Mulher rica faz seis horascasa de apostas realstrabalho doméstico a menos que mulher pobre, diz IBGE:casa de apostas reals

Além disso, as mulheres mais abastadas podem pagar por creches privadas para seus filhos pequenos, num país que sofre com a deficiência crônicacasa de apostas realsvagascasa de apostas realscreches públicas.

A desigualdade no acesso a creches também se revela nas diferentes taxascasa de apostas realsocupação entre mulheres brancas e negras com crianças pequenascasa de apostas realscasa.

Menos da metade (49,7%) das mulheres pretas ou pardas com criançascasa de apostas realsaté 3 anoscasa de apostas realsidade no domicílio estavam ocupadascasa de apostas reals2019, enquanto entre as mulheres brancas, a proporção eracasa de apostas reals62,6%.

Os dados revelam que, além da histórica desigualdade entre homens e mulheres, também são grandes as iniquidades entre as próprias mulheres, considerando recortescasa de apostas realsrenda, cor ou raça, regiões do país e áreas urbanas e rurais, por exemplo. Segundo o IBGE, essas diferenças devem ser levadascasa de apostas realscontas na elaboraçãocasa de apostas realspolíticas públicas para mitigar desigualdades.

Trabalho feminino é fundamental para redução da pobreza

A questão do acesso das mulheres ao mercadocasa de apostas realstrabalho é fundamental. Isso porque a impossibilidadecasa de apostas realsmuitas delascasa de apostas realstrabalhar ou a disponibilidade para trabalhar apenascasa de apostas realstempo parcial prejudica o acessocasa de apostas realsdiversas famílias a patamares mais elevadoscasa de apostas realsrenda.

Entre os fatores que ainda impedem uma maior participação das mulheres no mercadocasa de apostas realstrabalho estão a insuficiênciacasa de apostas realscreches ecasa de apostas realsinstituições públicascasa de apostas realscuidado para idosos, além da desigualdade salarial ecasa de apostas realsacesso aos cargos mais bem remunerados entre homens e mulheres.

Essa discrepância muitas vezes faz com que as famílias, quando defrontadas com a necessidadecasa de apostas realsum dos pais deixarcasa de apostas realstrabalhar para se dedicar ao cuidado dos filhos, no geral, esse sacrifício seja feito pelas mulheres, já que os homens costumam ganhar mais. Esse tipocasa de apostas realssituação ficou ainda mais evidente na pandemia, devido ao fechamento das escolas.

Segundo o estudo do IBGE publicado nesta quinta-feira, a taxacasa de apostas realsparticipação feminina na forçacasa de apostas realstrabalhocasa de apostas reals2019 ainda era quase 20 pontos percentuais menor do que a masculina.

A taxacasa de apostas realsparticipação na forçacasa de apostas realstrabalho é o percentualcasa de apostas realspessoascasa de apostas realsidadecasa de apostas realstrabalhar (15 anos ou mais) empregadas oucasa de apostas realsbuscacasa de apostas realstrabalho,casa de apostas realsrelação ao totalcasa de apostas realspessoas nessa faixa etária.

Em 2019, a taxacasa de apostas realsparticipação na forçacasa de apostas realstrabalho total no país eracasa de apostas reals63,6%, mas chegava a 73,7% entre os homens e eracasa de apostas realsapenas 54,5% entre as mulheres. A diferença entre os gêneros vinha diminuindo gradual e lentamente - eracasa de apostas reals23,1 pontos percentuaiscasa de apostas reals2012, início da série histórica do IBGE, recuando a 19,2 pontos percentuaiscasa de apostas reals2019.

Na pandemia, no entanto, essa diferença voltou a crescer, chegando a 19,7 pontos, segundo dadoscasa de apostas realsnovembrocasa de apostas reals2020 da Pnad Covid-19, pesquisa criada pelo IBGE para mensurar os efeitos da crisecasa de apostas realssaúde pública sobre o mercadocasa de apostas realstrabalho e a saúde dos brasileiros.

