Por que o Brasil se transformoujogar cartas onlineterreno fértil para a difusãojogar cartas onlinenotícias falsas durante as eleições:jogar cartas online

Crédito, Ilustração Brum

Legenda da foto, Polarização, uso generalizado do WhatsApp e Judiciário pegojogar cartas onlinesurpresa ajudaram na disseminaçãojogar cartas onlinenotícias falsas no Brasil| Ilustração: Brum

Nas palavras do procurador regional eleitoraljogar cartas onlineSão Paulo, Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, "cada eleição traz uma surpresa, essa trouxe muitas". "Não é que o sistemajogar cartas onlineJustiça tenha sido pegojogar cartas onlinecalça curta. Acho que foi, mas não foi sozinho. Todo mundo foi pegojogar cartas onlinesurpresa", afirma, citando o espaço inesperado que as redes ocuparam durante a campanha, najogar cartas onlineopinião.

Afinal, o Brasil tinha as condições ideais para a propagaçãojogar cartas onlinenotícias falsas durante as eleições? E como solucionar esses problemas, pensando no futuro?

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Legenda da foto, Para pesquisadores, polarização e apego a pontojogar cartas onlinevista ajudam a acreditar e repassar notícias falsas

1) Sociedade, política e acesso à internet

Na visãojogar cartas onlinepesquisadores, a difusãojogar cartas onlinenotícias falsas no Brasil é causada por fatores sociais e políticos, antes que tecnológicos.

"No mundo todo, passamos por um processo no qual as instituições que fazem a mediação da relação das pessoas com a busca da verdade, como a ciência e o jornalismo, estão numa crise", observa Cruz, do InternetLab. "As novas tecnologias têm um papeljogar cartas onlinediversificar as fontesjogar cartas onlineinformação das pessoas, que procuram outros tiposjogar cartas onlineprodutoresjogar cartas onlineinformação - não só jornalística."

Muitos acabam caindo, diz ele,jogar cartas onlinefontesjogar cartas onlineinformação que produzem, na realidade, propaganda política - e acreditam nela e propagam o conteúdo por causajogar cartas onlinesua posição dentrojogar cartas onlineuma sociedade extremamente polarizada.

Najogar cartas onlinevisão, então, a crise das instituiçõesjogar cartas onlinemediação se soma a uma divisão política muito agravada no Brasil desde 2013, ano das grandes manifestações no país, ejogar cartas onlineespecialjogar cartas online2014, quando novos atores surgiram: "uma nova safrajogar cartas onlinemilitantesjogar cartas onlinedireita, mais massificados e organizadosjogar cartas onlinerede".

E os novos atores, com quem a mídia tem dificuldadejogar cartas onlinecompetir "porque um veículojogar cartas onlinepropaganda faz dez manchetesjogar cartas onlineuma hora" enquanto a imprensa profissional mobiliza mais recursos para produzir reportagensjogar cartas onlineverdade, produzem só para um lado do espectro político e se projetam.

Pablo Ortellado, pesquisador do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP concorda. Para ele, o problema não é tecnológico e tampouco tem a ver especialmente com a educação.

É social e político, ligado diretamente a uma sociedade polarizada como o Brasil está agora. O segundo turno, por exemplo, foi uma "disputajogar cartas onlinerejeição". De acordo com pesquisa Datafolhajogar cartas online25jogar cartas onlineoutubro, poucos dias antes da votação, 44% dos eleitores disseram que não votariamjogar cartas onlinejeito algumjogar cartas onlineBolsonaro, enquanto 52% rejeitavam o rival Fernando Haddad (PT). Bolsonaro cresceu com o sentimentojogar cartas onlineantipetismo.

"A polarização é uma organização do debate políticojogar cartas onlinedois polos, na qual um considera o outro polo ilegítimo, gerando tomadasjogar cartas onlineposição automaticamente contrárias ao outro", afirma Ortellado. "Isso torna as pessoas muito apaixonadas, e a capacidadejogar cartas onlinereflexão crítica cai. É por isso que as pessoas não conseguem reconhecer que estão recebendo notícias falsas."

