Conflito Israel-Hamas: a guerra há 50 anos que está sendo comparada ao ataque:betamo pl

Fotobetamo plpreto e branco mostra homens capturados infileirados com as mãos na cabeça

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Nas primeiras horas da guerra, muitos soldados israelenses morreram ou foram capturados na península do Sinai e nas colinasbetamo plGolã

Em questãobetamo plminutos, milharesbetamo plreservistas abandonaram seus lares e templos para ocupar a frentebetamo plbatalha.

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Muitos acreditavam que seria uma guerra curta e fácil, como abetamo pl1967, quando Israel derrotou os exércitos do Egito, Jordânia e Síriabetamo plapenas seis dias. Mas, desta vez, tudo seria muito diferente.

O ataque meticulosamente planejado pelo governo do presidente egípcio Anwar al-Sadat (1918-1981),betamo plconjunto com o mandatário sírio Hafez al-Assad (1930-2000) arrasou as linhasbetamo pldefesabetamo plIsrael. A ofensiva fez com que os líderes israelenses percebessem que a própria sobrevivência do Estado poderia estarbetamo plrisco, como ocorreu na guerra da independênciabetamo pl1948.

Com um saldobetamo pl2.656 soldados mortos, cercabetamo pl15 mil feridos e quase 1 mil capturados como prisioneiros, a Guerra do Yom Kippur foi o conflito que causou maior númerobetamo plvítimas a Israel desde 1948.

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Surpresa com aviso prévio

Fotobetamo plpreto e branco mostra Golda Meir falando diantebetamo plvários microfones da imprensa

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Na mesma manhã do início da guerra, o governo da primeira-ministra israelense Golda Meir decidiu não realizar um ataque preventivo
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A guerra iniciada meio século atrás, no dia 6betamo ploutubrobetamo pl1973, foi o quarto conflito bélico entre Israel e seus vizinhos árabes.

Paradoxalmente, os governantes israelenses já esperavam pelo confronto. Afinal, o governo da então primeira-ministra Golda Meir (1898-1978) havia recebido sinais e avisos sobre os seus preparativos nos meses que antecederam a guerra.

Naquela mesma manhã, o governobetamo plMeir foi informado sobre o início iminente das hostilidades, mas descartou a realizaçãobetamo plum ataque preventivo.

Por quê?

Para responder a esta pergunta, é preciso buscar explicações nas guerras anteriores, especialmente na Guerra dos Seis Dias.

Travadobetamo pl1967, o conflito trouxe grandes mudanças, por ter permitido que Israel expandisse seu território. O país passou a controlar a península do Sinai e a Faixabetamo plGaza, antes pertencentes ao Egito; as colinasbetamo plGolã, que faziam parte da Síria; e Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, que pertenciam à Jordânia.

Mas, paralelamente, a Guerra dos Seis Dias foi a semente que gerou o confronto seguinte. O Egito e a Síria não estavam dispostos a aceitar as perdas territoriais, nem a ficar eternamente marcados por aquela humilhante derrota.

O conflitobetamo pl1967 também influenciou a estratégia militarbetamo plIsrael ebetamo plreação aos alertas recebidos antes da Guerra do Yom Kippur – também conhecida como Guerra do Ramadã, já que coincidiu com o mês sagrado dos muçulmanos.

Depois da Guerra dos Seis Dias, Israel concentraria seus esforços na manutenção dabetamo plsuperioridade aérea e seus veículos blindados, responsáveis pelabetamo plvantagembetamo pl1967. Mas o país descuidoubetamo ploutros setores.

“As Forçasbetamo plDefesabetamo plIsrael [IDFs, na siglabetamo plinglês] colocaram todos os seus ovosbetamo pldois cestos. Elas dedicaram maisbetamo pl75% do seu orçamento exclusivamente à Força Aérea e ao setorbetamo plblindados. Elas descuidaram dos ramosbetamo plartilharia e infantaria, transferindo a maioria das suas unidadesbetamo plinfantaria regular e mecanizada para a reserva”, segundo Keith F. Kopets, então capitão do corpobetamo plfuzileiros navais dos Estados Unidos,betamo pluma análise publicadabetamo pl2003.

