Hidrelétricas matam toneladasmelhores casas para surebetpeixes e ameaçam espécies nos rios brasileiros, aponta estudo:melhores casas para surebet

Peixes mortos no rio Araguari

Crédito, Luiz Gustavo Martins

Legenda da foto, As usinas têm um alto impacto na fauna aquática

"Acontece muitas vezes do estômago sair para fora da boca, o intestino para fora do ânus, o olho pular para fora da cavidade ótica… Hemorragiamelhores casas para surebettodas as partes do corpo. É uma questão muito séria", descreve ele.

Intrigados com uma sériemelhores casas para surebetrelatosmelhores casas para surebetmortandade desses animaismelhores casas para surebetregiõesmelhores casas para surebetusinas hidrelétricas do país, Castro e um grupomelhores casas para surebetpesquisadores da UFSJ, do Instituto Federalmelhores casas para surebetTecnologiamelhores casas para surebetZurique (ETHZ), na Suíça, e da Universidademelhores casas para surebetSouthampton, na Grã-Bretanha, mapearam e reuniram todas as notificaçõesmelhores casas para surebetcardumes mortos nos últimos dez anos no Brasilmelhores casas para surebetdecorrênciamelhores casas para surebetoperaçõesmelhores casas para surebetusinas hidrelétricas.

No total, compilaram um totalmelhores casas para surebet128 mil quilosmelhores casas para surebetpeixes mortos, com ocorrênciasmelhores casas para surebetpraticamente todas as bacias hidrográficas do país. Mas,melhores casas para surebetacordo com os pesquisadores, esse número pode estar muito abaixo do que realmente ocorre — porque o número consolida apenas as mortesmelhores casas para surebetmassa que geraram algum tipomelhores casas para surebetregistro e porque a amostragem compreende menosmelhores casas para surebet1% das usinas hidrelétricas do país.

Castro explica que, embora só a mortemelhores casas para surebetgrandes gruposmelhores casas para surebetpeixes simultaneamente acabe despertando a atenção e merecendo registro , é altamente provável que peixes estejam morrendo, um a um,melhores casas para surebetforma constante, pela operação das usinas. Por causamelhores casas para surebetpeculiaridades dos organismos, muitos peixes não morrem instantaneamente quando passam pelas turbinas — mas ficam com suas estruturas corporais seriamente comprometidas.

"Um exemplo são os gases. Quando há uma descompressão, há a formaçãomelhores casas para surebetbolhas no sangue, o que a gente chamamelhores casas para surebetembolia. Isso vai ficar no sangue e causar problemas", enumera Castro. Ele também atenta que os danos nos órgãos podem não matar na hora, mas impedir que o bicho tenha uma vida normal — tornando-o mais vulnerável a predadores ou mesmo causando morte alguns dias mais tarde,melhores casas para surebetuma lenta agonia.

Peixe morto devido a uma fratura no crânio

Crédito, Carlos M. Alves

Legenda da foto, A diferençamelhores casas para surebetpressão causa problemas como fraturas no crânio dos animais

No laboratório

Para avaliar os efeitos desse tipomelhores casas para surebetvariaçãomelhores casas para surebetpressão no organismo dos peixes, os cientistas utilizam uma câmara,melhores casas para surebetlaboratório, capazmelhores casas para surebetsimular situações hiper e hipobáricas — inclusive prevendo variabilidademelhores casas para surebetcurto espaçomelhores casas para surebettempo.

"Basicamente, o que fazemos é colocar o peixe, aumentar a pressão gradativamente, simulando a profundidade que ele estaria quando captado pelo dutomelhores casas para surebetsucção que leva até a turbina. Ali ele fica aclimatado. Então diminuímos a pressão rapidamente, simulando a passagem pela turbina", explica Castro.

Em seguida, eles retiram o peixe da câmara e avaliam os efeitos. "Se ele não morrer, o anestesiamos, fazemos a eutanásia e imediatamente realizamos a autópsia. O propósito é analisar quais são os diferentes danos e lesões encontrados no peixe."

Nesses experimentos, os pesquisadores constataram que espécies tropicais são mais suscetíveis aos traumas, se comparadas àsmelhores casas para surebetclima temperado — as razões para isso ainda precisam ser mais estudadas. "Isso foi uma conclusão bem evidentemelhores casas para surebetnosso trabalho. Aparentemente, há bichos mais suscetíveis a problemasmelhores casas para surebetvariaçãomelhores casas para surebetpressão", comenta o bioengenheiro e zoólogo Luiz Gustavo Martins da Silva, especialistamelhores casas para surebetictiofauna e pesquisador na ETHZ.

