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50 anos após primeira cirurgia, 72% dos pacientes que recebem novo coração vivem ao menos 5 anos:betwarrior
betwarrior Em 3betwarriordezembrobetwarrior1967, o cirurgião sul-africano Cristiaan Barnard realizou o primeiro transplantebetwarriorcoração humano do mundo, no hospital Groote Schurr,betwarriorCape Town.
O paciente era Louis Washkansky,betwarrior54 anos. A operação durou cinco horas e envolveu um timebetwarrior30 pessoas. Barnard usou o coraçãobetwarriorDenise Darvall, uma jovembetwarrior25 anos que sofrera morte cerebral após um acidentebetwarriorcarro.
Washkansky sobreviveu por 18 dias antesbetwarriormorrerbetwarriorpneumonia - efeito colateral das drogas imunodepressivas que tomou para mitigar os riscosbetwarriorrejeição do novo coração.
Agora, 50 anos depois, os transplantes estão longebetwarriorserem um feito médico incomum -betwarrior2016, por exemplo, foram realizados 6 mil transplantesbetwarriorcoraçãobetwarriortodo o mundo,betwarrioracordo com o Observatório GlobalbetwarriorDoação e Transplante.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, maisbetwarrior72% dos pacientes que recebem um novo coração vivem, pelo menos, cinco anos, enquanto 20% alcançam a marcabetwarrior20 anos.
Os dois maiores riscos para os transplantados são a rejeição do órgão pelo corpo e infecções causadas por medicamentos que controlam as respostas do sistema imunológico ao novo coração- as infecções são responsáveis por umabetwarriorcada três mortesbetwarriorpacientes no primeiro anobetwarriorcirurgia.
Ainda que Barnard tenha feito história, a maior parte das pesquisas sobre transplantebetwarriorcoração foi conduzida por médicos norte-americanos, que aperfeiçoaram as técnicas usando cachorros como cobaias. Barnard, na realidade, utilizou muitos dos aprendizados gerados por essas pesquisas.
Não impressiona, portanto, o fatobetwarrioros Estados Unidos serem o país que liderabetwarriornúmerobetwarriortransplantesbetwarriorcoração, tendo realizado 3.209 cirurgias do tipobetwarrior2016, bem à frente da França, que aparecebetwarriorsegundo lugar, com 490 procedimentos.
O Brasil vembetwarriorterceiro (357), seguido pela Alemanha e a Espanha. Ironicamente, a África do Sul aparece bem atrás no ranking, com apenas 14 cirurgias.
Mas o coração não foi o primeiro órgão a ser transplantado. Em 1954, o médico norte-americano Joseph E. Murray fez o primeiro transplante bem-sucedidobetwarriorrim da história. Trata-sebetwarriorlonge da mais comum e simples cirurgiabetwarriortransplante, com 120.000 procedimentos realizadosbetwarrior2015.
Fígado, pulmão e pâncreas são outros órgãos que têm sido transplantados com sucesso desde então. O que não mudou é a inglória batalha para equilibrar a desproporcional relação entre demanda e ofertabetwarriorórgãos.
Mesmo nos Estados Unidos, estima-se que maisbetwarrior100 mil pessoas estejam na listabetwarriorespera e 20 morram todos os dias esperando receber um novo órgão.
A dramática discrepância entre oferta e demandabetwarriorórgãos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a ofertabetwarriorórgãos para transplante cubra apenas 10% da demanda global. Essa escassez estimula um mercado clandestino que cresce rapidamente e que comercializa órgãos a preços altíssimos- cerabetwarriorUS$ 200.000 por um rim, por exemplo.
De acordo com um estudo da OMS,betwarrior2012, pelo menos um entre oito transplantesbetwarriorrins foi feito ilegalmente.
Um problema é garantir consenso para doaçõesbetwarriorórgãosbetwarriorcasobetwarriormorte. A Espanha tem uma política considerada bem-sucedida que exige que os indivíduos especifiquem que não querem doarbetwarriorcasobetwarriormorte.
O país tem hoje a taxa mais elevadabetwarriordoadores do mundo, um resultado que é também frutobetwarriorcampanhasbetwarriorconscientização que reduziram o númerobetwarriorfamílias que se recusam a dar consentimento para a doaçãobetwarriorórgãosbetwarriorparentes.
Entre doadores vivos, a Espanha não figura entre os top cinco da lista- o primeiro lugar é ocupado pela Turquia. O Brasil proíbe a doaçãobetwarriorórgãos entre pessoas vivas, a não ser que tenham parentescobetwarrioraté 4º grau com o receptor. O objetivo é justamente evitar que indivíduos vendam os próprios órgãos para transplantes.
Inovações tecnológicas podem ajudar a reduzir a discrepância entre oferta e demanda. Algumas iniciativas são a criaçãobetwarriorórgãos a partirbetwarriorcélulas-tronco, a impressãobetwarrior3Dbetwarriorórgãos e até o usobetwarriorórgãos geneticamente modificadosbetwarrioranimais.
De qualquer forma, muita coisa mudou desde o primeiro passo dado por Christiaan Barnard, há 50 anos.