Campanhas e redes só se aproveitam da polarização, diz ele, e a desinformação se propaga independentemente da rede social usada. E há, sabemos, produção profissionaljogar cartas onlinenotícias falsas: empresas que vendem perfis falsos - mantidos por pessoas reais - para campanhas, produçãojogar cartas onlineboatos (em 2010,jogar cartas onlineblogs; atualmente, no Facebook, WhatsApp etc) e páginas profissionaisjogar cartas onlinenotícias falsas no Facebook, entre outros.

Então, "se existe terreno fértil - e no Brasil a polarização política e ascensão da militância mais conservadora explicam isso - o receptorjogar cartas onlinenotícias falsas está mais propenso a não só recebê-las, como repassá-las", avalia Cruz.

'Acesso limitado à internet'

Yasodora Córdova, pesquisadora da Digital Kennedy School e do First Draft News,jogar cartas onlineHarvard, elenca outros fatores sociais para a difusãojogar cartas onlinedesinformação no Brasil: a faltajogar cartas onlineveículosjogar cartas onlineimprensa locais, a faltajogar cartas onlinebibliotecas e o acesso limitado à internet no Brasil.

Para ela, o combate à proliferaçãojogar cartas onlinenotícias falsas deve apoiar-se nos pilares da educação,jogar cartas onlinebibliotecas ejogar cartas online"instituições que se comunicam online com frequência,jogar cartas onlinemodo que pudéssemos confiar nas informações". Ela explica: ministérios, prefeituras, órgãosjogar cartas onlinegoverno não têm estrutura para fazer comunicação online e não têm páginas informativas.

"Não temos um mínimojogar cartas onlineestrutura informacional online", afirma. Além disso, "não temos veículos locais, mas temos uma tradiçãojogar cartas onlinefazer fofoca". "A notícia sempre se espalhou no boca a boca. Ambiente perfeito pra migrar para o WhatsApp - que permite até áudio."

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Legenda da foto, WhatsApp começou como ferramentajogar cartas onlinemensagens interpessoais, mas aos poucos virou umajogar cartas onlinecomunicaçãojogar cartas onlinemassa - mas ainda assim sigilosa

2) Papel do WhatsApp

Com 120 milhõesjogar cartas onlineusuários no país, o WhatsApp virou um importante campojogar cartas onlinebatalha durante a campanha, embora seu real impacto seja difíciljogar cartas onlinemedir.

Por ser uma rede gratuita e oferecida amplamente no Brasil por operadoras que não descontam o uso da internet no WhatsApp do pacotejogar cartas onlinedados - ou seja, na prática, oferecendo acesso à internet só pela rede - ela adquiriu usos diferentes no país.

Não é só apenas um aplicativojogar cartas onlinemensagens instantâneas, é também uma espéciejogar cartas onlinerede social, com pessoas participandojogar cartas onlinegrupos para papear com quem não conhecem, alémjogar cartas onlinese informarem por meio do WhatsApp. Tudo issojogar cartas onlineuma rede criptografada - o que significa que o aplicativo não tem acesso ao conteúdo compartilhado entre as pessoas.

Segundo o WhatsApp, maisjogar cartas online90% das mensagens enviadas na plataforma no Brasil são entre duas pessoas, e a maioria dos grupos tem cercajogar cartas onlineseis pessoas.

Conforme definiu o jornal Washington Postjogar cartas onlineeditorial no dia 25/10, o aplicativo não é só umjogar cartas onlinemensagens privadas, é, assim como o Facebook, um publicador também e, por isso, deve ter responsabilidades iguais às da rede social.

Na visãojogar cartas onlineOrtellado, o WhatsApp nasceu como ferramentajogar cartas onlinecomunicação interpessoal, mas aos poucos somou funcionalidadesjogar cartas onlinecomunicaçãojogar cartas onlinemassa, com grupos grandes e transmissãojogar cartas onlinemensagens e reencaminhamentos.

"A comunicaçãojogar cartas onlinemassa sigilosa é um problema porque é uma comunicação com o público fora da esfera pública. Você não sabe o que está sendo feito, não consegue fazer contraponto e não consegue identificar os autores da comunicação."

