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A corrida pela soberania (e pelos bilhões) do leito dos oceanos:betboo série a
A nova fronteira é o fundo dos oceanos. Explorar essas áreas pode resultar na descobertabetboo série auma grande quantidadebetboo série arecursos naturais.
Abismos e montanhas
Apenas 5% do leito oceânico, que cobre cercabetboo série a60% da superfície da Terra, foi propriamente explorado até agora.
A luz não chega às profundezas, que vivem na escuridão,betboo série atemperaturas pertobetboo série azero.
Cada missão exploratória revelou estruturas frágeis e animais nunca antes vistos. Mas empresas e governos estãobetboo série aolhobetboo série amineirais que potencialmente podem valer bilhões.
Nos últimos anos, houve grande avanço na tecnologia para mapear e extrair esses recursos - incluindo a construçãobetboo série aequipamento robótico capazbetboo série aoperarbetboo série agrandes profundidades.
A mineraçãobetboo série agrandes profundidades, ideia que data dos anos 1960, pode se tornar realidade já na próxima década.
Tudo isso é alimentado também pelo crescimento populacional e econômico do mundo, além das preocupações com a ofertabetboo série arecursos mineraisbetboo série aterra firme.
No solo oceânico, por exemplo, há cobre, níquel e cobaltobetboo série agrandes concentrações, assim como depósitosbetboo série ametais "estratégicos", como é o caso dos chamados elementos terra-rara, usadosbetboo série atecnologias como chipsbetboo série amemória e baterias para carros elétricos.
Estima-se, por exemplo, que apenas montanhas no fundo do Pacífico contenham 22 vezes mais telúrio, elemento usadobetboo série apainéisbetboo série aenergia solar, do quebetboo série atodas as reservas terrestres conhecidas.
Sob pressão
Até o momento, esses recursos minerais estão sendo apenas localizados, não extraídos. Há sérios obstáculos a superar nessas locações remotas.
O equipamento precisa funcionarbetboo série aprofundidadesbetboo série a5 mil metros, onde a pressão é 500 vezes maior que na superfície, apenas para começar a escavar. A atual tecnologiabetboo série amineração profunda permite apenas a operaçãobetboo série aregiõesbetboo série amil metros debaixo d´água.
As regras para a exploração do fundo dos oceanos ainda não foram estipuladas, mas os interessados terão que demonstrar que avaliaram o impacto ambiental das operações e os planosbetboo série acontigência para efeitos das atividades.
O grande problema é que o conhecimento humano sobre esses ambientes é limitado, o que dirá a compreensão sobre os efeitosbetboo série asua exploração para a extraçãobetboo série arecursos.
A biodiversidade nos oceanos é espetacular, mesmobetboo série agrandes profundiades, e os cientistas sabem que há muito mais espécies a serem descobertas.
Um consórcio internacionalbetboo série acientistas começou a tentar medir o impacto ambiental da escavação do leito oceânico. Os especialistas temem que isso possa afetar muitas formasbetboo série avida e mesmo a capacidade dos oceanosbetboo série afornecer alimento e absorver dióxidobetboo série acarbono da atmosfera.
As consequências podem até afetar a indústria farmacêutica, que nos últimos anos desenvolveu até tratamentos contra o câncer a partirbetboo série acriaturas marinhas.
De quem é o fundo?
A atual legislação internacional estabalece que países são donos do que é encontradobetboo série auma extensãobetboo série aaté 200 milhas náuticas (370 km)betboo série asuas costas. Passado esse limite, a discussão se complica.
Um órgão das Nações Unidas, conhecido como ISA, é responsável pelo licenciamentobetboo série aprojetos exploratórios do leito oceânico.
Criadobetboo série a1984, o ISA é reconhecido por 168 países, entre eles o Brasil e a União Europeia, mas não os EUA.
Desde então, o órgão aprovou apenas 26 pedidosbetboo série aexploraçãobetboo série a20 países, nenhum deles da América do Sul. China e Rússia são os países com mais licenças (quatro cada), ao passo que Reino Unido, França, Alemanha, Índia e Japão têm dois.
Por determinação da ONU, os contratos têmbetboo série aser divididos com uma naçãobetboo série adesenvolvimento.
Com os avanços da tecnologia, a corrida pelo fundo dos oceanos só vai se intensificar.
*Rachel Mills é cientista e integrantebetboo série aum grupobetboo série aestudos sobre o futuro dos recursos oceânicos criado pela Royal Societybetboo série aLondres.
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