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'Escolhemos quem terá mais chances': a difícil decisãopalpites esportivosquem terá acesso a UTI com saúdepalpites esportivoscolapso:palpites esportivos
Formada há dez anos, Andressa diz que a faltapalpites esportivosleitospalpites esportivosUTI é um problema crônico do Sistema Únicopalpites esportivosSaúde (SUS). Mas isso se agravou com a pandemia, mesmo com o esforçopalpites esportivosgovernos para aumentar a capacidade dos hospitais.
"Os leitos mais do que dobraram, mas não conseguimos dar conta da demanda. Temos pacientes intubados na enfermaria, na emergência. Já teve paciente que ficou maispalpites esportivosduas horas rodando intubadopalpites esportivosambulância porque não tinha vaga", diz a médica.
"Fazemos essa escolha (de quem vai para a UTI) todos os dias, é algo rotineiro. Mas não é fácil. Dá uma sensaçãopalpites esportivosimpotência muito grande,palpites esportivosque estamos lutando contra algo muito maior do que a gente."
Alémpalpites esportivosficar mais frequente na rede pública, esse dilema também está se tornando uma realidade onde até então não existia, a rede privada.
A cardiologista Marina* diz que tevepalpites esportivostomar essa decisão com uma pacientepalpites esportivos90 anos depois quepalpites esportivossaúde piorou rapidamente ao ser internadapalpites esportivosum grande hospital particular do Rio.
A idosa precisava ir para a UTI, que estava quase lotada. E havia outros oito pacientes mais jovenspalpites esportivosestado grave, recebendo um alto fluxopalpites esportivosoxigênio.
Havia uma grande chance destes doentes precisarem ser intubados, mas não haveria vaga para eles se a pacientepalpites esportivosMarina fosse para a UTI.
Uma comissãopalpites esportivosmédicos optou por deixar a idosa sob cuidados paliativos, e ela morreu na madrugada seguinte.
"Foi uma angústia muito grande, porque era uma pessoa que estava lúcida, não tinha outras doenças graves e havia expressado o desejopalpites esportivosviver", diz Marina.
A médica diz que, antes da pandemia, isso não acontecia porque havia leitospalpites esportivosUTI suficientes.
"A gente não precisava fazer essa 'escolhapalpites esportivosSofia'. Mas agora estamos vivendo cada vez mais isso. E é muito difícil também porque não somos treinados para tomar esse tipopalpites esportivosdecisão, para priorizar quem tem mais chancepalpites esportivosse recuperar porque é mais jovem ou saudável. A gente aprende que tem que salvar vidas."
Associações médicas criaram regras para orientar essa decisão
Para ajudar os médicos a tomarem essas decisões com basepalpites esportivoscritérios científicos e uniformes, associações médicas brasileiras criaram protocolospalpites esportivostriagempalpites esportivosatendimentopalpites esportivosUTIs quando houver um colapso do sistemapalpites esportivossaúde.
Um deles foi elaborado pela Associaçãopalpites esportivosMedicina Intensiva Brasileira (Amib)palpites esportivosparceria com a Associação Brasileirapalpites esportivosMedicinapalpites esportivosEmergência, a Sociedade Brasileirapalpites esportivosGerontologia e a Academia Nacionalpalpites esportivosCuidados Paliativos.
"Em uma situaçãopalpites esportivoscatástrofe, não queremos que essas escolhas sejam feitaspalpites esportivossegredo, maspalpites esportivosforma clara e transparente, com critérios eticamente justificados epalpites esportivosacordo com o ordenamento jurídico e os valores brasileiros", afirma a médica Lara Kretzer, coordenadora da equipe responsável pelo protocolo divulgado neste mês pela Amib.
"Queremos trazer esse assunto para o debate público e prestar contaspalpites esportivoscomo esse processo está acontecendopalpites esportivosvezpalpites esportivosvarrer tudo para debaixo do tapete."
O Conselho Regionalpalpites esportivosMedicina do Estadopalpites esportivosPernambuco (Cremepe) também elaborou seu próprio protocolo, que foi levado à público no finalpalpites esportivosabril.
"Os médicos que estão na ponta, alémpalpites esportivosestarem sofrendo muito ao ver tanta gente morrendo, com a sobrecargapalpites esportivostrabalho e com o medopalpites esportivoscontaminar seus familiares, precisam tomar decisões que podem gerar traumas graves", afirma Zilda Cavalcanti, diretora do Cremepe.
"Se um profissional tem um respirador para três pacientes, ele não pode carregar sozinho o peso dessa escolha. Precisamos dar critérios para respaldar o médico e fazer com que essa decisão seja a mais justa possível."
