'Só nos vemos na garagem': as famílias que dividem o carro para trabalhar 24h por diaquina conferirappsquina conferirtransporte:quina conferir

O casal Rafaela Machado e Elisangelo Sena divide o carro para fazer, cada um, jornadasquina conferir12 horas diáriasquina conferiraplicativosquina conferirtransporte, como Uber e 99
Legenda da foto, O casal Rafaela Machado e Elisangelo Sena divide o carro para fazer, cada um, jornadasquina conferir12 horas diáriasquina conferiraplicativosquina conferirtransporte, como Uber e 99

Rafaela e Elisangelo formam uma famíliaquina conferirmotoristasquina conferiraplicativosquina conferirtransporte. Todos os dias, eles dividem um carro alugado para fazer duas jornadas diáriasquina conferirsequência — 12 horas para cada um.

Ela começa no horárioquina conferirpico da manhã, quando milhõesquina conferirpaulistanos se deslocam ao trabalho. Dezenasquina conferirviagens depois, Rafaela volta para casa por volta das 18h.

Encontra Elisangelo na garagem e passa a chave do carro para ele, repetindo a cenaquina conferirhoras antes. E começa tudoquina conferirnovo, dessa vez com ele ao volante.

Nos últimos dias, a BBC News Brasil conversou com famílias como aquina conferirRafaela e Elisangelo, que hoje se dedicam a trabalhar com plataformasquina conferirtransporte, como a Uber e a 99.

Elas desenharam um quadro parecido: foram parar nos aplicativos por causa do desempregoquina conferirmeio à crise econômica, mas conseguem se manter e pagar as contas com a renda das viagens. Por outro lado, estão trabalhando cada vez mais para atingir suas metas, sobrando pouquíssimo tempo para descansar e manter relações familiares.

Custos e ganhos

Elisangelo foi cobradorquina conferirônibus na zona lestequina conferirSão Paulo por quase 20 anos até seu cargo ser extinto, pois as linhas passaram a circular apenas com motoristas.

Jáquina conferirmulher, Rafaela, era frentistaquina conferirum postoquina conferircombustíveis, mas há três anos também perdeu o empregoquina conferirum corte no quadroquina conferirfuncionários. "Depois, sempre que eu fazia uma entrevista, alguém perguntava: 'E tem alguém para ficar com seus filhos quando eles ficarem doentes?'", diz, sentada na praçaquina conferiralimentaçãoquina conferirum shopping na zona leste. Ela ficou dois anos desempregada.

Nos serviços anteriores, o casal era registrado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ou seja, tinha direito a 13º salário, férias e folgas remuneradas, fundoquina conferirgarantia e seguro-desemprego.

Sem alternativa no mercado formalquina conferirtrabalho, os aplicativos surgiram como alternativa para pagar as contas.

Imagem da tela do celular com o aplicativo Uber aberto

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Em muitos mercados, o aplicativo Uber é motivoquina conferirreclamaçãoquina conferirtaxistas locais pelo seu modeloquina conferirnegócio

O modelo aplicado pelas plataformas, no entanto, é bastante diferente da CLT. Não há salário fixo nem benefícios, como férias e folgas. Praticamente todos os custos do serviço ficam por conta dos trabalhadores: da manutenção do carro ao combustível, da internet ao seguro contra assaltos e acidentes.

Ganha mais quem trabalha mais e é mais bem avaliado pelos passageiros — e as empresas ficam com até 35% do valorquina conferircada corrida.

Elisangelo e Rafaela recorreram a economias pessoais e a um empréstimo familiar para comprar um carro e aderir aos aplicativos. Mas logo perceberam que os custosquina conferirmanutenção não valiam a pena.

"Em um ano, a gente trocou três vezes o jogoquina conferirpneus e as pastilhasquina conferirfreio, por exemplo", conta o motorista. O seguro anual chegava a R$ 2.700.

Decidiram vender o carro e alugaram outro veículo por R$ 1.575 ao mês — assim, transferem o custoquina conferirmanutenção e o seguro para a locadora. Porém, eles já iniciam o mês devendo o valor desse aluguel. "Também gastamos R$ 120 por dia com gasolina e uns R$ 60 com alimentação", diz Rafaela.

