Por que Ozempic virou símbolo da desigualdade no tratamento da obesidade no Brasil:brabet com
De um lado, esse campo da Medicina vive uma espéciebrabet com"erabrabet comouro", com a aprovaçãobrabet comremédios como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, que são capazesbrabet comreduzir o pesobrabet comum indivíduobrabet comaté 25%brabet comalguns casos — algo impensável há poucos anos.
Há mais brabet com 40 anos no mercado mas sempre atualizada ao que há brabet com mais moderno, a TV Pampa possui 🔑 intenso conteúdo local, com programas brabet com alta credibilidade e audiência que trazem os assuntos do Rio Grande, do Brasil e 🔑 do mundo. Em {k0} suas atrações locais, a TV Pampa apresenta o mais consagrado time brabet com comunicadores, investindo brabet com {k0} 🔑 capital humano e criando laços cada vez mais fortes com o seu público, que participa e interage com grande engajamento 🔑 através das plataformas digitais.
Além da intensa programação local que já conquistou o coração e alma dos gaúchos, a TV Pampa 🔑 ainda oferece a programação nacional da Rede TV! com atrações que agradam, informam e divertem toda a família!
Você está procurando um lugar para jogar roleta pessoalmente? Não procure mais! Nós temos coberto com o nosso guia abrangente ♨️ dos melhores cassinos e salas brabet com Rolinha no Brasil.
Rio brabet com Janeiro
casadeaposta com entrarem {k0} todos os filmes da franquia, enquanto a contagem brabet com mortes brabet com Freddy Krueger
ece estar entre 42 e 48. 💹 Saltando para a década brabet com 1990, outro famoso slasher, os
Fim do Matérias recomendadas
O problema é que essas opções farmacêuticas precisam ser tomadasbrabet comforma contínua e têm um preço elevado, o que as torna inacessíveis a boa parte da população (e difíceisbrabet comcaber no orçamento da saúde pública).
Do outro, a obesidade já atinge umbrabet comcada cinco brasileiros — com a tendênciabrabet comque esses números continuarão a subir pelos próximos anos, especialmente entre os mais pobres.
E, para completar, o Sistema Únicobrabet comSaúde (SUS) ainda não oferece nenhum tratamento medicamentoso contra a obesidade.
Mas como resolver essa equação? Será possível fechar essa conta e garantir o acesso aos remédios antiobesidade àqueles que mais precisam? A BBC News Brasil conversou com representantesbrabet comvários setores envolvidos neste debate para entender quais são as possíveis saídas diante deste dilema atual.
Uma transiçãobrabet compeso
O nutricionista e epidemiologista Rafael Claro explica que as doenças crônicas (diabetes, hipertensão, colesterol alto…) e a obesidade são problemasbrabet comsaúde que estão historicamente ligados a grupos com condições socioeconômicas mais elevadas.
"E a lógica por trás disso é relativamente simples. Antigamente, o padrãobrabet comalimentação que conduz as pessoas à obesidade era caro. Para você ter acesso a alimentos ultraprocessados no passado, era preciso ter dinheiro", lembra o professor do Departamentobrabet comNutrição da Escolabrabet comEnfermagem da Universidade Federalbrabet comMinas Gerais (UFMG).
"Além disso, o estilobrabet comvida mais sedentário estava ligado a ocupações específicas, como o trabalhobrabet comescritório. E os lazeres sedentários, como a televisão e o videogame, só eram acessíveis aos mais ricos", continua ele.
Nessa época, os mais pobres se alimentavam majoritariamentebrabet comcomida in natura (como verduras, legumes, frutas ou grãos) e costumavam ter ocupações braçais, que exigem mais energia e esforço físico.
"À medida que o tempo passa, essa carga se desloca dos indivíduos mais ricos para aqueles que são mais pobres", observa Claro.
"Hojebrabet comdia, a alimentação que protege as pessoas da obesidade, ou seja, uma dieta baseadabrabet comalimentos in natura e minimamente processados, passou a custar mais caro que a comida ultraprocessada e não saudável."
"Para completar, todas as ocupações se tornaram sedentárias. Para você ter acesso a um lazer ativo nos dias atuais, é preciso morar num bairro bom, onde terá segurança e estrutura para andar numa calçada ou num parque. E o acesso a clubes e academias custa caro", complementa o epidemiologista.
