Por que muitos criticam a canonizaçãobetesporte propagandaMadre Teresabetesporte propagandaCalcutá:betesporte propaganda

A freira, que também ganhou o Prêmio Nobel da Pazbetesporte propaganda1979, faleceu aos 87 anosbetesporte propaganda1997. Ela ficou conhecida por ter construído hospitais, casasbetesporte propagandarepouso, cozinhas, escolas, colôniasbetesporte propagandaleprosos e orfanatos. Era chamadabetesporte propaganda"Santa das Sarjetas" por seu trabalho nas regiões mais pobresbetesporte propagandaCalcutá.

A congregação Missionárias da Caridade, fundada por Madre Teresa, reúne atualmente maisbetesporte propaganda3 mil religiosas no mundo inteiro.

Mas, apesarbetesporte propagandater uma legiãobetesporte propagandafiéis, ela também tem uma considerável legiãobetesporte propagandadetratores.

O falecido autor britânico Christopher Hitchens era um dos principais. Ele descreveu Madre Teresa como "uma fundamentalista religiosa, uma agente política, uma pregadora primitiva e uma cúmplice dos poderes seculares mundanos".

Em um livro famoso lançadobetesporte propaganda1995, A Posição Missionária: Madre Teresabetesporte propagandateoria e prática, Hitchens critica o que diz ser a "culturabetesporte propagandasofrimento" da freira e afirma que ela criou um imagináriobetesporte propaganda"buraco do inferno" da cidade que a acolheu, alémbetesporte propagandater se tornado "amigabetesporte propagandaditadores".

O autor também foi responsável por um documentário chamado O Anjo do Inferno,betesporte propagandaque explora estas críticas.

Em 2003, o físico baseadobetesporte propagandaLondres Aroup Chatterjee publicou uma nova crítica a Madre Teresa depoisbetesporte propagandater feito pelo menos 100 entrevistas com pessoas envolvidas com a congregação criada por ela.

Ele descreveu o que disse ser uma "espantosa faltabetesporte propagandahigiene" nos centrosbetesporte propagandasaúde administrados pelas Missionáriasbetesporte propagandaCaridade - onde se reutilizava agulhas, por exemplo - e descreveu os locaisbetesporte propagandaque o grupo cuidavabetesporte propagandadoentes como "confusos e mal organizados".

Questionando milagres

O cubano Hemley Gonzalez também se tornou um crítico depois que saiubetesporte propagandaMiami, onde vivia, para trabalhar como voluntáriobetesporte propagandauma das casasbetesporte propagandaMadre Teresabetesporte propagandaCalcutá por dois meses,betesporte propaganda2008.

Ele disse ter ficado "chocado ao descobrir a maneira terrivelmente negligente como esta missãobetesporte propagandacaridade opera e as contradições entre a realidade e a forma como ela é percebida pelo público".

Gonzalez, que hoje tembetesporte propagandaprópria organizaçãobetesporte propagandacaridade humanista e sem ligação com a Igreja Católica, critica também o que diz serem pensamentos retrógrados que seriam reforçados na congregaçãobetesporte propagandaMadre Teresa.

"Ser contra o controlebetesporte propagandanatalidade e o planejamento familiar, a modernizaçãobetesporte propagandaequipamentos e uma miríadebetesporte propagandainiciativas que solucionam problemas causados pela pobreza são coisas que fazem Madre Teresa não ser 'amiga dos pobres', como dizem, mas uma pessoa que promove a pobreza", afirmou.

Recentemente, o racionalista indiano Sanal Edamaruku, também levantou perguntas sobre os milagres que levaram Madre Teresa à canonização na Igreja Católica.

Para ser considerado santo ou santa pelo Vaticano, uma pessoa precisa ter alguns "milagres" atribuídos a ela, apósbetesporte propagandamorte, por contabetesporte propagandaorações que foram feitasbetesporte propagandaseu nome.

Quando situações como essa acontecem, elas são "verificadas" por meiobetesporte propagandaprovas exigidas pela Igreja antesbetesporte propagandaserem aceitas como milagres. Normalmente, os casos sãobetesporte propagandacuras ou recuperaçõesbetesporte propagandadoenças que acontecem sem aparente explicação médica.

Cinco anos depois da mortebetesporte propagandaMadre Teresa, o papa João Paulo 2º aceitou o que seria seu primeiro milagre - a curabetesporte propagandauma mulherbetesporte propagandauma tribobetesporte propagandaBangladesh, Monica Besra, que tinha um tumor abdominal - e determinou que isso teria acontecido devido a uma intervenção sobrenatural.

Isso abriu caminho para a beatificação da madrebetesporte propaganda2003. Em 2015, o papa Francisco reconheceu um segundo milagre, que envolveu a curabetesporte propagandaum brasileiro com tumores no cérebrobetesporte propaganda2008.

Edamaruku questionou o primeiro milagre, perguntando como uma mulher pode ser curada por uma fotobetesporte propagandauma freira colocada sobre seu estômago quando existem há provasbetesporte propagandaque ela recebeu tratamento médico contra a doença.

Hoje, diz ele, "a maioria das pessoas não quer mais negar os feitosbetesporte propagandaMadre Teresa porque ela tem uma imagembetesporte propagandaalguém que sempre trabalhou para os pobres", afirma.

"Se você duvidabetesporte propagandaMadre Teresa, você é visto como 'anti-pobre'. Eu não tenho nada contra ela, mas dizer que alguém faz milagres não é científico."

'Barato'

O físico Aroup Chatterjee foi ainda mais incisivo ao dizer que os "chamados milagres são baratos e infantis demais até para questionar".

A iniciativa mais recente veiobetesporte propagandaum grupobetesporte propagandaacadêmicos e trabalhadores sociais indianos, que chegaram a pedir ao Ministro das Relações Exteriores da Índia, Sushma Swaraj, que reconsiderassebetesporte propagandadecisãobetesporte propagandair ao Vaticano para prestigiar a cerimôniabetesporte propagandacanonizaçãobetesporte propagandaMadre Teresa.

"Causa espanto que o ministrobetesporte propagandaum país cuja constituição pede aos seus cidadãos para ter um pensamento científico aprove uma canonização baseadabetesporte propaganda'milagres'", diz o pedido oficial.

No entanto, alguns contestam esse argumento alegando que "provas científicas e fé são coisas diferentes".

"Muitas perguntas ainda estãobetesporte propagandaaberto. Muitosbetesporte propagandanós temos uma noção bem limitadabetesporte propagandahistória científica ebetesporte propagandafilosofia da ciência", afirmou o sociólogo Shiv Visvanathan.

"A batalha do cristianismo com a ciência tem um longo histórico. E, muitas vezes, racionalistas também exageram exigindo provas científicas o tempo todo", finaliza.