Os perigos da asfixia erótica, moda entre jovens que põemrjack.bet cnpjrisco especialmente as mulheres:mrjack.bet cnpj

Mulher deitada com a cabeça para trás e olhos fechados

Crédito, Getty Images

Embora normalmente não tenha um desfecho fatal, esta prática durante as relações sexuais pode deixar sequelas físicas, cognitivas e psicológicas, afirmam os especialistas.

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Há muito poucas pesquisas científicas dedicadas à análise deste fenômeno no mundo, mas alguns estudos analisam como se manifestamrjack.bet cnpjdiferentes países.

Georgia Brooke

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Georgia Brooke morreu asfixiada pelo namorado durante uma relação sexual

Uma prática comum entre os jovens

Pesquisadores da Universidademrjack.bet cnpjHamburgo e da Universidademrjack.bet cnpjTecnologiamrjack.bet cnpjIlmenau, ambas na Alemanha, publicaram um estudomrjack.bet cnpj2024 sobre práticas sexuais violentas consensuais no país (incluindo atos como chicotear, puxar o cabelo e asfixiar).

Eles descobriram que cercamrjack.bet cnpj40% dos adultos com menosmrjack.bet cnpj40 anos incorporaram algumas destas práticas às suas relações sexuais — e que os homens geralmente assumem um papel ativo.

Outro estudomrjack.bet cnpj2023 da Universidademrjack.bet cnpjReykjavik, na Islândia, mostrou que 44% dos entrevistados informaram ter praticado asfixia sexual (principalmente na faixa etária entre 18 e 34 anos).

Estas descobertas indicam que os adultos mais jovens são os que mais praticam a asfixia sexual.

Um estudomrjack.bet cnpj2024 realizado por pesquisadores da Universidademrjack.bet cnpjMelbourne e da Universidademrjack.bet cnpjQueensland, ambas na Austrália, observou que cercamrjack.bet cnpj50% dos estudantes universitários no país já praticaram asfixia eróticamrjack.bet cnpjalgum momento.

'Com a pornografia online, o sexo se tornou mais violento entre jovens e adolescentes'

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Uma das principais pesquisadoras sobre comportamento sexual nos Estados Unidos, Debby Herbenick, identificou um rápido aumento desta prática entre os jovensmrjack.bet cnpjseu país.

"Isso é muito preocupante", diz a acadêmica da Escolamrjack.bet cnpjSaúde Pública da Universidademrjack.bet cnpjIndiana, que é autoramrjack.bet cnpjcinco livros emrjack.bet cnpjmaismrjack.bet cnpj200 pesquisas,mrjack.bet cnpjentrevista à BBC News Mundo, serviçomrjack.bet cnpjnotícias da BBCmrjack.bet cnpjespanhol.

Em um estudo a nível nacional, Herbenick emrjack.bet cnpjequipe descobriram que 40% das mulheres americanas entre 18 e 24 anos haviam sido asfixiadas durante uma relação sexual.

E, num estudo focado especificamentemrjack.bet cnpjjovens universitários (que estavam nos primeiros anos do curso), 42% relataram ter sido asfixiados durante um encontro sexual.

Uma das descobertas mais reveladoras deste estudo é que, no caso das mulheres universitárias, quase 60% admitiram ter sido asfixiadas.

Esta prática costumava ser incomum, segundo Herbenick, mas não é mais o caso.

"Com a pornografia online, o sexo se tornou mais violento entre jovens e adolescentes", afirma a especialista.

Celular com aplicativo com íconemrjack.bet cnpjpornografia

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A asfixia sexual se tornou mais comum com a pornografia online

A asfixia erótica faz parte da pornografia, explica Herbenick, mas também está presentemrjack.bet cnpjredes sociais como TikTok, Instagram e Snapchat, e atémrjack.bet cnpjletrasmrjack.bet cnpjmúsicas.

No entanto, devido à forma como os algoritmos funcionam na internet, é muito provável que os adultos mais velhos não vejam esses conteúdosmrjack.bet cnpjsuas redes sociais. Isso os torna invisíveis, ela explica, mas certamente estão lá para os jovens.

"Não é que antes não existisse pornografia, mas agora é muito fácil acessar esse conteúdo", afirma a pesquisadora.

No ano passado, foi divulgado um relatório que mostra que a idade médiamrjack.bet cnpjacesso das crianças à pornografia émrjack.bet cnpj12 anos.

"É verdade que alguns chegam (à pornografia) acidentalmente, mas outros estão buscando", acrescenta a autora do livro Yes, your kid: What Parents Need to Know About Today's Teens and Sex ("Sim, seu filho: o que os pais precisam saber sobre os adolescentes e o sexomrjack.bet cnpjhoje",mrjack.bet cnpjtradução livre).

Herbenick garante que o sexo com violência não era uma prática comum há 20 anos.

"A geração anterior não cresceu com smartphones, nem com redes sociais, nem compartilhando nudes."

A especialista destaca que antigamente a asfixia erótica costumava ser praticada por um grupo pequenomrjack.bet cnpjpessoas para aumentar o prazer sexual.

Mas, agora, muitos jovens praticam porque supõem que é algo comum — mrjack.bet cnpj e que, se todo mundo faz, eles também têm que fazer.

"Gostando ou não, eles acreditam que o sexo é assim", observa Herbenick.

O impacto na saúde

Embora seja raro que a asfixia erótica leve à morte, e possam ser tomadas precauções para tornar a prática o mais segura possível, ela pode deixar sequelas graves, como lesões cerebrais, problemas cognitivos e distúrbiosmrjack.bet cnpjsaúde mental.

