Eleições 2018: Na reta final para o pleito, você caiucef quinaalguma mensagem falsacef quinaWhatsApp?:cef quina

cef quina Se você está acompanhando a reta final da campanha eleitoral e tem WhatsApp, Facebook ou Twitter, muito provavelmente se deparou com ao menos uma mentira espalhada através da rede nessas eleições.

A disseminaçãocef quinadesinformação sempre existiu, mas atingiu um patamar ainda maior com as redes sociais. E com a aproximação do 1º turno das eleições, ela se intensifica ainda mais.

"O compartilhamento se intensifica muitocef quinaépocacef quinaeleição", afirma Angela Pimenta, coordenadora-executiva do projeto Credibilidade e coordenadora do Atlas da Notícia. "Mentir no espaço político não é novidade, a diferença da internet é que ela acelera esse processo, aumenta a escala das pessoas atingidas e dificulta a responsabilização."

A discussão sobre boatos e mentiras atingiu o auge após eleição do presidente americano Donald Trumpcef quina2016, quando houve grande polêmica por causa do seu uso no Facebook para influenciar eleitores durante a campanha.

No Brasil, além das mentiras serem compartilhadascef quinaredes sociais como Facebook e Twitter, um novo fenômeno tem se configurado: acef quinadisseminação através do WhatsApp.

O cenáriocef quinapolarização extremada já é ruim o suficiente - mas, para quem caicef quinanotícias falsas, ele parece muito, muito pior. Isso porque, como seu objetivo é manipular a opinião das pessoas, os boatos infundados costumam ser pensados para gerar revolta e emoções extremadas.

Ninguém está isentocef quinacaircef quinanotícias falsas – elas afetam desde gruposcef quinabaixa renda e pouca escolaridade a executivos do mercado financeiro.

"Pessoas do mercado financeiro são absolutamente suscetíveis", afirma a economista Monicacef quinaBolle, professora da Johns Hopkins University.

"Acho que as pessoas estão completamente suscetíveis a tudo. Ninguém está parando para pensar e se informar sobre nada. As coisas chegam no Twitter, no WhatsApp, e é muito fácil. Eu acho que essas fantasias, esse transe que o país está vivendo nesse momento, é fruto disso",

A listacef quinamensagens falsas é enorme: centenascef quinamentiras estão sendo disseminadas nesta reta finalcef quinacampanha. A BBC News Brasil escolheu algumas delas para exemplificar as principais características que informações falsas que tentam se passar por notícias têmcef quinacomum.

Confira se você caiucef quinaalguma delas.

Conteúdo fabricado

Iniciativas que estudam o fenômeno, como a Salacef quinaDemocracia Digital da FGV DAPP (Departamentocef quinaAnálisecef quinaPolíticas Publicas da Fundação Getúlio Vargas), apontam que há diversos tiposcef quinadesinformação sendo compartilhados.

Um dele é o conteúdo totalmente fabricado: uma informação 100% inverídica que é criada para ludibriar eleitores e prejudicar candidatos.

É o caso do boato que dizia que o PT iria distribuir mamadeiras com bicoscef quinaformatos do órgão sexual masculinocef quinacreches. A foto usada écef quinaum objeto vendidocef quinasex shops e para uso adulto, que nunca foi distribuídocef quinaescolas ou creches, segundo o Ministério da Educação.

O partido nunca propôs esse tipocef quinadistribuição e afirma que não tem a intençãocef quinafazê-lo.

Crédito, Reprodução

Mesmo que quem tenha produzido tenha intençãocef quinamanipulação, muitas pessoas que compartilham esse tipocef quinaconteúdocef quinafoto foramcef quinafato enganadas. Mas, segundo os analistas, também há casoscef quinaevidente má fé e tentativacef quinamanipulação inclusivecef quinaquem compartilha.

É o caso do compartilhamento, por apoiadorescef quinaJair Bolsonaro,cef quinaimagens e textos "Lula17" ou "Haddad17", como se esse fosse o número da chapa do PT. Na verdade, 17 é o número do candidato do PSL.

