Brasil deve crescer 5% neste ano mas pode ter desaceleração forteblaze slots2022, diz OCDE:blaze slots

A atividade econômica também foi sustentada pelos programas sociais, como o auxílio emergencial, encerradoblaze slotsoutubro, que contribuíram para manter o consumo, e pelo investimento privado. Além disso, o aumento dos preços das commodities durou mais do que o esperado, impulsionando as exportações.

Por essas razões, a OCDE revisou para cima neste último estudoblaze slotsprojeçãoblaze slotscrescimento do PIB brasileiro neste ano, que erablaze slots3,7% no relatório divulgadoblaze slotsmaio, para 5% atualmente.

"Com o levantamento das restrições às atividades e o retorno à normalidade, a demanda interna acumulada pôde recuperar o atraso dos últimos meses", disse à BBC News Brasil Priscilla Fialho, economista especializada no Brasil do departamentoblaze slotseconomia da OCDE.

Ao mesmo tempo, a OCDE alerta que o ritmo da recuperação da economia brasileira está desacelerando. A organização revisou para baixoblaze slotsestimativablaze slotsexpansão do PIB do Brasilblaze slots2022, que erablaze slots2,5% e passou para apenas 1,4%, segundo o relatório divulgado nesta quarta.

"A revisão das projeções do PIB brasileiro para 2022 explica-se sobretudo pela desaceleração no finalblaze slots2021, que deverá persistir até meados do próximo ano, enquanto os gargalos nas cadeiasblaze slotssuprimentos da indústria se mantiverem, a inflação permanecer elevada e o Banco Central continuar o aperto monetário, com juros mais altos, como resposta à elevação dos preços", afirma Fialho.

Segundo ela, a recuperação da economia brasileira deverá voltar a acelerar progressivamente no segundo semestreblaze slots2022, à medida que os gargalos na cadeiablaze slotssuprimentos global desaparecerem. Também se prevê a recuperação do mercadoblaze slotstrabalho e a queda da inflação, decorrente das taxasblaze slotsjuros mais altas, que devem contribuir para melhorar o rendimento das famílias e sustentar a expansão do consumo interno.

Mas a OCDE ressalta que há "riscos importantes"blaze slotsbaixa para a previsãoblaze slots2022. Isso porque a crise hídrica pode durar mais tempo, o que leva ao aumento dos preços da energia, "resultandoblaze slotsinflação persistente e perspectivasblaze slotscrescimento menores."

As incertezas políticas e o aumento do risco fiscal podem "minar a credibilidade" das regras fiscais, e resultarblaze slotsinflação persistente e perspectivasblaze slotscrescimento menor da economia brasileira no próximo ano, alerta o estudo da OCDE.

"Há muitas incertezasblaze slotsrelação a essas projeções. Não estamos, por exemplo, a salvoblaze slotsuma nova crise sanitária eblaze slotsnovas restriçõesblaze slotsmobilidade, como já se observa na Europa", afirma a economista da OCDE.

Um crescimento mais fraco do que o esperado na China - estimadoblaze slots8,1% neste ano e 5,1%blaze slots2022 e 2023 - também pode prejudicar o desempenho das exportações brasileiras.

Fialho afirma que a maioria dos fatores que explicam a inflação são temporais, como o aumento dos preços da energia elétrica por conta da crise hídrica e a faltablaze slotssuprimentos que elevam os preços dos bens industriais.

Inflação

A OCDE prevê que a taxablaze slotsinflação no Brasil seráblaze slots7,8%blaze slots2021, estimativa menor do que a dos mercados, que éblaze slots10,15%, segundo a última pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central. Em 2022, a OCDE prevê que a inflação no Brasil seráblaze slots5,1%.

A organização afirma que as reformas fiscais também podem desempenhar um papel importante para conter as pressões inflacionárias. "Reforçar as regras fiscais aumentaria a confiança do mercado sobre o compromisso do governoblaze slotsmanter as finanças sustentáveis", diz o estudo.

Fialho ressalta que as incertezasblaze slotsrelação à política fiscal aumentam a percepçãoblaze slotsrisco nos mercados, o que afeta o câmbio e encarece as importações, o que também contribui para a inflação no Brasil.

"Por outro lado, as mudanças que afetem o tetoblaze slotsgastos e o quadro fiscal no Brasil podem também criar incertezas quanto à gestão das finanças públicas a longo prazo. Isso pode influenciar as expectativasblaze slotsinflação, fazendo com que ela persista mais do que o esperado", diz a economista.

"Por isso, é importante haver alguma clareza sobre os planos fiscais a curto e longo prazos. É preciso reduzir as incertezas e aumentar a credibilidade das regras fiscais", completa.

A OCDE projeta ainda que a economia brasileira deverá crescer 2,1%blaze slots2023 e recomenda maior eficiência nos gastos públicos brasileiros. "Isso criaria espaço para melhorar o equilíbrio fiscal e financiar as prioridades do governo", diz Fialho.

Segundo ela, o Brasil precisaria reduzir a rigidez orçamentária e revisar a vinculaçãoblaze slotsreceitas, as metasblaze slotsgastos obrigatórios e os mecanismosblaze slotsindexação.

A organização também recomenda que o Brasil adote políticas que promovam atividades sustentáveisblaze slotsrelação ao meio ambiente, que aumentariam a resiliência contra os choques climáticos.

"As considerações ambientais devem ser integradasblaze slotsforma sistemática às políticas públicas, incluindo o planejamento do uso da terra", diz o relatório, acrescentando que subsídios para atividades poluentes, como a produçãoblaze slotscombustíveis fósseis e pesticidas, devem ser progressivamente reduzidos.

A OCDE afirma ainda que é necessário fortalecer as agências que monitoram o cumprimento das leis ambientais. O governo do presidente Jair Bolsonaro é criticado por ter promovido o desmonte dos órgãosblaze slotscontrole na área.

Desequilíbrio global

A OCDE afirmablaze slotsseu estudo que a economia global continua se recuperando, mas ressalta que a retomada é desequilibrada. De acordo com a organização, existem diferenças marcantes entre os países, que se reflete nas condiçõesblaze slotssaúde, combinaçãoblaze slotspolíticas e setores econômicos.

Há uma grande escassezblaze slotsmãoblaze slotsobrablaze slotsalgumas atividades, embora o nívelblaze slotsemprego ainda não tenha se recuperado totalmente. Há também um "abismo persistente" entre a oferta e a demandablaze slotsalguns produtos, além dos custos mais altosblaze slotsalimentos e energia, que levaram a um aumentoblaze slotspreços mais elevado e duradouro do que o previsto, afirma o estudo.

Para a organização, os governos têmblaze slotslidar com um equilíbrio difícil entre continuar dando apoio para enfrentar a crise da Covid-19 e, ao mesmo tempo, levarblaze slotsconta as finanças públicas, os riscosblaze slotsinflação e os desafiosblaze slotslongo prazo após a crise sanitária.

"Esses desequilíbrios criam incerteza e mais riscos negativos do que positivos", ressalta a OCDE, acrescentando que suas perspectivas encaram o futuro com "otimismo cauteloso".

O cenário projetado pela organização é oblaze slotsque a recuperação global continue, que o mundo lide melhor com a pandemia e que as políticas monetárias e fiscais permaneçam favoráveisblaze slotsmodo geralblaze slots2022.

Após um crescimento médio do PIB mundialblaze slots5,6% neste ano eblaze slots4,5%blaze slots2022, a OCDE prevê aumentoblaze slots3,2%blaze slots2023, o que representa uma leve desaceleração.

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