Por que é tão difícil frear a escalada da obesidade infantil?:sportingbet psg
O Estudosportingbet psgRiscos Cardiovascularessportingbet psgAdolescentes (Erica),sportingbet psg2015, indica que 8,4% dos adolescentes brasileiros estão obesos e 25,5% dos adolescentessportingbet psg12 a 17 anos estão com excessosportingbet psgpeso.
Para especialistas ouvidos pela BBC Brasil, o mau exemplo dos pais e a sofisticação da propagandasportingbet psgprodutos industrializados são os principais entraves para enfrentar o problema.
Propaganda desigual
O coordenador científico do Núcleosportingbet psgPesquisas Epidemiológicassportingbet psgNutrição e Saúde da Universidadesportingbet psgSão Paulo (USP), Carlos Augusto Monteiro, atuou na elaboração do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, e considera a propaganda o principal motor para o crescimento do consumosportingbet psgalimentos ultraprocessados nos últimos anos.
São considerados assim alimentos como biscoitos recheados, salgadinhossportingbet psgpacote, refrigerantes, macarrão instantâneo, lasanhas prontas, entre outros do gênero.
"A propaganda é desigual. Enquanto a indústria apresenta um material muito sofisticado, que passa uma mensagem sobre você ser mais bacana se consumir tal produto, o governo é omissosportingbet psgcampanhassportingbet psgsaúde pública", analisa Monteiro.
Para o pesquisador, essa propaganda vende também uma certa ideologiasportingbet psgpraticidade, que contamina o imaginário dos pais, verdadeiros responsáveis pela alimentação dos pequenos.
"Não há tanta diferença entre o temposportingbet psgpreparosportingbet psgum macarrão normal com molhosportingbet psgtomate e um macarrão instantâneo", avalia.
Regulamentação e exemplo
Além da propaganda, as embalagens também contribuem para atrair consumidores a produtos com propriedades sensoriais inversamente proporcionais ao seu valor nutricional. "Um sucosportingbet psglaranjasportingbet psgpó, por exemplo, tem 1%sportingbet psgpolpasportingbet psglaranja, mas a embalagem mostra uma laranja enorme, colorida", exemplifica Monteiro.
O mesmo vale para dizeres como "ricosportingbet psgfibras" e frases similares, as quais o pesquisador da USP classifica como "alegações saudáveis falsas". Medidas regulatórias poderiam barrar esse tiposportingbet psgapelo ou mesmo restringir a propagandasportingbet psgcertos produtos, como ocorresportingbet psgpaíses como França, Canadá e Inglaterra.
Um ponto fundamental na formaçãosportingbet psguma geração que tenha menos problemas com a balança é o exemplo dos pais. "A criança precisa ter referências do que é uma alimentação variada e saudável", frisa a pediatra nutróloga Elza Mello, professora da Faculdadesportingbet psgMedicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A especialista destaca que a preocupação com os hábitos alimentares deve vir desde a gestação. "O líquido amniótico transfere sabor, então, a criança pode já nasce predisposta a preferir certos alimentossportingbet psgacordo com a dieta da mãe", explica Mello, que também atua no setorsportingbet psgGastroenterologia Pediátrica do Hospital das Clínicassportingbet psgPorto Alegre.
De acordo com a pediatra nutróloga Márcia Schneider, integrante da Sociedadesportingbet psgPediatria do Rio Grande do Sul, o tratamento da obesidade infantil é difícil porque depende muito dos adultos. "O tratamento não deve ser só no consultório, massportingbet psgcasa, na escola. Quem compra o refrigerante? Quem dá o tablet?", questiona a médica.
O que fazer?
Os especialistas são unânimes: dar exemplo é o primeiro passo. Boa parte da educação das crianças decorre do que elas veem os pais fazerem. Vale o mesmo para a dieta.
"Os pais veem os pequenos como vulneráveis, o quesportingbet psgfato são, e querem fazer tudo certo. Nessa perspectiva, a chegadasportingbet psguma criança pode ser uma motivação para repensar a relaçãosportingbet psgtodos com a comida", observa o pesquisador da USP Carlos Augusto Monteiro.
Evitar ao máximo oferecer sucos e refrigerantes aos pequenos é outra recomendação. Mesmo sucos naturais são altamente calóricos, lembra a pediatra Elza Mello. Além do excessosportingbet psgcalorias, a ingestão frequente dessas bebidas acostuma o paladar da criança desde cedo e pode acabar fazendo com que ela rejeite beber água.
Não mandar raspar o prato é uma medida simples e eficaz. As mães esperam que a criança consuma porções iguaissportingbet psgalimento todos os dias e costumam obrigá-las a comer até o fim, mas esse comportamento é equivocado, diz a especialista.
"Há diassportingbet psgque a criança tem menos fome, e é preciso respeitar. Assim, ela irá crescer com a ideiasportingbet psgque só precisa comer até o cérebro saber que está satisfeito", explica.
Por fim, é comum os pais se preocuparem maissportingbet psgfazer a criança comer direito do quesportingbet psgobservar como (e se) ela gasta toda essa energia.
"É preciso limitar o usosportingbet psgmídias que incentivam o sedentarismo e promover a práticasportingbet psgatividades físicassportingbet psgtodas as idades. Para crianças pequenas, atividades lúdicas, como jogos, funcionam bem. Adolescentes podem até fazer musculação, desde que sem sobrecarga", sugere a pediatra Márcia Schneider.
Ação do governo
Questionado sobre desafios e medidas do governo federal no combate à obesidade infantil, o Ministériosportingbet psgSaúde enumerou uma sériesportingbet psgaçõessportingbet psgcurso, como controlesportingbet psgganhosportingbet psgpeso e promoçãosportingbet psgalimentação saudável na gestação.
Citou ainda o programa Saúde na Escola,sportingbet psgintegração com a pasta da Educação, que pode identificar estudantes com excessosportingbet psgpeso ou risco nutricional e encaminhá-los a serviçossportingbet psgsaúde.
Ainda segundo o ministério, o governo fornece materiais a professores para usosportingbet psgatividadessportingbet psgpromoção da alimentação saudável e apoia uma normasportingbet psgvendasportingbet psgalimentos para bebês que controla a publicidadesportingbet psgprodutos que concorram com a amamentação - prática que é considerada como meiosportingbet psgprevenção da obesidade.
A pasta disse reconhecer a necessidadesportingbet psgavançar alémsportingbet psgaçõessportingbet psgpromoçãosportingbet psgalimentação adequada.
"É preciso melhorar a rotulagem nutricional para apoiar escolhas mais saudáveis, proibir a vendasportingbet psgrefrigerantes e outros alimentos ultraprocessados não saudáveis nas escolas e regular a publicidadesportingbet psgalimentos direcionada ao público infantil, para proteger as crianças da exposição a alimentos não saudáveis", afirmousportingbet psgnota.