A explicação por trás da descobertabetway cassinojararacas gigantesbetway cassinoparquebetway cassinoSão Paulo:betway cassino
A ideia do estudo surgiubetway cassinoum fato que intrigava os pesquisadores do Butantan.
Eles notaram que entre as serpentes que são entregues o tempo todo na Recepçãobetway cassinoAnimais do instituto havia várias fêmeasbetway cassinojararaca muito grandes, medindo por voltabetway cassino1,5 metro, quando a média da espécie ébetway cassinocercabetway cassinoum metro. Aos investigar a procedência delas, eles descobriram que todas haviam sido capturadas no Parque do Estado.
Isso despertou o interesse dos pesquisadores e, por isso, o tema foi investigado no trabalhobetway cassinomestradobetway cassinoSiqueira.
Marques diz que estudos anteriores haviam mostrado que serpentesbetway cassinogrande porte,betway cassinogeral, são mais comunsbetway cassinoilhas. "O Parque do Estado não tem ligação com outras áreasbetway cassinomata", diz.
"É como uma ilha, só quebetway cassinovezbetway cassinoestar cercadobetway cassinoágua, está (rodeado) pela cidade."
Ele e seu orientando resolveram então verificar se as jararacas do local estavam ficando maiores do que outras populações e estudar algumas razões que poderiam explicar isso, como a ofertabetway cassinoalimentos e a presençabetway cassinopredadores, por exemplo.
Siqueira explica que, para entender eventuais mudanças que a populaçãobetway cassinojararacas do Parque do Estado teria sofrido por causa da influência urbana, ele precisava compará-la com outra que não tivesse sofrido este efeito.
"O Parque Estadual da Cantareira foi então escolhido, porque tem vegetação e características ambientais e climáticas semelhantes às do Parque do Estado", diz.
"A principal diferença e foco do estudo é que este segundo é um pequeno fragmentobetway cassinoMata Atlântica completamente isolado dentro da cidadebetway cassinoSão Paulo, ao passo que o outro é 16 vezes maior, alémbetway cassinoestar conectado com outros habitats."
Depois da ideia inicial, os pesquisadores partiram da hipótesebetway cassinoque as jararacas do Parque do Estado atingiam maiores tamanhos que asbetway cassinooutros ambientes por causa da influência do ser humano.
"Baseamos essa hipótesebetway cassinoduas premissas básicas, que geralmente explicam maiores tamanhosbetway cassinoserpentes: mais ofertabetway cassinorecursos alimentares ou menor incidênciabetway cassinopredadores", conta Siqueira.
Para analisar o tamanho das jararacas, ele utilizou dadosbetway cassinoserpentes já depositados na Coleção Herpetológica Alphonse Hoge, do Instituto Butantan, ebetway cassinopesquisas publicadas anteriormente, alémbetway cassinoter ido a campo para complementar estes dados.
"Com a ajudabetway cassinocolegas, íamos para cada parque quatro dias por mês, onde procurávamos ativamente as cobras", lembra.
Além disso, foram montadas armadilhas, para aumentar a chancebetway cassinoencontrar jararacas. Quando isso ocorria, eles pegavam as serpentes, as mediam e pesavam e,betway cassinoseguida, implantavam um chip subcutâneo para identificá-las e as soltavam no mesmo local.
O estudo foi feito apenas com cobras adultas, que se alimentambetway cassinopequenos roedores.
A aposta dos pesquisadores antes do trabalhobetway cassinocampo erabetway cassinoque as jararacas do Parque do Estado eram maiores porque dispunhambetway cassinomais fontesbetway cassinoalimentos.
Essa ideia estava baseadabetway cassinoum trabalho anterior, no qual pesquisadores do Instituto Butantan constataram que cobras da mesma espécie, que viviam no arquipélagobetway cassinoAlcatrazes, no litoral nortebetway cassinoSão Paulo, eram menores do que as do continente - um fenômeno que também pode ocorrerbetway cassinoilhas, o nanismo.
Eles atribuíram isso à dietabetway cassinobaixo valor calórico delas, baseadabetway cassinosapos, lagartos e lacraias, enquanto as continentais se alimentambetway cassinoroedores, obtendo mais calorias.
Por isso, para Marques, no caso do estudobetway cassinoSão Paulo, era natural pensarbetway cassinouma grande ofertabetway cassinorecurso alimentar, proporcionada pelos ratos da cidade, maiores que os silvestres e do que sapos e lacraias, já que o Parque do Estado estábetway cassinouma área urbana alterada.
"Fomos surpreendidos, no entanto, pois a disponibilidadebetway cassinoalimento não era maior do que na Cantareira", diz. "Capturamos menos ratinhos no Parque do Estado e não confirmamos a presençabetway cassinoratos urbanos durante o tempo do estudo, só dos silvestres."
Restava então verificar a segunda a premissa, ou seja, que houvesse uma quantidade menorbetway cassinopredadores no parque urbano.
Como as serpentes - e os répteisbetway cassinogeral - nunca parambetway cassinocrescer durante a vida toda, quanto menos animais no ambiente ameacembetway cassinoexistência, mais tempo elas conseguem viver e, com isso, atingir um grande tamanho.
Mas verificar isso era uma tarefa mais complicada, para a qual os pesquisadores lançaram mãobetway cassinouma solução criativa, no entanto.
"Um encontro com serpentes na natureza é fortuito, mas presenciar um eventobetway cassinopredação sobre elas seria mais raro ainda", diz Siqueira. "Para superar essa dificuldade, utilizamos réplicasbetway cassinojararaca feitas com massinhabetway cassinomodelar - aquelas usadas por crianças para brincar - para quantificar a incidência dos predadores."
Eles fabricaram nada menos do que 1.440 jararacasbetway cassinomassinha e distribuíram 720betway cassinocada parque, 60 por mês, ao longo das 12 campanhasbetway cassinopesquisa. A réplica consistebetway cassinoum modelobetway cassinouma jararaca adulta, com cabeça triangular e coloração próxima à real. Elas ficavam expostas durante 48 horas.
Os predadores confundiam as réplicas com serpentes reais e as atacavam, deixando impressa a marca do ataque.
"Para saber o número absolutobetway cassinopredadoresbetway cassinojararaca seria preciso uma câmerabetway cassinocada uma das réplicas, o que não era viável", diz Siqueira. "Mas conseguimos quantificar a frequênciabetway cassinoataque e dizer se o predador era ave ou mamífero."
Os pesquisadores constataram que o númerobetway cassinoataques às réplicas na Cantareira foi mais do que o dobro do que no Parque do Estado.
"Na primeira, tivemos cercabetway cassino12% das massinhas atacadas, o que é um valor bem alto quando comparado a outros estudos relacionados", conta Siqueira.
"No segundo, um pouco maisbetway cassino5% das jararacas foram afetadas. Concluímos que o fator responsável por encontramos maior proporçãobetway cassinofêmeas grandes no Parque do Estado é a menor quantidadebetway cassinopredadores."
De acordo com Marques, a importância do trabalhobetway cassinoseu orientando está na compreensãobetway cassinocomo as populações são estruturadasbetway cassinoum fragmento florestal, que é sempre fundamental para a conservação.
"Esse tipobetway cassinoinformação é um subsídio, que pode auxiliar na determinaçãobetway cassinoáreas mínimas ou mesmo no manejobetway cassinofragmentos florestais, a fimbetway cassinopreservar o máximobetway cassinosua biota."