Com tantos custos, o casal tem uma meta: ganhar entre R$ 150 e R$ 200 livres por dia. Nem sempre conseguem, porque a remuneração dependequina conferirfatores fora do controle do motorista, como avaliação dos clientes e a demanda por corridasquina conferirdeterminada região e horário — se ela cresce, o preço sobe.

Por isso, diferentequina conferirum emprego formal, é difícil saber exatamente o valor que você vai receber ao final do dia. No melhor dos mundos, uma chuva forte na cidade aumenta a procura, a tarifa dobraquina conferirpreço e você faz dezenasquina conferirviagens sem grandes intervalos entre elas. No pior, você fica doente ou seu carro quebra na saídaquina conferircasa, resultandoquina conferirum dia perdido, sem corridas e sem dinheiro.

Para atingir essa meta, Elisangelo e Rafaela se dividem para trabalhar 24 horas por dia durante sete dias por semana, sem folga. Só param nas seis horas do rodízio semanalquina conferirveículos, que restringe a circulaçãoquina conferircarros pelo centro expandidoquina conferirSão Paulo. Segundo eles, a renda mensal da família fica entre R$ 4.500 e R$ 5 mil — valor que eles nunca tinham ganhado na vida.

'Viro o fimquina conferirsemana trabalhando'

Entre os motoristas ouvidos pela reportagem, há um consensoquina conferirque as longas jornadasquina conferirsequência prejudicaram as relações familiares.

Rafaela, por exemplo, conta que conviveu pouco com o marido no último um ano. "Parece que a gente vivequina conferirpaíses diferentes, tipo namoro à distância", diz. Elisangelo concorda: "Só nos vemos na garagem. É assim: 'oi, como estão as coisas?, tudo certo, beijo, tchau'. A gente conversa pelo WhatsApp, não temos lazer, não saímos mais no fimquina conferirsemana", afirma.

Outro motorista, Eduardo Costa, 23, conta um cenário parecido. Ele divide o carro comquina conferirmãe, Daniane Silva, 42. Mesmo vivendo na mesma casa, eles só se veem com mais tempo uma vez por semana, quando param para respeitar o rodízio. "De fato, isso aconteceu: nós só nos vemos na terça-feira", diz. Eduardo é jogadorquina conferirfutebolquina conferirsalão, mas está desempregado.

Homem dirigindo carro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Motoristas elogiam serviçoquina conferiraplicativosquina conferirtransportes, mas também apontam jornadasquina conferirtrabalho muito longas

Sua mãe, ex-gerentequina conferirrecursos humanos, perdeu um empregoquina conferirsete anos no finalquina conferir2018. "Comprei um apartamentoquina conferiruma segunda-feira. Na quinta, fui demitida. Imagina minha cabeça. Fiz 15 entrevistas nesse período, mas o mercado está muito difícil. Às vezes me dizem que sou muito qualificada para o cargo, como se eu fosse ficar descontente e pedir demissão", conta.

Na hora do aperto, quando os boletos se avolumaram, ela recorreu aos aplicativos.

No emprego anterior, Daniane recebia R$ 10 mil por mês. Hoje, dividindo o carro com o filhoquina conferirjornadasquina conferir24 horas por dia, eles ganham juntos por voltaquina conferirR$ 4,5 mil mensais. "Cortei tudo para sobreviver, faz um ano que não compro uma roupa para mim. O que a gente ganha hoje basicamente serve para pagar as contas", afirma.

As jornadas para atingir as metas, porém, também são longas e cansativas. Ela costuma dirigir 16 horas por dia — e, quando volta para casa, entrega o carro para o filho, que trabalha na madrugada. "Tem dia que chego, sento no sofá e e não consigo nem levantar para ir ao banheiro. É um cansaço físico, mas principalmente mental", diz.