“Apegando-se à convicçãobetamo plque apenas um tanque poderia derrotar outro tanque, Israel rejeitou uma oferta dos Estados Unidosbetamo plfornecimento do novo sistemabetamo plmísseis antitanques TOW”, acrescenta Kopets.

O conflito demonstraria o alto custo destes erros.

Conceito equivocado

Moshe Dayan caminhando ao ladobetamo plmilitares israelenses

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O ministro da Defesabetamo plIsrael, Moshe Dayan, e os chefes militares israelenses basearambetamo plestratégiabetamo pldefesa na premissabetamo plque o Egito não atacaria antesbetamo plcontar com uma Força Aérea poderosa, similar àbetamo plIsrael

Desde 1967, os militares israelenses definiram o que ficaria conhecido como “o conceito”.

Eles se basearam na premissabetamo plque o Egito não iniciaria uma guerra antes que pudesse contar com poderio aéreo suficiente para um forte ataque dentro do territóriobetamo plIsrael, atingindo seus aeroportos e anulandobetamo plForça Aérea.

"Retrospectivamente, é óbvio que esta suposição foi baseada nos sucessos operacionaisbetamo plIsrael na guerrabetamo pljunho [de 1967] e nos cálculos e posturas estratégicas árabes", afirma o autor P. R. Kumaraswamy na introdução do livro Revisiting the Yom Kippur War (“Revisitando a Guerra do Yom Kippur”,betamo pltradução livre).

E os militares israelenses calculavam que o Egito só conseguiria atingir essa capacidade aéreabetamo pl1975.

Por outro lado, para tirar proveito da maior distância entre o seu país e os inimigos, devido aos territórios conquistadosbetamo pl1967, Israel construiu diversas estruturas fortificadas ao longo da margem oriental do Canalbetamo plSuez.

Conhecidas como linha Bar Lev, essas construções deveriam impossibilitar ou, pelo menos, retardar qualquer tentativa egípciabetamo plinvadir o Sinai.

Um último elemento que, para muitos analistas, impediu Israelbetamo plse preparar para a Guerra do Yom Kippur foi o fatobetamo plque, depois do sucessobetamo pl1967, a hierarquia militar israelense havia ficado "soberba", menosprezando a possível ameaça representada pelas forças árabes.

Em uma palestra no dia 9betamo plagostobetamo pl1973, o então ministro da Defesabetamo plIsrael, Moshe Dayan (1915-1981), vangloriou-se da supremacia do seu país sobre os vizinhos árabes.

"Nossa superioridade militar é o resultado conjunto da fraqueza árabe e da nossa força", afirmou ele para oficiais da Escolabetamo plEstado Maior do Exército israelense.

"Sua fraqueza decorrebetamo plfatores que não irão se alterar rapidamente... baixo nívelbetamo pleducação, tecnologia e integridade dos seus soldados... desunião entre os árabes... e o peso decisivo do nacionalismo extremo", acrescentou Dayan.

Mas, como sempre acontece com os generais que permanecem combatendo a última guerra e não a próxima, a visãobetamo plDayan estava enraizada no passado.

Ofensiva brilhante

O Chefe do Estado-Maior do Egito, Saad el-Shazly, o Presidente Anwar Sadat e o Ministro da Guerra, Ismail Ali

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Legenda da foto, O governo do presidente egípcio Anwar al-Sadat (centro) passou anos preparando detalhadamente a ofensiva contra Israel

Perto das duas horas da tarde daquele dia 6betamo ploutubrobetamo pl1973, as forças egípcias iniciaram um ataque contra Israel. Participaram 240 aviões, 2 mil tanques, cercabetamo pl1 mil unidadesbetamo plartilharia e cercabetamo pl2 mil canhões e lança-mísseis antitanques.

O bombardeio aéreo durou cercabetamo pl20 minutos, mas a artilharia prosseguiu por mais meia hora. O Egito fragilizou as defesas destacadas por Israel na margem oriental do Canalbetamo plSuez e iniciou uma operação para cruzá-lo.

Os estrategistas israelenses haviam calculado que, para atravessar o canal com armamento pesado, o Egito precisariabetamo plpelo menos 48 horas. E, neste prazo, Israel já estariabetamo plcondiçõesbetamo pldeter o ataque.

Mas os cálculos estavam errados. As forças egípcias conseguiram estender pontes sobre o Canalbetamo plSuezbetamo plapenas 10 horas, possibilitando a travessiabetamo pl500 tanques.

