Radiogaláxia mais distante da Terra é descoberta com participaçãozebet identifiant oubliébrasileiro - e dá mais pistas sobre o Big Bang:zebet identifiant oublié

A galáxia Cygnus A;

Crédito, NASA/CXC/SAO

Legenda da foto, Radiogaláxias têm um grande buraco negrozebet identifiant oubliéseu centro

"Minha pesquisa é voltada para entender como as galáxias ativas funcionam e seu papel no universo", diz Marinello. "Esse tipo difere das normais por possuírem um brilho extraordinário, o qual não pode ser atribuído apenas ao das estrelas que o compõem."

Vista interna do telescópio Gemini Norte

Crédito, Gemini Observatory/AURA image by Joy Pollard

Legenda da foto, O telescópio Gemini Norte; descoberta contribui para entendimento do Big Bang

Quasares e espirais

Existem diversas tipos delas, como quasares (fontes extremamente luminosas e distantes,zebet identifiant oubliéaparência estelar ou quase estelar, daí o nome quasar QUAsi-StellAr Radio Source), seyfert (espirais que possuem núcleos extremamente pequenos e muito luminosos) e as próprias radiogaláxias. O buraco negro no centro delas, com massa milhões (e até mesmo bilhões)zebet identifiant oubliévezes maior que a do Sol, é circundado por um discozebet identifiant oubliégás - chamado discozebet identifiant oubliéacreção -, que vai sendo engolido paulatinamente por ele. Esse disco, porzebet identifiant oubliévez, é circundado por uma estrutura toroidal (que tem o formatozebet identifiant oubliéum pneu um pouco achatado)zebet identifiant oubliépoeira.

Marinello explica que, nesse processo, a matéria acrescida ao disco libera energia, alguma vezeszebet identifiant oubliéformazebet identifiant oubliépoderosos jatos observadoszebet identifiant oubliéfrequênciaszebet identifiant oubliérádio.

"Quando olhamos para essas galáxias podemos estar vendo diretamente a região nuclear delas, e neste caso as chamamoszebet identifiant oubliéquasares", explica. "Quando miramos na direção do torozebet identifiant oubliépoeira, o núcleo fica obscurecido, mas ainda é possível ver os jatoszebet identifiant oubliérádio. Nesse caso, temos o que chamamoszebet identifiant oubliérádio galáxia."

Ou seja, quasares e radiogaláxia podem ser considerados o mesmo tipozebet identifiant oubliéobjeto. A diferença está apenas no ângulo que os jatos formam com a linhazebet identifiant oubliévisada do observador.

"A aparência delas depende dazebet identifiant oubliéorientaçãozebet identifiant oubliénossa direção", explica Overzier. "Quando o discozebet identifiant oubliéacreçãozebet identifiant oubliégás ao redor do buraco negro e os jatos estão apontados diretamentezebet identifiant oubliénossa direção, vemos um ponto extremamente brilhante. Este é chamadozebet identifiant oubliéquasar."

Se o discozebet identifiant oubliégás e os jatos estiverem apontados, no entanto,zebet identifiant oubliéoutra direção, não se pode ver o primeiro perto do buraco negro, porque está obscurecido por nuvenszebet identifiant oubliépoeira, e os segundo aparecem mais fracos. "Neste caso, a galáxia ativa é do tipo 'quasar obscurecido' ou radiogaláxia (quando tem emissãozebet identifiant oubliéradiação na faixa das ondaszebet identifiant oubliérádio por contazebet identifiant oubliérotação rápida do buraco negro)", diz Overzier.

A descobertazebet identifiant oubliéMarinello não é algo trivial, pois as ativas são raras. Por dois motivos. "Primeiro, porque o períodozebet identifiant oubliéatividade do buraco negro, que resulta na emissãozebet identifiant oubliéenergia na frequênciazebet identifiant oubliérádio, é sempre curto, algozebet identifiant oubliétorno 10 milhõeszebet identifiant oubliéanos", explica Overzier. "Portanto, a maior parte do tempo cósmico as galáxias estão inativas. Além disso, as radiogaláxias também precisam ter buracos negros gigantes que estejam girando, o que é ainda menos comum."