Na visão do especialista, essa transiçãobrabet comhábitosbrabet comconsumo, trabalho e comportamento ocorridabrabet compoucas décadas já gera resultados práticos, que são observadosbrabet comestatísticas.
"Nos inquéritos populacionais realizados periodicamente no Brasil, é possível notar claramente que a carga da obesidade está se deslocando dos sujeitos mais ricos para aqueles que são mais pobres, especialmente para as mulheres com menos condições socioeconômicas", destaca ele.
A última Pesquisa Nacionalbrabet comSaúde (PNS), realizadabrabet com2019, aponta que 20,1% dos brasileiros estão obesos (ou seja, têm o IMC acimabrabet com30).
A Escolabrabet comEconomiabrabet comSão Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP) calcula que, até 2030, esse índice vai subir para 24,5%.
Trocandobrabet commiúdos,brabet comapenas seis anos um quartobrabet comtoda a população do país terá uma condição crônica que está diretamente relacionada com as principais causasbrabet commorte no mundo, como as doenças cardiovasculares e o câncer.
Esse mesmo trabalho da FGV ainda destaca que a escolaridade e a renda são fatores associados a esse fenômeno: indivíduos que estudaram menos e apresentam condições econômicas desfavoráveis tendem a sofrer com maior intensidade as consequências do acúmulo excessivobrabet comgordura no organismo.
"Nos próximos 50 anos, a obesidade vai causar um grande estrago do pontobrabet comvista da saúde pública e da economia no Brasil", projeta o médico Fernando Gerchman, da Sociedade Brasileirabrabet comEndocrinologia e Metabologia (SBEM).
"O prejuízo que o país terá por causa da obesidade será gigante se não começarmos a fazer uma mobilização adequada desde agora", acredita o especialista, que também é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Uma 'erabrabet comouro' bate à porta
Embora a práticabrabet comatividade física e alimentação saudável ainda sejam a base do tratamento da obesidade, os especialistas sempre ansiaram por opções farmacológicas que ajudassem os pacientes a perder os quilos necessários.
Mas, até recentemente, essas alternativas eram escassas e traziam resultados razoáveis — na melhor das hipóteses.
Remédios como a sibutramina, o orlistate e alguns antidepressivos levavam a uma perdabrabet com5 a 10% do peso corporal.
A barreira aqui é que muitos portadoresbrabet comobesidade necessitam enxugar mais as medidas para se aproximarembrabet comum IMC considerado saudável.
O cenário começou a mudar com a chegada da liraglutida, da farmacêutica Novo Nordisk,brabet commeadosbrabet com2011. Essa medicação integra a classe dos análogosbrabet comGLP-1 e é capazbrabet cominfluenciar regiões do cérebro responsáveis por controlar a sensaçãobrabet comfome e o gastobrabet comenergia.
Essa modificação gera uma sensaçãobrabet comsaciedade no indivíduo, que passa a comer menos (e consequentemente emagrece).
Alguns anos depois, o mesmo laboratório dinamarquês lançou a semaglutida. O mecanismobrabet comação é o mesmo, com uma vantagem prática: essa versão só precisa ser injetada uma vez por semana (a liraglutida requer aplicações diárias).
A semaglutida ficou mais conhecida pelos nomes comerciais da formulação: Ozempic (injeçãobrabet com1 miligrama, prescrita contra o diabetes tipo 2), Rybelsus (comprimidosbrabet com3,7 ou 14 mg, também usados no diabetes) e Wegovy (injeçãobrabet com2,4 mg, utilizada contra a obesidade).
Nos estudos que servirambrabet combase para a aprovação do Wegovy, a perdabrabet compeso média entre os voluntários foibrabet com17% — porcentagem que supera o obtido com as demais opções farmacológicas disponíveis.
Uma última novidade a chegar ao mercado foi a tirzepatida (Mounjaro), da farmacêutica Eli Lilly. Inicialmente ela foi aprovada como um tratamento contra o diabetes tipo 2, mas a expectativa é que essa droga também seja preconizadabrabet combreve no contexto da obesidade.
Nos estudos Surmount-3 e 4, a tirzepatida foi comparada com o placebo (uma substância sem nenhum efeito terapêutico aparente) e permitiu uma reduçãobrabet compesobrabet com26% (ou 28 quilos,brabet commédia).
Nessas pesquisas foram avaliados voluntários com obesidade ou sobrepeso que tinham comorbidades (doenças crônicas), mas não eram portadoresbrabet comdiabetes tipo 2.
