Como identificar os alimentos que parecem saudáveis, mas não são:zebet mobile

mulher come cereal

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Legenda da foto, Cereais matinais com 'carazebet mobilenutritivos' entram na categoria alimentar dos ultraprocesados, considerada perigosa
barraszebet mobilecereal

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Legenda da foto, Barraszebet mobilecereais nem sempre são tão nutritivas e saudáveis quanto aparentam ser

Antes disso, explica Maria Laura Louzada, pesquisadora do Nupens e professora do Departamentozebet mobilePolíticas Públicas e Saúde Coletiva da Universidade Federalzebet mobileSão Paulo (Unifesp), os alimentos eram divididos segundo seu perfilzebet mobilenutrientes (proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais).

A especialista conta que foizebet mobile2009 que surgiu a proposta do agrupamento conforme o processamento industrial. "Isso se deu após analisarmos os dados da Pesquisazebet mobileOrçamentos Familiares (POF), realizada pelo Instituto Brasileirozebet mobileGeografia e Estatística (IBGE), desde a décadazebet mobile1970, para avaliar o consumo domiciliar da população", diz.

O que a entidade observou foi que a cada ano, as famílias brasileiras estavam comprando menos açúcar refinado, sal e óleo, mas, que, apesar disso, a composição nutricional do que era colocado no prato apontava aumento na quantidade destes elementos, considerados, até então, os grandes vilões da saúde e os responsáveis pelo aumento da obesidade e das doenças crônico-degenerativas, como infarto agudo do miocárdio e hipertensão arterial.

"Foi a partir disso que percebemos que o problema não era exatamente o açúcar, o sal e a gordura, mas sim o que estava sendo ingerido", pontua Maria Laura. "Constatamos que as pessoas estavam parandozebet mobilepreparar alimentos in natura e minimante processados e comprando mais os prontos para consumo", acrescenta.

pãozebet mobileforma com presunto e queijo

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Legenda da foto, Pãozebet mobileforma e peitozebet mobileperu fazem parte da categoriazebet mobilealimentos ultraprocesados

A grande questão, ela pontua, é que esses produtos,zebet mobileespecial os ultraprocessados, contêm mais calorias e mais sal, açúcar e gordura, alémzebet mobileuma sériezebet mobileaditivos alimentares (reguladoreszebet mobileacidez, estabilizantes, espessantes, antioxidantes, realçadoreszebet mobilesabor, aromatizantes, corantes, conservantes, emulsificantes e fermentos químicos são alguns deles), que favorecem o consumo exagerado e provocam efeitos negativos no corpo e na saúde.

Paula Johns, diretora executiva da organização ACT Promoção da Saúde, comenta que, no caso exclusivo dos ultraprocessados, o conjuntozebet mobileevidênciaszebet mobilerelação aos seus malefícios já é bem robusto.

"Esses alimentos, que, aliás, nem deveriam ser chamadoszebet mobilealimentos, mas simzebet mobileprodutos comestíveis ultraprocessados, não contém nenhum nutriente, não saciam e ainda nos fazem querer comer cada vez mais", afirma.

Classificação dos alimentos

Os alimentos considerados in natura são aqueles obtidos diretamentezebet mobileplantas (frutas, legumes, verduras, raízes e tubérculos) ou animais (ovos) e adquiridos para o consumo sem que tenham sofrido alterações após deixarem a natureza.

Já os minimamente processados são os in natura submetidos a pequenos processos, como limpeza, remoçãozebet mobilepartes não comestíveis ou indesejáveis, refrigeração, secagem, embalagem, pasteurização, congelamento, moagem e fermentação, mas sem que sejam adicionados sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias.

mulher encara supermercado

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Legenda da foto, A alimento in natura ou minimamente processado que recebe adiçãozebet mobilesal, açúcar ou outra substânciazebet mobileuso culinário passa a ser considerado processado

Entram na lista grãos e cereais (arroz, feijão, milho, grãozebet mobilebico, lentilha, trigo e aveia são alguns), oleoginosas (castanhas e nozes, por exemplo), leite, massas, farinhas, carne, ervas, chá e café.

