Enem abre inscrições: Brasil vai 'na contramão do mundo' ao manter datas do exameblaze com apostameio à pandemia?:blaze com aposta

Mas cercablaze com aposta80 países cancelaram, adiaram ou remarcaram suas avaliações estudantis, entre eles EUA, Reino Unido, China, Irlanda, Espanha, Coreia, França e Noruega.

E é importante destacar que alguns países, como Alemanha, Finlândia e Colômbia, aparecem maisblaze com apostauma vez na listagem, por terem maisblaze com apostaum exame sendo levadoblaze com apostaconsideração pela Unesco ou por adotarem múltiplas estratégias simultaneamente nos âmbitos regionais.

No hemisfério norte, um agravante é o fatoblaze com apostamuitas avaliações estarem inicialmente previstas para o fim do primeiro semestre (fim do ano letivo), período ainda crítico da pandemiablaze com apostagrande parte do mundo.

'Impacto no sistema educacional por meses'

Nos EUA, país com o maior númeroblaze com apostacasos (1,3 milhão até esta segunda-feira) e mortes (maisblaze com aposta79 mil) por covid-19, o órgão US College Board afirmou que os exames SAT, que avaliam alunos concluindo o ensino médio, não serão mais realizadosblaze com aposta6blaze com apostajunho.

"Se for seguro do pontoblaze com apostavistablaze com apostasaúde pública, vamos aplicar o SAT mensalmente aos finsblaze com apostasemana até o fim do ano, a partirblaze com apostaagosto", diz a instituição.

No Reino Unido, foram canceladas as avaliaçõesblaze com apostaadmissão às universidades, sob o argumentoblaze com apostaque a pandemia "deve continuar a ter um impacto significativo no sistema educacional e no país ao longoblaze com apostameses".

"Por isso, cancelamos os exames para dar a alunos, pais e professores alguma certeza e permitir que escolas e universidades foquemblaze com apostaapoiar as crianças vulneráveis e as crianças dos trabalhadores essenciais (que continuam tendo aula no país)", diz comunicado do Departamento da Educação britânico. A admissão às universidades será feitablaze com apostamodo alternativo, com a mensuraçãoblaze com apostasimulados e provas feitas anteriormente pelos estudantes.

A França adiou por enquanto seus exames nacionais eblaze com apostaseleçãoblaze com apostaprofessores, argumentando que seria impossível realizá-los antes do fimblaze com apostamaio.

Na China, que começa a retomar a rotina após ter passado pelo pico da pademia, o exame gaokao, que deverá ser feito por estimados 10 milhõesblaze com apostaestudantesblaze com apostabuscablaze com apostavagas nas universidades, foi adiadoblaze com apostaum mês,blaze com apostajunho para julho, segundo a imprensa estatal. A Provínciablaze com apostaHubei (epicentro inicial do novo coronavírus) e Pequim terão calendários próprios para a prova.

Outros 30 países estão transferindo os exames para o ambiente virtual ou introduzindo avaliações e validações alternativasblaze com apostaaprendizado, segundo a compilação da Unesco.

blaze com aposta Desigual blaze com aposta da blaze com aposta desblaze com apostaacesso

O órgão da ONU pede que, ao decidir se mantêm ou não seus exames nacionais, os países ponderem, acimablaze com apostatudo, a "segurança, saúde e bem-estar emocionalblaze com apostaestudantes e equipes educacionais", tomando as devidas medidas sanitárias — como distanciamento socialblaze com apostaalunos, usoblaze com apostamáscaras e limpeza dos locais. Mas é preciso ir além disso, diz a Unesco.

"As decisões devem ser motivadas por preocupações com a justiça, a igualdade e a inclusão", afirma o documento da entidade.

"Avaliações e validaçõesblaze com apostaaprendizado estudantil durante o períodoblaze com apostaque as escolas estão fechadas devem levarblaze com apostaconta desigualdadesblaze com apostaacesso a estruturablaze com apostaaprendizagem à distância, a recursos e à banda largablaze com apostainternet."

No caso do Brasil, a questão da desigualdadeblaze com apostaensino é a mais levantada por críticos que defendem o adiamento do Enem.

"As condiçõesblaze com apostaestudos dos alunos estão muito diferentes", argumenta Lucas Fernandes, gerenteblaze com apostaestratégias políticas da organização Todos Pela Educação.

