'Sem crescimento robusto, Brasil pode se tornar difícilblaze lgovernar', diz Goldman Sachs:blaze l
Nascidoblaze lPortugal, Ramos atua no Goldman Sachs desde 2003, tendo passado pelos cargosblaze lvice-presidente e diretor administrativo. Especializadoblaze lfinanças e com PhDblaze leconomia pela Universidadeblaze lChicago — considerada berço do liberalismo econômico —, foi antes economista sênior do Fundo Monetário Internacional (FMI), trabalhando com Argentina, Brasil e Turquia. Atualmente, ele liderablaze lequipeblaze lanalistas a partirblaze lNova York.
{nn} são um tipo popular blaze l aposta desportiva onde um time ou jogador é concedido umhandicap( Handicap 2 blaze l {k0} nossos exemplos) como se tivesse marcado certa quantidade degoalsou pontos antes do início do jogo.
Nesse artigo, vamos entendercomo funciona o handicap 2e como se pode fazer uma aposta com handicap 2 usando exemplos concretos.
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Uma aposta com handicap 2 é um tipo especial blaze l aposta onde um time ou jogador tem doisgoalsadicionados ao seu total blaze l de pontos ougoalsno início do jogo. Isto é usado para nivelar o jogo, especialmente se um time for considerado o grande favorito.
Como fazer uma aposta com handicap 2?
Apostar comhandicap 2é muito fácil.
Aqui está um exemplo para ilustrar como funciona: imagine um jogo blaze l futebol entre o Bayern Munich e o MSV Duisburg.
Se um Fan do MSV Duisburg quisesse apostar no seu time, mas achava que o Bayern Munich era claramente um favorito, poderia escolher uma apostahandicap 0-2para o MSV Duisburg. Isto daria ao MSV duisburg uma vantagem artificial mental blaze l 2 goals antes do jogo.
Se o Bayern Munich ainda vencesse o jogo (digamos 1-0), o handicap o tornaria 1-2 (derrota para o MSV Duisburg), e.
Assim, mesmo que um time perca um jogo, ainda é possível ganhar a aposta.
Exemplos Práticos com Handicap 2
Example 1:SkyBet tem um mercadoHandicap 2com a Chelsea sendo favorecida sobre o Portsmouth.
Chelsea (-2): Se a Chelsea vencer por 2golsou mais, você bancou o time vitorioso.
Se a Chelsea ganhar com 1golde diferença ou perder, você não ganha, porque Portsmouth tem pontos "extras".
Example 2:Outra situação real na Bwin: apoiando MSV Duisburg com Handicap 0-2 contra Bayern Munich.
Duisburg com2-gols favor, significa
que perder por 1< (...)
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gol, empatar ou vencer são todos ótimos resultados para
esta aposta.”
O economista vê boa vontadeblaze linvestidores estrangeiros com o novo governo, mas alerta que, com a reabertura da China e uma Europa que administrou bem a crise do gás decorrente da guerra da Ucrânia, o país não está sozinho na disputa pelos fluxosblaze lcapitais internacionais.
Nesse cenário, o governo Lula tem como principal desafio este ano equacionar a questão fiscal, avalia Ramos. Mas precisa evitar a tentaçãoblaze lmedidas intervencionistas e populistas que não deram bons resultados no passado.
"Não é uma lei da natureza que a América Latina não cresça e que as condiçõesblaze lvida não melhorem. É um reflexoblaze lescolhas equivocadas dos últimos anos", diz Ramos. "Éblaze lfato inaceitável o crescimento ser tão medíocre, é preciso mudar isso, porque as condiçõesblaze lvida têm que melhorar. A América Latina está perdendo o trem do desenvolvimento."
Confira abaixo os principais trechos da entrevista.
blaze l BBC News Brasil - Como o senhor viu o episódio da depredação dos prédios públicosblaze lBrasília e como isso repercutiu entre os investidores internacionais?
blaze l Alberto Ramos - É um sinal da polarização profunda do pontoblaze lvista político e social que o Brasil tem vivido nos últimos anos. Foi uma campanha muito dividida e parece que essa polarização não se resolveu com a eleição. Sempre que tem esse ruído institucional, político e social, é algo que deixa o investidor um pouco mais defensivo.
blaze l BBC News Brasil - Mas esses ataques mudaramblaze lalguma forma o cenário que estava dado para o novo governo Lula? Isso pode afetar a governabilidade, na perspectiva do senhor?
blaze l Ramos - No meu cenário não mudou nada, porque a expectativa éblaze lque isso tenha sido um episódio isolado. Por mais triste que tenha sido, a expectativa éblaze lque não se repita, pelo menos à escala do que aconteceu.