A motorista lamenta o pouco tempo que tem para ficar com o filho, pois ambos trabalham praticamente todos os dias. "A gente gosta muitoquina conferircomer juntos, mas, agora, só faz isso muito raramente, uma vez por mês e olhe lá."

Recentemente, mãe e filho descobriram outro problema: eles ultrapassaram o limitequina conferirquilometragem do carro alugadoquina conferir5 mil quilômetros. Cada quilômetro excedente custa R$ 0,50 — ou seja, eles terãoquina conferirpagar mais R$ 2,5 mil à locadora. "Estou rezando para que eles não me cobrem esse valor", diz Daniane.

Outro motorista, Ricardo Gomes, 45, que tem irmãos, tios e primos atuando nos aplicativos, diz que constantemente vira o fimquina conferirsemana trabalhando, momentoquina conferirque a demanda por corridas aumenta.

"Na sexta, começo a rodar às 20h, depois do rodízio. Viro a noite e continuo no sábado. Durmo algumas horinhas no carro, enquanto espero corridas no aeroportoquina conferirGuarulhos. Volto para casa só para tomar um banho rápido, e saioquina conferirnovo. Viro a noitequina conferirsábado e rodo o domingo todo. Só paroquina conferirdirigir mesmo na segunda, às 5h", conta.

Gomes era técnicoquina conferirsegurança do trabalhoquina conferiruma empresaquina conferirônibus. Na época, ganhava R$ 2.450. Hojequina conferirrenda, descontando os custos, diminuiu para R$ 2 mil mensais.

"No último emprego, eu tinha férias, folga, 13º, fundoquina conferirgarantia. Hoje não tenho nada disso. Isso é ruim", diz, por telefone, enquanto esperava outra corrida.

"Mas sabe por que eu prefiro os aplicativos? Primeiro, porque eu amo dirigir, amoquina conferirverdade. Segundo, hoje eu tenho liberdade para fazer meu horário. Se quiser, eu paro, volto para casa e desligo o carro. Uma vez por semana, pego minha filha no trabalho e a levo para o treinoquina conferirfutebol. Nós vamos conversando no carro. Antes, eu não podia fazer isso, porque tinhaquina conferirficar trabalhando."

O motorista Ricardo Gomes, 45, tem irmãos e primos trabalhandoquina conferiraplicativosquina conferirtransportequina conferirSão Paulo

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, O motorista Ricardo Gomes, 45, tem irmãos e primos trabalhandoquina conferiraplicativosquina conferirtransportequina conferirSão Paulo

'Pelo menos o básico eu tenho'

Assim como Gomes, outros motoristas elogiaram o setor como uma espéciequina conferir"salvador da pátria", mesmo que também apontem problemas. Isso porque eles encaram a atividade como uma renda certaquina conferirmomentosquina conferirdificuldade financeira. Ou seja, se você tem acesso a um carro e internet, basta colocá-lo para rodar, ligar o celular e as corridas vão aparecer.

"Graças a Deus que eles existem e que tenho esse trabalho. Cinco anos atrás, o que uma família desempregada como a minha faria? A gente não teria nada. Hoje, pelo menos o básico eu tenho graças ao Uber. Nós temosquina conferiragradecer", diz Daniane, que continua fazendo entrevistas emquina conferirárea original.

Seu filho Eduardo concorda: "O ponto positivo é que você consegue ter uma renda se estiver desempregado", diz.

Já Elisangelo credita a construçãoquina conferirsua casa à renda que ganha dirigindo — ele não pensaquina conferirtrocarquina conferiremprego tão cedo. "Se eu ainda fosse cobrador, nunca conseguiria fazer a obra como consigo agora. Ainda bem que os aplicativos existem", afirma.

Sua esposa, Rafaela, está cursando o primeiro anoquina conferirDireitoquina conferiruma faculdade particular. "Não pensoquina conferirtrabalhar dirigindo para o resto da vida. Mas, enquanto estudo, os aplicativos me ajudam muito."