Essa taxabrabet comemagrecimento obtida com a tirzepatida fica bem próxima — ebrabet comalguns casos até é superior — aos resultados obtidos com a cirurgia bariátrica.
E, mesmo que o efeito emagrecedor dos medicamentos disponíveis tenha praticamente quintuplicado, a expectativa é que essa porcentagem cresça ainda mais no futuro, com a chegadabrabet comremédios ainda mais modernos e eficazes.
"Nós vivemos uma erabrabet comouro no tratamento da obesidade", acredita o cirurgião Ricardo Cohen, do Centro Especializadobrabet comObesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz,brabet comSão Paulo.
"Com os remédios e as cirurgias disponíveis hoje, nós conseguimos tratar todo o espectrobrabet compacientes, desde os casos mais leves até aqueles muito graves", observa ele.
"Isso significa a possibilidadebrabet comtirar pacientes da filasbrabet comtransplantes e evitar outras complicações, que poderiam levá-los à morte."
Detalhe importante: essas opções terapêuticas modernas, como semaglutida e tirzepatida, precisam ser aplicadasbrabet commodo contínuo. Se o indivíduo deixabrabet comtomá-las, pode recuperar o peso que foi perdido durante o tratamento.
Esse raciocínio não difere muito do manejobrabet comoutras doenças crônicas, como a hipertensão, o colesterol alto e o diabetes. Caso o paciente desistabrabet comtomar os fármacos, a tendência é que esses problemas fiquem descontrolados e gerem complicaçõesbrabet comórgãos como o coração, os rins e o cérebro.
Uma barreira chamada custo
A continuidade no uso desses remédios é um dos fatores por trás da desigualdade no tratamento da obesidade — afinal, eles têm um valor relativamente alto.
Para ter ideia, a quantidade necessáriabrabet comOzempic para passar um mês é vendida nas farmácias brasileiras por cercabrabet comR$ 1.000,00.
O Wegovy, a versão da semaglutida específica para tratar a obesidade ainda não chegou às drogarias do país, mas os valores definidos pela Câmarabrabet comRegulação do Mercadobrabet comMedicamentos (CMED) recentemente indicam que ele custará entre R$ 1.220,00 e R$ 2.383,00, a depender da dosagem.
Esses preços ficam próximos — ou até ultrapassam — o salário mínimo estipulado para 2024, que ébrabet comR$ 1.412,00.
E não custa reforçar: é necessário tomar esses remédiosbrabet comforma contínua, o que significa que um indivíduo precisa despender esses valores todos os meses.
Na prática, a parcela mais pobre da população — justamente aquela sobre a qual a obesidade avança e gera os maiores impactos — não tem a menor chancebrabet comcomprar esses remédios por conta própria.
Mas e o governo? Será que o Ministério da Saúde teria capacidadebrabet combancar esse valor e incluir esses tratamentos contra a obesidade no SUS?
Para que isso eventualmente aconteça, seria necessário que o novo remédio (ou qualquer outra tecnologiabrabet comsaúde, na verdade) passasse por uma extensa avaliação na Conitec, Comissão Nacionalbrabet comIncorporaçãobrabet comTecnologias no SUS.
"Os especialistas analisam qual o benefício da nova opção terapêutica quando comparada ao que já está disponível, bem como os eventos adversos, o custo, o impacto no orçamento, como se dará a distribuição pelo país, e realizam um monitoramentobrabet comhorizonte tecnológico, ou seja, a chegadabrabet compossíveis tecnologias semelhantes nos próximos anos", resume a pesquisadora Verônica Colpani, metodologista e especialista nesse tipobrabet comparecer técnico.
"E precisamos sempre lembrar que o orçamento é finito, com a necessidadebrabet comatender todas as demandasbrabet comsaúde da população", destaca ela.
Se, após todo esse trabalho, os envolvidos apresentarem um parecer positivo, a nova opção chega à rede pública.
No ano passado, uma avaliação dessas foi realizada sobre a liraglutida, aquele análogobrabet comGLP-1 da Novo Nordisk que precisa ser aplicado todos os dias. A ideia era avaliar a possível incorporação desse medicamento para ofertá-lo aos pacientes com obesidade cujo IMC supera 35, e que também tenham pré-diabetes e alto riscobrabet comdoença cardiovascular.
A Conitec, porém, foi contrária à incorporação da liraglutida no SUS.
