Lula não tem carta branca e 'deve ouvir primeiro antescomo sacar o bonus da arbetyfazer', diz lídercomo sacar o bonus da arbetymulheres indígenas:como sacar o bonus da arbety
Watatakalu foi uma das inúmeras lideranças que fizeram campanha para Lulacomo sacar o bonus da arbety2022 e ficaram muito felizes e aliviadas comcomo sacar o bonus da arbetyvitória. Mas o apoio não significa 'carta branca' para o presidente eleito fazer o que quiser, diz ela.
"Todas as decisões precisam ser pensadas junto com o movimento indígena. Ele precisa visitar algumas aldeias e ouvir primeiro antescomo sacar o bonus da arbetyfazer", afirma.
"Ele prometeu o ministério indígena. Tá, mas não é ele que indica. Tem que ser uma pessoa sugerida por nós para eles. Senão não adianta nada", diz Watatakalu.
"Esse presidente eleito tem a oportunidadecomo sacar o bonus da arbetysentar com a gente e conversar. Na nossa região tem vários projetos gigantes, que até podem acontecer. Mas precisa sentar com a gente para conversar."
"Claro que a gente vai continuar lutando, mas estamos abertos para contribuir para esses projetos sustentáveis pro Brasil", afirma a ativista.
Esse acordo com as lideranças indígenas sobre o nome para o Ministério dos Povos Originários parece estar sendo mais fácil para Lula do que a concordânciacomo sacar o bonus da arbetydiversos aliados sobre as outras pastas. Segundo O Globo, já existe consenso para indicação da deputada eleita e presidente da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), Sonia Guajajara, enquanto os nomes para os outros ministérios ainda estão sendo decididos.
Watatakalu enxerga como prioridades o fortalecimentocomo sacar o bonus da arbetyinstituições que tiveram verbas, funcionários e atuação cortados por Bolsonaro.
"Temos que ver como vai ficar a questão da Funai (Fundação Nacional do Índio), que foi desmontada no governo Bolsonaro, rever as demarcaçõescomo sacar o bonus da arbetyterritório e retomar a Sesai (Secretariacomo sacar o bonus da arbetySaúde Indígena), que desde o início do governo Bolsonaro praticamente não existe mais pra gente."
Feminista e defensora da tradição
Watatakalu olha para o próprio retrato entre as fotos lideranças do Xingu que ganharam um espaço na mostra.
"Há alguns anos, haveria apenas homens aqui", afirma.
Feminista, Watatakalu tem uma posição delicadacomo sacar o bonus da arbetyao mesmo tempo defender a preservação da culturacomo sacar o bonus da arbetyseu povo e combater tradições que considera machistas, como o casamento arranjado.
Ela própria se recusou, aos 15 anos, a aceitar um casamento arranjado e depoiscomo sacar o bonus da arbetytrês anos conseguiu retornar paracomo sacar o bonus da arbetyfamília. Hoje é casada com Ianukulá Kaiabi Suiá, marido que ela própria escolheu.
Ao lado da irmã Ana Terra, ela organizou a construçãocomo sacar o bonus da arbetyuma Casa da Mulher no centro da Aldeia Velha Yawalapiti,como sacar o bonus da arbetyMato Grosso - algo revolucionário, pois os Yawalapiti costumavam ter apenas a Casa dos Homens, onde eles se reúnem para tomar decisões e onde as mulheres não entram.
Seu pai, um dos líderes mais importantes do Xingu, Pirakumã Yawalapiti, foi um dos únicos líderes homens a apoiar o projeto. Pirakumã morreucomo sacar o bonus da arbety2015, deixando viúva a mãecomo sacar o bonus da arbetyWatatakalu, a guerreira e pajé Iamony Mehinako. Iamony morreucomo sacar o bonus da arbety2021 vítimacomo sacar o bonus da arbetycovid-19 - uma dos oito parentes próximos que Watatakalu perdeu durante a pandemia, incluindo seu tio Aritana, outro líder importantíssimo do Xingu.
Pirakumã é retratadocomo sacar o bonus da arbetydiversas fotos na exposição, inclusive umacomo sacar o bonus da arbetyque era bebê e estava no colo da mãe. Assim como muitas das fotos históricas do Xingu tiradas por fotógrafos brancos, esse retrato não tinha qualquer identificaçãocomo sacar o bonus da arbetyquem eram as pessoas - apenas uma legenda dizendo a qual povo pertenciam.
Foi Watatakalu, uma das consultoras da exposição, quem reconheceu o pai e a avó na foto — identificada não só pelo rosto, mas pela barriga, pelo bico do seio — durante o trabalhocomo sacar o bonus da arbetypesquisa para a mostra.
Odisseiacomo sacar o bonus da arbetyidentificação
Dezenascomo sacar o bonus da arbetyoutras pessoas retratadas nos 200 itens da exposição foram reconhecidas durante um longo e trabalhoso processocomo sacar o bonus da arbetyidentificação feitocomo sacar o bonus da arbetyinúmeras aldeias por diferentes povos, entre eles os Xavante, os Bakairi e os Kayapó.
Iniciado pelos curadores Takumã Kuikuro e Guilherme Freitas, o trabalho teve o auxílio da Atix e grande participação do pesquisador Yamalui Kuikuro.
Fotografias históricas da região — o primeiro território indígena a ser demarcado no Brasil — costumam ter apenas o nome dos sertanistas brancos nas legendas, sem identificar os índigenas que os acompanham, que muitas vezes eram importantes liderançascomo sacar o bonus da arbetyseus povos, como o cacique Raoni Metyktire, retratado quando ainda era jovem.
O curador Guilherme Freitas diz que qualquer exposição que fosse montada sobre o Xingu ficaria incompleta sem a identificação dos indígenas. "O acervo do instituto, com todo seu tamanho e importância, não seria suficiente para contar essa história", afirma ele, que além do processocomo sacar o bonus da arbetyidentificação foi atráscomo sacar o bonus da arbetytrabalhos feitos pelos próprios indígenas para contrapor o olharcomo sacar o bonus da arbetyfora.
Além do nome do fotógrafo, data e às vezes do povo, a maioria das fotos tinha pouquíssima informação contextual nas legendas - não só das pessoas envolvidas, mas dos rituais sendo feitos, das situações sendo retratadas.
Para identificá-las, encadernações com os retratos foram levadoscomo sacar o bonus da arbetyaldeiacomo sacar o bonus da arbetyaldeia com ajuda da Atix. Com a pandemiacomo sacar o bonus da arbetycovid dificultando o trabalho, parte da identificação foi feita montando gruposcomo sacar o bonus da arbetywhatsapp com as lideranças e enviando as fotos digitalmente quando era possível.
Freitas destaca que o IMS não é o único nem o primeiro a fazer essa pesquisa que ajuda a reverter um pouco o apagamento das pessoas retratadas. Ele afirma que é um trabalhocomo sacar o bonus da arbetycontínuo andamento, mesmo com a exposição já inaugurada. Nem todas as pessoas registradas foram reconhecidas ainda.
Algo que é provado por Watatakalu alguns minutos depois, quando ela reconhece um conhecidocomo sacar o bonus da arbetyuma fotocomo sacar o bonus da arbetyque apenas o avó dela, Kanato Yawalapiti, estava identificado. Ela demora alguns segundos para se lembrar do nome.
"Pulaliyatï Aweti", diz ela. "Na legenda original estava escrito kuikuro, mas ele não era kuikuro. As pessoas confundem porque os kuikuro acolhiam várias pessoas cujos povos tinham perdido a aldeia."
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