De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, esses alimentos "são a base para uma alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e promotorazebet mobileum sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável".

Ingredientes culinários

Nesta categoria estão inclusos óleos vegetais, gorduras, sal e açúcar, extraídoszebet mobilealimentos in natura ou da natureza por processos como prensagem, moagem, trituração, pulverização e refino, e responsáveis por diversificar e tornar a alimentação mais saborosa, sem que fique nutricionalmente desbalanceada.

Alguns exemploszebet mobileóleos vegetais são oszebet mobilesoja, milho, girassol e oliva;zebet mobilegordura, manteiga, banhazebet mobileporco e gordurazebet mobilecoco; açúcar, branco, demerara ou mascavo, e sal (refinado ou grosso).

Vale destacar que estes itens devem ser usadoszebet mobilepequenas quantidades para temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias com base nos alimentos in natura ou minimamente processados.

Arte do Guia Alimentar para a População Brasileira

Crédito, Ministério da Saúde

Alimentos processados

Quando um alimento in natura ou minimamente processado recebe adiçãozebet mobilesal, açúcar ou outra substânciazebet mobileuso culinário, para torná-lo durável e mais agradável ao paladar, ele passa a ser considerado processado.

Segundo o Ministério da Saúde e o Nupens, este tipozebet mobileproduto é derivado diretamentezebet mobilealimentos, sendo reconhecido como versão modificada, e usualmente é consumido como parte ou acompanhamentozebet mobilepreparações culinárias feitas com basezebet mobilealimentos minimamente processados - caso do queijo acrescentando ao macarrão e das carnes salgadas ao feijão.

queijo jogado no macarrão

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Legenda da foto, Produtos que melhoram o paladarzebet mobilealimentos podem fazê-los mudarzebet mobilecategoria

Alguns exemplos são cenoura, pepino, ervilhas, palmito, cebola, couve-flor preservadoszebet mobilesalmoura ouzebet mobilesoluçãozebet mobilesal e vinagre; extrato ou concentradozebet mobiletomate (com sal e ou açúcar); frutaszebet mobilecalda e frutas cristalizadas; carne seca e toucinho; sardinha e atum enlatados; queijos e pães feitoszebet mobilefarinhazebet mobiletrigo, leveduras, água e sal.

As entidades comentam que as técnicaszebet mobileprocessamento se assemelham às culinárias, podendo incluir cozimento, secagem, fermentação, acondicionamentozebet mobilelatas ou vidros e usozebet mobilemétodoszebet mobilepreservação, como salga, salmoura, cura e defumação. E elas recomendam que se limite a ingestão destes alimentos, pois os ingredientes e os métodos usados na fabricação alteramzebet mobilemodo desfavorável a composição nutricional.

Alimentos ultraprocessados

O termo ultraprocessado é usado para caracterizar formulações produzidas com muitos elementos, incluindo sal, açúcar, óleos, gorduras e substânciaszebet mobileuso exclusivamente industrial, como proteínaszebet mobilesoja e do leite e extratoszebet mobilecarnes, e que passam por várias etapaszebet mobileprocessamento.

Essas formulações também costumam utilizar substâncias sintetizadaszebet mobilelaboratório a partirzebet mobilealimentos ezebet mobileoutras fontes orgânicas, como petróleo e carvão - muitas delas atuam como aditivos, cuja função é estender a duração ou dotar o produtozebet mobilecor, sabor, aroma e textura para torná-lo mais atraente.

mulher come hambuger

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Legenda da foto, O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda evitar alimentos como o hambúrger, por conta da composição nutricional desbalanceada

Uma dica para saber se o alimento faz parte deste grupo é consultar a listazebet mobileingredientes no rótulo. Os principais indicativos são: número elevadozebet mobileingredientes (cinco ou mais), com nomes pouco familiares e que não são usados nas preparações culinárias, como gordura vegetal hidrogenada, óleos interesterificados e xaropezebet mobilefrutose.

