Cientistas liderados por brasileiro criam técnica para estudar elementosb1 bet é confiavelestrelas anãs vermelhas:b1 bet é confiavel
O estudo foi desenvolvidob1 bet é confiavelconjunto com o projeto Sloan Digital Sky Survey (SDSS), um ambicioso levantamentob1 bet é confiaveldados para estudar e compreender a formação e evolução da nossa galáxia, a Via Láctea.
A equipe, que publicoub1 bet é confiavelpesquisa no Astrophysical Journal Letters, usou dados colhidos pelo telescópio do Apache Point Observatory, no Novo México, acoplado a espectógrafos.
De acordo com Souto, a ideia principal do trabalho foi realizar o estudo químico detalhado da Ross 128 e, partindo do princípio que estrela e exoplanetas foram formados a partir dos mesmos compostos, pode-se inferir as propriedades do Ross 128b, que não pode ser observado diretamente com tecnologias atuais. A partir do espectro da anã vermelha, foi possível estudar a abundânciab1 bet é confiaveloito elementos químicos: carbono, oxigênio, magnésio, alumínio, potássio, cálcio, titânio e ferro.
Espectroscopia
O pesquisador explica que o estudo do padrão químicob1 bet é confiavelestrelas com planetas possibilita a caracterização geofísica deles. "Sabemos que o núcleo e o manto dos exoplanetas rochosos (como a Terra) são formados basicamente por ferro, magnésio e silício", diz. "Assim, nós utilizamos a química do sistema para estudar o tamanho e densidade do núcleo e manto deles."
A técnica utilizada na caracterização química da estrela é a espectroscopia, que é uma ferramenta já empregada na astronomia há anos, mas majoritariamente no estudob1 bet é confiavelexoplanetas gigantes ou superterras. "A novidade do nosso trabalho é que ela está sendo aplicadab1 bet é confiavelum exoplanetab1 bet é confiavelmassa similar à Terra e localizado muito próximo do nosso sistema", diz Souto.
A grande maioria dos exoplanetasb1 bet é confiavelmassa e tamanho similares aos da Terra descobertos até o momento orbitam estrelas anãs vermelhas. Segundo Souto, isso é uma consequência observacional, porque é mais fácil detectar corpos pequenos orbitando estrelasb1 bet é confiavelbaixa massa utilizando os métodosb1 bet é confiaveldetecção mais comuns.
Até o ano passado, não se sabia estudar a composição químicab1 bet é confiavelestrelas anãs vermelhas, porque elas têm seu espectro eletromagnético na região do visível coberta por misturas moleculares, que dificultam muitob1 bet é confiavelobservação. "Por sugestãob1 bet é confiavelminha orientadora, pensamos ser possível desenvolver este estudo a partirb1 bet é confiavelespectros na região do infravermelho", conta Souto.
Emb1 bet é confiavelteseb1 bet é confiaveldoutorado, defendida no Observatório Nacional, no Riob1 bet é confiavelJaneiro, ele mostrou que isso era possível. "Provamos que fazendo o estudo destes objetos na região do infravermelho é possível extrair muito mais informação sobre este tipob1 bet é confiavelestrela, podendo detectar até 14 elementos químicos e, assim, conhecê-la melhor", explica. "Se ela tem um exoplaneta, podemos também estudá-lo. Antes deste trabalho só era possível estudar a quantidadeb1 bet é confiavelferrob1 bet é confiavelanãs vermelhas."
A técnica também já foi usadab1 bet é confiaveloutro estudo parecido, mas com menos detalhes, sobre o sistema Kepler 186. Ele ficou conhecido por ter o primeiro exoplanetab1 bet é confiaveltamanho similar à Terra descoberto e que está na zona habitável da estrela. "Nesse trabalho verificamos que o sistemab1 bet é confiavelKepler 186f é muito ricob1 bet é confiavelsilício e isso faz com que o exoplaneta possua uma crosta muito dura e rígida", explica Souto. "Isso diminui consideravelmente as chances dele ter placas tectônicas, o que é importante na formação e na manutençãob1 bet é confiaveluma possível atmosfera planetária."
Souto diz que a técnica que ele e seus colegas desenvolveram seráb1 bet é confiavelgrande importância no futuro, porque as principais missõesb1 bet é confiavelprocura por exoplanetas focará na busca daqueles similares à Terra, orbitando estrelas anãs vermelhas. "No nosso trabalho mostramos que podemos conhecer muito sobre eles, baseando-se apenas na informação obtida dab1 bet é confiavelestrela mãe", diz.
Faltab1 bet é confiavelapoio
O desenvolvimento da nova técnica e as descobertas que ela proporcionou se devem mais ao esforço pessoal dos pesquisadores brasileiros do que ao apoio financeiro das instituiçõesb1 bet é confiavelfomento ou do governo. "Em geral é bem difícil fazer ciência no Brasil, seja pelas instalações deficientes, pela faltab1 bet é confiavelapoio à produção científicab1 bet é confiavelsi ou pela redução dos recursos destinados à pesquisa", diz Souto.
De acordo com ele, a motivação científica começab1 bet é confiavelforma simples, geralmente nos cursosb1 bet é confiavelgraduação, quase sempre pela curiosidadeb1 bet é confiavelentender melhor o funcionamentob1 bet é confiavelalgo. "Muitas vezes, esse processo é interrompido pelo sucateamento e faltab1 bet é confiavelmateriais básicos nas instituições eb1 bet é confiavelmotivaçãob1 bet é confiavelprofessores ou pela hierarquia acadêmica, que pode se transformarb1 bet é confiavelsituaçõesb1 bet é confiavelassédio moral - sem contar aquelas vezesb1 bet é confiavelque o interesse pela ciência não é nem despertado", critica o pesquisador.
Na astronomia especificamente não é diferente. A área ainda é pouco difundida no Brasil, embora haja pesquisadoresb1 bet é confiavelrenome internacional e muito dedicadosb1 bet é confiavelrealizar ciênciab1 bet é confiavelponta. "Mas pesquisab1 bet é confiavelastronomia é muito dependente da observaçãob1 bet é confiavelcorpos celestes, sejam os planetas do nosso sistema solar ou estrelas e galáxias, entre outros", diz Souto. "Para observar tais objetos precisamosb1 bet é confiaveltelescópios potentes, mas o país investe muito pouco nisso."
Ele cita o Laboratório Nacionalb1 bet é confiavelAstrofísica (LNA), que fica no Observatório do Pico do Dias,b1 bet é confiavelMinas Gerais, que possui o maior telescópio do país, mas que não consegue atender a demanda científicab1 bet é confiaveltodos os pesquisadores. "Muitos projetos são desenvolvidosb1 bet é confiaveloutros telescópios parceiros do país no exterior, como o Gemini e o SOAR", conta. "Uma pauta muito relevante para a sociedade que foi deixadab1 bet é confiavellado pelo atual governo foi o firmamento do contrato com o Observatório Europeu do Sul (ESO), pelo qual teríamos acesso aos maiores telescópios do mundo. Infelizmente ele não foi assinado."