A gratidão ao Brasil da refugiada sem pátria que acabou perdendo irmão1bx betassalto:1bx bet
Maha Mamo gostaria1bx betpoder responder à pergunta “De onde você é?”. Mas não pode. Ela é apátrida.
Filha1bx betpais sírios - o pai cristão, a mãe, muçulmana -, nunca teve nacionalidade concedida. A Síria não reconhece filhos1bx betpais com casamento não oficial. “Eram vizinhos e se apaixonaram. Todos os chamavam1bx betRomeu e Julieta”, conta à BBC Brasil.
Os pais fugiram para o Líbano. Os três filhos também não foram reconhecidos lá. Maha, hoje com 29 anos, se lembra da primeira vez1bx betque se deu conta que era apátrida: “Queria jogar no time1bx betbasquete oficial do Líbano, mas não podia”.
São as pequenas coisas que fazem a diferença, diz ela. Aspectos do dia a dia, como alugar livros1bx betbibliotecas, torcer para que chegue o aniversário1bx bet18 anos para tirar a carteira1bx betmotorista - “nunca nem pude sonhar com isso” -, ir para festas.
As coisas grandes também: não pode casar, viajar e, no Líbano, precisava fugir da polícia toda vez que via algum agente, já que não tinha documentos. No país, estudou1bx betuma escola armênia, a única que aceitava apátridas.
Desde os 16 anos, conta, escrevia cartas para embaixadas no mundo inteiro com a esperança1bx betque algum país concedesse nacionalidade a ela e aos irmãos. Em 2014, o Brasil os aceitou na condição1bx betrefugiados.
“Eu amo o Brasil. Para mim, o Brasil é o país onde eu existi. Foi o primeiro lugar onde eu consegui documentos com minhas fotos e meu nome”, diz.
Ela trabalhou1bx betuma fazenda no interior1bx betSão Paulo, ajudando com a parte administrativa e1bx betcomércio com outros países.
No ano passado, seu irmão sofreu uma tentativa1bx betassalto1bx betBelo Horizonte e foi assassinado, aos 26 anos.
“Foi uma tristeza bem forte. Mas o Brasil foi o lugar onde eu pertenci e existi. Eu, ele e minha irmã. Então foi um presente para o meu irmão antes1bx betvirar essa tragédia toda”, afirma.
Agora, Maha está desempregada, vivendo com a irmã1bx betBelo Horizonte, à espera1bx betque a nova lei da migração do Brasil entre1bx betvigor para tentar regularizar1bx betsituação.
Apesar1bx betviver com documentos no Brasil, concedidos porque ela é tratada como refugiada, Maha ainda é apátrida.
Recentemente, porém, viveu uma alegria: receber no Brasil a mãe, que não via havia quase três anos.