Brumadinho: 'Pensei que aprenderiam a lição'; a história da 'sirene humana' que salvou centenassites de apostas boletovidassites de apostas boletoMariana:sites de apostas boleto
Agora, apenas três anos depois da tragédiasites de apostas boletoMariana, também não houve alertasites de apostas boletosirenes quando a barragem da mina Córrego do Feijão, da Vale, se rompeu. E não havia Paula Geralda.
Pelo menos 270 pessoas morreram e 8 continuam desaparecidas nesta que está entre as piores tragédias da históriasites de apostas boletoacidentes com barragens.
"Mais uma vez aconteceu um crime e dessa vez foi pior ainda, porque foi uma tragédia humana. Pensei que Mariana serviriasites de apostas boletoalerta, pensei que aprenderiam a lição", disse Paula Geralda à BBC News Brasil.
Como Paula salvou a cidade
Em 2015, Paula Geralda trabalhava para a Brandt Meio Ambiente, empresa contratada pela Samarco para fazer o reflorestamentosites de apostas boletoáreas desmatadas pela operação com minas.
Às 16:45 do dia 5sites de apostas boletonovembro, ela estava plantando mudas numa área próxima da barragemsites de apostas boletoFundão quando começou a ouvir um som estranho, que parecia soar cada vez mais alto e próximo.
"Parecia barulhosites de apostas boletoavião, onda do mar, helicóptero... Tudo junto. Era o impacto da lama destruindo tudo. Ela vinha igual a um monstro acabando com o que tinha pela frente."
Em buscasites de apostas boletoinformações, o técnicosites de apostas boletosegurança da Brandt ligou o rádiosites de apostas boletouma caminhonetesites de apostas boletoapoio da Samarco. Na frequência 4, usada para comunicações internas, veio a pior notícia possível naquelas circunstâncias: a barragemsites de apostas boletoFundão acabarasites de apostas boletose romper.
Paula não pensou duas vezes. "Tenho que avisar o meu povo." Em vezsites de apostas boletocorrer para cimasites de apostas boletoum morro próximo, onde haveria uma área segura, ela subiu na moto e saiusites de apostas boletodisparada com direção ao subdistritosites de apostas boletoBento Rodrigues - na rota da lama.
Os colegassites de apostas boletoPaula gritaram desesperados para que ela voltasse. De onde estavam, era possível enxergar o tsunamisites de apostas boletorejeitos descendo numa velocidade assustadora. Mas Paula ignorou os chamados, atravessou uma pequena ponte - que poucos minutos depois seria derrubada pela ondasites de apostas boletolama - e chegou a Bento Rodrigues.
Lá, usou voz e buzina para alertar a comunidade. "Foge todo mundo! A barragem rompeu. Corre todo mundo."
O que se viusites de apostas boletoseguida foi um corre-corresites de apostas boletopessoas desesperadas, mas também muita solidariedade. "Os mais velhos eram ajudados pelos mais novos. Quem não conseguia andar era carregado", conta Paula.
O filho dela, na época com 5 anossites de apostas boletoidade, estavasites de apostas boletocasa com os avós. Paula avisou a família e continuou o trajetosites de apostas boletomoto pela cidade, tentando alertar o maior número possívelsites de apostas boletopessoas.
Rapidamente, centenassites de apostas boletomoradores subiram para a área mais alta da região. Lá, Paula reencontrou o filho e os pais. Do topo do morro, era possível ver a lama avançando. Casas, carros e árvores tombavam como se fossemsites de apostas boletobrinquedo.
"Atravessei na frente do tsunamisites de apostas boletolama para avisar a comunidade. No caminho, eu não parei para olhar para trás", conta Paula.
"Foi só quando eu cheguei lá no alto do morro que eu vi a destruição. Vi que o Bento (como os moradores chamam Bento Rodrigues) tinha acabado."
Os quatro cachorrossites de apostas boletoestimação e as galinhas ficaram lá embaixo. A casasites de apostas boletoPaula foi uma das poucas que ficaramsites de apostas boletopé, embora quintal e cozinha tenham sido destruídos e toda a parte interna, inundada pela lama.
O dia seguinte
Quando os bombeiros chegaram a Bento Rodriguessites de apostas boletohelicóptero e viram a destruição, acharam que toda a população do vilarejo havia morrido. Foi então que avistaram os moradores ilhados num morro rodeado por lama.
