A explicação por trás da descobertasuperbet revolutjararacas gigantessuperbet revolutparquesuperbet revolutSão Paulo:superbet revolut

Manejo da serpente com ganho e medição no tubosuperbet revolutcontenção

Crédito, Leticia Monastero Delphino/Divulgação

Legenda da foto, Jararacas entregues no Butantan mediam por voltasuperbet revolut1,5 metro, quando a média da espécie ésuperbet revolutcercasuperbet revolutum metro
Serpente do Parque do Estado comparada a uma do litoral

Crédito, Otavio Augusto Vuolo Marques/Divulgação

Legenda da foto, Jararacas do Parque do Estado são pelo menos 50% maiores que os espécimes comuns

A ideia do estudo surgiusuperbet revolutum fato que intrigava os pesquisadores do Butantan.

Eles notaram que entre as serpentes que são entregues o tempo todo na Recepçãosuperbet revolutAnimais do instituto havia várias fêmeassuperbet revolutjararaca muito grandes, medindo por voltasuperbet revolut1,5 metro, quando a média da espécie ésuperbet revolutcercasuperbet revolutum metro. Aos investigar a procedência delas, eles descobriram que todas haviam sido capturadas no Parque do Estado.

Isso despertou o interesse dos pesquisadores e, por isso, o tema foi investigado no trabalhosuperbet revolutmestradosuperbet revolutSiqueira.

Marques diz que estudos anteriores haviam mostrado que serpentessuperbet revolutgrande porte,superbet revolutgeral, são mais comunssuperbet revolutilhas. "O Parque do Estado não tem ligação com outras áreassuperbet revolutmata", diz.

"É como uma ilha, só quesuperbet revolutvezsuperbet revolutestar cercadosuperbet revolutágua, está (rodeado) pela cidade."

Ele e seu orientando resolveram então verificar se as jararacas do local estavam ficando maiores do que outras populações e estudar algumas razões que poderiam explicar isso, como a ofertasuperbet revolutalimentos e a presençasuperbet revolutpredadores, por exemplo.

Siqueira explica que, para entender eventuais mudanças que a populaçãosuperbet revolutjararacas do Parque do Estado teria sofrido por causa da influência urbana, ele precisava compará-la com outra que não tivesse sofrido este efeito.

"O Parque Estadual da Cantareira foi então escolhido, porque tem vegetação e características ambientais e climáticas semelhantes às do Parque do Estado", diz.

"A principal diferença e foco do estudo é que este segundo é um pequeno fragmentosuperbet revolutMata Atlântica completamente isolado dentro da cidadesuperbet revolutSão Paulo, ao passo que o outro é 16 vezes maior, alémsuperbet revolutestar conectado com outros habitats."

Manejo da serpente com ganho e medição no tubosuperbet revolutcontenção

Crédito, Leticia Monastero Delphino/Divulgação

Legenda da foto, Pesquisadores analisaram tamanho das cobras, indo ao parque 4 vezes por mês

Depois da ideia inicial, os pesquisadores partiram da hipótesesuperbet revolutque as jararacas do Parque do Estado atingiam maiores tamanhos que assuperbet revolutoutros ambientes por causa da influência do ser humano.

"Baseamos essa hipótesesuperbet revolutduas premissas básicas, que geralmente explicam maiores tamanhossuperbet revolutserpentes: mais ofertasuperbet revolutrecursos alimentares ou menor incidênciasuperbet revolutpredadores", conta Siqueira.

Para analisar o tamanho das jararacas, ele utilizou dadossuperbet revolutserpentes já depositados na Coleção Herpetológica Alphonse Hoge, do Instituto Butantan, esuperbet revolutpesquisas publicadas anteriormente, alémsuperbet revolutter ido a campo para complementar estes dados.

"Com a ajudasuperbet revolutcolegas, íamos para cada parque quatro dias por mês, onde procurávamos ativamente as cobras", lembra.

Além disso, foram montadas armadilhas, para aumentar a chancesuperbet revolutencontrar jararacas. Quando isso ocorria, eles pegavam as serpentes, as mediam e pesavam e,superbet revolutseguida, implantavam um chip subcutâneo para identificá-las e as soltavam no mesmo local.

O estudo foi feito apenas com cobras adultas, que se alimentamsuperbet revolutpequenos roedores.

A aposta dos pesquisadores antes do trabalhosuperbet revolutcampo erasuperbet revolutque as jararacas do Parque do Estado eram maiores porque dispunhamsuperbet revolutmais fontessuperbet revolutalimentos.

Essa ideia estava baseadasuperbet revolutum trabalho anterior, no qual pesquisadores do Instituto Butantan constataram que cobras da mesma espécie, que viviam no arquipélagosuperbet revolutAlcatrazes, no litoral nortesuperbet revolutSão Paulo, eram menores do que as do continente - um fenômeno que também pode ocorrersuperbet revolutilhas, o nanismo.