Segundo a avaliação da comissão, a droga é eficaz e segura, mas não mostrou-se vantajosa do pontobrabet comvista do custo e da efetividade. Essa análise econômica levabrabet comconta o preço da nova tecnologia e o resultado prático que ela é capazbrabet comsurtir na saúde pública.
À época, a Conitec avaliou que incorporar a liraglutida no SUS para oferecer esse tratamento a 2,8 milhõesbrabet compessoas traria um impacto orçamentáriobrabet comR$ 12,6 bilhõesbrabet com5 anos.
E vale destacar aqui que, hojebrabet comdia, a liraglutida é vendida nas farmácias por voltabrabet comR$ 500,00 a R$ 600,00 — metade do preço médio do Ozempic.
"Quando pensamosbrabet comtermosbrabet comsaúde pública, que precisa atender milhõesbrabet compessoas, os custos ficam absurdos", classifica Gerchman.
"Estamos falando do cenáriobrabet comque uma única medicação faria o Ministério da Saúde mobilizar entre 5 a 10%brabet comseu orçamento", estima ele.
O que dizem as autoridades
A BBC News Brasil entroubrabet comcontato com o Ministério da Saúde para questionar sobre a incorporaçãobrabet comnovas drogas contra a obesidade na rede pública.
Em nota enviada à reportagem, o ministério disse reconhecer "a obesidade como problemabrabet comsaúde pública desde o final da décadabrabet com1990" e promover "esforços para a prevenção e o cuidado com essa formabrabet commá nutrição [...] desde 2006, que englobam a promoção da alimentação adequada e saudável ebrabet compráticas corporais e atividade física".
O texto também aponta que, além dos impactos na saúde e na qualidadebrabet comvida, os gastos com tratamentobrabet comobesidade, hipertensão e diabetes no SUS forambrabet comR$ 3,45 bilhõesbrabet com2018. O ministério estima que 11% desse valor se refere exclusivamente aos cuidados com a obesidade.
O Ministério da Saúde ainda informou que "não há atualmente demanda para avaliaçãobrabet commedicamentos para obesidade" na Conitec.
Vale explicar aqui que esses pedidosbrabet comavaliações da Conitec podem virbrabet comqualquer parte, como sociedades médicas, associaçõesbrabet compacientes, farmacêuticas ou outros entes físicos e jurídicos.
"Embora não haja tratamento medicamentoso, pacientes com obesidade podem ser tratados no SUS", reforça o ministério.
De acordo com a nota, os principais pilares da rede pública continuam a ser "a ênfase na atividade física, a promoção da alimentação adequada e saudável e suporte psicológico".
"O tratamento prevê o alcancebrabet comuma sériebrabet comobjetivosbrabet comcurto e longo prazo que buscam a diminuição da gordura corporal, preservando a massa magra; a promoção da manutenção da perdabrabet compeso; o impedimento do ganhobrabet compeso; a educação alimentar e nutricional, por meiobrabet comescolhas alimentares saudáveis; a reduçãobrabet comfatoresbrabet comrisco cardiovasculares associados à obesidade; a melhoriabrabet comoutras comorbidades; a recuperação da autoestima; o aumento da capacidade funcional e da qualidadebrabet comvida. Em casos específicos, pode ser indicada a realizaçãobrabet comcirurgia bariátrica pelo SUS", completa o Ministério da Saúde.
Já a Novo Nordisk, responsável por liraglutida e semaglutida, afirmou que "todo o processobrabet comsubmissão do Saxenda (liraglutida 3 mg) ao SUS foi realizadobrabet comforma regularizada, seguindo todas as diretrizes estabelecidas pelo governo".
"A inclusão do medicamento no sistemabrabet comsaúde não avançou devido a questões orçamentárias, mesmo que seu custo tenha sido considerado viável", detalhou a farmacêuticabrabet comnota.
Por fim, a empresa disse que não faz comentários sobre custo-efetividadebrabet comsuas formulações.
Confusõesbrabet comconceitos
Coutinho, da PUC-Rio, entende que a faltabrabet comremédios para tratar a obesidade no SUS representa uma "situação dramática".
"É fundamental, praticamente uma questão humanitária, a gente batalhar pela incorporação dessas medicações", opina ele, que também é ex-presidente da Federação Mundialbrabet comObesidade.
"Nós sabemos que basear o tratamento da obesidade apenasbrabet comdieta e exercício físico não funciona no longo prazo. Já temos muitas evidências que mostram que esse tipobrabet comintervenção até pode dar um bom resultadobrabet cominício, mas o paciente tende a recuperar todo o peso depoisbrabet comquatro a sete anos", calcula ele.