O número Fernando Haddad, candidato do PT apoiado por Lula, é 13.

Falsa Conexão

Mas esse não é o único tipocef quinadesinformação muito espalhada nessa reta final das eleições.

"É bem comum casoscef quinafalsa conexão", diz Luiza Bandeira, pesquisadora do Atlantic Council, que tem parceria com a FGV na Salacef quinaDemocracia Digital. "Quando você lê o título é uma coisa, quando abre para ver o conteúdo é completamente diferente".

É o casocef quinauma informação inverídica que dizia que o General Mourão, candidato a vice na chapacef quinaJair Bolsonaro, tinha proposto o confisco da poupança. O site Blog da Cidadania publicou uma reportagem da Folhacef quinaS. Paulo cujo título é "Mourão propõe renegociar os juros da dívida do governo" e trocou o título para "Mourão também propõe o confisco da poupança".

A reportagem não fazia nenhuma menção à poupança e não há nenhum registrocef quinaque o general tenha dito isso. Sua campanha afirmou ao projeto Comprova,cef quinachecagem, que ele nunca disse isso.

Legenda da foto, A desinformação disseminadacef quinaredes socias pode ter vários formatos - você consegue reconhecer todos eles?

São conteúdos que se aproveitam da pressa e ansiedade do leitor, que compartilhar sem ler. "A pressa é uma armadilha a mais. Está todo mundo apressado, ansioso, raivoso. Isso numa sociedade polarizada aumenta ainda mais o riscocef quinaembarcarcef quinaboatos", afirma Angela Pimenta.

Manipulação do contexto

Manipulaçãocef quinacontexto é quando a informação ou imagem genuína é manipulada para enganar.

É o que aconteceu com a candidata a vice-presidente Manuela Dávila (PCdoB), que concorre na mesma chapacef quinaFernando Haddad (PT). Uma fotocef quinaque ela usava uma camiseta escrito "rebele-se" foi alterada para parecer que dizia "Jesus é Travesti".

Pode parecer incrível que as pessoas caiamcef quinamanipulaçõescef quinaimagens quando todo mundo sabe o que se pode fazer com editorescef quinaimagem como o Photoshop. Mas isso acontece. E o motivo é simples: viéscef quinaconfirmação.

É o mesmo motivo pelo qual todos os outros tiposcef quinadesinformações são compartilhadas: as pessoas querem acreditar.

Crédito, Projor/Projeto Credibilidade

Legenda da foto, Tiposcef quinadesinformação na internetcef quinaacordo com o Manual da Credibilidade – produzido do Projeto Credibilidade, que no Brasil tem parceria com o Projor e a Unesp

"O viéscef quinaconfirmação é algo que todos nós temos", explica Pimenta. "O mundo é muito complicado, e nós temos estratégias cognitivas pra tentar simplificar. Isso faz com que tenhamos uma tendênciacef quinadistorcer os fatos para que eles confirmem nossas convicções pessoais."

Ou seja, nós temos a tendência a acreditar naquilo que vai 'provar' que nossa opinião está certa – mesmo que seja obviamente falso.

Manipulaçãocef quinacontexto nem sempre acontece para prejudicar alguém – ela pode ser usada também como formacef quinaincentivo e "inspiração" política.

É o casocef quinadas fotos que estão sendo compartilhadas lado a lado: uma fotocef quinamulheres durante o protesto #EleNão e a outra uma imagem histórica da Passeata dos Cem Mil, contra a ditadura militar.

As fotos estão sendo compartilhadas como se fossem as mesmas mulheres, mas não é o caso.

A foto antiga, da Passeada dos Cem Mil, contra a ditadura militar, reúne várias artistas famosas: Tonia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara, Leila Diniz e Norma Bengell.

Não é possível que a imagem atual seja das mesmas mulheres, pois quatro das cinco atrizes da foto antiga já morreram. A única que está viva hoje é Eva Wilma (que não está na foto atual).

