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O revolucionário método criado no Brasil para tratar queimaduras graves com peletilápia:
Grelhada, frita ou no vapor. Há dezenasreceitas para o preparo da tilápia, um peixeágua doce que se reproduz com grande velocidade.
Mas alémser saboroso e ricoproteínas, o peixe tem um potencial único no campo da medicina, especificamente para o tratamentoqueimaduraspelesegundo e terceiro graus.
O método, pioneiro no mundo, foi desenvolvido por médicos no Ceará.
"No Brasil, para tratar queimaduras, usamos normalmente um creme com efeito24 horas. Todos os dias, é preciso trocar o curativo, tirar o creme, enxaguar a área queimada, colocar o creme novamente e fazer um novo curativo", explica Edmar Maciel, cirurgião plástico e presidente do InstitutoApoio ao Queimado (IAQ), que desenvolveu o procedimento.
"Isso acaba sendo muito trabalhoso, custoso e doloroso", acrescenta ele.
O método oferece muitos benefícios.
Como permanece sobre a queimadura durante vários dias,função da gravidade do ferimento, a pele do peixe evita as dores que resultam na necessidade da troca do curativo.
Em outros países, é usada a peleoutros animais, principalmenteporco.
Mas uma grande vantagemusar a tilápia é que "sabemos que esses peixes tem menos possibilidadestransmitir doenças do que os terrestres", assinala Maciel.
Por outro lado, tem uma maior quantidadeuma proteína chamada colágeno tipo 1, uma melhor resistência (similar à pele humana) e um grau adequadoumidade que ajuda na cicatrização.
Porboa aderência, a pele evita a contaminação externa e limita a perdaproteína e plasma, o que pode gerar desidratação e,última instância, causar a morte do paciente.
Antesser utilizada, a pele do peixe é submetida a um processolimpezaque são retirados as escamas, o tecido muscular, as toxinas e o odor característico do peixe.
Depois, é estiradauma prensa e cortadatiras10 cm por 20 cm.
O resultado é um tecido flexível, similar à pele humana.
As tiraspele são armazenadasum congelador a uma temperatura entre 2 e 4 graus Celsius por no máximo dois anos.
O trabalho dos pesquisadores foi premiado várias vezes no Brasil.
Agora, a equipe analisa a possibilidadeusar a peletilápiaoutras áreas da medicina, como, por exemplo, no campo da ginecologia, na atresia vaginal ou para usoendoscopia.
Também será feito um estudo comparativo para avaliar as diferenças no tratamento das queimaduras entre a pele do porco, do cachorro, humana e da tilápia.