Usina da Baguari

Crédito, Luiz Gustavo Martins

Legenda da foto, É preciso tentar minimizar os impactos, dizem os pesquisadores

Situação ocorremelhores casas para surebettodas as partes do país

Martins da Silva também ressalta que o problema é enorme dada amelhores casas para surebetocorrência "ao longomelhores casas para surebettodas as bacias hidrográficas" do Brasil. "Aparentemente, existe uma tendência do número e da magnitude desses eventos aumentarem à medida que a gente tem o avanço das usinas para bacia amazônica, onde há aumentomelhores casas para surebetdiversidade e quantidademelhores casas para surebetpeixes", diz ele.

No relatório que será divulgado nesta quarta (14), os pesquisadores revisam estudos anteriores para apontar que há cercamelhores casas para surebet450 represas com potencial para dizimar um terço dos peixesmelhores casas para surebetrio do mundo — e elas estão concentradasmelhores casas para surebettrês bacias: Amazonas, Congo e Mekong, concentrando 4 mil espéciesmelhores casas para surebetpeixes.

Apenas a hidrelétricamelhores casas para surebetBelo Monte, no Brasil, colocamelhores casas para surebetrisco 50 espécies que só existem no país, aponta o relatório. Na bacia amazônica, a construçãomelhores casas para surebethidrelétricas tem afetado as populações ribeirinhas e a vida das cercamelhores casas para surebet2,3 mil espéciesmelhores casas para surebetpeixes encontradas na região.

O estudo utiliza o rio Tocantins para ilustrar a gravidade da situação. Segundo pesquisa realizada pela Universidademelhores casas para surebetMichigan, nos Estados Unidos, e publicadamelhores casas para surebet2018 na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States, após a instalaçãomelhores casas para surebetbarragens ali, houve uma reduçãomelhores casas para surebet25% da quantidademelhores casas para surebetpeixes no habitat — que deságua na foz do Amazonas. O mesmo trabalho indicou uma reduçãomelhores casas para surebet60% dos peixes imediatamente após a construção da barragemmelhores casas para surebetTucuruí, no Pará.

Silva atenta, contudo, para a dificuldademelhores casas para surebetmapear os casos isolados pelo país. "É muito difícil conseguir estimar ou fazer qualquer quantificação da implicaçãomelhores casas para surebettermos ambientais do real dano dessa mortandade. Seimelhores casas para surebetcondições e situaçõesmelhores casas para surebetque, no períodomelhores casas para surebetduas horas, maismelhores casas para surebet10 toneladasmelhores casas para surebetpeixes foram mortosmelhores casas para surebetuma turbina. Quando ocorrem esses eventosmelhores casas para surebetmortandade maciçamelhores casas para surebetpeixes, geralmente a aparição desses bichos mortos ocorremelhores casas para surebetforma rápida", explica ele.

"O fatomelhores casas para surebeto Brasil ser campeão mundialmelhores casas para surebetnúmeromelhores casas para surebetespéciesmelhores casas para surebetpeixesmelhores casas para surebetágua doce [torna o cenário preocupante]", ressalta Castro. "Várias espécies são endêmicas, acontecem só no Brasil. Muitas são endêmicas das bacias hidrográficas onde ocorrem. Isso é relevante do pontomelhores casas para surebetvista da conservação."

"O que representamelhores casas para surebetperda eu tirar 128 mil quilosmelhores casas para surebetpeixe? Isso é muito difícilmelhores casas para surebetresponder porque nem sequer sabemos ao certo quanto temosmelhores casas para surebetpeixe por aí. Para saber qual a biomassamelhores casas para surebetpeixemelhores casas para surebetum rio, dependeriamelhores casas para surebetum acompanhamento contínuo da ictiofauna, observando se as populações estão sofrendo flutuações ou não, se são flutuações naturais ou se decorrentesmelhores casas para surebetalgum impacto", prossegue o cientista.

"Infelizmente, no Brasil, esse tipomelhores casas para surebetacompanhamento não é muito comum", conclui ele. "Mas por mais que a gente não tenha capacidademelhores casas para surebetquantificar ao certo qual é esse impacto, da retiradamelhores casas para surebet128 mil quilos, não podemos ignorar o fatomelhores casas para surebethaver vários estudos científicos demonstrando declínios da populaçãomelhores casas para surebetpeixesmelhores casas para surebetágua doce."

Embora sejam várias as razões para tal — pesca predatória, poluição, aquecimento global, etc. —, ele frisa que esse tipomelhores casas para surebetmortandade certamente contribui para o cenário negativo.

Segundo o último relatório Planeta Vivo, elaborado pela organização não-governamental World Wide Fund for Nature (WWF)melhores casas para surebet2018, houve um declíniomelhores casas para surebet84% das espéciesmelhores casas para surebetpeixemelhores casas para surebetágua doce no mundo desde os anos 1970 — são os animais mais extintos do século 20. Silva integrou grupo que produziu estudo recente pela organização internacional World Fish Migration Foundation que demonstrou que houve um declíniomelhores casas para surebet85% das espécies da América Latina também desde a décadamelhores casas para surebet1970.