Para alguns pesquisadores, essas característicasjogar cartas onlinecomunicaçãojogar cartas onlinemassa e quasejogar cartas onlinerede social criaram o ambiente ideal para a proliferaçãojogar cartas onlinenotícias falsas. Além disso, o fatojogar cartas onlineque muitas pessoas só têm acesso à internet por ali - sem poder checar outras fontesjogar cartas onlineinformação - também pode contribuir para o fenômeno. E, sendo gigante no Brasil, o WhatsApp acabou servindo não só como meio, mas como catalisador do problema.

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Legenda da foto, É difíciljogar cartas onlinemedir o impacto do WhatsApp, mas campanhas investiram no aplicativo, até comprando pacotesjogar cartas onlinedisparojogar cartas onlinemensagensjogar cartas onlinemassa

Importância da rede

Antesjogar cartas onlinea campanha começar, políticos participaramjogar cartas onlineseus tradicionais encontros para traçar alianças e conseguir mais tempojogar cartas onlineTV. O ganhador do pleito, Jair Bolsonaro (PSL), começou com 8 segundosjogar cartas onlinecada bloco no horário eleitoral da TV, o que levou a análises apontando que ele poderia ter dificuldades no pleito.

Mas Bolsonaro terminou o primeiro turno com 46% dos votos. Diferença enormejogar cartas onlineGeraldo Alckmin (PSDB), que começou as eleições com quase metade do totaljogar cartas onlinetempojogar cartas onlineTV reservado a todos os candidatos e uma votaçãojogar cartas online4,76% no primeiro turno.

O que explica esse fenômeno?

Não significa, diz Cruz, da InternetLab, que o WhatsApp tenha substituído sozinho a TV.

"A TV deixoujogar cartas onlineter um papel preponderante, mas foi substituída por vários coadjuvantes." Para ele, é preciso levarjogar cartas onlineconsideração o "intricado hábitojogar cartas onlineconsumojogar cartas onlineinformação no Brasil", onde nenhuma rede é unanimidade.

Ele observa que os debatesjogar cartas onlineTV e entrevistas no Jornal Nacional, da Globo, por exemplo, tiveram picos enormesjogar cartas onlineengajamento nas redes sociais e "repercutiramjogar cartas onlineforma dilatada no tempo porque os vídeosjogar cartas onlinecandidatos foram repercutidos no Facebook, no YouTube e no WhatsApp".

De qualquer forma, segundo pesquisa Datafolha, o WhatsApp era a rede mais utilizada pelos eleitores - 65% declararam ter conta. E quase metade diz acreditar nas informações compartilhadas pelo aplicativo.

O levantamento foi feito nos dias 24 e 25jogar cartas onlineoutubrojogar cartas online2018, com 9.173 entrevistas presenciaisjogar cartas online341 municípios.

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Legenda da foto, Acadêmicos e organizações não-governamentais brasileiras fizeram propostas para a contençãojogar cartas onlinenotícias falsasjogar cartas onlinegrupos do WhatsApp às vésperas da eleição

Campanhas no WhatsApp

O que se sabe é que,jogar cartas online2018, as campanhas identificaram a rede social como relevante para convencer eleitores e investiram nela. Reportagem da BBC News Brasil mostrou como elas obtiveram softwares capazesjogar cartas onlinecoletar dadosjogar cartas onlineusuários no Facebook - telefones segmentados por curtidasjogar cartas onlinepáginas, sexo, idade, região, por exemplo - e enviar mensagensjogar cartas onlinemassa no WhatsApp, com softwares que permitiam o disparo para até 300 mil números. Também criaram grupos na plataforma com esses números e se utilizaramjogar cartas onlineoutros tiposjogar cartas onlinebancosjogar cartas onlinedados (vendidos ilegalmente, por exemplo).

Além disso, diversas reportagens mostram como a campanhajogar cartas onlineBolsonaro investiu na rede. Uma reportagem da Folhajogar cartas onlineS.Paulo afirmou que a campanhajogar cartas onlineBolsonaro teria se validojogar cartas onlinecaixa 2 para financiar uma redejogar cartas onlinenotícias falsas no WhatsApp. O candidato do PSL nega a acusação e diz que a militância a seu favor na plataforma é orgânica.

