Amazônia: Como El Niño ajudou a devastar 2,5 bilhões3betsvipárvores e cipós3betsvipmeio a seca e incêndios:3betsvip
Os pesquisadores também calcularam quanto carbono foi liberado na atmosfera3betsvipconsequência da morte dessas bilhões3betsvipárvores: 495 milhões3betsviptoneladas3betsvipCO² — valor maior que o liberado pela floresta3betsvipum ano inteiro3betsvipdesmatamento. E descobriram ainda que as árvores continuaram a morrer e a liberar mais carbono na atmosfera por causa da seca provocada pelo El Niño anos depois do fenômeno climático.
O estudo "Tracking the impacts of El Niño drought and fire in human-modified Amazonian forests" (monitorando os impactos da seca e incêndios do El Niño3betsvipflorestas amazônicas com interferência humana) foi publicado nesta segunda (19/7) no periódico científico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America).
Como monitorar tantas árvores?
Desde 2010, pesquisadores monitoram 21 parcelas3betsvipterra da Floresta Amazônica espalhadas com até 100 km3betsvipdistância umas das outras na região do Baixo Tapajós.
Em 2015, observando a extrema seca causada pelo El Niño, resolveram verificar como o fenômeno impactaria as plantas daquela região.
Eles já tinham mapeado 6.117 delas — "como num jogo3betsvipbatalha naval", explica a bióloga Erika Berenguer, das universidades3betsvipOxford e Lancaster e autora principal do estudo. Cada árvore era registrada3betsvipquadrantes diferentes, com seu "X" e "Y" correspondente para facilitar3betsvipidentificação.
Ao longo3betsviptrês anos, entre outubro3betsvip2015 e outubro3betsvip2018, os pesquisadores voltaram trimestralmente para cada uma daquelas 21 parcelas3betsvipterra e verificavam árvore por árvore para saber qual havia sido seu destino.
As árvores morrem pela seca ou pelo fogo causado por humanos. E esse fogo, por3betsvipvez, pode ter diferentes origens. Uma delas, talvez a mais conhecida, é o desmatamento. Depois3betsvipderrubadas as árvores, o fogo é colocado para se livrar da floresta no chão. Outras origem são seu uso para a limpeza3betsvippasto na Amazônia ou para incorporar os nutrientes da vegetação no solo — uma prática antiga que, no entanto, é afetada negativamente pela seca que deixa a paisagem mais inflamável.
Esses fogos controlados podem escapar da área designada e entrar dentro3betsvipáreas3betsvipfloresta. Em um período3betsvipseca, isso é perigoso.
"A Amazônia é muito úmida. Normalmente esse fogo, se escapasse, morreria, igual fogo3betsvipum pedaço3betsvippano molhado", explica Berenguer. Mas como, no período analisado por cientistas, o clima estava muito seco — foram oito meses3betsvipseca — "o fogo, quando escapava, entrava na floresta". "Ela estava como um pano seco parado no sol."
São fogos bem pequenos, com chamas3betsvip30 cm3betsvipaltura, e que se movem muito devagar durante dias e dias3betsvipqueima. "É lerdo e3betsvipbaixa intensidade. Mas quando cobre grandes áreas, fica difícil3betsvipapagar", diz a pesquisadora. Além disso, é difícil3betsvipver, porque as árvores são altas. Sua fumaça, sim, é visível.
Então, pesquisadores voltavam para aquelas parcelas3betsvipmata para ver se as árvores haviam morrido. É possível descobrir se uma árvore na Amazônia morreu3betsvipacordo com diferentes fatores.
"Se não tem folha, é um sinal que já está morta, já que a maioria das árvores na Amazônia não perdem folhas3betsvippartes do ano", explica Berenguer. Outra técnica: fazer um corte com um facão. "Você tira um pedaço da casca para ver se ela está seca ou não."
Ela explica que, diferentemente3betsvipoutros biomas, a Amazônia não evoluiu com o fogo. "As árvores não estão preparadas para lidar com o fogo, elas têm uma casca muito fina, sem o isolamento térmico que árvores do cerrado têm. A casca3betsvipárvores da Amazônia são iguais a uma folha3betsvippapel. Ela é superfina, sem proteção alguma", diz.
Depois3betsvipdescobrirem quantas árvores e cipós tinham morrido3betsvipexcesso, os cientistas extrapolaram esse resultado para a área maior do Baixo Tapajós,3betsvip6,5 milhões3betsviphectares. "A gente sabe o quanto3betsvipfloresta tem nessa área grande e o quanto3betsvipmédia a gente perdeu3betsvipárvores nas parcelas. Se a gente perdeu3betsvipmédia tantas árvores nessas parcelas todas, o quanto a gente perdeu na região toda?", explica Berenguer.