'Uberização'

O crescimento do setor foi bastante rápido no Brasil. A Uber, por exemplo, chegou ao paísquina conferirjunhoquina conferir2014 e, atualmente, já conta com 600 mil motoristas — a empresa não revela dados sobre faturamento, tempo médioquina conferirconexão dos profissionais nem o rendimento médio dos motoristas, pois ele pode variarquina conferiracordo com a cidade e com o tempo onlinequina conferircada pessoa.

Em abril, um estudo do Instituto Locomotiva apontou que 4 milhõesquina conferirpessoas trabalham para plataformas do tipo no Brasil atualmente, o que inclui aplicativosquina conferirtransporte equina conferirentrega, como Rappi e iFood — 17 mihões usam os serviços regularmente.

Logomarca da Uber

Crédito, Reuters

Legenda da foto, A plataforma da Uber já conta com 600 mil motoristas no Brasil

No caso da mobilidade, essa onda chama atenção por alguns motivos. Em um momentoquina conferircrise econômica e altaquina conferirdesemprego, milharesquina conferirpessoas conseguiram uma fontequina conferirrenda para sobreviver, mesmo que na informalidade. Além disso, os appsquina conferirtransporte criaram uma alternativa barataquina conferirlocomoçãoquina conferircidades com rede pública equina conferirtáxi precárias.

Ao mesmo tempo, vêm aumentando as reclamações e os relatosquina conferirprecarização e jornadas cada vez mais exaustivas.

Essas novas relaçõesquina conferirtrabalho, informais e mediadas por aplicativos, têm sido chamadas por pesquisadoresquina conferir"uberização",quina conferirreferência à empresa americana. Inicialmente, a Uber foi criticada por se recusar a seguir qualquer regulação estatal e por não estabelecer vínculos empregatícios com seus colaboradores.

Ela e outras empresas do ramo costumam alegar que suas tecnologias apenas facilitam a interação entre quem precisa do serviço e quem o oferece.

Segundo a Uber, os motoristas "não são empregados nem prestam serviço" à companhia. Em nota à BBC News Brasil, a empresa alega que os trabalhadores "independentes" contrataram os serviços do aplicativo, e não o contrário. "Dessa forma, a Uber não exerce controle sobre os motoristas, que escolhem livremente os dias e horáriosquina conferiruso do aplicativo, se aceitam ou não viagens", afirma.

Sua principal concorrente, a 99, vai na mesma linha. "Passageiros e motoristas são livres para escolher se utilizam o serviço, se instalam outro aplicativoquina conferirtransporte equina conferirqual momento iniciam, pausam e finalizam o uso,quina conferiracordo com aquina conferirconveniência."

As duas companhias alegam que não incentivam que seus motoristas façam jornadas longas, mesmo que haja promoções para que os profissionais fiquem mais tempo disponíveis.

"A Uber recomenda que todos os parceiros observem as orientações das autoridadesquina conferirtrânsito, inclusive quanto à necessidadequina conferirestarem descansados para dirigir — o desrespeito às regrasquina conferirtrânsito configura violação aos Termos e Condiçõesquina conferiradesão dos motoristas parceiros e pode levar até ao encerramento da parceria."

Já a 99 nota que "a adoçãoquina conferirpromoções e incentivos não tem como objetivo aumentar o tempo logado, mas sim equilibrar a oferta e a demanda e disponibilizar opções mais baratas para o passageiro e mais rentáveis para o condutor".

Punições

Protestosquina conferirfrente ao Wall Street contra o tratamento das empresasquina conferirtransporte compartilhado

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Nos Estados Unidos, motoristas já protestaram contra várias empresasquina conferirtransporte compartilhado, como a Uber e a Lyft

Críticos argumentam que, apesar desse discursoquina conferirautonomia apontado pelas companhias, elas ainda controlam o trabalho equina conferirmassaquina conferirmotoristas. As empresas podem, por exemplo, aumentar ou diminuir as tarifas sem negociação com os profissionais, dar descontos a passageiros, priorizar quem tem avaliação mais alta, excluir motoristas sem explicação e puni-los caso eles não aceitem determinadas corridas.