E muita desinformação circulou pela plataforma. Um trabalho da agênciajogar cartas onlinechecagemjogar cartas onlinenotícias Lupa, com base no sistema que monitora conteúdo disseminado por meiojogar cartas onlinegrupos públicosjogar cartas onlineWhatsApp desenvolvido por Fabrício Benevenuto, professorjogar cartas onlineCiência da Computação da UFMG, mostrou que só 4 das 50 imagens que mais circularamjogar cartas onlinegrupos entre os dias 16jogar cartas onlineagosto e 7jogar cartas onlineoutubrojogar cartas online2018 eram 100% verdadeiras.

Resultadosjogar cartas onlineuma pesquisa Ibope/Estado/TV Globo mostrou, no entanto, um impacto menor do WhatsApp Nas eleições. Trêsjogar cartas onlinecada quatro eleitores disseram não ter recebido mensagens desfavoráveis a algum candidato à Presidência na semana que antecedeu o primeiro turno. E só um quarto daqueles que viram propaganda na rede disseram que isso ajudou na decisão do voto. O Ibope ouviu 3.010 eleitoresjogar cartas online21 a 23jogar cartas onlineoutubro. A margemjogar cartas onlineerro das duas pesquisasjogar cartas onlinedois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Por que tanta diferença nos resultados, pensando no que mostrou a pesquisa Datafolha? Para Ortellado, "as pessoas que recebem notícias falsas não as reconhecem como notícias falsas" - então não poderiam ter respondido à pesquisajogar cartas onlineforma precisa. "Aliás, as notícias falsas só se propagam quando não são percebidas como tal."

Soluções para a plataforma

Antes do segundo turno, Ortellado, a jornalista Cristina Tardáguila, diretora da Lupa, e Benevenuto, da UFMG, publicaram uma carta no jornal americano The New York Times pedindo que o WhatsApp promovesse mudanças na plataforma no Brasil.

Exemplo: por que o número escolhido para limitar o encaminhamentojogar cartas onlinemensagens por usuário é 20? Na Índia, o número máximo foi reduzido para cinco depoisjogar cartas onlinecasosjogar cartas onlinelinchamento provocados por notícias falsas disseminadas pelo aplicativo.

À BBC News Brasil, antes da publicação da carta no New York Times, o WhatsApp havia dito: "A Índia tem uma das mais altas quantidadesjogar cartas onlineconteúdo encaminhado, por isso estamos testando um limite mais baixo no país para ajudar a enfrentar o desafio da desinformação. O limitejogar cartas onlinetodo o mundo, incluindo o Brasil, éjogar cartas online20 mensagens".

Os pesquisadores sugerem que essa regra mude durante períodos eleitorais. Também propõem que a empresa diminua o tamanhojogar cartas onlinegrupos - que hoje podem ter até 256 participantes - durante o período e limite o enviojogar cartas onlinemensagens simultâneas, hoje para até 256 contatosjogar cartas onlineuma vez.

A rede, sob muitas críticas no Brasil, respondeu dizendo que não seria possível implementar as mudanças a tempo. Usuários teriam que atualizar o aplicativo para que as mudanças se concretizassem, entre outros obstáculos.

Claire Wardle, diretorajogar cartas onlinepesquisa do First Draft News, laboratório ligado à Universidade Harvard, e uma das idealizadoras do Comprova (a coalizãojogar cartas onlinejornalistas contra notícias falsas), admite que um dos grandes desafios do grupo foi difundir o conteúdo verdadeiro no WhatsApp. A ideia para o futuro, diz ela, é criar uma espéciejogar cartas onlineredejogar cartas online"embaixadores" importantesjogar cartas onlinediferentes grupos que possam receber a checagemjogar cartas onlinenotíciasjogar cartas onlinemensagens individuais e difundi-las nos grupos.

Cruz, da InternetLab, pensajogar cartas onlineuma solução que vai pelo mesmo caminho: umjogar cartas onlineque o WhatsApp funcionasse para que os veículosjogar cartas onlineimprensa atuassem bem dentro da rede. "A gente tem que tentar produzir arranjos políticos e econômicos que privilegiam a mediação por veículos profissionais", afirma. Hoje, esses veículos praticamente não difundem seu conteúdo no espaço do WhatsApp.

Wardle diz que o ideal é que, ao menos no dia das eleições, governo, instituições e plataformas trabalhem juntos para conter notícias falsas.