Já Cohen chama a atenção para uma espéciebrabet compreconceito que existe nessa área da Medicina. Um editorial que ele escreveu e publicou no periódico especializado The Lancetbrabet comsetembrobrabet com2023 juntobrabet comoutros dois colegas, aponta que "a faltabrabet comremédios contra a obesidade é sintomabrabet comum mal maior".
"A chegadabrabet comnovos medicamentos revelou certas objeções, como a crençabrabet comque a obesidade deve ser prevenidabrabet comvezbrabet comtratada. A prevenção e o tratamento não são mutuamente exclusivos. Eles representam as duas abordagens necessárias para resolverbrabet comforma eficaz qualquer problemabrabet comsaúde pública", escrevem os especialistas.
"Quão absurdo seria propor não fazer o tratamento do câncer ou das doenças cardiovasculares porque estes problemas deveriam ser prevenidos?", questionam eles.
"É claro que a prevenção é crucial, mas até o momento, nenhuma estratégia populacional reduziu a prevalência da obesidadebrabet comqualquer país e, para os maisbrabet com700 milhõesbrabet compessoas já afetadasbrabet comtodo o mundo, a oportunidadebrabet comprevenção já passou."
"O impacto da obesidade na morbidade, mortalidade, qualidadebrabet comvida e custosbrabet comcuidadosbrabet comsaúde é imenso — e não podemos optar por não tratá-labrabet comuma perspectivabrabet comsaúde, economia ou ética", defendem eles.
Luzes no fim do túnel?
A epidemiologista nutricional Rosely Sichieri, da Associação Brasileirabrabet comSaúde Coletiva (Abrasco), acrescenta alguns outros elementos à discussão.
"De um lado, nós temos uma indústria alimentícia poderosíssima, que faz a gente comer um montebrabet comcoisas que não precisamos. Do outro, há a indústria farmacêutica, que deseja fazer todo mundo emagrecer por meiobrabet comum remédio, algo que não se sustenta quando pensamosbrabet comtermosbrabet comsaúde pública", opina a especialista, que também é professora da Universidade do Estado do Riobrabet comJaneiro (Uerj).
"O problema da obesidade tem que ser atacado na raiz. E infelizmente não vamos resolvê-lo enquanto não entendermos que a gente vive numa sociedade fadada a engordar", observa Sichieri.
Para Claro, da UFMG, esse problema virou tão complexo que é quase impossívelbrabet comser resolvido sem mexer nas basesbrabet comcomo a sociedade está organizada.
"Isso é uma questão estrutural, que passa até pela política agrícola do país. É preciso pensarbrabet commecanismos para investir dinheiro não apenasbrabet comcommodities, mas numa agricultura periurbana, que é responsável por trazer alimentos saudáveis para as cidades", exemplifica ele.
Especificamente sobre os remédios antiobesidade, os especialistas veem alguns caminhos para melhorar o acesso a quem mais precisa desses tratamentos no futuro.
O primeiro deles passa pela queda das patentes dessas moléculas. Atualmente, a liraglutida não é mais exclusiva da Novo Nordisk no Brasil — o que permite a outros laboratórios começarem a produzi-la.
A farmacêutica dinamarquesa diz que, "no entanto, existem ações judiciaisbrabet comandamento com o objetivobrabet comrestituição do prazobrabet comvalidade da patente [da liraglutida] por conta da demora na análise do pedidobrabet compatente pelo INPI [Instituto Nacional da Propriedade Industrial]".
Já o Ozempic tem patente válida no Brasil por mais dois anos, até 2026.
Com a chegadabrabet comnovos competidores nesse mercado, os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil acreditam que os preços podem começar a cair.
Coutinho também destaca a necessidadebrabet comexistir um diálogo constante entre os diversos interessados — governos, empresas, médicos e pacientes — para chegar a um denominador comum que seja favorável a todos.
"Claro que esse cenário representa um desafio, mas é preciso encontrar uma saída. No pior ano da pandemia, a covid-19 matoubrabet com2 a 3 milhõesbrabet compessoas no mundo. A obesidade mata 4 milhões todos os anos", compara o endocrinologista.
"Se encontramos um caminho para oferecer a vacina contra a covid-19 para todo mundo, precisamos também achar uma solução para ampliar o acesso aos agentes antiobesidade", conclui ele.