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Como identificar os diferentes tipossite pix betfakes e robôs que atuam nas redes:site pix bet
Imaginemos uma linhasite pix betquesite pix betuma ponta estejam robôs e,site pix betoutra, humanos. Entre as duas pontas, especialistas apontam a existênciasite pix betciborgues, "robôs políticos", "fakes clássicos" e "ativistassite pix betsérie" antessite pix betchegarmos às pessoas reais.
Parte 1, os robôs
"Um robô, ou bot, nada mais é que uma metáfora para um algoritmo que está te ajudando, fazendo um trabalho para você", define Yasodara Córdova, pesquisadora da Digital Kennedy School, da Universidade Harvard, nos EUA, e mentora do projeto Operação Serenatasite pix betAmor, que busca identificar indíciossite pix betpráticassite pix betgestão fraudulenta envolvendo recursos públicos no Brasil.
Ou seja, robôs estão por todas as partes, espalhados nas redes sociais, o que não significa necessariamente que estejam fazendo coisas ruins: os mais comuns são aqueles que automatizam o compartilhamentosite pix betnotíciassite pix betveículossite pix betimprensa e os que ajudam consumidoressite pix betatendimentos virtuais, entre outros.
O projeto Operação Serenatasite pix betAmor, por exemplo, tem um robô que analisa pedidossite pix betreembolsosite pix betdeputados federais e destaca os que parecem ser suspeitos, por meiosite pix bet"machine learning" ("aprendizadosite pix betmáquina", que reconhece padrões e aprende com seus erros para evoluir e refinarsite pix betatuação). Via Twitter, pede aos parlamentares que esclareçam o gasto suspeito - há casossite pix betcongressistas que reembolsaram a Câmara por causa do projeto.
Mas também há robôs cujo uso é malicioso, e que estão espalhados sobretudo pelo Twitter.
"O Twitter é um ambiente mais amigável para robôs", explica Marcos Bastos, professor do departamentosite pix betSociologia da City, University of London, no Reino Unido.
Bastos, que é brasileiro, e o britânico Dan Mercea, da mesma universidade, descobriram que as discussões sobre o plebiscito do Brexit (que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia) no Twitter tiveram participaçãosite pix betao menos 13,5 mil robôs, usados para "bombar" um lado ou outro com postagens automatizadas.
"O Facebook ésite pix betfato uma rede social: você aceita pessoas com quem você tem algum tiposite pix betconexão: idealmente, só amigos, embora esse não seja sempre o caso. O Twitter não tem essa reciprocidade, então funciona não só como uma rede social, mas como um sistemasite pix betdifusãosite pix betinformações", afirma.
Ou seja, a natureza mais aberta do Twitter - que, diferentemente do Facebook, não exige o nome verdadeiro do usuário nem proíbe contas automatizadas - facilita a proliferaçãosite pix betrobôs emsite pix betesfera.
Pesquisadores das universidades do Sul da Califórnia esite pix betIndiana estimam que haja entre 9% a 15%site pix betrobôs no Twitter. A rede tem um totalsite pix betcercasite pix bet330 milhõessite pix betusuários - portanto, ao menos 29 milhões deles são robôs, segundo o levantamento.
O Twitter informa que "a falsa identidade é uma violação"site pix betsuas regras. "As contas do Twitter que representem outra pessoasite pix betmaneira confusa ou enganosa poderão ser permanentemente suspensassite pix betacordo com a Política para Falsa Identidade do Twitter. Se a atividade automatizadasite pix betuma conta violar as regras do Twitter ou as regrassite pix betautomação, o Twitter pode tomar medidassite pix betrelação à conta, incluindo a suspensão da conta."
Mas essas criaturas virtuais são mais facilmente identificáveis. Pesquisadores desenvolvem ferramentas para detectar robôs, monitorandosite pix betatividade e identificando padrões. Levamsite pix betconta a quantidadesite pix betvezes que replicam um conteúdo, a proporção entre seguidores e usuários que o perfil segue, a datasite pix betcriação da conta, as postagens via plataformas externas ao Twitter e a quantidadesite pix betmenções a outros usuários, entre outros critérios.
Parte 2, os ciborgues
Pouco disso pode ser feito para detectar os exércitossite pix betciborgues, que estãosite pix betuma zona cinzenta e são os próximos na escala depois dos robôs. São chamados tambémsite pix bet"trolls" ou "socketpuppets" (fantoches).