Mas a pesquisadora faz um alerta: uma regulação das redes pode potencialmente levar a censura - uma preocupação compartilhada por todos os pesquisadores entrevistados pela BBC News Brasil. A ideia, dizem, não é interferir na criptografia do WhatsApp ou no conteúdo distribuído pela rede, mas pensarjogar cartas onlinesoluções focadasjogar cartas onlineseu modelojogar cartas onlinedistribuiçãojogar cartas onlineconteúdo.

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Legenda da foto, Pesquisador na Índia está coletando mensagens no WhatsApp para criar modelo que prevê como são notícias falsas

Na Índia, o professorjogar cartas onlineCiência da Computação Ponnurangam Kumaraguru, o PK, está desenvolvendo um aplicativo que poderá possivelmente verificar as notícias compartilhadas no WhatsApp do usuário.

PK está monitorando 800 grupos públicos no WhatsApp no país e coletando mensagens para criar um modelojogar cartas onlinecomo são notícias falsasjogar cartas onlinetexto, áudio, vídeo e imagem. Com isso e a partirjogar cartas onlinemachine learning ("aprendizadojogar cartas onlinemáquina", que reconhece padrões e aprende com seus erros para evoluir e refinarjogar cartas onlineatuação), espera conseguir mostrar se um conteúdo é falso. A ideia, explica ele à BBC News Brasil, é criar um aplicativo que funcionaria no celular junto com o WhatsApp e mostraria, a pedido do usuário, uma espéciejogar cartas onlinenota para a mensagem selecionada.

Há soluções diferentes. O WeChat, aplicativojogar cartas onlinemensagens, rede social ejogar cartas onlinepagamentos extremamente popular na China, por exemplo, criou uma espéciejogar cartas online"aplicativo dentro do aplicativo" que mostra,jogar cartas onlineabas diferentes, os boatos mais difundidos, as notícias falsas que o usuário leu ou compartilhou, o númerojogar cartas onlinenotícias desmentidas e quem as checou.

O WhatsApp tem afirmado que trabalha no Brasil com agênciasjogar cartas onlinechecagemjogar cartas onlinenotícias e que bloqueou milharesjogar cartas onlinecontas durante as eleições que tinham comportamentojogar cartas onlinespam.

3) Como a Justiça enfrentou a difusãojogar cartas onlinenotícias falsas

Crédito, Roberto Jayme/Ascom/TSE

Legenda da foto, TSE está 'entendendo o fenômeno' das notícias falsas, afirmou a ministra Rosa Weberjogar cartas onlinecoletivajogar cartas onlineimprensa

A suposta omissão ou demora do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para lidar com o problema da proliferaçãojogar cartas onlinenotícias falsas no Brasil foi alvojogar cartas onlinecríticas durante a campanha, e é o terceiro fator para a composiçãojogar cartas onlineum "ambiente fértil" para o fenômeno no Brasil.

Embora especialistas sejam categóricosjogar cartas onlinedizer que a regulaçãojogar cartas onlineplataformas e legislação específica sobre notícias falsas possam incorrerjogar cartas onlinecensura, os entrevistados pela BBC News Brasil concordam que os esforços do TSE deixaram a desejar.

Para investigar casos específicos, os TREs têm que ser provocados pelos Ministérios Públicos ou partidos políticos.

Em 28/10, a ministra Rosa Weber, presidente do TSE, disse que o tribunal saiu como vencedor, e não derrotado, no combate às notícias falsas. No primeiro turno, quando boatos sobre fraudes nas urnas tomaram o pleito, ela havia dito que o TSE ainda estava "entendendo o fenômeno" das notícias falsas, que não seriam "de fácil compreensão,jogar cartas onlinefácil prevenção".

Para combater o problema, o TSE promoveu um seminário internacional sobre o tema, criou acordos com partidos e especialistasjogar cartas onlinemarketing político e criou um conselho consultivo no ano passado para discutir o fenômeno (que se reuniu poucas vezes desdejogar cartas onlinecriação). Mas não foi o suficiente.

No dia do primeiro turno, apenas um TRE, o TRE-MG, conseguiu desmentir uma notícia falsa relacionada a uma urna. E então, só depois do dia do primeiro turno, o TSE chamou reuniões com pesquisadores e fez reuniões e exigências ao WhatsApp.