Acredito que a polarização vai continuar, que o presidente Lula vai continuar a enfrentar uma oposição relativamente combativa e aguerrida. Estamos bem longe do consensoblaze lum presidente que tem uma popularidade extremamente alta. Então isso pode certamente limitar a governabilidade, mas isso já estava no nosso cenárioblaze lbase, não alteramos nada com os eventosblaze l8blaze ljaneiro.
blaze l BBC News Brasil - A possibilidadeblaze luma ruptura institucional está no seu radar e no radar dos investidores, ou a resposta do governo foi suficiente para afastar esse tipoblaze ltemor?
blaze l Ramos - Não falo por outros investidores, mas não está no meu cenário a possibilidadeblaze luma ruptura institucional. Me parece que as instituições no Brasil são suficientemente robustas para proteger o regime democrático. Há uma imprensa livre e vibrante, e as instituições têm performado o papel constitucional que se espera delas. Então não há um cenárioblaze lruptura institucional.
blaze l BBC News Brasil - Qual é a perspectiva do senhor para o crescimento do PIB brasileiro esse ano?
blaze l Ramos - A expectativa éblaze lum crescimento modesto, por voltablaze l1%, que tem a ver um pouco com a diminuição do impulso relativo à reabertura da economia [após a pandemia], que estimulou bastante a atividadeblaze l2021 e 2022.
Tem também a ver com a própria restritividade da política monetária [isto é, a taxa básicablaze ljuros elevada, com a Selic atualmente a 13,75% ao ano], as condições financeiras bastante restritivas, que infelizmente é o que é necessário para trazer a inflaçãoblaze lvolta para a meta e reancorar as expectativasblaze linflação.
Também um mercadoblaze ltrabalho que está relativamente apertado, com uma taxablaze ldesemprego já próxima do nível neutro [quando o desemprego não é zero, mas está no ponto consideradoblaze lequilíbrio, sem acelerar a inflação], que é o reflexo do crescimento relativamente vigorosoblaze l2022.
Por fim, há também uma demanda externa mais limitada. Então teremosblaze l2023 uma desaceleração da atividade econômica que reflete o efeito combinadoblaze ltodos esses fatores.
blaze l BBC News Brasil - E quais são os principais desafios que o senhor vê para a economia brasileira esse ano?
blaze l Ramos - Para esse ano, o primeiro desafio é equacionar a questão fiscal. Principalmente, qual será a âncora fiscalblaze lmédio e longo prazo. Essa é a grande questão.
O tetoblaze lgastos, que teve um papel fundamentalblaze lancorar [as expectativas dos investidores com relação] a parte fiscal e a dinâmica da dívida vai ser substituído, e não há ainda indicação do que será esse substituto. Então esse é um ponto importante, manter as expectativas e o ancoramento do fiscal no médio e longo prazo.
blaze l BBC News Brasil - O senhor mencionou o crescimento vigoroso do ano passado que resultou nessa melhora do mercadoblaze ltrabalho. O senhor começou 2022 prevendo uma altablaze l0,8% para o PIB brasileiro e tinha gente prevendo até recessão. Mas o PIBblaze l2022 deve ter crescido próximoblaze l3%, segundo as expectativas mais recentes do boletim Focus. Por que os economistas erraram tanto as previsões no ano passado?
blaze l Ramos - Acho que todo mundo subestimou o impacto da reabertura da economia.
Depois teve o próprio efeito da guerra na Europa, entre Rússia e Ucrânia, que levou a um aumento significativo do preçoblaze lcommodities, o que alavancou a melhora dos termosblaze ltroca do Brasil [relação entre os preçosblaze lexportação e osblaze limportação do país], alavancando também o crescimento.
O crescimento global também foi bem maior do que se esperava.