Com isso, 24 horas depois do início da ofensiva, o Egito já dispunhabetamo plduas divisões mecanizadas e duasbetamo plinfantaria na península do Sinai. A linha Bar Lev caiubetamo plquestãobetamo plhoras e os 500 soldados que a defendiam, embetamo plmaioria, foram mortos ou capturados.

Os especialistas militares costumam definir esta operação como "brilhante".

As forças terrestres enviadas por Israel ao Canalbetamo plSuezbetamo plresposta ao ataque foram esmagadas ebetamo plForça Aérea recebeu duros golpes ao entrarbetamo plcombate sem antes desabilitar as defesas antiaéreas do inimigo.

Soldados egípcios carregando um retratobetamo plAnwar al-Sadat

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Legenda da foto, Soldados egípcios carregando um retratobetamo plAnwar al-Sadat; para as forças egípcias, os primeiros diasbetamo plguerra foram coroadosbetamo plsucesso
Homembetamo plpé ebetamo plcostas observando míssil antiaéreo soviético SAM III

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Legenda da foto, As forças sírias e egípcias contavam com o mais moderno equipamento soviético da époc

No dia 8betamo ploutubro, Israel lançou um contra-ataque fracassado, sofrendo grande númerobetamo plbaixas. Foram 180 tanques destruídos pelas defesas antitanques e pela artilharia egípcia.

E um terceiro problema se somaria aos errosbetamo plplanejamento da defesa israelense e aos ataquesbetamo plduas frentes simultâneas: a faltabetamo plarmas e suprimentosbetamo plquantidade suficiente para contra-atacar com sucesso.

A decisãobetamo plnão se antecipar ao ataque teve um custo militar e humano considerável para Israel.

Ela foi baseada nas estimativas equivocadas dos chefes militares — incluindo Dayan, então considerado um herói nacional — e no cálculo corretobetamo plGolda Meirbetamo plque Israel precisava, a todo custo, evitar que fosse considerado agressor, para que tivesse alguma oportunidadebetamo plreceber ajuda externabetamo plcasobetamo plnecessidade.

A primeira-ministra também havia se comprometido com o governo dos Estados Unidos a não ser a primeira a atacar.

Meir não estava errada. Mas, embora Israel não tivesse iniciado a guerra, a maior parte dos países europeus se negou a prestar assistência, por medobetamo plrepresálias dos países árabes.

Já os Estados Unidos só ficaram convencidos da necessidade quando a União Soviética colocoubetamo plandamento uma operação para reabastecer o Egito e a Síria com armas e equipamentos.

Em resposta à decisão americanabetamo plenviar ajuda a Israel, os países árabes produtoresbetamo plpetróleo reduziram drasticamente a extração do produto e boicotaram o transportebetamo plpetróleo para os Estados Unidos e para outros países, como a Holanda, Portugal e África do Sul.

Com isso, começou a chamada "crise do petróleo", que fez com que os Estados Unidos sofressem escassezbetamo plcombustível pela primeira vez nabetamo plhistória.

Em 1974, o preço do barrilbetamo plpetróleo quadruplicou, com fortes efeitos para a economia global, alimentando uma onda inflacionária que causou recessão e desemprego nos países importadores do produto.

Risco para o 'Terceiro Templo'

Soldados egípcios levantambetamo plbandeira no Sinai

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Legenda da foto, Poucas horas depois do início da ofensiva, a bandeira egípcia já tremulava na península do Sinai

Os primeiros dias da guerra foram aterradores para Israel.

Suas defesas foram arrasadas pelas forças inimigas, muito mais numerosas. Sua aposta na superioridade aérea não funcionou.

O país não tinha aliados e precisava deles com urgência. Afinal, a guerrabetamo plduas frentes estava esgotando rapidamente suas armas e munições.

O material bélico era importante não apenas para a defesa, mas também para o contra-ataque, que manteria seus inimigos longe das cidades e centros populacionais do país.

No dia seguinte ao início dos combates, Dayan visitou a frentebetamo plbatalha e voltou devastado. Ele havia se convertidobetamo plum profeta do desastre.