Mas não havia como resgatar a população toda pelo ar. Só pessoas feridas, que não tiveram temposites de apostas boletose refugiar, foram retiradas pelos helicópteros naquele dia.
Paula, a família e os vizinhos acabaram passando a noitesites de apostas boletocima do morro. "Foi uma madrugadasites de apostas boletopesadelo, porque sempre vinha alguém dizendo que alguma outra barragem tinha estourado e que dessa vez ia nos alcançar", relata.
No dia seguinte, com a lama mais firme, saíram todossites de apostas boletofila indiana, com auxílio dos bombeiros. Os idosos e pessoas com dificuldadesites de apostas boletolocomoção foram retiradossites de apostas boletojipe.
Paula passou pela casa onde morava. Todas as galinhas haviam morrido, mas foi com alegria que ela constatou que os cachorros estavam vivos.
Dois deles, Maxixe e Petitico, moram hojesites de apostas boletodia com Paulasites de apostas boletoum apartamento alugado pela Samarcosites de apostas boletoMariana. Bento Rodrigues está deserto, ainda cobertosites de apostas boletolama.
Tragédiasites de apostas boletoBrumadinho
A barragem da Samarcosites de apostas boletoMariana não tinha qualquer sistemasites de apostas boletoalertasites de apostas boletocasosites de apostas boletorompimento.
O avisosites de apostas boletoPaula salvou a populaçãosites de apostas boletoBento Rodrigues. Um ano após o desastre, ela recebeu uma medalha do governosites de apostas boletoMinas Gerais pelo atosites de apostas boletoheroísmo.
Hoje, está desempregada e faz bicos como cabeleireira. Assim como os outros moradores que tiveram os lares destruídos pela lama, ela recebe um auxílio financeirosites de apostas boletoum salário mínimo e mais 20% desse valor para cada membro da família, alémsites de apostas boletouma cesta básica por mês.
Até hoje não recebeu indenização. E, a construção do local onde os moradoressites de apostas boletoBento Rodrigues serão assentados está na fasesites de apostas boleto"preparação da infraestrutura" e elaboração do "projeto arquitetônico" das residências, segundo informou a Fundação Renova, criada pela Samarco para administrar as compensações aos afetados pela lama.
"Tudo o que eu queria era ter a minha casasites de apostas boletovolta", diz Paula.
Três anos depois, a tragédia se repete com uma agravante. Alémsites de apostas boletoterem as casas destruídas, moradores das comunidades próximas à mina Córrego do Feijão,sites de apostas boletoBrumadinho, perderam, também, parentes, vizinhos e,sites de apostas boletoalguns casos, a família inteira.
"Aquisites de apostas boletoMariana tivemos a maior tragédia ambiental do mundo e 19 mortes. Agora,sites de apostas boletoBrumadinho, temos a maior tragédia humana. Maissites de apostas boleto100 mortos e nem todos serão encontrados. É difícilsites de apostas boletoentender", diz Paula.
Após o desastresites de apostas boletoMariana, a instalaçãosites de apostas boletosirenessites de apostas boletoáreassites de apostas boletobarragens passou a ser obrigatória. Mas os equipamentos não soaram quando a lama avançou pelas comunidades que moravam perto da barragem da Vale.
O presidente da empresa, Fábio Schvartsman, justificou o fato dizendo que a avalanche foi "rápida demais", impedindo o acionamento manual das sirenes. Os equipamentos mais próximos teriam, segundo a Vale, sido os primeiros a serem engolidos pela lama.
Pelo menos dois funcionários responsáveis pelo planosites de apostas boletoevacuação morreram, também atingidos pelos rejeitos.
"A gente fica desacreditada. De Mariana para cá, disseram que as barragens que temos por aqui receberam sirenes. Mas a gente vê que não dá para confiar", afirmou Paula à BBC News Brasil.
Aos colegassites de apostas boletodorsites de apostas boletoBrumadinho ela deseja "força e paciência". "Daqui para a frente, a luta deles vai ser grande."
Paula diz que o que mais a entristece é ver que o rompimento da barragemsites de apostas boletoMariana, com a destruição do ecossistema do Rio Doce e das casassites de apostas boletocentenassites de apostas boletopessoas, não tenha servidosites de apostas boletoalerta para evitar novas tragédias.
"Não imaginava que isso fosse acontecersites de apostas boletonovo. Eu achei que a nossa história,sites de apostas boletoMariana, serviriasites de apostas boletoalerta, que eles aprenderiam."
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