Copa do Mundo 2018: Como o futebol pode ajudar Putin a melhorar imagem da Rússia:bwin
bwin Todos os holofotes estão postos sobre a Rússia bwin . Desta vez, porém, a atenção que o país ganha não tem a ver com acusaçõesbwinenvenenamentosbwinespiões bwin , interferênciabwineleições bwin e outros pontosbwintensão com a comunidade internacional.
O motivo é o futebol, o Mundial, o novo grande aliadobwinVladimir Putin.
Embora o presidente russo admita não ser entusiasta desse esporte, ele tem se dedicado à causa na Copa do Mundo que começou na quinta-feira, tendo o seu país como sede.
Nãobwinvão, é a vitrine perfeita para melhorar a imagem global da Rússiabwinum momentobwinisolamento, segundo analistas consultados pela BBC News Mundo, o serviçobwinespanhol da BBC.
A guerra na Síria, o conflito na Ucrânia, o caso do ex-espião russo envenenado junto com a filha, no Reino Unido, ou a suposta interferênciabwinprocessos eleitorais nos Estados Unidos ebwinoutros países s são algumas das questões que vinham causando duras críticas à Rússia e causando um desgaste considerável abwinimagem no cenário internacional.
É nesse contexto que, para o correspondente da BBCbwinMoscou, Steve Rosenberg, a Copa do Mundo é uma oportunidadebwinouro para Putin.
"É o primeiro dia, mas eu já posso revelar o vencedor desta Copa do Mundo: Vladimir Putin", disse o jornalista após a abertura do torneio na quinta-feira.
O fatobwino maior campeonatobwinfutebol do mundo estar ocorrendo no país já é uma vitória para o Kremlin, destaca Rosenberg, e apesarbwinalguns críticos no Ocidente terem pedido um boicote ao evento, o fato é que "suas equipes e seus seguidores também estão" no país, participando.
'Um país moderno e aberto'
A expectativa é que meio milhãobwinpessoas visitem a Rússia para a Copa do Mundo e Putin está ciente disso.
Depois da apresentação do cantor britânico Robbie Williams na abertura do torneiobwinMoscou e antes da Rússia marcar 5 gols contra a Arábia Saudita na partidabwinabertura, o presidente expressoubwinsatisfação e aproveitou a oportunidade para se dirigir ao mundo.
"Nós amamos o futebol aqui. A Rússia é um país aberto, hospitaleiro e amigável", disse Putinbwinseu discursou.
"Desde a invasão da Crimeiabwin2014" - logo após os Jogos OlímpicosbwinInvernobwinSochi (Rússia) - "os países do Ocidente têm concentrado partebwinsuas políticasbwinisolar a Rússia e esse isolamento tem afetado o prestígio do país", explica o cientista político Andrew Radin, da consultoria independente RAND, dos Estados Unidos.
"A Copa do Mundo é uma oportunidade para reorientar a imagem internacional da Rússia e destacar que o país é uma sociedade moderna e desenvolvida com história e cultura ricas."
"Uma das maneirasbwinfazer isso é abrir-se ao exterior: não apenas acolhendo os torcedores com o melhor sorriso, mas convidando artistas estrangeiros, como Robbie Williams, ou outras personalidades para fazerem parte da celebração.", diz Alina Polyakova, especialistabwinRússia do Instituto Brookings.
"Tudo para mostrar que a Rússia é um país semelhante ao Reino Unido, à França ou aos Estados Unidos, e não o regime autoritário como aparece na imprensa, algo que é claro que é. É possível ser as duas coisas: uma nação moderna e um regime autoritário", acrescentou ela à BBC News Mundo.
O evento também pode servir para manter a popularidadebwinPutin dentro do país, diante das reformas que vem realizando para enfrentar os problemas econômicos do país.
Na quinta-feira, o governo anunciou que aumentaria o imposto sobre consumo - equivalente ao ICMS no Brasil - e a idadebwinaposentadoria para homens e mulheres, uma decisão impopular que evitou tomar por anos e que só foi divulgada algumas horas antes do início da Copa do Mundo.
Uma mudança?
A questão agora é: a posição da Rússia mudarábwinâmbito global graças à Copa do Mundo? Os especialistas acham difícil.
"Eu não acredito que isso será um pontobwinvirada (para a relação entre a Rússia e o Ocidente)", diz Jeff Mankoff, especialistabwinRússia no CentrobwinEstudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na siglabwininglês).
"Os chefesbwinEstado dos principais países do Ocidente não foram a Moscou para a abertura da Copa do Mundo, e eu acho que a evidência ébwinque a relação segue como antes", analisou elebwinentrevista à BBC News Mundo.
"As disputas sobre a guerra na Síria, o conflito na Ucrânia, a suposta interferência nas eleiçõesbwintodo o mundo ou as sanções contra Moscou continuarão a fazer parte da conversa entre as elites políticas durante o campeonato", diz Mankoff, e "voltarão ao primeiro plano quando terminar."
"Muita gente pode ficar impressionada com a gestão russa da Copa do Mundo, mas geralmente essas impressões têm uma recompensa limitada", diz Stephen Sestanovich, ex-embaixador extraordinário dos EUA para os novos países que surgiram com o colapso da União Soviética e membro do grupobwinanalistas do think tank ConselhobwinRelações Exteriores.
Embwinopinião, há apenas uma maneira pela qual a Copa do Mundo pode propiciar uma mudança: se Putin realmente quiser que aconteça e utilizar a boa atmosfera do futebol para dar um passo atrás nos grandes conflitos.
"Ele vai fazer isso? Aí está a oportunidade, se quiser aproveitá-la", diz Sestanovich. "Mas não estou tão certobwinque Putin seja tão criativo."