Para a pós-doutoranda Ludmila Costhek Abílio, pesquisadora do Centroquina conferirEstudos Sindicais equina conferirEconomia do Trabalho da Unicamp, a "uberização" não começou com a Uber nem se restringe à companhia americana. Segundo ela, a crise ecônomica vivida pelo Brasil não pode ser creditada como o principal fator do crescimento do setor, mas sim um processoquina conferirinformalização do mercadoquina conferirtrabalho no país.

Uma pesquisa do IBGE apontou que 38,8 milhões (41,1%) dos 93,8 milhõesquina conferirpessoas que compõem a forçaquina conferirtrabalho no Brasil atuavam na informalidade no terceiro trimestre deste ano — um recorde na série histórica iniciadaquina conferir2012. No período, a taxaquina conferirdesemprego bateu 11,8%.

"Essas empresas capitalizaram e intensificaram o processoquina conferirinformalização que já vinha ocorrendo há alguns anos. A reforma trabalhista foi aprovada nesse sentido. A gente fala que os motoristas estão trabalhando muito, mas e nós, pesquisadores, jornalistas, advogados? Há uma normalização dessas jornadas longas e sem remuneração", opina.

Para ela, esse modelo tem uma novidadequina conferirrelação aos chamados bicos. "Agora, as empresas transferem os custos e os riscos da atividade para o trabalhador. É ele quem paga pelos meiosquina conferirprodução, como carro, manutenção, seguro", afirma.

Rodrigo Carelli, procurador do Ministério Público do Trabalho e professorquina conferirDireito na Universidade Federal do Rioquina conferirJaneiro, discorda da avaliaçãoquina conferirque a crise não teve grande influência.

Para ele, as empresas se aproveitaramquina conferirum momento ruim na economia para aumentar suas fileiras. "Em um cenárioquina conferirpleno emprego, como o que vivemos no início da década, dificilmente as pessoas aceitariam as péssimas condiçõesquina conferirtrabalho que esses aplicativos oferecem", diz.

Em diversos casos, o Ministério Público do Trabalho e ex-motoristas entraram na Justiça para reinvindicar vínculo empregatício dos profissionais com as empresas, o que garantiria uma sériequina conferirdireitos previstos pela CLT. Mas a Justiça brasileira tem constantemente negado essas demandas.

Em setembro, julgando um caso específico, o Superior Tribunalquina conferirJustiça (STJ) decidiu que não existe esse vínculo, dizendo que os motoristas "não mantêm relação hierárquica com a empresa porque seus serviços são prestadosquina conferirforma eventual, sem horários pré-estabelecidos, e não recebem salário fixo".

Por outro lado, o Estado americano da Califórnia aprovou um projetoquina conferirlei que classifica os profissionais como funcionáriosquina conferirempresas como a Uber — isso que garantiria alguns benefícios, como uma remuneração miníma. O mesmo ocorreuquina conferirNova York. No Reino Unido, a Justiça também considerou que os profissionais tinham direitos trabalhistas.

'Vou ficarquina conferircasa fazendo o quê?'

O motorista Arnaldo Correra, 62, ficou satisfeito quando seu filho, que atuava com ele nos aplicativos, conseguiu fazer o caminho inverso: voltou para o mercado formal.

"Achei muito bom que ele conseguiu um trabalho registrado, porque os aplicativos, apesarquina conferirajudarem a gente a conseguir dinheiro, não têm garantia nenhuma. Eu mesmo só trabalho nisso porque fico pensando: vou ficarquina conferircasa fazendo o quê?", diz.

Carrera voltou a trabalhar recentemente depoisquina conferirseis meses parado por causaquina conferiruma cirurgiaquina conferirhérnia. "Nesse tempo todo não ganhei um centavo", conta.

Depoisquina conferirum mêsquina conferirretorno ao volante, ele teve uma surpresa: a Uber excluiu seu perfil e ele não pode mais trabalhar na plataforma — usando apenas a 99,quina conferirrenda caiu 60%, diz. "Nunca me explicaram por que fui suspenso. Também não fui atrás: a gente já sabe que eles nunca informam o motivo."

Línea

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