Como funciona a ferramentanetbetsportsegurança do Facebook que causou polêmica após incêndionetbetsportSão Paulo:netbetsport
História e polêmicas
A ferramenta foi adotada pela rede socialnetbetsport2014, inspirada no comportamentonetbetsportusuários depois do tsunami e do terremotonetbetsport2011 no Japão. "Nossos engenheiros do Japão deram o primeiro passo para criar um produto que melhorasse a experiêncianetbetsport'reconexão' entre pessoas depoisnetbetsportum desastre", anunciou o Facebook. Esses desenvolvedores criaram um fórum para usuários no Japão para melhorar a comunicação entre eles. O teste deu certo e o Facebook decidiu expandir a ferramenta para outros casos no mundo, com o objetivonetbetsportinformar amigos e familiares,netbetsportforma rápida, que o usuário passava bem após um desastre.
Nesta terça, representantes do Facebook anunciaramnetbetsportuma conferência para programadores que o "safety check" já foi acionadonetbetsportmaisnetbetsportmil casosnetbetsportdesastres naturais e "humanos" no mundo inteiro desde que foi criado.
Desastres "humanos", aliás, foram incorporados só depois, nos ataquesnetbetsportParisnetbetsport2015 - quando a ferramenta já enfrentounetbetsportprimeira polêmica. Enquanto franceses eram instados a responder se estavam "seguros" durante os atentados que mataram 130 pessoas, libaneses reclamavamnetbetsportnão terem sido consultados da mesma maneira quando um ataquenetbetsportBeirute matou maisnetbetsport40 pessoas horas antes. "Vocês tem razão ao lembrar que há muitos outros conflitos importantes no mundo. Nos preocupamosnetbetsportforma igual com as pessoas e vamos trabalhar duro para ajudar a todos que estão sofrendo e no maior númeronetbetsportsituaçõesnetbetsportque pudermos", escreveu o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, na época.
Foi o começonetbetsportoutras polêmicas:netbetsportmarçonetbetsport2016, usuários do mundo todo -netbetsportSydney, Honolulu, Cairo, Nova York, entre outros- receberam a notificação: "Você foi afetado pela explosão?". Só que a explosão tinha ocorridonetbetsportLahore, no Paquistão. Foi um bug no sistema, explicaram os administradores da rede social.
Em julho daquele ano, usuáriosnetbetsportBagdá reclamaram da demora do Facebooknetbetsportincluir um ataque ocorrido na cidade como um dos "dignosnetbetsportsafety check". O ataque matou ao menos 340 pessoas e, 30 horas depois, o Facebook perguntou aos usuários se estavam seguros. Nas redes sociais, outros celebraram a inclusão do Iraque no rol dos contemplados pelos safety checks.
Já no fimnetbetsport2016, no entanto, usuáriosnetbetsportBangcoc, na Tailândia, foram instados a responder se estavam seguros após uma suposta explosão. Mas nenhuma explosão tinha acontecido. Uma manifestação acabou ativando a ferramenta, que depois usou como fonte uma reportagem da BBC sobre uma explosãonetbetsportBangcoc - mas a reportagem era do ano anterior.
Como funciona o "safety check"? Por que uns lugares e não outros?
Quando um desastre - natural ou humano - acontece, usuários do Facebook podem receber uma notificação perguntando se querem se marcar como seguros. Também podem dizer que o caso "não se aplica" a eles.
Usuários também podem marcar amigos como seguros ou perguntar a eles se estão bem por meio da rede social.
No começo, quem decidia para quais desastres a ferramenta seria acionada era o próprio Facebook. Emnetbetsportnovembronetbetsport2016, no entanto, a rede social mudou esse critério: colocou a iniciativa nas mãosnetbetsportterceiros.
Quando um incidente ocorre, uma organização alerta o Facebook. No caso do incêndionetbetsportSão Paulo, um texto informa que essa organização foi a NC4, "uma empresa global independentenetbetsportcomunicaçãonetbetsportsituaçõesnetbetsportemergência" sediada nos EUA. O desastre é classificadonetbetsportacordo com o alerta da organização e o Facebook passa a enviar notificações para pessoas que estejam na área.
Outra situação que ativa o "safety check" é se muitas pessoas no Facebook estiverem comentando sobre o incidente na rede, algo que o algoritmo detecta e, então, coloca no rol dos desastres monitorados.