"Subestimei a força do inimigo e superestimei nossas próprias forças. Os árabes são soldados muito melhores do que costumavam ser. Muita gente irá morrer", lamentou ele,betamo pluma das reuniões mantidas com a primeira-ministra Golda Meir e outros membros do governo.

P. R. Kumaraswamy destaca que a euforia que se seguiu à Guerra dos Seis Dias havia repentinamente se transformado no pior dos pesadelos.

"Pela primeira vez desde abetamo plcriação, Israel se viu à beira do colapso", afirma o especialista. "Quando a contraofensiva inicial sobre o Egito fracassou no dia 8betamo ploutubro, alguns temeram pela queda do Terceiro Templo."

A expressão "Terceiro Templo" é uma referência ao moderno Estadobetamo plIsrael.

"Dayan teve uma crise nervosa. Tudo o que ele havia planejado ou imaginado havia falhado. E ele começou a falar às pessoas do seu entorno sobre o risco da possível queda do Terceiro Templo, deprimindo a todos àbetamo plvolta", afirmou à BBC News Mundo (o serviçobetamo plespanhol da BBC) Abraham Rabinovich, autorbetamo plum livro sobre a Guerra do Yom Kippur. Rabinovich trabalhou na cobertura do conflito como jornalista do Jerusalem Post.

A preocupaçãobetamo plDayan era tão grande que, segundo testemunhos, ele chegou a sugerir que Israel iniciasse os preparativos para uma "demonstração" das suas capacidades nucleares. Mas esta opção foi imediatamente rejeitada pela primeira-ministra Golda Meir, segundo contou o pesquisador Avner Cohen, da Universidadebetamo plMaryland, nos Estados Unidos. Cohen é o autorbetamo plum estudo intitulado Israel e a Bomba.

Moshe Dayan observando algo

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Legenda da foto, Atormentado com a responsabilidade por não ter previsto a guerra, o ministro da Defesabetamo plIsrael Moshe Dayan ofereceubetamo plrenúncia, que não foi aceita pela primeira-ministra Golda Meir

Apesar disso, a preocupação com o que poderia acontecer com Israel também calou profundamente a primeira-ministra — tanto que se soube, anos mais tarde, que ela chegou a contemplar a possibilidadebetamo plsuicídio no segundo diabetamo plconflito.

O cenário descrito por Dayan era tão catastrófico que Meir consultou o comandante-geral das IDFs, o general David Elazar (1925-1976). Ele confirmou que a situação era muito perigosa para Israel, mas recomendou esperar os relatos do campobetamo plbatalha antesbetamo pldecidir pela retirada do Canalbetamo plSuez e das colinasbetamo plGolã, como Dayan havia proposto.

"No primeiro dia da guerra, Elazar disse a pessoas próximas: 'não podemos ganhar esta guerra'", comenta Rabinovich. Segundo ele, isso não significa que Elazar acreditasse que eles iriam perder, mas que seria preciso muito sangue e esforço.

"Havia medo do que poderia acontecer", acrescenta Rabinovich. "Eles não viam uma saída, enquanto suas forças se enfraqueciam diariamente."

No dia 9betamo ploutubro, Israel conseguiu conter a ofensiva nas duas frentes. E, como o Egito decidiu consolidarbetamo plposiçãobetamo plvezbetamo plseguir avançando, as IDFs concentraram seus limitados recursos para combater as forças sírias no Golã. Elas conseguiram colocar a Síria na defensiva, ainda que com alto custo humano e material.

Mas Israel ainda não contava com as armas e munições necessárias para lançar um contra-ataque vigoroso.

A ajuda indispensável

Golda Meir e Henry Kissinger

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Legenda da foto, O secretáriobetamo plEstado norte-americano Henry Kissinger esteve no centro das negociações que levaram ao enviobetamo plajuda a Israel e ao cessar-fogo para o conflito; na foto, ele aparece com Golda Meir

No dia 10betamo ploutubro, convencidos pelas perdas sofridas por Israel e pelo apoio material fornecido abertamente pela União Soviética ao Egito e à Síria, os Estados Unidos começaram o enviobetamo plmassabetamo plajuda militar para possibilitar o contra-ataque israelense.

No períodobetamo plum mês, Israel receberia 24 mil toneladasbetamo plequipamentos militares e logísticos, incluindo munições, mísseis e tanques.