O resultado foram os inacreditáveis 2,5 bilhões3betsvipárvores e cipós perdidos naquela região. Para Berenguer, os números surpreenderam ao mostrar a grandeza da mortalidade das árvores e a perda3betsvipcarbono. "Quando você está andando na floresta, você sabe que a situação não está boa. Mas não sabíamos a magnitude disso."
Ver grande parte da floresta que monitorava havia anos3betsviprepente morta foi "difícil emocionalmente", diz Berenguer. "Você cria ligações com a floresta, como se fosse o quarteirão onde você mora, com a árvore que você gosta."
Os pesquisadores também descobriram que os efeitos da seca do El Niño duraram mais3betsviptrês anos3betsvipflorestas afetadas pela seca e dois anos e meio3betsvipflorestas afetadas tanto pela seca quanto pelo fogo, com árvores ainda morrendo nesse período por conta do fenômeno climático.
O número menor para as florestas afetadas pela seca e pelo fogo parece,3betsvipinício, contraintuitivo. Mas "não é porque fogo causa menos dano", explica Berenguer. "É porque já morreu tanta planta no início, que acaba não tendo mais o que matar."
As árvores localizadas3betsvipflorestas que já sofreram impacto são muito mais vulneráveis ao próximo fogo, com maior chance3betsvipmorrerem. A floresta fica aberta, com maior entrada3betsvipluz e vento, o que a deixa mais seca. "Se o fogo escapar3betsvipoutros anos, é mais propício3betsvipse sustentar ali. Acaba criando um looping de feedback negativo", diz Berenguer.
Soluções
O El Niño acontece a cada dois a sete anos,3betsvipmédia, e há estudos que apontam que as mudanças climáticas podem agravar o fenômeno. Seu efeito na Amazônia, como se vê, é devastador. Mas há ações que podem ser feitas para evitar que seja tão destrutivo.
Um ponto fundamental é a prevenção, diz Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental e da Rede Amazônia Sustentável e uma das autoras do estudo. Por meio3betsvipsatélites, cientistas já têm a capacidade3betsvipprever secas. "E já sabemos que a seca é altamente relacionada com queimadas. Uma vez que o fogo inicia é muito difícil controlar."
Quando o desmatamento3betsvipum ano é muito alto, é possível inferir, também, que isso poderá se refletir no ano seguinte com uma possibilidade maior3betsvipincêndios, já que regiões com áreas mais desmatadas e mais secas são mais vulneráveis a queimadas.
Por isso, diz Ferreira, o Brasil tem "toda a condição3betsvipfazer um mapa3betsviprisco3betsvipincêndio", como está sendo feito na região do Tapajós.
E há três pontos que podem ser endereçados. A seca, o fogo causado pela limpeza3betsvippasto ou por comunidades para incorporar os nutrientes da vegetação ao solo e, claro, o fogo causado para "limpar" uma região desmatada.
Para diminuir as consequências3betsvipum evento3betsvipseca como o El Niño, a médio e longo prazo, é preciso investir na restauração florestal, diz Ferreira, para reduzir a degradação das florestas. Dessa maneira, as matas ficam menos secas e, assim, menos vulneráveis a secas.
Para controlar o fogo que pode escapar quando usado para limpar o pasto ou para incorporar nutrientes ao solo, gestores podem fazer regras mais rígidas, determinando certas condições para a realização dessas queimadas.
Podem determinar, por exemplo, a quantos dias3betsvipdiferença da chuva esses fogos poderão ser feitos, impedir que sejam levados a cabo3betsviphorários3betsvipmaior calor ou que sejam postos no contravento e não a favor do vento, entre outros.
O governo pode também disseminar técnicas agrícolas que dependam menos do fogo, diz Ferreira, e dar apoio para que populações tenham condições3betsvipusar essas outras técnicas.
Por fim, é preciso combater o desmatamento — em3betsvipmaior parte, ilegal. "É uma questão3betsvipcomando e controle. As instituições têm que ser mais fortalecidas, devem ser mais rigorosas nas multas, na regularização ambiental das propriedades e realmente fazer esforço para utilizar recursos que tem para responsabilizar quem faz as práticas ilegais", diz Ferreira.
3betsvip Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube 3betsvip ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimos3betsvipautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a política3betsvipuso3betsvipcookies e os termos3betsvipprivacidade do Google YouTube antes3betsvipconcordar. Para acessar o conteúdo clique3betsvip"aceitar e continuar".
Final3betsvipYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimos3betsvipautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a política3betsvipuso3betsvipcookies e os termos3betsvipprivacidade do Google YouTube antes3betsvipconcordar. Para acessar o conteúdo clique3betsvip"aceitar e continuar".
Final3betsvipYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimos3betsvipautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a política3betsvipuso3betsvipcookies e os termos3betsvipprivacidade do Google YouTube antes3betsvipconcordar. Para acessar o conteúdo clique3betsvip"aceitar e continuar".
Final3betsvipYouTube post, 3