Cartabetboo pagarmil padres com críticas a Bolsonaro esquenta racha político na Igreja:betboo pagar

Basílicabetboo pagarAparecida do Norte

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Legenda da foto, Manifesto assinado por maisbetboo pagarmil padres brasileiros reforça crítica a Bolsonaro

'Agirbetboo pagarfavorbetboo pagartoda a população'

Os padres afirmam que a manifestação dos bispos brasileiros "em profunda comunhão com o papa Francisco e seu magistério ebetboo pagarcomunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)" oferece ao povo "luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País".

Segundo o documento dos padres, os governantes "têm o deverbetboo pagaragirbetboo pagarfavorbetboo pagartoda a população,betboo pagarmaneira especial os mais pobres", mas "não tem sido esse o projeto do atual governo", que "não coloca no centro a pessoa humana e o bembetboo pagartodos, mas a defesa intransigente dos interessesbetboo pagaruma economia que mata, centrada no mercado e no lucro a qualquer preço".

E acrescenta: "Por isso, também estamos profundamente indignados com ações do presidente da Repúblicabetboo pagardesfavor e com desdém para com a vidabetboo pagarseres humanos e também com a da 'nossa irmã, a Mãe Terra', e tantas ações que vão contra a vida do povo e a soberania do Brasil".

O documento dos bispos brasileiros deveria ser divulgado inicialmente na quarta-feira (22), mas foi suspenso para ser analisado pelo Conselho Permanente da CNBB.

Acabou vazando, deliberadamente, diante do temorbetboo pagaralguns signatáriosbetboo pagarque os conservadores católicos impedissem abetboo pagardivulgação.

Assinaram o documento, entre outros, o arcebispo eméritobetboo pagarSão Paulo, dom Claudio Hummes, o bispo eméritobetboo pagarBlumenau dom Angélico Sândalo Bernardino; o bispobetboo pagarSão Gabriel da Cachoeira (AM), dom Edson Damian; o arcebispobetboo pagarBelém, dom Alberto Taveira Corrêa, e o bispo emérito do Xingu (PA), dom Erwin Krautler.

O texto será avaliado pela CNBBbetboo pagarreunião no próximo dia 5. A CNBB, na avaliaçãobetboo pagarreligiosos, tende a se manifestarbetboo pagarfavor da autonomia dos bispos para darem declarações.

Padres da Caminhada

Já os padres também contrários às açõesbetboo pagarBolsonaro se organizarambetboo pagarmovimentos como o Padres da Caminhada - com cercabetboo pagar200 integrantes, entre eles bispos eméritos, com dom Mauro Morelli,betboo pagarDuquebetboo pagarCaxias (RJ) -, e os Padres contra o Fascismo, com 170 membros.

Surgido no final do ano passadobetboo pagarum encontrobetboo pagarcomunidades eclesiaisbetboo pagarbasebetboo pagarCanoas, no Rio do Grande do sul, os Padres da Caminhada saírambetboo pagardefesa do pároco Edson Tagliaferro, da cidadebetboo pagarArtur Nogueira (SP), que chamou Bolsonarobetboo pagar"bandido" numa homilia, no iníciobetboo pagarjulho.

Também apoiaram os colegas padres Dennis Koltz e Sisto Magro, agredidos por um fazendeiro no interior do Amapá, há cinco meses, e se posicionaram contra o racismo na Igreja Católica, reivindicando ao papa Francisco a nomeaçãobetboo pagarmais bispos negros.

Mão pegando hóstiabetboo pagarcastiçal

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Legenda da foto, Padres afirmam ser necessária e urgente a reconstrução das relações sociais no Brasil

Na carta divulgada ontem, os padres afirmam ser necessária e urgente a reconstrução das relações sociais no Brasil, pois "este cenáriobetboo pagarperigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exigebetboo pagarsuas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados".

Afirmam ainda um compromisso "em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta", e se solidarizam com todas as famílias que perderam vidas por causa da covid-19.

"Essa doença ceifa vidas e aterroriza a todos. Próximosbetboo pagaratingir 100 mil mortos nesta pandemia, é inadmissível que não haja neste governo um ministro da Saúde, que possa conduzir as políticasbetboo pagarcombate ao novo coronavírus", reclama o documento.

Leia a íntegra:

"CAMINHAMOS NA ESTRADA DE JESUS"

CARTA DE PADRES EM APOIO E ADESÃO AOS BISPOS SIGNATÁRIOS DA CARTA AO POVO DE DEUS

"Enquanto os lucrosbetboo pagarpoucos crescem exponencialmente, os da maioria situamse cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provémbetboo pagarideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Às vezes, sentimos a tentaçãobetboo pagarser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros" (EG 56 e 270).

Nós, "Padres da Caminhada", "Padres contra o Facismo", diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, empenhadosbetboo pagardiversas partes do Brasil a serviço do Evangelho e do Reinobetboo pagarDeus, manifestamos nosso agradecimento e apoio aos bispos pela Carta ao Povobetboo pagarDeus. Afirmamos que ela representa nossos pensamentos e sentimentos. Consideramos um documento proféticobetboo pagaruma parcela significativa dos Bispos da Igreja Católica no Brasil, "em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério ebetboo pagarcomunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil", oferecendo ao Povobetboo pagarDeus luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País.