'São necessárias políticas para expansãocasa de apostas realscreches'

Olhando para o nívelcasa de apostas realsocupação - que mede o percentualcasa de apostas realspessoas efetivamente ocupadas entre aquelascasa de apostas realsidadecasa de apostas realstrabalhar -, o IBGE observa que a presençacasa de apostas realscrianças pequenas reduz drasticamente a possibilidadecasa de apostas realsocupação das mulheres.

Em domicílios com criançascasa de apostas realsaté 3 anoscasa de apostas realsidade, o nívelcasa de apostas realsocupação das mulherescasa de apostas reals25 a 49 anos eracasa de apostas reals54,6%casa de apostas reals2019, comparado a 67,2% entre as mulheres da mesma faixa etária sem crianças pequenascasa de apostas realscasa.

Entre os homens, o indicador eracasa de apostas reals89,2% e 83,4%, respectivamente, nestas mesmas duas situações.

Ou seja,casa de apostas realslares com crianças pequenas, a diferença na ocupação entre homens e mulheres superava os 30 pontos percentuais. A discrepância é reduzida a pouco maiscasa de apostas reals16 pontos nos domicílios sem essas crianças que exigem mais atenção.

"Isso não significa que a presençacasa de apostas realscrianças é negativa", observa André Geraldocasa de apostas realsMoraes Simões, pesquisador do IBGE. "Mas aponta para a necessidadecasa de apostas realspolíticas públicascasa de apostas realsexpansãocasa de apostas realscreches ecasa de apostas realsoportunidades para que as mulheres, que são as mais demandadas nas tarefascasa de apostas realscuidado, possam se inserir mais no mercadocasa de apostas realstrabalho."

Simões destaca ainda a importância do compartilhamento das atividadescasa de apostas realscuidado entre homens e mulheres nos domicílios.

Em 2019, as mulheres dedicavam quase o dobrocasa de apostas realshoras semanais entre afazeres domésticos e cuidados,casa de apostas realsrelação aos homens. Para elas, essas tarefas consumiam 21,4 horascasa de apostas realsmédia por semana, comparado a 11 horas dedicadas a esses afazeres pelos homens.

No caso masculino, a diferençacasa de apostas realsrenda pouco afeta a quantidadecasa de apostas realshoras dedicadas às tarefas domésticas. Os mais pobres dedicavam 11 horas a elas e os mais ricos, 10,8 horas semanais.

Mulheres são mais educadas, mas ainda têm empregos piores

Alémcasa de apostas realsterem maior dificuldadecasa de apostas realsentrar no mercadocasa de apostas realstrabalho, as mulheres também ocupam posições mais precárias. Segundo o IBGE,casa de apostas reals2019, cercacasa de apostas realsum terço delas (29,6%) estavam ocupadascasa de apostas realstempo parcial - até 30 horas semanais -, quase o dobro dos homens (15,6%) que viviam essa realidade.

"As mulheres acabam indo para esse tipocasa de apostas realsocupação porque precisam conciliar a profissão com o trabalho doméstico", observa Simões. "São trabalhos mais vulneráveis, com maior possibilidadecasa de apostas realsserem demitidas, maior informalidade e menor acesso a direitos previdenciários e à proteção social."

Na região Norte, quase 40% das mulheres estavam ocupadas apenascasa de apostas realstempo parcial e no Nordeste, 37,5%. Em comparação, esse percentual cai a 26,2% no Sudeste e a 25% no Sul.

A inserção das mulheres no mercadocasa de apostas realstrabalho atravéscasa de apostas realsocupações precárias também ajuda a explicar a diferença salarial entre os gêneros, diz o pesquisador. Em 2019, os rendimentos das mulheres equivaliam a 77,7% dos ganhos dos homens. Aqui, novamente, a evolução ao longo dos anos é lenta e gradual:casa de apostas reals2012, a razão eracasa de apostas reals73,6%.

O IBGE destaca, porém, que essas discrepâncias entre homens e mulheres não são explicadas pela educação, já que as mulheres no geral são mais instruídas do que os homens.

Em 2019, considerando as pessoas com 25 anos ou mais, 15,1% dos homens tinham ensino superior completo, comparado a 19,4% das mulheres.