Telescópio gigantesco ajudou na descoberta

O telescópio Gemini Norte

Crédito, Gemini Observatory/AURA

Legenda da foto, O telescópio Gemini Norte é um dos maiores já construídos

Para descobrir a TGSS J1530+1049, Mainello não ficou apontando a esmo o telescópio para o céu. Ele sabia o que e onde procurar. "Ela foi pré-selecionada pelos nossos colaboradores na Holanda, analisando as imagenszebet identifiant oubliédiversas frequênciaszebet identifiant oubliéondaszebet identifiant oubliérádio", conta. "Esse tipozebet identifiant oubliéanálise pode estabelecer um limite inferior para a distância delas. As que foram escolhidas ainda não apareciamzebet identifiant oubliéimagens tomadas com telescópios ópticos. A amostra delas tinha características que indicavam que estas eram fontes distantes."

Tendo essas informações, os pesquisadores utilizaram o telescópio Gemini Norte, localizado no Havaí (ele tem "irmão gêmeo", o Gemini Sul, instalado no Chile), que é um dos maiores já construído, com um espelhozebet identifiant oublié8,2 mzebet identifiant oubliédiâmetro. O Brasil é associado a ele, por meio do Laboratório Nacionalzebet identifiant oubliéAstrofísica (LNA), na cidadezebet identifiant oubliéItajubá (MG). "As imagenszebet identifiant oubliérádio dão uma grande precisão astrométrica, que indica a localização das galáxias no céu, para onde apontamos o instrumento", conta Marinello. "Nós então utilizamos espectroscopia para observá-las."

Ele preparou as observações e analisou os dados obtidos com elas. "Nos espectros da TGSS J1530+1049 encontramos uma única linhazebet identifiant oubliéemissão, o que nos possibilitou estimar a distância dela", explica Marinello. "Essa estimativa é feita comparando-se o comprimentozebet identifiant oubliéonda no qual a linha é emitidazebet identifiant oubliélaboratório e no qual ela é observada na radiogaláxia."

De acordo com ele, quanto mais longe o objeto se localiza, mais deslocada para maiores comprimentoszebet identifiant oubliéonda a linha observada estará. "Azebet identifiant oubliéhidrogênio que observamos deveria se encontrar no ultravioleta, mas porque a radiogaláxia é muito distante, ela foi observada na região do óptico", diz. "Este método foi o mesmo utilizadozebet identifiant oublié1999 na descoberta da até então mais afastadazebet identifiant oubliénós."

Alémzebet identifiant oubliétrazer novos conhecimentos sobre a formaçãozebet identifiant oubliégaláxias e seus buracos negros logo após o Big Bang, a busca pelas que emitem ondaszebet identifiant oubliérádio distantes tem um importante motivo adicional. "No futuro, novos radiotelescópios, como o Low-frequency Array (LOFAR) e o Square Kilometer Array (SKA), serão capazeszebet identifiant oubliéanalisar seus espectros, para estudar como a luz ionizante produzida pelas primeiras estrelas e galáxias do universo afetou as propriedades do espaço entre elas durante a "época da reionização", diz Roderik.

Esse período durou entre 300 mil e um bilhãozebet identifiant oubliéanos depois do Big Bang. Antes disso, o universo era opaco, ou seja, vivia numa espéciezebet identifiant oubliéerazebet identifiant oubliétrevas, na qual toda a matéria bariônica (aquela composta principalmentezebet identifiant oubliéprótons, nêutrons e elétrons) estava na forma, principalmente,zebet identifiant oubliéhidrogênio neutro ou não ionizado (e um poucozebet identifiant oubliéhélio e lítio).

Depois das trevas, quando as primeiras estrelas e galáxias se formaram, elas produziram luz ultravioleta capazzebet identifiant oubliéionizar o hidrogênio neutro, separando o seu próton e elétron até toda a matéria no espaço entre os objetos cósmicos ser reionizada.

"Essa épocazebet identifiant oubliéreionização é muito importante na cosmologia, mas ainda não é bem entendida", diz Overzier. "Assim, as radiogaláxias também podem ser usadas como ferramentas para descobrir mais sobre esse período."