Nós nos sentíamos extremamente felizes."

A bicicleta tem sido, há muito tempo, uma tecnologia libertadora para os economicamente oprimidos. Em seus primórdios, elas eram muito mais baratas que um cavalo, ainda que oferecessem o mesmo alcance e liberdade.

Da bicicleta ao carro

A bicicleta também impulsionou uma revolução na indústria, assim como uma revolução social.

Na primeira metade do século 19, peçasluva bet ajudaprecisão intercambiáveis eram usadas para fabricar armasluva bet ajudafogo para o Exército dos EUA, a um custo considerável.

O processo era considerado muito caro para ser completamente reproduzido por "fábricas civis".

Trabalhadores na fábricaluva bet ajudaRaleigh, no inícioluva bet ajuda1900

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Muitas das técnicas desenvolvidas pelos fabricantesluva bet ajudabicicletas foram aplicadas mais tarde na indústria automotiva

A bicicleta, entretanto, conseguiu criar uma ponte entre a fabricaçãoluva bet ajudaprodutos militaresluva bet ajudaponta e a difusão da produçãoluva bet ajudasérieluva bet ajudaprodutos complexos.

Os fabricantesluva bet ajudabicicletas desenvolveram técnicas simples e facilmente replicáveis ​​- como estampar chapasluva bet ajudametal frio para criar novas formas - para manter os custos baixos sem sacrificar a qualidade.

Eles também desenvolveram pneus, engrenagens diferenciais e freios.

Tanto as técnicasluva bet ajudafabricação quanto esses componentes inovadores foram adotados depois por fabricantesluva bet ajudaautomóveis, como Henry Ford.

A primeira bicicleta segura, aliás, foi feitaluva bet ajuda1885 na fábrica da Rover,luva bet ajudaCoventry, na Inglaterra.

Não por acaso a Rover se tornou posteriormente um importante player na indústria automobilística. Sua transição do ramoluva bet ajudabicicletas para oluva bet ajudacarros era óbvia.

Fábricaluva bet ajudabicicletas no Japão, 1953

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O Japão começou importando bicicletas e depois passou a fabricar peçasluva bet ajudareposição até conseguir produzir seus próprios modelos

A bicicleta também foi um impulso para a modernização da indústria no Japão.

O primeiro passo para isso foi a importaçãoluva bet ajudabicicletas do Ocidente para a capital, Tóquio, por volta do ano 1890. Depois, foram criadas oficinas para consertar bicicletas. O passo seguinte foi o início da produção localluva bet ajudapeçasluva bet ajudareposição.

Apenas 10 anos depois, Tóquio dispunhaluva bet ajudatodos os ingredientes para produzir suas próprias bicicletas.

Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu, o país já fabricava maisluva bet ajudameio milhãoluva bet ajudabicicletas por ano.

Tecnologia com futuro

Ver a bicicleta como uma tecnologia do passado pode ser tentador para algumas pessoas. Mas dados recentes mostram que essa não é a realidade.

Há meio século, a produção mundialluva bet ajudabicicletas e carros era quase a mesma - 20 milhões, cada, por ano. A produçãoluva bet ajudacarros triplicou desde então, mas a produçãoluva bet ajudabicicletas aumentou duas vezes mais rápido - para cercaluva bet ajuda120 milhões por ano.

Semáforo para bicicletas

Crédito, iStock

Legenda da foto, Segundo analista, o futuro das bicicletas ainda promete

E não é absurdo pensar que as bicicletas estão criando tendênciasluva bet ajudanovo.

Em um momentoluva bet ajudaque o usoluva bet ajudacarros autônomos - ou seja, sem motoristas - já está sendo explorado, há quem acredite que o veículo do futuro não terá donos, mas será alugado por meioluva bet ajudaaplicativosluva bet ajudacelular.

Se assim for, o veículo do futuro está aqui: já existem diversos esquemasluva bet ajudacompartilhamentoluva bet ajudabicicletasluva bet ajudatodo o mundo. É um número que segueluva bet ajudaexpansão e um tipoluva bet ajudasistema que possibilita até o aluguelluva bet ajudaalgumas com motores elétricos.

Fileiraluva bet ajudabicicletas compartilháveis,luva bet ajudaLondres

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A ofertaluva bet ajudaserviçosluva bet ajudacompartilhamentoluva bet ajudabicicletas estáluva bet ajudaexpansão no mundo

O Uber já anunciou que planeja focar maisluva bet ajudaseus negóciosluva bet ajudapatinetes elétricos e bicicletas, e menosluva bet ajudacarros.

Algumas empresas tiveram problemas iniciais com esse modeloluva bet ajudanegócio - com bicicletas roubadas, danificadas ou abandonadas - e, por esse motivo, pararamluva bet ajudaoperarluva bet ajudaalgumas cidades.

No entanto, este mercado parece estar crescendo, uma vez que a bicicleta ainda é o meioluva bet ajudatransporte mais rápido para circularluva bet ajudaáreas com trânsito mais pesado.

É verdade que ficar mais suscetível à poluição - como fumaça dos carros - e a possibilidadeluva bet ajudaacidentes são fatores que desencorajam alguns ciclistas.

Mas se a nova geraçãoluva bet ajudacarros é elétrica e não poluente, e conduzida por um robô atencioso e cauteloso, a popularidade da bicicleta só tende a aumentar.

Línea.

*Tim Harford escreve a coluna "Undercover economist" no jornal britânico Financial Times e apresenta a série "50 coisas que fizeram a economia moderna", transmitida pelo Serviço Mundial da BBC. Clique aqui para saber mais sobre o programa e aqui para aqui para assinar o podcast da série.

Línea.

luva bet ajuda Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube luva bet ajuda ? Inscreva-se no nosso canal!