E o quarto fator foi o impulso fiscal [as medidasblaze lestímulo à economia feitas pelo governo Bolsonaro, como o Auxílio Brasilblaze lR$ 600, entre outras], que foi bem maior do que se projetava no início do ano, embora parte disso tenha sido mitigada por uma política monetária mais restritiva e uma inflação mais alta. Então, no final, acho que essa foi a grande surpresa.
blaze l BBC News Brasil - A economia pode surpreenderblaze lnovo esse ano?
blaze l Ramos - Pode. Nossa visãoblaze lrelação à economia americana e global é um pouco mais construtiva do que a média do mercado. Achamos que não vai ter recessão nos EUA e temos projeções para crescimento da China, global e preçosblaze lcommodities acima da média.
Então pode surpreender, a depender do graublaze lestímulo fiscalblaze l2023. Não descarto a possibilidadeblaze lter um crescimento mais forte, como não descarto a possibilidadeblaze lum crescimento mais fraco. Nossa estimativablaze lum crescimento [do PIB brasileiroblaze l2023]blaze l1,2% tem risco para ambos os lados.
blaze l BBC News Brasil - Como o senhor viu o pacoteblaze lmedidas anunciadas na semana passada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para reduzir o déficit público, mirando um déficit entre 0,5% e 1% do PIB esse ano?
blaze l Ramos - Foi um passo importante. Mostra que o governo está preocupado com a dimensão do déficit como saiu com a aprovação do Orçamento, que era um déficitblaze lquase R$ 230 bilhões ou 2,3% do PIB. E que está comprometidoblaze lreduzir esse déficit.
O pacoteblaze lsi não impressionou tanto. É um pacote com um viés muito grande para medidasblaze laumento da receita, medidas tributárias. E medidas que são transitórias, há poucas medidas permanentes, algumas delasblaze lefeito duvidoso.
Gostariablaze lver um pacote mais centrado na racionalização e redução do gasto. Num país que gasta maisblaze lR$ 2 trilhões, certamente há gastos improdutivos, redundantes, mal alocados.
Seria importante que o pacote tivesse um viés mais focalizado no gasto do que na receita, porque teria uma implicação melhor para a inflação, com um componente permanente e acoplado à nova âncora fiscal, que é a discussão que vem pela frente.
blaze l BBC News Brasil - Haddad tem prometido apresentar ainda esse semestre o novo arcabouço fiscal para o país, que deve substituir o tetoblaze lgastos. Qual é a expectativa dos investidores internacionais com relação a essas novas regras?
blaze l Ramos - Há uma expectativa grande. É muito, muito importante ter uma âncora fiscal, particularmente alguma coisa que limite uma expansão desenfreada do gasto, dado que o nívelblaze lendividamento público é bastante elevado, e dado o histórico do PT nos últimos anos.
Mesmo nos anos Lula, no inícioblaze lmandato, houve uma expansão do gasto muito elevada, mas nessa altura o preçoblaze lcommodities ajudou muito, a receita também aumentava. Quando a receita paroublaze lcrescer, isso levou a déficit crescente.
Eu pessoalmente não acho que a regra do tetoblaze lgasto tenha sido assim tão ruim, acho que ela teve um papel muito importanteblaze lancoramentoblaze lexpectativa e tambémblaze llimitar o gasto. E vai ter que ser por aí, pode ser uma regra com mais flexibilidade, que tenha um elemento contracíclico, que permita que não tenha que reduzir muito o déficit quando a economia está contraindo e a receita cai.
Infelizmente, acho que não há muitas alternativas a alguma regra que limite o gasto, só através disso é que você consegue ancorar as expectativasblaze lmédio e longo prazo. Vamos ver, é uma discussão que vem pela frente e o Congresso também terá papel importante nesse debate.
blaze l BBC News Brasil - Qual é a perspectiva que o senhor vê para o avanço das reformas estruturais nesse governo, particularmente a reforma tributária?
blaze l Ramos - Acredito que não vai haver grandes reformas estruturais, tirando a reforma tributária, que já está bastante avançada a discussão no Congresso.