Ansiedade e outras questões
O uso da ferramenta suscitou algumas questões entre especialistas e nas redes sociais. Se você não se marca como seguro, deve-se assumir que você está automaticamentenetbetsportperigo? Isso causa mais alarme ou menos alarme nas pessoas? Por que pessoas longenetbetsportterem sido afetadas também devem responder? O mecanismo não contribui para desinformação, ao conectá-las, mesmo que seja pela negação, ao atentado ou incidente?
Para o psicoterapeuta Aaron Black, autor do livro "The Psychodynamics of Social Networking" (A psicodinâmica das redes sociais), essa ferramenta pode provocar ansiedade.
"Para eventosnetbetsportpequena escala, como um incêndio ou um ato terrorista localizado, a área do 'safety check' é muito grande, o que significa que muito mais pessoas são questionadas se estão seguras do que as que estãonetbetsportfato correndo risco na hora. A mensagem transmitida implicitamente é que as pessoas não estão seguras até que declarem publicamente o contrário. Isso, na minha opinião, gera ansiedade", afirma.
Ele diz que, no final das contas, a ferramenta também cria o sensonetbetsportobrigaçãonetbetsportmarcar-se como seguro até entre quem estánetbetsportperigo. "Ironicamente, aqueles que estãonetbetsportperigo provavelmente não recorrem ao Facebook para pedir ajuda, enquanto aqueles que estão expostos ao perigo mas estão seguros provavelmente já avisaram seus entes queridos."
"Em resumo, é melhor para assumirmos psicologicamente que alguém está seguro até que saibamos o contrário e o 'safety check' inverte essa lógica."
O que o Facebook faz com esses dados?
Em junhonetbetsport2017, a rede social anunciou que compartilharia mapas com dados agregados do "safety check", sem identificação individual, com organizaçõesnetbetsportajuda humanitária. Os dados se referem ao comportamentonetbetsportusuários depoisnetbetsportdesastres naturais - não inclui os desastres "humanos".
O Facebook armazena e compartilha, por exemplo, os locais onde as pessoas estavam antes, durante e depoisnetbetsportum desastre. Também criam mapasnetbetsportmovimento, mostrando os fluxosnetbetsportpessoasnetbetsportbairros e cidadesnetbetsportperíodos pós-desastres. Esses padrões, que a rede social anunciou que iria compartilhar inicialmente com as organizações Unicef, Cruz Vermelha e World Food Programme, ajudam a prever onde recursos serão necessários e também onde há trânsito, alémnetbetsportmostrar padrõesnetbetsportcomo as pessoas se retiraramnetbetsportuma áreanetbetsportrisco. A rede social também compartilha os mapasnetbetsportpessoas que se marcaram como seguras, o que joga luz sobre os locais onde a ajuda é mais necessária.
Ajuda aos afetados
A rede social também incluiu a possibilidadenetbetsportusuários oferecerem e pedirem ajuda na rede social - algo que aconteceu no caso do incêndionetbetsportSão Paulo. "Você pode solicitar ou oferecer ajuda, como abrigo, comida e transporte. Comece escolhendo uma categoria para encontrar ou oferecer ajuda", diz o texto da rede social. Entre as categorias estão "trabalho voluntário", "roupas", "comida" e "suprimentos para bebês".
No casonetbetsportSão Paulo, um mapa mostra pessoas na cidade que estão oferecendo ajuda e quem está pedindo. Até a conclusão deste texto, eram 50 solicitaçõesnetbetsportajuda e 1.260 ofertas.
A mensagem que pergunta ao usuário se ele está bem após um desastre também informa: "Se você precisanetbetsportajuda urgente, ligue para os serviçosnetbetsportemergência".
Na conferência do Facebook nesta terça, a empresa anunciou que vai criar uma nova ferramenta chamada "Crisis Response" (resposta à crise),netbetsportque usuários poderão, alémnetbetsportmarcar-se como "seguros", fazer um relato sobre o desastre - fornecendo informações sobre sobreviventes, por exemplo.
Além disso, também anunciou que uma ferramenta que já existe na Índia,netbetsportBangladesh e no Paquistão será expandida: o programanetbetsportdoaçãonetbetsportsangue. A ideia é que clínicas, hospitais e bancosnetbetsportsangue possam achar doadores e vice-versa por meio da rede social.