Por que é tão difícil frear a escalada da obesidade infantil?:sportingbet psg

Garoto obeso sorme no sofá com o controlesportingbet psgvideogame na mão

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Legenda da foto, Índicesportingbet psgmeninos obesos com idade entre cinco e nove anos chega a 16,6%

O Estudosportingbet psgRiscos Cardiovascularessportingbet psgAdolescentes (Erica),sportingbet psg2015, indica que 8,4% dos adolescentes brasileiros estão obesos e 25,5% dos adolescentessportingbet psg12 a 17 anos estão com excessosportingbet psgpeso.

Para especialistas ouvidos pela BBC Brasil, o mau exemplo dos pais e a sofisticação da propagandasportingbet psgprodutos industrializados são os principais entraves para enfrentar o problema.

Propaganda desigual

O coordenador científico do Núcleosportingbet psgPesquisas Epidemiológicassportingbet psgNutrição e Saúde da Universidadesportingbet psgSão Paulo (USP), Carlos Augusto Monteiro, atuou na elaboração do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, e considera a propaganda o principal motor para o crescimento do consumosportingbet psgalimentos ultraprocessados nos últimos anos.

São considerados assim alimentos como biscoitos recheados, salgadinhossportingbet psgpacote, refrigerantes, macarrão instantâneo, lasanhas prontas, entre outros do gênero.

Menino acima do peso com hamburquer

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Legenda da foto, Para especialistas, a obesidade infantil é difícilsportingbet psgtratar porque depende muito dos adultos

"A propaganda é desigual. Enquanto a indústria apresenta um material muito sofisticado, que passa uma mensagem sobre você ser mais bacana se consumir tal produto, o governo é omissosportingbet psgcampanhassportingbet psgsaúde pública", analisa Monteiro.

Para o pesquisador, essa propaganda vende também uma certa ideologiasportingbet psgpraticidade, que contamina o imaginário dos pais, verdadeiros responsáveis pela alimentação dos pequenos.

"Não há tanta diferença entre o temposportingbet psgpreparosportingbet psgum macarrão normal com molhosportingbet psgtomate e um macarrão instantâneo", avalia.

Regulamentação e exemplo

Além da propaganda, as embalagens também contribuem para atrair consumidores a produtos com propriedades sensoriais inversamente proporcionais ao seu valor nutricional. "Um sucosportingbet psglaranjasportingbet psgpó, por exemplo, tem 1%sportingbet psgpolpasportingbet psglaranja, mas a embalagem mostra uma laranja enorme, colorida", exemplifica Monteiro.

O mesmo vale para dizeres como "ricosportingbet psgfibras" e frases similares, as quais o pesquisador da USP classifica como "alegações saudáveis falsas". Medidas regulatórias poderiam barrar esse tiposportingbet psgapelo ou mesmo restringir a propagandasportingbet psgcertos produtos, como ocorresportingbet psgpaíses como França, Canadá e Inglaterra.

Um ponto fundamental na formaçãosportingbet psguma geração que tenha menos problemas com a balança é o exemplo dos pais. "A criança precisa ter referências do que é uma alimentação variada e saudável", frisa a pediatra nutróloga Elza Mello, professora da Faculdadesportingbet psgMedicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Homem e garoto com sobrepeso

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Legenda da foto, É preciso dar bons exemplos, já que parte dos hábitos das crianças decorre do que elas veem os pais fazerem

A especialista destaca que a preocupação com os hábitos alimentares deve vir desde a gestação. "O líquido amniótico transfere sabor, então, a criança pode já nasce predisposta a preferir certos alimentossportingbet psgacordo com a dieta da mãe", explica Mello, que também atua no setorsportingbet psgGastroenterologia Pediátrica do Hospital das Clínicassportingbet psgPorto Alegre.

De acordo com a pediatra nutróloga Márcia Schneider, integrante da Sociedadesportingbet psgPediatria do Rio Grande do Sul, o tratamento da obesidade infantil é difícil porque depende muito dos adultos. "O tratamento não deve ser só no consultório, massportingbet psgcasa, na escola. Quem compra o refrigerante? Quem dá o tablet?", questiona a médica.

O que fazer?

Os especialistas são unânimes: dar exemplo é o primeiro passo. Boa parte da educação das crianças decorre do que elas veem os pais fazerem. Vale o mesmo para a dieta.

"Os pais veem os pequenos como vulneráveis, o quesportingbet psgfato são, e querem fazer tudo certo. Nessa perspectiva, a chegadasportingbet psguma criança pode ser uma motivação para repensar a relaçãosportingbet psgtodos com a comida", observa o pesquisador da USP Carlos Augusto Monteiro.

Garoto obeso sentadosportingbet psgbancosportingbet psgginásiosportingbet psgcolégio

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Legenda da foto, Não mandar raspar o prato é uma medida simples e eficaz para combater a obesidade infantil

Evitar ao máximo oferecer sucos e refrigerantes aos pequenos é outra recomendação. Mesmo sucos naturais são altamente calóricos, lembra a pediatra Elza Mello. Além do excessosportingbet psgcalorias, a ingestão frequente dessas bebidas acostuma o paladar da criança desde cedo e pode acabar fazendo com que ela rejeite beber água.

Não mandar raspar o prato é uma medida simples e eficaz. As mães esperam que a criança consuma porções iguaissportingbet psgalimento todos os dias e costumam obrigá-las a comer até o fim, mas esse comportamento é equivocado, diz a especialista.

"Há diassportingbet psgque a criança tem menos fome, e é preciso respeitar. Assim, ela irá crescer com a ideiasportingbet psgque só precisa comer até o cérebro saber que está satisfeito", explica.

Por fim, é comum os pais se preocuparem maissportingbet psgfazer a criança comer direito do quesportingbet psgobservar como (e se) ela gasta toda essa energia.

"É preciso limitar o usosportingbet psgmídias que incentivam o sedentarismo e promover a práticasportingbet psgatividades físicassportingbet psgtodas as idades. Para crianças pequenas, atividades lúdicas, como jogos, funcionam bem. Adolescentes podem até fazer musculação, desde que sem sobrecarga", sugere a pediatra Márcia Schneider.

Ação do governo

Questionado sobre desafios e medidas do governo federal no combate à obesidade infantil, o Ministériosportingbet psgSaúde enumerou uma sériesportingbet psgaçõessportingbet psgcurso, como controlesportingbet psgganhosportingbet psgpeso e promoçãosportingbet psgalimentação saudável na gestação.

Citou ainda o programa Saúde na Escola,sportingbet psgintegração com a pasta da Educação, que pode identificar estudantes com excessosportingbet psgpeso ou risco nutricional e encaminhá-los a serviçossportingbet psgsaúde.

Ainda segundo o ministério, o governo fornece materiais a professores para usosportingbet psgatividadessportingbet psgpromoção da alimentação saudável e apoia uma normasportingbet psgvendasportingbet psgalimentos para bebês que controla a publicidadesportingbet psgprodutos que concorram com a amamentação - prática que é considerada como meiosportingbet psgprevenção da obesidade.

A pasta disse reconhecer a necessidadesportingbet psgavançar alémsportingbet psgaçõessportingbet psgpromoçãosportingbet psgalimentação adequada.

"É preciso melhorar a rotulagem nutricional para apoiar escolhas mais saudáveis, proibir a vendasportingbet psgrefrigerantes e outros alimentos ultraprocessados não saudáveis nas escolas e regular a publicidadesportingbet psgalimentos direcionada ao público infantil, para proteger as crianças da exposição a alimentos não saudáveis", afirmousportingbet psgnota.