O documento é uma leitura lúcida e corajosa da realidade atual à luz da fé. É a confirmação da missão e do desafio permanente para a Igreja: tornar o Reinobetboo pagarDeus presente no mundo, anunciando esperança e denunciando tudo o que está destruindo a esperançabetboo pagaruma vida melhor para o povo. É como uma grande tempestade que se abate sobre o nosso País.

Os bispos alertam para o perigobetboo pagarque "a causa dessa tempestade é a combinaçãobetboo pagaruma crisebetboo pagarsaúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República", principalmente impulsionado pelo Presidente. Sentimo-nos também interpelados por essa realidade a darmos nossa palavrabetboo pagarpresbíteros comprometidos no seguimentobetboo pagarNosso Senhor Jesus Cristo.

O Evangelho ilumina nossa caminhada e vamos aprofundando nosso compromisso na Igreja, sinal e instrumento do Reino, a serviço da vida e da esperança. Cada vez mais vemos a vida do povo sendo ameaçada e seus sofrimentos, principalmente dos pobres, vulneráveis e minorias. Tal realidade faz com que nossos corações ardam, nossos braços lutem e nossa voz grite pelas mudanças necessárias. Como recordam os Bispos, nós não somos motivados por "interesses político-partidários, econômicos, ideológicos oubetboo pagarqualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reinobetboo pagarDeus".

Os bispos muito bem expressaram embetboo pagarcarta, recordando o Santo Padre, o Papa Francisco, que "a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa repostabetboo pagaramor não deveria ser entendida como uma mera somabetboo pagarpequenos gestos pessoais a favorbetboo pagaralguns indivíduos necessitados […], uma sériebetboo pagarações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reinobetboo pagarDeus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33) (EG. 180)".

Sabemos que os que nos governam têm o deverbetboo pagaragirbetboo pagarfavorbetboo pagartoda a população,betboo pagarmaneira especial, os mais pobres. Não tem sido esse o projeto do atual Governo, que "não coloca no centro a pessoa humana e o bembetboo pagartodos, mas a defesa intransigente dos interessesbetboo pagaruma "economia que mata" (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço". Por isso, também estamos profundamente indignados com ações do Presidente da Repúblicabetboo pagardesfavor e com desdém para com a vidabetboo pagarseres humanos e também com a da "nossa irmã, a Mãe Terra", e tantas ações que vão contra a vida do povo e a soberania do Brasil. É urgente a reconstrução das relações sociais, pois "este cenáriobetboo pagarperigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exigebetboo pagarsuas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. [...] Essa realidade não comporta indiferença.".

A CNBB tem se pronunciadobetboo pagarforma contundentebetboo pagarmomentos recentes;betboo pagarposicionamento do dia 30betboo pagarabril, manifestou perplexidade e indignação com descaso no combate ao novo coronavírus e por eventos atentatórios à ordem constitucional. Em outro momento, os 67 bispos da Amazônia publicaram outro documento, expressando imensa preocupação e exigindo maior atenção e cuidado do poder públicobetboo pagarrelação à Amazônia e aos povos originários.

Na carta aberta ao Congresso Nacional do dia 13betboo pagarjulhobetboo pagar2020 a CNBB denunciou os 16 vetos do Presidente da República ao Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 nos Territórios Indígenas, comunidades quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais (PL nº PL 1142/2020, agora Lei nº 14.021) dizendo: "Esses vetos são eticamente injustificáveis e desumanos pois negam direitos e garantias fundamentais à vida dos povos tradicionais". Outras Comissões da CNBB assumiram decididamente o lado dos povos tradicionais do Brasil "duplamente vulneráveis: ao contágio do coronavírus e à constante ameaçabetboo pagarexpulsãobetboo pagarseus territórios".

Nesse tempobetboo pagar"tempestade perfeita", a voz do Espírito ressoabetboo pagarposicionamentos corajosos da Igreja, que renova a cada dia seu compromisso "na construçãobetboo pagaruma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária", como indicam os bispos embetboo pagarcarta. Reafirmamos nosso compromisso na defesa e no cuidado com a vida.

Ao convite dos bispos queremos dar nosso sim! "Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios,betboo pagarfavor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta."

Queremos nos empenhar para cuidar deste País enfermo! Nós nos solidarizamos com todas as famílias que perderam alguém por essa doença que ceifa vidas e aterroriza a todos. Próximosbetboo pagaratingir 100 mil mortos nesta pandemia, é inadmissível que não haja neste governo um Ministro da Saúde, que possa conduzir as políticasbetboo pagarcombate ao novo coronavírus.

Conclamamos todos os cristãos e cristãs, as igrejas e comunidades, e todas as pessoasbetboo pagarboa vontade para que renovem, junto com os bispos, a opção pelo Evangelho e pela promoção da vida, espalhando as sementes do Reinobetboo pagarDeus.

Nós, "Padres da Caminhada", "Padres contra o Fascismo", diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, reafirmamos com alegria, ânimo e esperança a fidelidade à missão a nós confiada e apoiamos os bispos signatários da Carta ao Povobetboo pagarDeus ebetboo pagarsintonia com a CNBB embetboo pagarmissãobetboo pagartestemunhar e fortalecer a colegialidade.

29betboo pagarjulhobetboo pagar2020

Festabetboo pagarSanta Marta

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