Os protocolos da Amib e do Cremepe se baseiampalpites esportivosuma análise das condiçõespalpites esportivossaúde do paciente para determinar, por meiopalpites esportivosum sistemapalpites esportivospontos, quem pode se beneficiar maispalpites esportivosum leitopalpites esportivosUTI.
Em ambos, é feita uma Avaliação Sequencialpalpites esportivosFalênciapalpites esportivosÓrgãos (Sofa, na siglapalpites esportivosinglês),palpites esportivosque é analisado o estadopalpites esportivosseis sistemas básicos do organismo: respiratório, cardiovascular, hepático,palpites esportivoscoagulação, renal e neurológico. Quanto pior for a condição do paciente, maior é a pontuação recebida.
É analisadopalpites esportivosoutra etapa se o paciente tem outras doenças crônicas, as chamadas comorbidades, que são um fatorpalpites esportivosrisco para quem tem covid-19.
No caso do Cremepe, há uma escala que confere uma pontuação mais alta quanto pior for o quadro do paciente. A Amib confere uma pontuação única nesta etapa, caso a expectativapalpites esportivosvida do paciente seja inferior a um ano por causa destas doenças.
Por fim, uma terceira etapa mede a capacidade física e motorapalpites esportivosuma pessoa naquele momento, um indicativopalpites esportivoscomo seu organismo será capazpalpites esportivosresponder ao tratamento. Novamente, quanto pior a condição, maior a pontuação que alguém recebe.
Ao final, são somados os pontospalpites esportivoscada avaliação, e o paciente com a menor pontuação recebe prioridade no atendimento
O objetivo destes sistemas é identificar os casospalpites esportivosque a saúdepalpites esportivosuma pessoa está tão comprometida que nem mesmo uma UTI conseguirá salvá-la ou quem não está tão doentepalpites esportivoscomparação a pacientes para os quais a UTI pode ser a diferença entre a vida e a morte.
"Em um esgotamento do sistemapalpites esportivossaúde, a ênfase passa a ser salvar o maior númeropalpites esportivospessoas. Por isso, precisamos racionalizar o uso dos recursos", explica Kretzer.
Cavalcanti ressalta, no entanto, que deixarpalpites esportivosinternar um paciente na UTI não significa abandoná-lo à própria sorte.
"Gostopalpites esportivosuma frase que ouvi: 'Muitas pessoas vão para a UTI querendo garantir seu direito à saúde, mas, na verdade, querem garantir seu direito à esperança'. Mas, há casospalpites esportivosque o riscopalpites esportivosmortepalpites esportivosuma pessoa é altíssimo, e ela não vai se beneficiar da UTI. O melhor a fazer é proporcionar um fimpalpites esportivosvida digno."
Maximizar o ganho para a sociedade
O médico Eduardo Leite, da comissãopalpites esportivosterapia intensiva da Sociedade Brasileirapalpites esportivosPneumologia e Tisiologia, diz que a faltapalpites esportivosvagaspalpites esportivosUTI por causa da pandemiapalpites esportivoscovid-19 já é uma realidadepalpites esportivosalgumas cidades do país e que,palpites esportivosuma situação assim, é preciso estabelecer regras melhorespalpites esportivosatendimento.
Normalmente, uma pessoa precisa ir para este tipopalpites esportivosunidade porquepalpites esportivossaúde está muito frágil e exige um acompanhamento bem próximo e uma resposta imediata da equipe médicapalpites esportivoscasopalpites esportivospiora. Ou ainda porque necessitapalpites esportivosum equipamentopalpites esportivossuporte à vida que só é oferecido na UTI, como é o caso dos respiradores.
O atendimento é feito conforme a ordempalpites esportivoschegada, e não há critérios para exclusãopalpites esportivosum paciente.
"Mas,palpites esportivosum sistema hospitalar saturado, isso pode não ser o melhor, porque dar uma vaga para quem não tem muitas chancespalpites esportivossobreviver não é a forma mais eficientepalpites esportivosadministrar o sistemapalpites esportivossaúde", diz Leite.
Por isso, o pneumologista, que não participou da elaboração dos protocolos criados pela Amib e pelo Cremepe, considera que as regras elaboradas por estas associações podem ser fundamentais para que esta escolha não seja uma responsabilidade exclusiva do médico na linhapalpites esportivosfrente.
"Essa abordagem pode maximizar o ganho médio para a sociedade, ainda que seja difícil aplicar esse protocolo na prática. Ao menos, isso ajuda a aliviar o peso emocional e psicológico desta decisãopalpites esportivosque você precisa dar mais chance a uma pessoapalpites esportivosdetrimentopalpites esportivosoutra, que você praticamente condena à morte", afirma Leite.