Aqueles que se submetem a ela, sofrem com a faltamrjack.bet cnpjoxigênio no cérebro (hipóxia cerebral), o que pode causar danos neurológicos.

Mulher jovem agachada com as mãos no rosto

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A faltamrjack.bet cnpjoxigênio no cérebro pode causar danos neurológicos

Quanto mais tempo sem oxigênio, maior pode ser o dano causado ​​a nível cerebral.

Se a faltamrjack.bet cnpjoxigênio for muito prolongada, aparece uma cor azulada na pele que costuma ser mais evidente nos lábios e nas pontas dos dedos.

Muitos acreditam que o verdadeiro perigo é quando a pessoa perde a consciência durante a asfixia sexual.

No entanto, aqueles que são asfixiados podem sofrer uma lesão cerebral traumática, mesmo que tenham permanecido conscientes o tempo todo.

No longo prazo, podem surgir problemas cognitivos relacionados à memória ou à capacidademrjack.bet cnpjdiscernimento e, a nível psicológico, quem sofreu com a faltamrjack.bet cnpjoxigênio no cérebro pode apresentar quadros depressivos,mrjack.bet cnpjansiedade e outros tiposmrjack.bet cnpjtranstornos mentais.

Os problemas mais comuns derivados da asfixia sexual são geralmente dormrjack.bet cnpjcabeça, dor no pescoço, tontura e zumbido nos ouvidos.

Mulher com a mão no pescoço

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A asfixia sexual pode deixar sequelas físicas, cognitivas e psicológicas, alertam os especialistas

Também podem apresentar problemasmrjack.bet cnpjvista, faltamrjack.bet cnpjcontrole nos movimentos, agitação, confusão, sonolência, contrações musculares e até convulsões.

É importante termrjack.bet cnpjmente, alertam os neurologistas, que as células cerebrais começam a morrer alguns minutos após a interrupção do oxigênio, motivo suficiente para estabelecer que a asfixia sexual não é um jogo.

'Me asfixiaram durante o sexo'

Aos 23 anos, Anna denunciou ter sido vítimamrjack.bet cnpjatosmrjack.bet cnpjviolência indesejados durante relações sexuais consensuais com homens diferentes,mrjack.bet cnpjtrês ocasiões distintas.

Como ela contou à BBCmrjack.bet cnpj2019,mrjack.bet cnpjuma ocasião, um homem deu um tapa nela e colocou as mãosmrjack.bet cnpjvolta do seu pescoço com a intençãomrjack.bet cnpjasfixiá-la.

"Fui surpreendida", ela disse.

"Me senti extremamente desconfortável e intimidada. Se alguém te desse um tapa ou tentasse te asfixiar na rua, isso seria um ataque."

Anna
Legenda da foto, Aos 23 anos, Anna denunciou ter sido vítimamrjack.bet cnpjviolência sexual indesejada

Ummrjack.bet cnpjseus parceiros, ela lembra, a agarrou com tanta força que deixou marcas — ela sentiu dor durante dias.

"Sei que algumas mulheres vão dizer que gostam disso. O problema é quando os homens presumem que todas as mulheres gostam."

Só quando Anna conversou com as amigas sobre o assunto, é que ela percebeu como estas situações eram comuns.

A pedido da BBC, a empresamrjack.bet cnpjpesquisa Savanta ComRes realizou um estudo envolvendo 2 mil mulheres no Reino Unido com idades entre 18 e 39 anos.

Os resultados, publicados no fimmrjack.bet cnpj2019, revelaram que maismrjack.bet cnpjum terço (38%) das entrevistadas afirmaram ter sido amordaçadas, cuspidas, asfixiadas ou esbofeteadas durante um ato sexual consensual.

Das mulheres que foram submetidas a algum destes atos, consensuais ou não, 20% disseram ter se sentido desconfortáveis ou com medo.

Após a publicação da pesquisa, o Centro para a Justiça da Mulher disse à BBC que os dados mostravam a "crescente pressão sobre as mulheres jovens para que deem consentimento a atos violentos, perigosos e degradantes".

"É provável que isso se deva à ampla disponibilidade, normalização e usomrjack.bet cnpjpornografia extrema", acrescentou a organização.

O estudo também sugeriu que, das mulheres que haviam feito sexo com violência, 42% se sentiram pressionadas, obrigadas ou forçadas a fazer.

Mulhermrjack.bet cnpjcapuz sentada com as mãos no rosto

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, 'É uma epidemia silenciosa. As pessoas fazem isso porque acham que é a norma, mas pode ser muito prejudicial', diz o psicoterapeuta Steven Pope

Na sequência destas descobertas, Steven Pope, psicoterapeuta especializadomrjack.bet cnpjsexo e relacionamentos amorosos, disse que precisa lidar constantementemrjack.bet cnpjseu consultório com o impacto negativo do aumentomrjack.bet cnpjatos deste tipo.

"É uma epidemia silenciosa. As pessoas fazem isso porque acham que é a norma, mas pode ser muito prejudicial."

Em muitos casos, ele acrescentou, degrada a relação — e, no pior dos casos, a violência se torna aceitável.

"As pessoas me procuram quando o estrangulamento ou a asfixia passaram do limite, e ficaram inconscientes por muito tempo", afirma Pope.

Este tipomrjack.bet cnpjsituação pode ter consequências muito graves.

Por isso, recomendam os especialistas, é melhor evitar a asfixia durante as relações sexuais.