"Temos redes (estaduais e municipais) que conseguem oferecer ensino remoto e até oferecer pacotesblaze com apostadadosblaze com apostainternet para os alunos. E temos redes que ainda estão planejando o que fazer. Do pontoblaze com apostavista dos alunos, as diferenças no acesso a computadores e a internet são as mais evidentes. Mas há também diferençasblaze com apostaliteracia digital: pessoas mais vulneráveis podem ter acesso a celulares, mas não fazem uso frequente (para estudar) no dia a dia. As evidências mostram que, na hora das avaliações, esses estudantes menos letrados têm performance pior."

Fernandes agrega que as desigualdades já profundas na educação — e no acesso ao ensino superior — podem acabar agravadas pelas circunstâncias atuais.

"E o Enem não pode ser um mecanismoblaze com apostaaprofundamento dessas desigualdades. Historicamente, o Enem facilitou a entrada dos mais pobres na universidade. Ao optar por manter a data da prova, o Ministério da Educação vai no caminho contrário a isso."

Um adiamento, diz Fernandes, também daria ao Ministério da Educação mais tempo para planejar a logística do Enem caso seja necessário manter as medidasblaze com apostadistanciamento social entre os alunos na data da prova.

O ministro Abraham Weintraub, porblaze com apostavez, diz que o adiamento significaria fazer os jovens "perderem o ano" e frustraria "as expectativasblaze com aposta5 milhõesblaze com apostabrasileiros" (número estimadoblaze com apostainscritos no Enem). Ele também afirmou que "não fazer o Enem resultaráblaze com apostamenos médicos, enfermeiros etc.".

Para Fernandes, do Todos Pela Educação, é provável que tenhamos menos formandos (ou que as formaturas sejam adiadas) independentemente da data do Enem, uma vez que as instituiçõesblaze com apostaensino superior também estão fechadas para aulas presenciais.

"O ideal seria um diálogo com universidades, com Estados e municípios para postergar o exame e também as datasblaze com apostainício das universidades (no ano que vem)", defende ele.

Pelo Twitter,blaze com apostaentrevistas eblaze com apostasessões com parlamentares, Weintraub tem afirmado que a maioria dos jovens que presta o Enem já concluiu o ensino médio (casoblaze com aposta58,7% dos que prestaram a provablaze com aposta2019, diz o ministro) — portanto, seria supostamente menos afetada pela ausênciablaze com apostaaulas presenciais nas escolas — e que é preciso ocupar os estudantesblaze com apostacasa.

"Ou ele está estudando para o Enem ou é oficina do diabo. A gente tem que dar perspectiva. Se não tiver, você deixa esse jovem ser facilmente cooptado pelo crime ou pelos movimentos sociais organizados", afirmoublaze com apostaentrevista a um canalblaze com apostaYouTube.

A parlamentares, o ministro afirmou que a situação do Enem poderá ser reavaliadablaze com apostaagosto.

No âmbito legislativo, tramitam diversos projetos e emendas relacionados ao Enem 2020, ao menos três deles no Senado. Um deles, do senador Humberto Costa (PT-PE), pede que sejam estendidos prazos para que alunos possam pagar a taxa do Enem ou pedir isenção na taxablaze com apostainscrição.

Já projetosblaze com apostaDaniella Ribeiro (PP-PB) e Izalci Lucas (PSDB-DF) querem o adiamento da prova.

O senador tucano defende que o calendário das provas só seja definido quando as aulas presenciais forem retomadas. "O Inep (órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem) deve se absterblaze com apostadatas ou aplicaçãoblaze com apostaprovas até a retomada das aulas do ensino médio", disse Izalci Lucas à Agência Senado. "Temos muitos alunos sem a mínima condiçãoblaze com apostareceber seus conteúdos e não é razoável aplicar uma provablaze com apostaque muitos serão prejudicados."

Na Câmara, um grupoblaze com apostaseis deputados propõe um decreto que faça deixarblaze com apostavigorar os editais do Enem 2020 e, assim, force o governo a adiar a prova.

"A maioria das escolas particulares com alunosblaze com apostaclasse média e alta continuaram seus estudosblaze com apostacasa, com aulas online, professores acompanhando exercícios, dúvidas, trabalhos escolares etc. No geral esses alunos têm melhores possibilidadesblaze com apostaestudosblaze com apostacasa, com acesso a internet, computador, tablets e smartphones. Os alunos da rede públicablaze com apostaensino, emblaze com apostamaioriablaze com apostabaixa renda no Brasil, estão muito distantes dessa realidadeblaze com apostapossibilidadesblaze com apostaestudo e como consequência,blaze com apostaaprovação no Enem para ingresso nas universidades federais do país", diz o texto do projetoblaze com apostadecreto.