Há uma proposta que já amadureceu bastante na Câmara, uma proposta que também já amadureceu bastante no Senado e o [secretário especial para a reforma tributária do Ministério da Fazenda] Bernard Appy é uma autoridade do pontoblaze lvista fiscal e tributário. Então acho que alguma coisa vai sair, agora dependeblaze lcomo for configurada essa reforma.
A ideia do governo, pelo menos durante a campanha, é que seria uma reforma neutra do pontoblaze lvistablaze larrecadação. Eu tenho minhas dúvidas.
Há dois componentes: o dos impostos indiretos e o do impostoblaze lrendablaze lpessoas físicas e jurídicas. Talvez aí [no impostoblaze lrenda] é que vai ter um sistema mais progressivo, que aumente a arrecadação. Vamos ver como é que fica. É um tema complexo, que claramente tem ganhadores e perdedores, que põeblaze llados contrários indústria versus serviços, Estados pobres contra Estados ricos. Sempre foi um tema muito espinhoso e difícil.
Mas eu acho que, dentro do temablaze lgrandes reformas estruturais, provavelmente ficamos por aí. Não estou muito otimista com outras reformas, como a administrativa, que possivelmente seriam necessárias para alavancar o crescimento.
blaze l BBC News Brasil - Num relatórioblaze l2019, o senhor declarou a décadablaze l2010 como "perdida" para o Brasil, assim como ablaze l1980. São duas décadas perdidas para a economia brasileirablaze l40 anos. E o senhor alertava para o riscoblaze la gente perder também a década atual. O senhor avalia que esse risco persiste ou algo mudou nablaze lvisão desde então?
blaze l Ramos - Olha, não mudou muito. Acho que esse risco segue latente. Tivemos a pandemia, que levou a uma contração violenta da atividade. Seguiu-se uma recuperaçãoblaze l"V" bastante rápida, mas a dinâmica do crescimento, o crescimento potencial do Brasil, continua relativamente baixo. Daí a importância das reformas estruturais, que tornem a economia mais competitiva, mais flexível. Que aumentem o investimento público e privado.
Há um Estado gigante, obeso e ineficiente no Brasil, se não for possível reduzir o tamanho do Estado, pelo menos que o Estado gaste melhor. Seria muito importante focar na qualidade do gasto, para que o efeito multiplicador do gasto que temos hoje seja maior, tenha maior impacto econômico e social do que tem sido o caso nos últimos anos.
Algumas declarações da ministra [do Planejamento] Simone Tebet vão um pouco nessa direção e seria muito importante aprofundar essa agenda.
blaze l BBC News Brasil - O que o país precisa fazer então para sair desse cicloblaze lbaixo crescimento e da fome sempre à espreita?
blaze l Ramos - O problema já foi extensamente debatido, não precisa criar nenhuma comissão para analisar por que o Brasil cresce pouco. É um país que gasta muito e investe pouco, tem uma produtividade muito baixa, o nívelblaze linvestimentoblaze lcapital físico e capital humano é relativamente limitado. É um país pouco integrado na economia global, tem um sistema tributário muito oneroso, o déficitblaze linfraestrutura é significativo. Então a agenda é conhecida, agora é começar a trabalhar nela. Não precisa descobrir a pedra filosofal [substância lendária que transformaria qualquer metalblaze louro].
blaze l BBC New Brasil - Durante o governo Bolsonaro, vimos os investidores muito reticentes com o país, com alguns grandes fundosblaze linvestimento inclusive interrompendo aportesblaze ltítulos públicos brasileiros por conta da destruição da Amazônia. Parecia ter uma certa ansiedade pela volta à normalidade. O senhor acredita que estão dadas as condições para os investidores estrangeiros voltarem?
blaze l Ramos - Acho que sim, há uma boa vontade muito grande com relação ao governo Lula e acho que aí pode ser até onde se observe a maior diferenciação entre os governos Bolsonaro e Lula, nessa agenda ambiental, o impacto que isso tem fora do país e nos investidores. Pode e vai certamente alavancar os fundos que são mais sensíveis a esses temas e alguns fundos específicos, como o Fundo Amazônia e outros que foram interrompidos durante o governo Bolsonaro. Então vejo isso claramente como uma via, e até uma via mais rápida,blaze latraçãoblaze lcapital no curto prazo.
blaze l BBC News Brasil - E para os demais investidores, depende dessa agenda toda que o senhor falou, ou essa boa vontade é generalizada?
blaze l Ramos - Não, acredito que não há uma boa vontade generalizada. Até porque o Brasil não é a única oportunidadeblaze linvestimento no mundo. Há a reabertura da economia da China, com a saída da [política de] "covid zero". A Europa parece que vai conseguir evitar uma recessão, porque manejou a restrição do gásblaze lmaneira eficiente. Então o Brasil tem competidores nesse fluxoblaze lcapital global, talvez mais do que se imaginava há três meses.