Vertedouro da usinamelhores casas para surebetSerra do Facão

Crédito, Luiz Gustavo Martins

Legenda da foto, A Usinamelhores casas para surebetSerra do Facão foi um dos locais pesquisados pelo grupo

Morte na instalação e na operação

Os pesquisadores explicam que os peixes acabam morrendo tanto na instalação da usina hidrelétrica quanto na operaçãomelhores casas para surebetsi. "A grande maioria do que está registrado se deve ao processomelhores casas para surebetoperação, mas isso não significa dizer que a mortandademelhores casas para surebetpeixes não ocorra durante a instalação da usina hidrelétrica", afirma Castro.

Durante a formação da represa, o habitat do peixe é drasticamente alterado. Deixamelhores casas para surebetser um rio para se tornar uma imensa lagoa — muitas vezes estéril e com poucos nutrientes.

"Também há eventosmelhores casas para surebetmortandademelhores casas para surebetmassa no que chamamosmelhores casas para surebetcondicionamento das turbinas, que são todos os testes iniciais até que elas entremmelhores casas para surebetfuncionamento, um processomelhores casas para surebetsintonizar as turbinas", completa Silva. "Nesse processo há um procedimentomelhores casas para surebetcarga e descarga da máquina, da turbina, com ajustesmelhores casas para surebetrotação. E muitas vezesmelhores casas para surebetlocais onde há uma densidade (populacionalmelhores casas para surebetpeixes) muito elevada, então eles entram nos chamados dutosmelhores casas para surebetsucção e ficam aprisionados ali dentro."

E esses danos seguem,melhores casas para surebetforma intermitente, quando a usina já estámelhores casas para surebetoperação. "Quando está operando, pode existir necessidade para que o empreendimento precise parar a máquina, e dar partidamelhores casas para surebetnovo. Nisso, ocorrem muitos eventosmelhores casas para surebetmortandade", aponta Silva. Ele lembra que situações são observadas quando, por exemplo, é preciso abrir as comportas, aumentando significativamente a vazão nos trechos abaixo da barragem.

Castro exemplifica também que há momentosmelhores casas para surebetque turbinas são desligadas por contamelhores casas para surebetuma eventual diminuição da demandamelhores casas para surebetprodução. No religamento, os peixes costumam ser sugados.

"Enfim, existe um lequemelhores casas para surebetsituações, tanto na instalação quanto na operação que podem levar a esses eventosmelhores casas para surebetmortandade", contextualiza o bioengenheiro. "Quão significativo e qual émelhores casas para surebetfato a diferençamelhores casas para surebettermosmelhores casas para surebetmagnitudemelhores casas para surebetcada um deles, isso é algo também que a gente levantou mas precisamos quantificar, trabalhar melhor no futuro."

Por fim, o regimemelhores casas para surebetvazão dos rios é alterado. "Existem efeitos do pontomelhores casas para surebetvistamelhores casas para surebetmigração do peixe, são vários deles", comenta Castro.

Energia limpa?

Para os pesquisadores, usinas hidrelétricas não produzem energia limpa só porque não há tanta produçãomelhores casas para surebetresíduos como nas termelétricas ou nucelares.

"Existem diversos estudos que mostram problemas sériosmelhores casas para surebetacúmulomelhores casas para surebetgases tóxicosmelhores casas para surebetreservatóriosmelhores casas para surebetusinasmelhores casas para surebetfunção da decomposição da matéria orgânica natural decorrente do processomelhores casas para surebetalagar a área terrestre", cita Silva.

Castro ainda lembra que toda a área que se torna represa, se antes era ocupada por floresta, acaba deixandomelhores casas para surebetatuar como elemento sequestradormelhores casas para surebetgás carbônico. "Isso não pode ser ignorado", salienta.

"Por fim, muitos falam que é energia renovável, porque a água é renovável. Mas existem outros aspectos, lembrando que muitas vezes as usinas hidrelétricas têm um tempomelhores casas para surebetvida,melhores casas para surebetfunção da deposiçãomelhores casas para surebetsedimentos", diz Castro.

"Belo Monte, por exemplo, existem estimativas dizendo que irá produzirmelhores casas para surebet50 a 100 anosmelhores casas para surebetenergia. Porque o rio carrega sedimentos, ao longo do tempo eles vão se acumulando, até que chega a um pontomelhores casas para surebetque a quantidade é tão grande que compromete a viabilidademelhores casas para surebetproduçãomelhores casas para surebetenergia", explica ele.