Elas, no entanto, ainda são minoria entre os docentescasa de apostas realsensino superior. As mulheres eram 46,8% dos professorescasa de apostas realsfaculdades e universidadescasa de apostas reals2019, também uma lenta evoluçãocasa de apostas realsrelação aos 43,2%casa de apostas reals2003. Os dados são do Censo do Ensino Superior do Inep (Instituto Nacionalcasa de apostas realsEstudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Mulheres ainda têm menor presença nos espaçoscasa de apostas realspoder

Embora sejam mais escolarizadas do que os homens, as mulheres ainda têm menos acesso aos espaçoscasa de apostas realspoder na vida pública e privada, destaca ainda o estudo do IBGE.

"Ainda temos apenas 14,8%casa de apostas realsdeputadas federaiscasa de apostas realsexercício", destaca Luanda Chaves Botelho, analista do IBGE, citando dadocasa de apostas realssetembrocasa de apostas reals2020. "Com esses 14,8%, o Brasil tem a menor proporção da América do Sul e fica na posiçãocasa de apostas realsnúmero 142casa de apostas realsum rankingcasa de apostas reals190 países, atráscasa de apostas realspaíses muito caracterizados por violênciacasa de apostas realsgênero."

A títulocasa de apostas realscomparação, Ruanda é o país com mais mulheres no parlamento (61,3%), mas o Brasil também fica atráscasa de apostas realsvizinhos como Bolívia (53,1%), Argentina (40,9%), Peru (26,2%), Chile (22,6%) e Uruguai (21,2%). Nos Estados Unidos, o percentual écasa de apostas reals23,4%.

Em 2018, as mulheres representaram 32,2% das candidaturas a deputado federal, o que ajuda a explicar a baixa presença delas na Câmara. Mas não explica totalmente, já que o percentualcasa de apostas realseleitas é ainda menor do que ocasa de apostas realscandidatas.

O IBGE destaca então a participação das mulheres nas candidaturas por receitacasa de apostas realscampanha. Isso porque estudos acadêmicos indicam que candidaturas com maior disponibilidadecasa de apostas realsrecursos financeiros têm mais chancecasa de apostas realssucesso.

Entre as candidaturas com receita superior a R$ 1 milhão, apenas 18% eramcasa de apostas realsmulheres.

Botelho destaca ainda que ser parlamentar é também um elemento que favorece o sucesso das candidaturas. "Esse é outro elemento desfavorável para as mulheres, quase como um ciclo vicioso, já que elas são a minoria dos parlamentarescasa de apostas realsexercício", destaca a pesquisadora.

No nível municipal,casa de apostas reals2020, somente 16% dos vereadores eleitos eram mulheres. As mulheres pretas, apesarcasa de apostas realsserem 9,2% do total das mulheres, foram apenas 5,3% das vereadoras eleitas. Já as mulheres pardas são 46,2% das mulheres, mas alcançaram apenas 33,8% das cadeiras obtidas por elas nas eleições municipais mais recentes.

Por fim, olhando para cargos gerenciais nos setores público e privado, o IBGE observa que as mulheres ocupavam apenas 37,4% dessas posiçõescasa de apostas reals2019. O percentual pouco avançoucasa de apostas realsrelação aos 36,8% registradoscasa de apostas reals2012.

Nos cargos gerenciaiscasa de apostas realsmaior remuneração, a presença das mulheres é ainda menor,casa de apostas reals22,3% no dado mais recente.

Entre os ministros do governo, as mulheres eram apenas duas - Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Tereza Cristina (Agricultura) - entre 22 ministros.

"A eleiçãocasa de apostas realsmulheres para os cargos legislativos apresenta melhora discreta, mas ainda longecasa de apostas realscorresponder à metade feminina da população brasileira e aindacasa de apostas realssituação muito desfavorável quando comparada a outros países", observa o IBGE.

"A maior participação nesses cargos é importante não apenascasa de apostas realstermoscasa de apostas realsrepresentatividade, mas para aumentar as chancescasa de apostas realspautar a formulaçãocasa de apostas realspolíticas públicascasa de apostas realssuporte às agendascasa de apostas realspromoçãocasa de apostas realsequidade,casa de apostas realsacesso a oportunidades ecasa de apostas realsproteção contra violência doméstica, assédio e abusoscasa de apostas realstoda ordem", conclui o instituto.

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