Entram nessa categoria uma sériezebet mobileitens: biscoitos, sorvetes, balas e guloseimaszebet mobilegeral, cereais açucarados, bolos e misturas para bolo, barraszebet mobilecereal, sopas, macarrão e temperos instantâneos, molhos, salgadinhoszebet mobilepacote, refrescos e refrigerantes, bebidas lácteas e iogurte adoçados e aromatizados, energéticos, produtos congelados e prontos para aquecimento, extratoszebet mobilecarnezebet mobilefrango ou peixe empanados do tipo nuggets, salsichas e outros embutidos, pãeszebet mobileforma e pães para hambúrguer e cachorro quente.

Arte do Guia Alimentar para a População Brasileira

Crédito, Ministério da Saúde

O Guia Alimentar para a População Brasileira indica que se evite esses alimentos por conta da composição nutricional desbalanceada, características que os ligam a ingestão excessivazebet mobilecalorias e o impacto que as formaszebet mobileprodução, distribuição, comercialização e consumo têm sobre a cultura, a vida social e o meio ambiente.

O documento ainda destaca que "o problema principal com alimentos ultraprocessados reformulados é o riscozebet mobileserem vistos como produtos saudáveis, cujo consumo não precisaria mais ser limitado". Isso porque a publicidade explora suas alegadas vantagens diante dos alimentos regulares, como "menos calorias" e "adiçãozebet mobilevitaminas e minerais".

Riscos dos alimentos ultraprocessados

Com o aumento no consumo dos alimentos ultraprocessadoszebet mobiletodo mundo - só no Brasil, entre 1996 e 2009, segundo o Nupens, a participação na dieta da população subiuzebet mobile18,7% para 30% -, vários estudos têm sido realizados para identificar seus reais riscos para a saúde.

Dentre os mais recentes está um publicadozebet mobilemaio deste ano pela Universidadezebet mobileNavarra, da Espanha. Realizado com 19.899 voluntários, acompanhados durante 15 anos (de 1999 a 2014), ele constatou que consumir maiszebet mobilequatro porções diáriaszebet mobilealimentos ultraprocessados está associado a uma chance 62% maiorzebet mobiletodas as causaszebet mobilemortalidade, e que a cada porção adicional, esse índice sobe mais 18%.

crianças comendo

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Legenda da foto, Vários estudos avaliam o risco do consumozebet mobilecertos alimentos para a saúde

Outra pesquisa divulgada no mesmo mês, esta pelo National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, mostrou a relação entre o consumo deste tipozebet mobilealimento e a maior ingestão calórica e ao ganhozebet mobilepeso.

Para isso, cientistas da entidade avaliaram 20 pessoas durante quatro semanas. No período, elas foram submetidas a dois tiposzebet mobiledietas, ultraprocessada e não processada, ambas com quantidades iguaiszebet mobilenutrientes.

Ao final da experiência, a conclusão foizebet mobileque o grupo da dieta ultraprocessada consumiu 508 calorias a mais por diazebet mobilecomparação com o da dieta não processada e ganhou quase 1 quilozebet mobile15 dias.

Arte do Guia Alimentar para a População Brasileira

Crédito, Ministério da Saúde

Por fim, um trabalho da Universidadezebet mobileParis, na França, reforçou a ligação entre a ingestãozebet mobileultraprocessados com o risco elevadozebet mobiledesenvolver doenças cardiovasculares.

Após acompanhar 105.159 indivíduos durante cinco anos, os pesquisadores verificaram que uma participaçãozebet mobileapenas 10% desses alimentos na dieta aumentazebet mobile12% a chancezebet mobileinfarto ezebet mobile11% azebet mobileacidente vascular cerebral (AVC).

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