De acordo com dados do Ministériomelhores casas para surebetMinas e Energia publicados no ano passado, 63,8% da matriz energética do Brasil ainda é hidrelétrica. Silva lembra que ainda há cercamelhores casas para surebet60% do potencial hidrelétrico para ser explorado no país. "Muita coisa ainda vai acontecer, muita usina ainda vai ser desenvolvida. E se a gente não atuarmelhores casas para surebetforma rápidamelhores casas para surebettermosmelhores casas para surebetevitar, melhorar planejamento e minimizar o problema, estamos correndo o riscomelhores casas para surebetrealmente ter um declínio populacionalmelhores casas para surebetdiversas espécies num futuro muito próximo", aponta ele.

Em alguns países, a dependência das hidrelétricas vem sendo repensada — principalmente com o uso cada vez mais disseminadomelhores casas para surebetusinas eólicas emelhores casas para surebetplacasmelhores casas para surebetenergia solar. Nos Estados Unidos, desde a virada do ano 2000, cercamelhores casas para surebet800 represas foram removidas —melhores casas para surebet2012, foram 65. E pesquisadores já identificam o aumento populacionalmelhores casas para surebetdiversas espéciesmelhores casas para surebetpeixes nativos, como o salmão.

No ano passado, um acordo foi assinado para remover quatro barragens do rio Klamath, o segundo maior da Califórnia — será então o maior projeto do tipo já realizado no mundo. O processo vai "renaturalizar" um curso fluvialmelhores casas para surebetcercamelhores casas para surebet650 quilômetros.

"Aqui na Europa também observo um movimento que discute a remoçãomelhores casas para surebetbarragens. Se não dá para resolver o problema, é possível minimizar", diz Silva. De acordo com estudo publicado dois anos atrás, apenas um terço dos grandes rios do mundo estão livresmelhores casas para surebetbarragens.

Minimizar os problemas

No relatório, os cientistas defendem que as empresas do setor energético invistammelhores casas para surebetsoluções para diminuir o impacto do problema.

O primeiro argumento utilizado é o financeiro — já que muitas foram as condenações do Ministério Público que implicarammelhores casas para surebetmultas por danos ambientais.

"As multas aplicadas a hidrelétricas brasileiras, por diversos descumprimentos da lei, já ultrapassam os R$ 600 milhões", pontua o relatório que considera os últimos 10 anos.

"Isso provoca prejuízos econômicos para as empresas geradoras e para pescadores e populações ribeirinhas que dependem da pesca como fontemelhores casas para surebetrenda."

Castro ressalta que "enquanto houver uma usina, obviamente o impacto vai estar lá", mas que é possível reduzir o tamanho do problema.

"Para isso, é preciso estudar, entender quais são os impactos que estão ocorrendomelhores casas para surebetfato", diz ele.

"De forma clara e transparente, a indústria temmelhores casas para surebetter a clareza e a abertura para que a gente consiga trocar ideias. A academia precisa ter espaço e estímulo necessário, precisamelhores casas para surebetinvestimento. E a indústria pode colaborar."

Ele defende que como os efeitos podem ser diferentesmelhores casas para surebetespécies diferentes, não basta importar estudos realizadosmelhores casas para surebetoutros países.

E as diferenças geográficas também precisam ser consideradas. "Soluções tecnológicas existem e podem ser encontradas", pontua Silva.

"O grande problema é que muitas têm sido importadas como produtos comprados na prateleiramelhores casas para surebetuma empresa e que não vão servir necessariamente para nossos cenários, por vários motivos: dimensãomelhores casas para surebetnossos rios, condiçõesmelhores casas para surebetnossas espécies, respostas ambientais locais a essa tecnologia", acrescenta.

Ele cita o usomelhores casas para surebetbarreiras elétricas para evitar que os peixes cheguem próximos às barragens. "É para inglês ver. A gente desconhece o comportamentomelhores casas para surebetnossas espécies frente a isso", argumenta.

Os pesquisadores britânicosmelhores casas para surebetSouthampton já fizeram diversos trabalhos mostrando a efetividademelhores casas para surebettais estruturas — e tambémmelhores casas para surebetbarreirasmelhores casas para surebetluzes estroboscópicas —, mas sempre considerando espécies europeias.

No relatório, os cientistas afirmam que a "solução pode ser útil, mas precisará ser testada e adaptada aos peixes daqui [do Brasil]". O projeto da UFSJ tem testado também o usomelhores casas para surebetbarreiras acústicas

Enquanto isso, há perdas ambientais, sociais e financeiras. "Essa perdamelhores casas para surebetbiomassa (com a mortandade dos peixes) tem um efeito muito grande no meio ambiente e também provoca uma consequência social, já que muitos pescadores e ribeirinhos dependem desses peixes", resume Castro. "Mas também não podemos ignorar o prejuízo financeiro da geraçãomelhores casas para surebetenergia, com multas que não são irrisórias e que refletem no customelhores casas para surebetproduçãomelhores casas para surebetenergia elétrica e, consequentemente, no valor que a gente paga lá na ponta."

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