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, 'Fraude'jogar cartas onlineurna é imagem falsa, afirma TRE-MG, que fez vídeo para rebater imagens

"O TSE foi pegojogar cartas onlinesurpresa no volumejogar cartas onlinenotícias falsas difundidas. Já havia uma previsão, era uma coisa estimada inclusive por causa das eleições nos Estados Unidos", diz Roberta Gresta, assessora jurídica do TRE-MG e professorajogar cartas onlinedireito eleitoral da PUC Minas. "Mas a intensidade surpreendeu, principalmente daquelas atacando a própria Justiça eleitoral."

A rede social usada para essa difusão também. A reforma eleitoral do ano passado, que rege a forma como as eleições serão reguladas, não foi pensada considerando o WhatsApp, por exemplo.

"A legislação para a eleição futura é baseada na eleição passada. Há sempre um hiato, não tem como ser diferente", afirma Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, procurador regional eleitoraljogar cartas onlineSão Paulo.A Constituição exige que as normas sobre o processo eleitoral tenham sido aprovadas um ano antes da eleição. Ou seja, as eleiçõesjogar cartas online2018 estão sendo regidas pela legislaçãojogar cartas online2017, que foram baseadas nas eleiçõesjogar cartas online2016.

"Achávamos que o Facebook ia ser o grande problema da internet nessas eleições porque foijogar cartas onlineeleições passadas. Não tinha como razoavelmente prever que seriam grupos fechados no WhatsApp que iam fazer a diferença", afirma. "E vai acontecerjogar cartas onlinenovo a mesma coisa no futuro."

De qualquer forma, para Gabriela Rollemberg, vice-presidente da comissãojogar cartas onlinedireito eleitoral da OAB Nacional, a solução do problema não passa pela legislação. "A lei não dá conta. O WhatsApp é uma rede fechada. A gente acaba tendo uma dificuldadejogar cartas onlinecompatibilizar as normas com a realidade", afirma.

Crédito, AFP

Legenda da foto, Especialistas explicam como lei eleitoral é feita pensando nas eleições anteriores - e não previram, portanto, a importância do WhatsApp

E o que a Justiça poderia fazer?

Se soubesse como se daria a dinâmicajogar cartas onlinedifusãojogar cartas onlinenotícias falsas na campanha, o procurador regional eleitoral Luiz Gonçalves diz que teria reorientado suas prioridadesjogar cartas onlinetrabalho, criando gruposjogar cartas onlinemonitoramento da internet, oficiando empresas e exigindo compromissos, fazendo outro tipojogar cartas onlineacompanhamento.

Daqui para frente, na opinião da advogada Gabriela Rollemberg, a Justiça terá que abrir "canaljogar cartas onlinediálogo mais amplo com WhatsApp para criar algum tipojogar cartas onlineferramentajogar cartas onlinecontrole, mas sem censura". O diálogo e o trabalhojogar cartas onlineconjunto também deverão ser tocados com agênciasjogar cartas onlinechecagemjogar cartas onlinenotícias. "Não é um desafio que a Justiça Eleitoral vai resolver sozinha. É um trabalho coletivo e a sociedade civil tem papel importante, com a colaboração não só das empresasjogar cartas onlinetecnologia, mas também dos estudiosos da matéria e da própria imprensa."

A BBC News Brasil pediu uma entrevista com um representante do TSE para falar do tema, mas não obteve resposta.

Para Gresta, do TRE-MG, a atuação do tribunal mineiro na resposta imediata à acusaçãojogar cartas onlinefraude "é exemplar e devemos nos pautar por isso para enfrentar o problema". "Mas um tribunal não pode se precipitar se não conseguir obter um esclarecimento necessário."

De qualquer forma, diz ela, "se a gente não contar com a capacidade crítica das pessoas, vai ser um eterno enxugar gelo".

Cruz, do InternetLab, lembra que estamos passando por "um períodojogar cartas onlinetransição importante". Para ele, Judiciário, Legislativo, academia e a mídia não previram como seria a campanha. "É um processo. Não dá para pular a curvajogar cartas onlineaprendizado."

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