Quais as regras para o uso da crase? Professor Pasquale responde quando usar "à":unibet online casino

Legenda do vídeo, Você peguntou à BBC Brasil e o professor Pasquale responde: qual o uso correto da crase?

A BBC Brasil perguntou aos leitores quais dúvidasunibet online casinoportuguês gostariam que fossem respondidas.

Após selecionar as principais, consultamos o famoso professor, escritor e apresentador Pasquale Cipro Neto, idealizador, ainda na décadaunibet online casino1990, do programa "Nossa Língua Portuguesa”, da TV Cultura.

Gustavo Calixto, Bruna Paloma, Erickson Lima e muitos outros quiseram saber como usar corretamente a crase - tema escolhido para o primeiro vídeo da série.

Pasquale dá dicas resumidas sobre essa questão - para tratar dissounibet online casinomodo abrangente, “precisaríamos ficar aqui umas três horas, três horas e meia, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez”, explica.

Primeiro, o professor esclarece que a palavra "crase" não se refere ao acento, mas ao fenômenounibet online casinofusãounibet online casinoduas vogais iguais. “O caso mais conhecido é do ‘a’ mais ‘a’ que vira 'à'", diz.

O nome do acento que indica ocorrênciaunibet online casinocrase é “grave”, - o contrário do agudo,unibet online casino“café”, “pó” e “água”.

Mas quando que é necessário usar o acento? Pasquale dá o exemplo da clássica canção "Você já foi à Bahia?”,unibet online casinoDorival Caymmi.

“Se você foi, você foi a algum lugar. O verbo ‘ir’ - ‘você foi’, verbo ‘ir’ -, no português tradicional, rege a preposição "a". Ir a algum lugar”, explica.

E que lugar é esse? No exemplo dado, é a Bahia.

“Bahia é um substantivo que dá nome a lugar e pede artigo”, disse Pasquale.

Ele mostra formas simplesunibet online casinoperceber isso: "’Eu moro na Bahia’ - o que é ‘na’? Não é ‘em’ mais ‘a’? ‘Eu acabeiunibet online casinochegar da Bahia’. O que é ‘da’? ‘De’ mais ‘a’. É fácil perceber que Bahia pede artigo.”

Neste caso, ocorre a crase - a fusão - entre duas vogais: a preposição “a”, que sucede o verbo ir, se junta com artigo “a”, que antecede o substantivo feminino Bahia, ocorrendo o acento grave.

O resultado é: “Você já foi à Bahia?” - o significa a mesma coisa que “Você já foi para a Bahia?”.

Mas se a pergunta fosse sobre Santa Catarina - “Você já foi a Santa Catarina?” -, não haveria fusão, já que Santa Catarina não pede artigo - diz-se “Eu morounibet online casinoSanta Catarina” e não “Eu moro na Santa Catarina”.

“Moral da história, esse ‘a’unibet online casino‘Você já foi a Santa Catarina?’ não passaunibet online casinouma preposição que não se fundiu com nada”, explica Pasquale. “Esse ‘a’ não receberá acento por uma razão muito simples: não houve fusão.”

Pronúncia

O professor lembra que o “à” (com acento grave) tem a mesma pronuncia do “a” sem o acento.

“Eu fundo os doisunibet online casino‘Você já foi à Bahia’. Então, na horaunibet online casinopronunciar isso, não desfaça a fusão. Não diga ‘você já foi àààààààà Bahia’”, recomenda.

Erros comuns

Pasquale dá exemplosunibet online casinoerros frequentes, como "Sal e pimenta à gosto" (o correto é sem o acento indicadorunibet online casinocrase).

“Isso apareceunibet online casinotudo quanto é receita, quase sempre com erro, né? O ‘a’ com acento. ‘Gosto’ é palavra masculina. Como é que vai haver um artigo feminino antesunibet online casinopalavra masculina?”, pergunta.

Outro erro comum é "Parabéns à você" (novamente, o correto é sem o acento indicadorunibet online casinocrase).

“‘Você’ não pede artigo. ‘Eu gostounibet online casinovocê’, eu não ‘gosto da você’. Não há artigo antesunibet online casino‘você’”, afirma o professor.

Mais um erro recorrente: “Bem-vindo à Brasília” (o correto é sem o acento).

“Coitada da língua!”, diz Pasquale. “‘Eu morounibet online casinoBrasília’, não ‘moro na Brasília’. A menos que eu more num automóvel - se for aquela Brasília amarela dos Mamonas (Assassinas), tudo bem”, acrescenta o professor.

Outra expressão que frequentemente aparece errada: "Estou disposto à colaborar" (a forma correta é sem o acento).

“As pessoas adoram colocar acento aí”, responde o especialista, que aponta novamente para a faltaunibet online casinoartigo: “‘Eu gostounibet online casinocolaborar’, eu não ‘gosto da colaborar’”.

Àquele

Outro casounibet online casinocrase é quando a proposição “a” se junta ao “a” que é a primeira letra da palavra “aquele”.

Isso ocorre, por exemplo, na frase “Vá àquele mercado”,unibet online casinoque se falaunibet online casinoum mercado específico.

“‘Vá a algum lugar’, que lugar é esse? ‘Aquele mercado’. Então a preposição ‘a’, do verbo ir, e a letra ‘a’ inicial da palavra ‘aquele’ fundem-se e ocorre o acento grave no ‘a’ inicialunibet online casino‘aquele’”, explica Pasquale.

“Posso escrever separadamente - ‘Vá a aquele mercado’? Posso. Ninguém faz isso. Mas essa fusão não é obrigatória."

Palavras subentendidas

A frase "Sua proposta é igual à do concorrente", tem acento grave indicadorunibet online casinocrase porque está subentendida a repetição da palavra “proposta” - “Sua proposta é igual à proposta do concorrente”.

“Se uma coisa é igual, é igual a”, afirma o professor. “Já sai um ‘a’ daí. Preposição ‘a’, né?”

Como “proposta” é um substantivo feminino que pede artigo, a preposição “a” se junta com o artigo “a” que o antecede, ocorrendo o acento grave indicadorunibet online casinocrase.

“Quer ver como é fácil perceber?”, pergunta o professor. “Em vezunibet online casino‘proposta’, (use) ‘orçamento’, que é palavra masculina. Como é que vai ser? ‘Seu orçamento é igual ao (do concorrente)", indica.

Reportagem: Paula Reverbel / Imagens e edição: Isadora Brant

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