"É muito difícil detectar esses 'bots' híbridos, operados parte por humanos, parte por computadores", afirma Emilianosite pix betCristofaro, professor da London's Global University, no Reino Unido, que estuda segurança online. Isso porque perfis operados por algoritmos têm "comportamentos previsíveis" e padrões, enquanto uma pessoa real pode interromper isso, "agindosite pix betforma diferentesite pix bethorários diferentes".
Ciborgues dão origem a perfis mais sofisticados, que tentamsite pix betfato imitar perfissite pix betpessoas verdadeiras, publicando fotos e frases e interagindo com outros usuários, criando "reputação".
Os perfis falsos encontrados pela investigação da BBC Brasil são ciborgues. Roubaram fotossite pix betpessoas verdadeiras, criaram nomes falsos e adicionaram como amigos pessoas reais - o que fez até com que recebessem "parabéns"site pix betseus "aniversários". Depois, entre publicaçõessite pix betuma rotina inventada, publicaram conteúdo elogiando políticos brasileiros e ajudaram a aumentar suas "curtidas".
Para manter o perfil ativo e parecer real, parte das postagens era agendadasite pix betplataformas fora do Twitter. À primeira vista, não parecem ser perfis falsos.
"É preciso olhar para o conteúdo que postam, não só parasite pix betatividade. E isso custa caro", observa Cristofaro. Porsite pix betnatureza mais sofisticada, estão espalhados não só no Twitter, como no Facebook também.
O Facebook informou que suas políticas "não permitem perfis falsos". "Estamos o tempo todo aperfeiçoando nossos sistemas para detectar e remover essas contas e todo o conteúdo relacionado a elas."
A empresa também indicou que pode fazer uma "varredura"site pix betperfis falsos no Brasil semelhante à que fez na França e na Alemanha antes das eleições. "Estamos eliminando contas falsassite pix bettodo o mundo e cooperando com autoridades eleitorais sobre temas relacionados à segurança online, e esperamos tomar medidas também no Brasil antes das eleiçõessite pix bet2018."
Para o Cristofaro, caso o Facebook começasse a varrer contas falsas levandosite pix betconta apenassite pix betatividade, acabaria encontrando "falsos positivos", "e isso seria muito ruim para eles", diz.
Em um relatóriosite pix betabrilsite pix bet2017, o Facebook admitiu que havia difusãosite pix betinformações na plataforma via "personas falsas online", criadas para "influenciar opiniões políticas".
Na ocasião, a empresa disse que estava tomando medidas para excluir esse tiposite pix betconta falsa, sem especificar quantas já identificou e excluiu. Segundo relatório da empresa,site pix betsetembro deste ano o Facebook tinha 2,07 bilhõessite pix betusuários ativos no mundo todo - não se sabe quantas dessas contas são falsas.
Alguns passos podem ser tomados para identificar ciborgues. Qualquer um pode fazer uma pesquisa por meio da foto utilizada pelo perfilsite pix betquestão. Em ferramentassite pix betbuscas como o Google, é possível pesquisar pela imagem com o objetivosite pix betrastrearsite pix betorigem e outros sitessite pix betque aparece. Esses perfis utilizam fotos que saíramsite pix betnotícias não muito difundidas,site pix betpessoas mortas,site pix betbancossite pix betimagens.
Mas pesquisadores começam agora a observar outros padrõessite pix betcomportamento: quando as mensagens não são programadas,site pix betpublicação se concentra sósite pix bethoráriossite pix bettrabalho, já que é controlada por pessoas cuja profissão é exatamente essa, administrar um perfil falso durante o dia. Interaçõessite pix betmadrugada, portanto, quando pessoas reais muitas vezes participamsite pix betdiscussões online, estãosite pix betfora (a não ser que empresas comecem a pagar por plantõessite pix betmadrugada).
Outra pista: a pobreza vocabular das mensagens publicadas por esses perfis. Um dos entrevistados pela BBC Brasil, funcionáriosite pix betuma empresa que supostamente produzia e vendia perfis falsos, explica que às vezes "faltava criatividade" para criar mensagens distintas controlando tantos perfis falsos ao mesmo tempo - cada funcionário controlava entre 20 a 50 perfis com históriassite pix betvida particulares.