O médico Daniel Neves Forte, que é especializadopalpites esportivoscuidados intensivos e paliativos, explica que, antes desta pandemia, não havia a necessidade,palpites esportivospaíses mais desenvolvidos,palpites esportivosfazer uma triagempalpites esportivospacientes por causapalpites esportivosfaltapalpites esportivosvagaspalpites esportivosUTI.
"Esse era um problema inexistente para eles, que ficaram assustados com o esgotamentopalpites esportivosleitos e correram atrás para desenvolver mecanismospalpites esportivostriagem", diz Forte, que é presidente do comitêpalpites esportivosbioética do Hospital Sírio-Libanês.
Mas isso já era uma realidade no Brasil por causa da precariedade do SUS. Isso levou o Conselho Federalpalpites esportivosMedicina (CFM) a publicar,palpites esportivos2016, uma resolução que estabelece cinco níveispalpites esportivosprioridade para admissão nas UTIs, que vãopalpites esportivospacientes com "alta probabilidadepalpites esportivosrecuperação" àqueles "sem possibilidadepalpites esportivosrecuperação".
"Essa resolução já foi um grande passo à frente, mas ainda assim era muito subjetiva, baseada na interpretação feita pelo médicopalpites esportivoscada caso", diz Forte.
O médico avalia que os protocolos criados no Brasil representam um avanço, por apresentarem critérios mais objetivos que reduzem as chancespalpites esportivoshaver injustiças com esse tipopalpites esportivosescolha.
"Mas tenho uma enorme preocupaçãopalpites esportivosusar protocolos que não foram validados cientificamente, porque a gente pode não conseguir ter o efeito pretendido, que é dar o leito para quem vai ter o maior benefício com ele", diz Forte.
'Querem responsabilizar quem está na linhapalpites esportivosfrente?'
Lara Kretzer, da Amib, diz que as regras desenvolvidas pela associação médica vão ser testadas cientificamente para verificar se atinge seus objetivos.
"A partir disso, podemos ajustar o modelo para que ele cumpra a funçãopalpites esportivosidentificar o paciente que tem mais chancepalpites esportivossobreviver e diminuir o númeropalpites esportivosmortospalpites esportivosuma pandemia."
A Amib já apresentou seu protocolo para a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federalpalpites esportivosMedicina (CFM) para que estas organizações avaliem os critérios e se posicionem sobrepalpites esportivosadoção. Nenhuma das duas fez isso até o momento.
O CFM não respondeu ao pedidopalpites esportivosentrevista da BBC News Brasil. A AMB diz que está avaliando o protocolo e não tem uma previsãopalpites esportivosquando se manifestará.
"Precisamos estar muito bem fundamentados para isso, porque essa crise vai passar, como outras já passaram, e as atitudes que nós tomarmos é que ficarão", diz Lincoln Lopes Ferreira, presidente da AMB.
"Mas nada disso é novo. Denunciamos há muito tempo esse problema, que revela uma ineficiênciapalpites esportivosgestão crônica. Agora querem transferir a responsabilidade para quem está na linhapalpites esportivosfrente?"
Kretzer diz que a elaboraçãopalpites esportivosum protocolo não significa isentar o gestorespalpites esportivossaúdepalpites esportivossua responsabilidade, porque o documento prevê que as regras só podem ser aplicadas depoispalpites esportivosser feito um esforço para ampliar a redepalpites esportivosatendimento.
"Também não estamos jogando isso no colo do médico, pelo contrário. Estamos tentando tornar mais fácil e seguro o seu trabalho com critérios desenvolvidos por sociedades científicas e submetidos ao escrutíniopalpites esportivosespecialistas", diz Kretzer.
A médica afirma ainda não ser possível ignorar que há problemas graves no sistemapalpites esportivossaúde público do país, mas diz que comparar a faltapalpites esportivosleitos crônica ao que ocorrepalpites esportivosuma pandemia é "fazer uma confusão enorme".
"Em uma situação normal, quando há um aumento na demanda, é possível repensar e ajustar a formapalpites esportivostrabalho. Mas estamos falando aquipalpites esportivosuma situaçãopalpites esportivoscatástrofe,palpites esportivosque, mesmo depoispalpites esportivosaumentar o númeropalpites esportivosleitos, cancelar cirurgias eletivas epalpites esportivosoutras medidaspalpites esportivoscontingência, o sistema continua não dando conta. Não podemos nos abster diantepalpites esportivosuma situação assim, e não vai ajudarpalpites esportivosnada minimizar o que está acontecendo."
*O nome dos entrevistados foi alterado para preservarpalpites esportivosidentidade.
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