Coronavírus: 92% das mães nas favelas dizem que faltará comida após um mêscasino lv betisolamento, aponta pesquisa:casino lv bet

"Os mais frágeis da sociedade são os moradorescasino lv betfavela. Os mais frágeis entre os favelados são as mulheres. E os mais frágeis entre as mulheres são as mães. Por que? Porque elas cuidam dos filhos, muitas vezes trabalham no emprego informal, costurando, fazendo unha, e ainda cuidam dos velhos. Porque todos os velhos, 90% dos idosos das favelas, são as mulheres que cuidam: sejam noras ou sejam filhas".

E, diante da pandemia do coronavírus, a sobrecarga das mães da favela é também emocional: como cuidarcasino lv bettudo isso, subitamente, sem renda. "Ela olha para o idoso, que é o pai ou o idoso, e fala: o que é que eu faço com ele? O que eu faço com as crianças? É desespero", diz Athayde, a respeito dos dados da pesquisa.

As pesquisas do Data Favela, fundado por Athayde e Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, são realizadas pelos moradores das comunidades, que são treinados e supervisionados pela equipe do institutocasino lv betpesquisa. Para este levantamento, realizado entre os dias 26 e 27casino lv betmarçocasino lv bet2020, foram entrevistadas 621 mulheres maiorescasino lv bet16 anos, com filhos, moradorascasino lv bet260 favelascasino lv bettodos os Estados do país. A margemcasino lv beterro da pesquisa écasino lv bet2,9 pontos percentuais para mais ou para menos.

A divulgação da pesquisa faz parte das açõescasino lv betlançamento, nesta quinta-feira (2), da campanha "Mãecasino lv betFavela", criada para arrecadar recursos a serem distribuídos para mães das favelascasino lv bettodo o país. A opção, explica o produtor cultural, é baseadacasino lv betevidências e estudos, inclusive sobre o programa Bolsa Família,casino lv betque o dinheiro da assistência dado à mulher gera muito mais impacto social que o dado ao homem da família.

"A mulher controla melhor o orçamento doméstico, faz melhor uso do dinheiro e é a pessoa que cuida tanto das crianças quanto dos idosos, que são o grupocasino lv betrisco para o coronavírus", diz Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva. "A certeza do bom uso do dinheiro tem a ver com essa escolha pela mãecasino lv betfamília".

As beneficiadas receberão, por dois meses, um auxíliocasino lv betR$ 120 reais e batizadocasino lv bet"vale-mãe". "Ela recebe os R$ 120 no próximo dia 15. Cada favela está indocasino lv betbusca desse perfilcasino lv betmãe, definido a partir da pesquisa, para serem as primeiras beneficiadas", diz.

O dinheiro será recebido pelo celular, a partircasino lv betuma parceria com a empresacasino lv betpagamentos e transferências PicPay, mediante cadastramento do CPF pelo telefone. O dinheiro do benefício será arrecadado pela CUFA por meio da campanha lançada na terça. A fase piloto começou com 5 mil mães, mas já têm 30 mil mulheres cadastradas. A intenção é,casino lv betacordo com a arrecadação, ampliar o valor e estender o períodocasino lv betconcessão das bolsas.

A campanha, explica o produtor, já ganhou o apoiocasino lv betempresas e artistas, como a cantora Iza, Lulu Santos, Zeca Pagodinho, Taís Araújo e Lázaro Ramos, Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. A partircasino lv betamanhã, a ideia é que qualquer um possa ajudar com doações. "Lançamos o site para receber doações pelo PicPay e vamos criar uma vaquinha pelo site. Teremos auditoria da Pro Audit, uma auditoria respeitada, que vai auditar a contagem do site. Além disso, as empresas doadoras também designarão auditores próprios". "Para que todos tenham a confiançacasino lv betque o dinheiro tem objetivo claro".

E o poder público?

Embora as favelas sejam apontadas como as regiões mais vulneráveis ao coronavírus, pela combinação da faltacasino lv betespaço, escassezcasino lv betrecursos, poupança, estoquecasino lv betcomida e saneamento básico para manter as condiçõescasino lv bethigiene necessárias para evitar a propagação da doença, elas não foram contempladascasino lv betnenhum plano nacional específicocasino lv betprevenção e combate à covid-19.

Meirelles, do Locomotiva, diz que, embora o início da pandemia tenha se dado na parcela mais rica da sociedade, a concentração demográfica e as limitações sociais das favelas representam, do pontocasino lv betvista da saúde pública, um risco também para quem mora no "asfalto".

"Não é apenas um risco para as favelas, mas também para os moradorescasino lv betoutras regiões da cidade. Tem se feito essa discussão sobre saúde ou economia, mas você não retoma a economia com uma pilhacasino lv betcorpos", diz,casino lv betreferência a falas como as do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu a prática do "isolamento vertical", que abrangeria apenas as pessoas que se encontram no grupocasino lv betrisco — como idosos e portadorescasino lv betdoenças crônicas —, para que as demais pudessem voltar à normalidade e trabalhar.

"Na prática", diz Meirelles, "quando se fala dos moradorescasino lv betfavela, estão usando o retrato da desigualdade para dizer que eles têm que voltar a trabalhar. Só que isso não existe. Não me parece digno que a sociedade obrigue que essas pessoas escolhamcasino lv betquem vão abrir mão dacasino lv betfamília para garantir a retomada da economia."

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