Falso contexto

Outro tipocef quinadesinformação comum, segundo o Projeto Credibilidade, é o casocef quinafalso contexto: quando um conteúdo genuíno é compartilhado com uma informação contextual falsa, induzindo o leitor ao erro.

Um exemplo disso é uma mensagemcef quinaWhatsApp inverídica que acusa militantescef quinaesquerdacef quinaatacar uma mulhercef quinaum carro com um adesivocef quinaBolsonaro.

O vídeo do carro na multidão é real, mas foi filmadocef quina2017, quando a motorista do carro atropelou manifestantes que pediam a denúncia do Presidente Michel Temercef quinaGoiânia.

Outro exemplo é ocef quinaum vídeo gravado por Fernando Haddadcef quina2016, após o fim das eleições,cef quinaque reconhece a derrota na disputa pela prefeituracef quinaSão Paulo.

O vídeo está sendo compartilhado agora como se o candidato estivesse desistindo da disputacef quina2018,cef quinaque concorre para presidente da República. Mais um exemplocef quinacompartilhamento enganosocef quinaque o contexto errado induz ao erro.

Compartilhar notícias verdadeiras, porém antigas, como se estivessem acontecendo agora é uma tática bem comumcef quinaenganação pelo contexto.

Esse é um dos motivos por que especialistas discordam do uso do termo "notícias falsas".

"É uma expressão imperfeitacef quinacara. Notícias podem conter erros e enganos, mas são produzidas por profissionais, com um método, fonte, espaço para o contraditório. Se algo é deliberadamente falso, então não é notícia", afirma Angela Pimenta.

"Nem sempre a desinformação é causa por uma mentira. Uma informação pode ser enganosa por estar sendo usada foracef quinacontexto,cef quinaoutra data, ou pode conter um poucocef quinaverdade misturada com mentiras", afirma Bandeira.

Além disso, diz Pimenta, o termo foi apropriado por políticos que tentam se protegercef quinanotícias verdadeiras que os prejudicam.

"O termo foi cooptado por maus políticos para desmerecer o jornalismo tradicional", diz.

Depoiscef quinaeleito, o presidente Donald Trump passou a se referir genericamente a diversos veículoscef quinaimprensa que cobriam problemas emcef quinagestão como "fake news".

Conteúdo enganoso

Também é possível encontrar conteúdo enganoso que não mente diretamente, mas cita informações verdadeirascef quinamaneira completamente partidária, com adjetivos e apresentação que favorecem ou desfavorecem um candidato.

"O conteúdo é apresentadocef quinamaneira parcial, não há a menor tentativacef quinaser honesto, se usa linguagem carregada e agressiva e não se abre espaço para os envolvidos se manifestarem sobre o assunto", explica Bandeira.

O conteúdo enganoso pode vir também na formacef quinaum pouquinhocef quinaverdade misturada com mentiras. Um exemplo é a informação que se disseminou nas redes sociaiscef quinaque Jair Bolsonaro o filho dele, Eduardo Bolsonaro, teriam votado, na Câmara, contra a Leicef quinaInclusãocef quinaPessoas com Deficiência. A confusão começou quando a mãecef quinauma pessoa com deficiência postou essa informação.

Na verdade, os Bolsonaros, assim como todos os parlamentares que participaram daquela sessão, votaram a favor do texto-base do projeto. Em seguida, na análisecef quinapropostascef quinamodificação do texto original, Jair e Eduardo Bolsonaro votaram a favorcef quinaum destaque para retirar um artigo que mencionava o respeito à "especificidade, à identidadecef quinagênero, à orientação sexual da pessoa com deficiência". Mas esse trecho acabou sendo mantido por decisão da maioria.

Conteúdos enganosos sobre o material produzidocef quina2011 pelo Ministério da Educação para combater homofobia nas escolas também costumam se encaixar nessa categoria.

O materialcef quinafato existiu: foi desenhado por ONGs quando Fernando Haddad era ministro da Educação durante o governocef quinaDilma Rousseff. No entanto, as cartilhas nunca foram aprovadas nem distribuídascef quinaescolas. O projeto, chamado Escola sem Homofobia, foi apelidadocef quina"kit gay" por críticos.

