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ANS investiga Hapvida e faz diligências para apurar suspeitascassino betfairprescrições contra a covid-19:cassino betfair
Em abril, o Ministério Público Estadual do Ceará (MP-CE) multou a Hapvidacassino betfairR$ 468 mil por, segundo o MP-CE, "impor, indistintamente a todos os médicos conveniados, que receitem determinados medicamentos no tratamentocassino betfairpacientes com Covid-19". Após aplicar a penalidade, o promotorcassino betfairJustiça Hugo Vasconcelos Xerez, responsável pelo procedimento, pediu ainda que o caso fosse encaminhado para a ANS.
A Hapvida protocolou recurso contra a multa aplicada pelo MP-CE e aguarda resposta.
Em 30cassino betfairagosto, a ANS começou a investigação contra a Hapvida. "Há processo apuratóriocassino betfairandamentocassino betfairvirtudecassino betfairdenúncia feita por prestador referente à restriçãocassino betfairliberdade profissional, quanto à prescriçãocassino betfairmedicamentos", explica a agênciacassino betfaircomunicado à BBC News Brasil.
No caso da operadora São Francisco, o procedimento da ANS foi abertocassino betfair8cassino betfairsetembro, após denúnciascassino betfairmédicos que atuam na empresa. A agência reguladora explica que conduz "a apuraçãocassino betfaireventual restrição, por qualquer meio, à liberdade do exercíciocassino betfairatividade profissional do prestadorcassino betfairserviços".
Apesarcassino betfaira operadora do interiorcassino betfairSão Paulo pertencer à Hapvida, a ANS argumenta que abriu duas apurações distintas porque a "São Francisco tem CNPJ próprio, devendo obedecer à legislaçãocassino betfairsaúde suplementar e estando sujeita a sanções caso cometa infrações".
Em nota à reportagem, a Hapvida nega que tenha feito pressão para o uso da hidroxicloroquinacassino betfairseus hospitais e afirma que respeita a autonomia médica. "Além disso, a prescriçãocassino betfairquaisquer medicações sempre foi feitacassino betfaircomum acordo, formalizado entre médico e paciente durante consulta", diz comunicado da empresa.
A ANS também conduz atualmente duas apurações contra a Prevent Senior. As denúncias contra a operadoracassino betfairsaúde não se resumem, como no caso da Hapvida, à suposta imposição do usocassino betfairmedicamentos sem comprovação contra a doença.
Segundo a ANS, contra a Prevent Senior há uma apuração, abertacassino betfair8cassino betfairsetembro, "para verificar se os médicos sofreram restrição nacassino betfairliberdade profissional" e outra, abertacassino betfair20cassino betfairsetembro, "para verificar se os beneficiários foram devidamente informados sobre os riscos da utilização dos medicamentos".
De acordo com um dossiê elaboradocassino betfairforma anônima por médicos e ex-médicos da Prevent Senior, a empresa também cobrava a utilizaçãocassino betfairhidroxicloroquina contra a covid-19. O uso do medicamento seria imposto junto com azitromicina,cassino betfairum "kit covid".
Outras denúncias contra a empresa, que vieram à tona durante a Comissão Parlamentarcassino betfairInquérito (CPI) da covid-19, apontam supostas fraudescassino betfairum estudo sobre a hidroxicloroquina e ocultaçãocassino betfairmortes pela doença (entenda mais aqui).
Em 17cassino betfairsetembro, a ANS fez diligência na Prevent Senior. A agência afirma que atualmente está analisando a documentação obtida e aguarda respostas sobre um pedido para ter acesso a informações e documentos encaminhados à CPI da covid-19.
A Prevent Senior nega as acusações, alega que o dossiê contra a empresa é frutocassino betfairdados roubados e manipulados e pede que a Procuradoria-Geral da República investigue o caso.
A hidroxicloroquina na Hapvida
Em agostocassino betfair2020, a BBC News Brasil publicou uma reportagem na qual médicoscassino betfairdiferentes regiões do país relataram a pressão da empresa para receitar o remédio. Dois profissionaiscassino betfairsaúde disseram que foram dispensados por não adotarem o medicamento para a doença, por não haver comprovação científica.
A reportagem conversou novamente com esses profissionaiscassino betfairsaúde na quinta-feira (23/09). Os dois afirmam que a Hapvida fazia pressão para o usocassino betfairhidroxicloroquinacassino betfairforma muito parecida com o que tem sido relatado sobre a Prevent Senior.
"Eles (na Hapvida) conferiam no sistema quem havia prescrito hidroxicloroquina (a pacientes com a covid-19) e quem não tinha. E chamavam a atenção e ameaçavam dispensar todos aqueles que não prescrevessem", conta um médico ouvido pela reportagem, que pediu para não ser identificado. Ele diz ter sido dispensado pela empresa ao se recusar a receitar o medicamento a pacientes com a covid-19.
Esse profissional, que atuoucassino betfairuma unidade do Grupo São Francisco no início da pandemia, diz que havia reuniões com médicos nas quais os superiores afirmavam que tinham um "estudo pronto para a publicação" que mostrava que havia menos mortes e internações entre pacientes que tomavam a hidroxicloroquina.
"Eles falavam que iam mandar esse estudo para quem quisesse, mas nunca me mandaram", diz o profissionalcassino betfairsaúde.
Segundo os médicos, a Hapvida adotou um protocolo que indica o uso da hidroxicloroquina nos primeiros diascassino betfairsintomas da covid-19. Nas orientações da rede, a droga é contraindicadacassino betfaircasoscassino betfairpessoas que têm dificuldades como problemas cardíacos ou renais ou alergia à medicação.