E, alémblaze ltoda a questão da sustentabilidade fiscal, há a política micro [referente ao ambienteblaze lnegócios]. Isso me preocupa um pouco mais nesse começo um pouco atribulado do novo governo. O marco regulatórioblaze lsetores importantes da economia, o manejo das empresas públicas e dos bancos públicos, a tendênciablaze linterferirblaze lcertas variáveis da economia, por exemplo, a políticablaze lpreços da Petrobras, "campeões nacionais", crédito subsidiado.
Uma agenda que tem sido característica dos governos do PT e que não teve resultado muito favorável lá atrás, me parece estar voltando com força. Então eu acho que não vai ter nenhuma explosão fiscal, que o governo entendeblaze lalguma maneira a importânciablaze lconter a parte fiscal, mas vejo com alguma preocupação essa agenda micro.
blaze l BBC News Brasil - Por fim, o senhor analisa toda a América Latina. Como avalia a posição do Brasil hojeblaze lrelação aos demais países da região?
blaze l Ramos - A América Latina está com um problemablaze lcrescimento parecido com o Brasil. Crescimento baixo, fricção política, ativismo social. Então parece um fenômeno um pouco mais abrangente do que só a realidade do Brasil.
Há problemas institucionais, políticos e algum receioblaze linvestidores no Chile, na Colômbia, na Argentina há 30 anos, no Peru com o impeachment do presidente [Pedro Castillo, que perdeu o cargoblaze ldezembro]. Então, dentro desse contexto, é um problema mais sistêmico da América Latina, o do baixo crescimento, crises institucionais, pressão social.
E olha, há que ter um poucoblaze lsimpatia por isso [o descontentamento popular], porque o progresso socioeconômico da América Latina na última década tem sido extraordinariamente baixo. As condiçõesblaze lvida não melhoraram, então o votante médio está insatisfeito. E ele vai, grita e com razão. Quer dizer, não é uma lei da natureza que a América Latina não cresça e que as condiçõesblaze lvida não melhorem. É um reflexoblaze lescolhas equivocadas dos últimos anos, então é importante que essa ansiedade, que esse sinal chegue à classe política.
O Congresso, o governo, o Judiciário, todo mundo tem ablaze lcotablaze lresponsabilidade na integridade institucional e no próprio crescimento. Éblaze lfato inaceitável o crescimento ser tão medíocre nos últimos anos, é preciso mudar isso, porque as condiçõesblaze lvida têm que melhorar. A América Latinablaze lgeral está perdendo o trem do desenvolvimento.
O que me preocupa é que, se [o Brasil] voltar a perder mais uma década, acaba perdendo meio século. E que, se a gente não encontrar um caminhoblaze lcrescimento mais robusto e socialmente inclusivo, fique muito difícilblaze lgovernar esse país. Que a governabilidade acabe se deteriorando muito, pela desestruturação do sistema institucional e pela própria pressão social. Então temos que encontrar uma resposta a esse anseio do votante médio, que é extremamente legítimo. Se não dermos uma resposta cabal, que mude esse quadro econômico e social, te garanto que a coisa pode piorar, essa é a parte que me preocupa.
Agora, é sempre possível tornar uma situação ruim pior. E me preocupa às vezes que alguns atalhos populistas, que parecem dar uma respostablaze lcurto prazo, mas não uma resposta estruturalblaze lmédio e longo prazo, possam potencialmente agravar um problema que é real.
Vamos ver, mas acho que o relógio está contando, o tempo está avançada. A gente não tem muitos anos para dar uma resposta um pouco mais abrangente sobre isso.