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Quais são as teorias e as pesquisas sobre as possíveis causas do autismo:site pix bet
O que mais intriga cientistas do mundo inteiro, no entanto, é por que essa síndrome se desenvolve.
Teorias já rejeitadas
Desde que o autismo foi identificado pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner,site pix bet1943, pesquisadores tentam entender os fatores que levam a essas desordens complexas do desenvolvimento cerebral - atualmente fundidas sob um único diagnóstico, Transtorno do Espectro Autista (TEA) - que geram dificuldadesite pix betcomunicação social e comportamento repetitivosite pix betdiversos graussite pix betintensidade.
Lá atrás, Kanner culpou as mães. Pioneiro no estudosite pix betautistas, ele cunhou a expressão "mães-geladeiras" àquelas mulheres que, supostamente, se mantinham distantessite pix betseus bebês recém-nascidos. A falta desse vínculo afetivo, segundo ele, levaria ao autismo.
A tese foi completamente descartada no meio acadêmico ao longo dos anos e o próprio médico mais tarde tentou se retratar no livro Em Defesa das Mães.
Outra teoria rechaçada entre os cientistas foi asite pix betque a vacina tríplice viral causaria o autismo. Dezenassite pix betamplos estudos ao redor do mundo descartaram essa hipótese, a pontosite pix beto autor da teoria, o médico britânico Andrew Wakefield, ter sido considerado "inapto para o exercício da profissão" pelo Conselho Geralsite pix betMedicina do Reino Unido.
A Organização Mundial da Saúde destacasite pix betseu site que "não há evidência que sugira que qualquer vacina infantil possa aumentar o riscosite pix betTEA".
Causas?
Mas o que causa o autismo então? Não há uma resposta definitiva. Assim como cada criança autista é única, as causas que levam a essa desordem neurológica também são únicas, podendo haver uma ou várias associações.
"Existem algumas teorias do porquê do autismo", diz Patrícia Beltrão Braga, professorasite pix betembriologia e genética da Universidadesite pix betSão Paulo (USP). "Temos fatores genéticos influenciando, então seria uma carga hereditária ou mutações novas. Outras teorias dizem que pode haver uma influência do ambiente, como uma infecção, algum remédio que a mãe tomou ou até poluição", diz.
No estudo O que causa o autismo? Explorando a contribuição ambiental, da Escolasite pix betMedicina Mount Sinai,site pix betNova York, publicadosite pix bet2010, foram listados agentes que,site pix betcontato com a mãe durante a gravidez, causariam TEA no feto que está se formando: talidomida (usado para tratamentosite pix betdoenças como câncer, lúpus, tuberculose, entre outras), misoprostol (para combater úlcera), ácido valpróico (para tratamentosite pix betepilepsia e transtorno bipolar), infecção por rubéola e clorpirifós (agrotóxico utilizado para controlesite pix betpragas).
Outros fatores ambientais estão sendo estudados como possíveis causadores do autismo.
A questão é saber qual a porcentagemsite pix bet"culpabilidade" desses agentes, isto é, se eles sozinhos causam autismo ou se precisam estar ligados a fator genético ou biológico.
No Institutosite pix betBiociências da USP há uma outra linhasite pix betinvestigação. "Conseguimos ver uma relação causal entre a neuroinflamação e o autismo", relata Beltrão Braga.
A partir da análisesite pix betdentessite pix betleite doados por familiaressite pix betcrianças autistas, os cientistas da USP constataram que a inflamação dos astrócitos (células que estão no cérebro), ocasionada por um desequilíbrio do sistema imune, prejudicava o desenvolvimento dos neurônios - os quais ficavam menos ativos, ocasionando o autismo, segundo os pesquisadores.
Vale destacar, porém, que o estudo abrangeu apenas crianças diagnosticadas com o autismo clássico, o que significa que nem todas as variantes do espectro poderiam ser enquadradas nessa possível causa.
A parte genética
"O que se acredita com mais força que seja causador do autismo é uma base genética, quer seja hereditária,site pix betque os pais passaram para o filho, quer seja uma mutação nova,site pix betque aparece somente na criança. A complexidade é que existem centenassite pix betgenes", explica o psiquiatra Estevão Vadasz, criador do Programa Transtornos do Espectro Autista da Faculdadesite pix betMedicina da USP.