Em 14betamo ploutubro, atendendo aos chamados da Síria, novas forças egípcias cruzariam o Canalbetamo plSuez para avançar sobre o Sinai, ficando sem a proteção dos escudos antiaéreos e antitanques instalados perto da linha Bar Lev.

Mas, desta vez, Israel estava esperando por eles. Egípcios e israelenses se enfrentarambetamo pluma das maiores batalhasbetamo pltanques verificadas desde a Segunda Guerra Mundial. O Egito perdeu cercabetamo pl250 veículos blindados.

Aproveitando as novas circunstâncias, Israel faria uma manobra que definiria o rumo da guerra. Usando uma pequena área mal protegida, o exército israelense cruzou o Canalbetamo plSuezbetamo pldireção ao Egito. Dali, ele destruiu a artilharia e as defesas antiaéreas que protegiam as forças egípcias na península do Sinai.

Da margem ocidental do Canalbetamo plSuez, as forças israelenses avançaram nos dias que se seguiram, até chegarem a cercabetamo pl100 km da capital egípcia, a cidade do Cairo.

Esta ação colocou o governo egípciobetamo pluma situação muito comprometedora, da qual só se livrou graças ao cessar-fogo decretado pelo Conselhobetamo plSegurança da ONUbetamo pl22betamo ploutubro e reafirmadobetamo plresoluções posteriores, nos dias 23 e 25 do mesmo mês.

E foi assim, com as duas capitais árabes ao alcance das suas tropas, que Israel conseguiu sucesso na "guerra que não podia ganhar".

O caminho até a paz

Homens sentados à mesa

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Legenda da foto, As negociações que levaram ao cessar-fogo entre o Egito e Israel abriram o caminho para o estabelecimentobetamo plrelações diplomáticas entre os dois países

A vitória seria medida não tantobetamo pltermos militares, mas sim políticos.

O Egito e a Síria atingiram uma conquista importante. Eles romperam a imagembetamo plinvencibilidadebetamo plIsrael, apagando a vergonha que carregavam desde a derrota na Guerra dos Seis Dias.

"A guerrabetamo pl1973 redimiu a dignidade e autoestima dos árabes, permitindo que o presidente egípcio Anwar al-Sadat utilizassebetamo plrecém-adquirida proeminência para desvincular seu país e, com ele, grande parte do mundo árabe do fatídico encontro com o Estado judeu", segundo o historiador Efraim Karsh.

Para Israel, o conflito significou um choque político e emocional que, no curto prazo, levou à queda do governo da primeira-ministra Golda Meir.

"Israel ficou profundamente humilhado", afirma Karsh. "A complacência que havia se apoderado da psique israelense depois da vitória assombrosabetamo pl1967 ficou irrevogavelmente destruída. Pela primeira vez desde a fundação do seu Estado, os israelenses sentiram quebetamo plexistência estavabetamo pljogo."

"O Estadobetamo plIsrael que surgiu do traumabetamo pl1973 era uma nação diferente: sóbria, moderada e marcadabetamo plmuitas formas por cicatrizes duradouras", prossegue Karsh.

"Ainda desconfiava dos seus vizinhos, mas estava mais atento aos sinaisbetamo plmoderação regional; muito preocupado com os riscosbetamo plsegurança trazidos pelas concessões territoriais, mas conscientebetamo plque [o controle da] terra não poderia comprar segurança absoluta."

A experiência trouxe mudanças importantes na opinião pública israelense, que começou a defender cada vez mais a ideiabetamo pltrocar territórios por paz. Estas mudanças viriam a apoiar os acordosbetamo plpazbetamo plOslo com os palestinos, assinadosbetamo pl1993.

Mas a mudança mais imediata e duradoura ocorreu com relação ao governobetamo plAnwar al-Sadat. Um acordobetamo plpaz assinadobetamo pl1979 entre o presidente egípcio e o primeiro-ministro israelense Menachem Begin (1913-1992) fez com que o Egito recuperasse a soberania sobre a península do Sinai e se tornasse o primeiro país árabe a reconhecer Israel como Estado legítimo e soberano.

Este acordo permitiu manter a paz entre Israel e a principal potência militar árabe do planeta por maisbetamo plquatro décadas — uma conquista ainda maior se considerarmos que os dois países haviam travado quatro guerrasbetamo plapenas 25 anos.