O protocolo da Hapvida também incluía outros medicamentos, como o antiparasitário ivermectina, o corticoide prednisona e o antibiótico azitromicina. Mas os profissionaiscassino betfairsaúde alegam que a pressão maior era para a prescriçãocassino betfairhidroxicloroquina.
A Hapvida não detalha,cassino betfairnota à BBC News Brasil, sobre a fonte que usava como referência para definir a forma como o medicamento seria usado entre os pacientes com a covid-19.
O médico Felipe Peixoto afirma que a Hapvida dizia que o uso da hidroxicloroquina era fundamental. Segundo ele, a operadora argumentava que os númeroscassino betfairinternações ecassino betfairpacientescassino betfairestado grave diminuíram após adotar o remédio.
"Mas na verdade não tinha nenhum dado concretocassino betfairrelação a isso. Não foi garantido nenhum métodocassino betfairsegurança para os pacientes que tomavam a medicação", afirma. Ele conta que foi dispensado ao se recusar a prescrever o medicamento a pacientescassino betfairuma unidade da operadoracassino betfairsaúdecassino betfairFortaleza (CE).
Parte da suposta pressão que sofriam para o uso do remédio, segundo os médicos, ocorria por meiocassino betfairgruposcassino betfairWhatsApp para profissionais da empresa. Eles dizem que essa cobrança também ocorria pessoalmentecassino betfairalguns casos.
Peixoto conta que, antescassino betfairser dispensado pela empresa, um chefe responsável por uma unidadecassino betfairsaúde da rede afirmou,cassino betfairum grupocassino betfairWhatsApp, que não cabia "discussão sobre a hidroxicloroquina". Ele teria ainda, segundo o médico, orientado os profissionais a pararcassino betfairinformar sobre os riscos da medicação.
A cobrança para a adoção do remédio, dizem os médicos, aumentou a partircassino betfairmaiocassino betfair2020, quando a Hapvida anunciou que havia adquirido milharescassino betfairunidadescassino betfairhidroxicloroquina e passou a entregá-las gratuitamente aos seus clientes. Na época, a empresa divulgou a compra dos medicamentos e argumentou que isso se deucassino betfairrazão dos bons resultados que o fármaco trazia para pacientes com a covid-19.
A cloroquina e o seu derivado, a hidroxicloroquina, são medicamentos usados para tratar doenças como lúpus, artrite, reumatoide e malária. Desde o ano passado, estudos apontam a ineficácia desses fármacos para o combate à covid-19.
Na apuração sobre a Hapvida, a ANS busca informações como quem seriam os responsáveis por exigir a prescrição da hidroxicloroquina e como era feita a suposta auditoria dos prontuários, que segundo os relatos ocorriam para checar se o remédio havia sido receitado.
No comunicadocassino betfairque nega qualquer cobrança para a prescrição da hidroxicloroquina, a Hapvida afirma que defende a liberdade profissional para que os médicos possam definir "os tratamentos mais adequados para paciente,cassino betfairacordo com as informações disponíveis no momento do atendimento".
O que pode acontecer após a apuração da ANS?
A ANS afirma que ao término da apuração sobre a Hapvida, assim como no caso da Prevent Senior, avaliará "a eventual adoçãocassino betfairmedida" se ficar comprovado que houve irregularidades.
"Os resultados das diligências estão sendo analisados e subsidiarão as decisões quanto às medidas que deverão ser adotadas. Todavia, se forem constatadas ações que não sejamcassino betfaircompetência da Agência, os documentos poderão ser encaminhados para as entidades competentes", diz comunicado da ANS à BBC News Brasil.
Se houver novas denúncias sobre possíveis irregularidadescassino betfairoutras operadorascassino betfairsaúde do país, a ANS afirmacassino betfairnota que "novos processos poderão ser instaurados".
A advogada Luciana Dadalto, especialistacassino betfairdireito médico e da saúde, explica que a ANS pode aplicar diferentes tiposcassino betfairpunição se ficar comprovado que as operadoras agiramcassino betfairmodo ilegal.
As normas da ANS definem que as operadoras não podem custear "tratamentos ilícitos ou antiéticos, assim definidos sob o aspecto médico, ou não reconhecidos pelas autoridades competentes". Além disso, diz que essas empresas não podem interferir na autonomia dos profissionaiscassino betfairsaúde.
"O maior problema no Brasil atualmente é a faltacassino betfaircompreensãocassino betfairque a prescrição do "kit covid" é antiética, porque a gente falacassino betfairum tratamento sem comprovação científica", aponta a especialista.
Se a ANS entender que houve algum tipocassino betfairilegalidade da operadora, as punições podem variarcassino betfairsuspensão temporáriacassino betfairvendacassino betfairplanoscassino betfairsaúde ao cancelamento da autorização do funcionamento da empresa.
"A ANS tem competência também para punir administradores da operadora, não só o planocassino betfairsi. Ela pode punir administradores ou membros dos conselhos se houver alguma violação", diz Luciana.
Além disso, a agência reguladora pode encaminhar as apurações para o Ministério Público, que pode conduzir o caso nas instâncias criminal e civil na Justiça.
O caso também pode, se as irregularidades forem confirmadas, ser encaminhado para o Conselho Regionalcassino betfairMedicina (CRM) e para o Conselho Federalcassino betfairMedicina (CFM) para que os envolvidos sejam punidos administrativamente.
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