Já foram identificados entre 700 e 800 genes descritos como causadoressite pix betalguns casossite pix betautismo.
"Os estudos estão avançando e, provavelmente, daqui a poucos anos a gente vai conseguir descobrir um número maiorsite pix betgenes e mapear melhor esses indivíduos que têm autismo e talvez entender quais foram as causassite pix betcada um", prevê Beltrão Braga.
Embora várias associações possam estar correlacionadas à causa do TEA, na genética os pesquisadores conseguem trabalhar com elementos mais objetivos.
A comparaçãosite pix betgêmeos idênticos (que compartilham 100% do mesmo material genético) e não-idênticos (que compartilham 50% do mesmo material genético) é uma das formas que os acadêmicos utilizam para esclarecer o aspecto genético do transtorno.
Foi constatadosite pix betestudos que, no casosite pix betgêmeos idênticos, a probabilidadesite pix betambos os irmãos terem autismo erasite pix betcercasite pix bet70%. Isso baixava para 30% no casosite pix betgêmeos não idênticos e ficava abaixosite pix bet20% entre irmãos não gêmeos.
Outro levantamento feito na Suécia analisou todos os nascimentos no país entre 1973 e 2001. Foi constatado que o riscosite pix betuma criança nascer com autismo aumentava à medida que a idade do pai avançava. Isso ocorreria porque os espermatozoides teriam mais mutações genéticas.
Dúvidas e terapias
No institutosite pix betpesquisa Simons Foundation Autism Research Initiative (SFARI),site pix betNova York, foram analisadas as informações genéticassite pix bet2,5 mil famílias com uma criança autista, mas cujos pais e mães não apresentavam históricosite pix betTEA.
Ao comparar o DNA da criança com o dos pais foi constatado quesite pix betcerca 25% dos casos ocorreu a chamada "mutaçãosite pix betnovo", isto é, que não foi herdada por nenhum dos pais - a alteraçãosite pix betum ousite pix betalguns genes ocorreu apenas na criança.
Com isso, foi possível identificar com clareza a causa genética do transtorno. Nos demais 75% dos casos, no entanto, os pesquisadores não conseguiriam verificar as possíveis origens do autismo.
"A medicina e a biologia não são como a matemática. Sempre vai ter uma parcelasite pix betindivíduossite pix betquem não vamos saber a causa, o motivo pelo qual ele desenvolveu o quadrosite pix betautismo", diz Beltrão Braga.
Há também, segundo a neurocientista, uma questãosite pix betsuscetibilidade. "Temos uma combinação genética que às vezes torna o indivíduo mais suscetível a uma alteração que o ambiente está forçando ou mais resistente", ela diz.
"Quando todos ficam gripados na mesma casa, por exemplo, um não fica mais afetado do que o outro? É a genética que faz cada indivíduo respondersite pix betformas diferentes a agentes externos."
Desvendar as múltiplas associações à etiologia do autismo é um desafio aos cientistas e uma esperança às milharessite pix betfamílias ao redor do mundo que convivem com essa condição permanente.
Não há uma cura, mas sim tratamentos focandosite pix betterapias comportamentais e físicas.
Ao mesmo tempo, o conhecimento genético traria, teoricamente, a possibilidadesite pix betse consertar uma mutação ou desenvolver um medicamento específico, por exemplo.
É uma linhasite pix betpesquisa, contudo, que trará muitas discussões,site pix betparticular no campo ético, como ressaltousite pix betum artigo Simon Baron Cohen, diretor do Centrosite pix betPesquisasite pix betAutismo da Universidadesite pix betCambridge e uma referência mundial no estudosite pix betTEA.
"A ética do mapeamento genético ou da terapia genética deve ser pensada bem antes desses ficarem disponíveis. (...) Pesquisas futuras deverão focar na avaliaçãosite pix betaté quando qualquer formasite pix betintervenção reduz as deficiências enquanto apoia as virtudessite pix betcada autista."
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