Para identificar os maissite pix bet100 perfis falsos no Twitter e no Facebook que seriam ligados a uma empresa, com a ajudasite pix betespecialistas, a BBC Brasil levousite pix betconsideração elementos como: o usosite pix betfotos comprovadamente falsas, modificadas ou roubadas; a publicaçãosite pix betmensagens a partir da mesma ferramenta externa às redes sociais; o padrãosite pix betmensagens que simulam rotina, com repetiçãosite pix betpalavras; a participação ativa nas redes durante debates e "tuitaços"; atividade apenas durante o horário "útil" do dia; as recorrentes mensagenssite pix betapoio ousite pix betagressão a candidatos específicos e, por fim, vários casossite pix betdatas coincidentessite pix betcriação, ativação e desativação dos perfis.
Mas esse padrãosite pix betcomportamento se refere a um grupo específicosite pix betperfis falsos e ciborgues, produzidos, supostamente, por uma empresa específica. O problema é que cada empresa tem uma atuação diferente, o que significa que diferentes grupossite pix betperfis falsos têm também comportamentos distintos.
O fenômeno, portanto, ainda está sendo investigado por especialistas à procurasite pix betformas para aprimorar a identificação dos ciborgues.
Parte 3, os robôs políticos
Os "robôs políticos" são outra categoria dos robôs online.
São perfissite pix betmilitantes que autorizam que suas contas sejam conectadas a páginassite pix betcandidatos ousite pix betcampanhas. Por meiosite pix betum sistema simplessite pix betautomatização, "suas contas passam a automaticamente curtir postagens", diz Dan Arnaudo, pesquisador da Universidadesite pix betWashington, nos EUA, e do Instituto Igarapé, no Rio, especialistasite pix betpropaganda computacional, governança da internet e direitos digitais.
Yasodara Córdova diz que essa é uma "espéciesite pix betciborguização para aumentar a quantidadesite pix betvisualizações ou compartilhamentosite pix betuma publicação,site pix betque um político usa um exércitosite pix betpessoas que se habilitam a postar por ele".
Ou seja, são perfissite pix betpessoas verdadeiras, que abrem mãosite pix betsua "autonomia" para dar curtidassite pix betforma automática selecionadas pela campanhasite pix betum candidato.
Parte 4, o fake clássico
Um "fake clássico" é aquele que já conhecemos: um perfil falso inventado por uma só pessoa, sem relação com empresas que vendem esse serviço para políticos e sem relação com campanhas que pedem acesso às contassite pix betmilitantes.
É aquele perfil usado por uma pessoa para esconder-se atrássite pix betum "fake" pelos mais diversos motivos: simplesmente para não expor a identidade do verdadeiro autor, para publicar comentários negativos ou positivos sobre uma pessoa ou para "bombar" um político voluntariamente.
Se isso for feitosite pix betforma transparente, ou seja, se o perfil for satírico ou deixar claro que é um pseudônimo, a atividade é legal. Quando é usado para enganar outros usuários, no entanto, sem deixar claro que o perfil é falso ou assumindo a identidadesite pix betoutra pessoa (roubandosite pix betfoto ou nome), é ilegal.
Parte 5, os ativistassite pix betsérie
Mas nem sempre um número altosite pix betcompartilhamentos ou postagens significa que seu autor é um computador.
Há dois anos, Bastos e Mercea identificaram o que chamaramsite pix bet"ativistassite pix betsérie" - pessoas reais altamente prolíficas politicamente no Twitter e com postagens sobre eventos políticossite pix betdiferentes partes do mundo - até 17 delas. Exemplo: um ativistasite pix betsérie pode tuitarsite pix betgrandes quantidades tanto sobre os protestossite pix betjunhosite pix bet2013 no Brasil quanto sobre o movimento Occupy nos Estados Unidos.
Os pesquisadores entrevistaram 21 ativistassite pix betsérie. O resultado: os entrevistados eram emsite pix betmaior parte pessoas com 30 anos ou entre os 50 e 60,site pix betperíodossite pix betdesemprego, trabalho voluntário ou durante a aposentadoria. Ficavam entre cinco e 12 horas no Twitter dedicando seu tempo a diferentes causas, chegando a tuitar 1,2 mil vezes por dia, indício que levaria pesquisadores a associarem esses perfis à automatização, embora fossem pessoassite pix betverdade.
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