Eles atribuíram isso à dietasuperbet revolutbaixo valor calórico delas, baseadasuperbet revolutsapos, lagartos e lacraias, enquanto as continentais se alimentamsuperbet revolutroedores, obtendo mais calorias.

Por isso, para Marques, no caso do estudosuperbet revolutSão Paulo, era natural pensarsuperbet revolutuma grande ofertasuperbet revolutrecurso alimentar, proporcionada pelos ratos da cidade, maiores que os silvestres e do que sapos e lacraias, já que o Parque do Estado estásuperbet revolutuma área urbana alterada.

"Fomos surpreendidos, no entanto, pois a disponibilidadesuperbet revolutalimento não era maior do que na Cantareira", diz. "Capturamos menos ratinhos no Parque do Estado e não confirmamos a presençasuperbet revolutratos urbanos durante o tempo do estudo, só dos silvestres."

Réplicas predada por ave na cabeça, mamífero e também mordida por mamífero na vegetação

Crédito, Lucas Henrique Carvalho Siqueira/Divulgação

Legenda da foto, Pesquisadores fabricaram cobrassuperbet revolutmassinha para monitorar predação dos animais

Restava então verificar a segunda a premissa, ou seja, que houvesse uma quantidade menorsuperbet revolutpredadores no parque urbano.

Como as serpentes - e os répteissuperbet revolutgeral - nunca paramsuperbet revolutcrescer durante a vida toda, quanto menos animais no ambiente ameacemsuperbet revolutexistência, mais tempo elas conseguem viver e, com isso, atingir um grande tamanho.

Mas verificar isso era uma tarefa mais complicada, para a qual os pesquisadores lançaram mãosuperbet revolutuma solução criativa, no entanto.

"Um encontro com serpentes na natureza é fortuito, mas presenciar um eventosuperbet revolutpredação sobre elas seria mais raro ainda", diz Siqueira. "Para superar essa dificuldade, utilizamos réplicassuperbet revolutjararaca feitas com massinhasuperbet revolutmodelar - aquelas usadas por crianças para brincar - para quantificar a incidência dos predadores."

Eles fabricaram nada menos do que 1.440 jararacassuperbet revolutmassinha e distribuíram 720superbet revolutcada parque, 60 por mês, ao longo das 12 campanhassuperbet revolutpesquisa. A réplica consistesuperbet revolutum modelosuperbet revolutuma jararaca adulta, com cabeça triangular e coloração próxima à real. Elas ficavam expostas durante 48 horas.

Jararacasuperbet revolutmovimento no Parque Estadual da Cantareira

Crédito, Lucas Henrique Carvalho Siqueira/Divulgação

Legenda da foto, Númerosuperbet revolutataques às réplicas na Cantareira foi mais do que o dobro do que no Parque do Estado

Os predadores confundiam as réplicas com serpentes reais e as atacavam, deixando impressa a marca do ataque.

"Para saber o número absolutosuperbet revolutpredadoressuperbet revolutjararaca seria preciso uma câmerasuperbet revolutcada uma das réplicas, o que não era viável", diz Siqueira. "Mas conseguimos quantificar a frequênciasuperbet revolutataque e dizer se o predador era ave ou mamífero."

Os pesquisadores constataram que o númerosuperbet revolutataques às réplicas na Cantareira foi mais do que o dobro do que no Parque do Estado.

"Na primeira, tivemos cercasuperbet revolut12% das massinhas atacadas, o que é um valor bem alto quando comparado a outros estudos relacionados", conta Siqueira.

"No segundo, um pouco maissuperbet revolut5% das jararacas foram afetadas. Concluímos que o fator responsável por encontramos maior proporçãosuperbet revolutfêmeas grandes no Parque do Estado é a menor quantidadesuperbet revolutpredadores."

Réplicas predada por ave na cabeça, mamífero e também mordida por mamífero na vegetação

Crédito, Leticia Monastero Delphino/Divulgação

Legenda da foto, Pesquisadores concluíram que há menos predadores no Parque do Estado, permitindo que mais cobras cresçam

De acordo com Marques, a importância do trabalhosuperbet revolutseu orientando está na compreensãosuperbet revolutcomo as populações são estruturadassuperbet revolutum fragmento florestal, que é sempre fundamental para a conservação.

"Esse tiposuperbet revolutinformação é um subsídio, que pode auxiliar na determinaçãosuperbet revolutáreas mínimas ou mesmo no manejosuperbet revolutfragmentos florestais, a fimsuperbet revolutpreservar o máximosuperbet revolutsua biota."