É bem comum encontrar notícias falsascef quinaque informações verdadeiras sobre o projeto – como o fatocef quinater sido idealizado durante a gestãocef quinaHaddad no ministério – são misturadas com as mais variadas mentiras: desde informações inverídicas sobre a idade do público alvo do projeto até imagens pornográficas que nunca fizeram parte do conteúdo (na foto abaixo), passando por referências a um livrocef quinaeducação sexual da Cia. das Letras que também não fez parte do material.

O próprio candidato Jair Bolsonaro levou para o Jornal Nacional o livro, chamado "Aparelho Sexual e Cia", dizendo que ele fazia parte do "kit gay".

A informação é falsa: o livro nunca foi comprado pelo Ministério da Educação nem foi incluído no projeto Escola sem Homofobia.

Legenda da foto, Capa falsa do 'kit gay' (à esq.) e capa real do projeto do Ministério da Educação para combater homofobia, que nunca chegou a ser aprovado ou distribuído (à dir.)

Falsa checagem

O fenômeno das mensagens falsas chegou a um ponto tão grave que está se compartilhando checagens falsascef quinanotícias reais.

A foto do protesto com milharescef quinamulheres contra Bolsonaro no Largo da Batata, por exemplo, é real. Foi tirada pela fotógrafa Gabriela Biló no dia 29cef quinasetembro e publicada no jornal O Estadocef quinaS. Paulo.

Uma falsa "checagem" (ou seja, uma manipulação) que estava sendo compartilhada após o protesto dizia que a imagem era uma foto do carnavalcef quina2017 que estava sendo utilizada novamente.

Não é o caso: as fotos são parecidas pois foram tiradas pela mesma fotógrafa, da mesma posição.

A veracidade da foto do protesto contra Bolsonaro foi confirmada por 15 veículos jornalísticos diferentes dentro do projeto Comprova.

Segundo as investigações da agênciacef quinachecagem, o pontocef quinaonde a foto foi tirada é a casacef quinauma residente já conhecida e utilizada com frequência pela fotógrafa para fazer imagens do Largo da Batata.

"No sábado (29), enquanto ela entrava no edifício, Miguel Schincariol, autor da foto veiculada pela AFP, a viu entrar e pediu para subir também. Com eles também estava a fotógrafa Carla Carniel", afirma a checagem - essa sim, real - da agência.

Crédito, Miguel Schincariol/AFP

Legenda da foto, O fotógrafo Miguel Schincariol, autor desta foto, estava com a fotográfa Gabriela Biló quando ela fez a foto que foi acusadacef quinaser falsa por um boato na internet

Essa técnicacef quinatentar desacreditar uma notícia real dizendo que ela é falsa foi usada maiscef quinauma vez após os protestos #EleNão contra Bolsonaro, no dia 29.

Outras fotos reais foram vítima da mesma manipulação: retratos do protesto no Riocef quinaJaneiro.

Começou a circularcef quinaredes sociais uma mentiracef quinaque a imagens eram antigas, pois um prédio que teria desabado estaria nas fotos.

No entanto, a verdade é que o prédio nas imagens é o Edifício Capital, que nunca caiu. Um acidentecef quina2012 afetou três prédios vizinhos, que não aparecem na foto do protesto no Rio.

  • cef quina Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube cef quina ? Inscreva-se no nosso canal!
Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscef quinaautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacef quinausocef quinacookies e os termoscef quinaprivacidade do Google YouTube antescef quinaconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecef quina"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocef quinaterceiros pode conter publicidade

Finalcef quinaYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscef quinaautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacef quinausocef quinacookies e os termoscef quinaprivacidade do Google YouTube antescef quinaconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecef quina"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocef quinaterceiros pode conter publicidade

Finalcef quinaYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscef quinaautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacef quinausocef quinacookies e os termoscef quinaprivacidade do Google YouTube antescef quinaconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecef quina"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocef quinaterceiros pode conter publicidade

Finalcef quinaYouTube post, 3